Yousuf Karsh
Quase tudo é previsível.
O dilema total é escapar
do calendário dos profetas.
Solto-me. Ganho asas.
Estou no século dos abismos,
mas não quero outra idade.
Interpreto todas as parábolas
para encontrar um pormenor
que sancione a minha biografia.
Habituo-me à ideia do jardim
Solto-me. Ganho asas.
Estou no século dos abismos,
mas não quero outra idade.
Interpreto todas as parábolas
para encontrar um pormenor
que sancione a minha biografia.
Habituo-me à ideia do jardim
abandonado nas pálpebras
de fisionomias ao acaso.
Um fio de água emoldura
Um fio de água emoldura
a sombra de Ícaro,
para que permaneça intacta
para que permaneça intacta
na memória do sol.
Tão súbito um estribilho de aves no meu riso.
Graça Pires
Tão súbito um estribilho de aves no meu riso.
Graça Pires
De Labirintos, 1997
certamente que no seu olhar descansam as mais belas flores, graças. para que ao escrever, as palavras sejam pétalas ou, como diz, asas em direcção ao poema :) um grande beijinho*
ResponderEliminarcom asas se solta sempre!
ResponderEliminarLinda Amiga:
ResponderEliminar"Habituo-me à ideia do jardim abandonado nas pálpebras de fisionomia do acaso". "...para que permanece intacta na magia do Sol".
LINDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Um texto pleno de vida. Encanto.
Previsível.
Um perfeito "Ganho de Asas" numa perfeita pessoa.
Adorei!
Beijinhos amigos de estima e imenso respeito.
Sempre a lê-la com encanto e maravilha.
Possui uma enorme veia poética que enternece.
pena
...muito bonito! Palavras em liberdade formam o seu belo poema...
ResponderEliminarBeijos de luz!
que bom, soltares-te e ganhares asas...
ResponderEliminarabraço Graça
jardim abandonado nas pálpebras...
ResponderEliminarque bonita passagem.
o poema como sempre está excelente.
beij
Sim, é uma escrita que, no século
ResponderEliminardos abismos, escapa do calendário
e ganha asas! Coisa rara e excelente.
Lindíssimo, mesmo... Quase dá vontade de voar diante destas palavras... Parabéns.
ResponderEliminarBeijinho
Que bom gostar da idade e viver neste século!
ResponderEliminara terra é inocente
ResponderEliminardos jardins abandonados
e há um respirar
um fio de água
onde, ainda o mundo aporta.
inauguro-me de luz.por aqui
bj
maré
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarGrande poema e que inspiração meu Deus!
ResponderEliminar"Habituo-me à ideia do jardim abandonado nas pálpebras de fisionomias ao acaso".
Que belo, que profundo, intenso!
Muito obrigada por me permitir ler a sua poesia!
Beijinhos com muita amizade!
pobre ícaro... perdeu-se a voar
ResponderEliminarmuito bonitas as tuas palavras
abraço
Só as asas do sonho, da poesia, dão essa liberdade de "escapar do calendário dos profetas".
ResponderEliminarLindíssimo poema de palavras e imagens. A fotografia tem tudo a ver...
Beijo.
Nada melhor que nos soltarmos e ganhar-mos asas
ResponderEliminarbjs
Livre, livre voando...
ResponderEliminarUm poema que nos leva dos abismos à voz alta dos pássaros. Magnífico.
ResponderEliminarUm beijinho.
Está fantástico este poema!! Li-o bebendo cada palavra...beijos.
ResponderEliminartanto encanto neste poema!
ResponderEliminaro teu voo é belo.
as asas imagino-as de pétalas graciosas desse jardim "abandonado nas pálpebras"
é um riso nessa liberdade sentida
excelente soltar de palavras
é um privilégio meu, ler-te querida Poeta
obrigada por tão boas e excelentes poemas que vais partilhando
um abraço com carinho
beijinhos
lena
"um pormenor
ResponderEliminarque sancione a minha biografia".
a perfeição. dos pormenores. como fio de água. no rosto de Ícaro. ao sol...
absolutamente divino!
Diz bem: "estamos" no século dos abismos,
ResponderEliminarmas não "queremos" outra idade.
Temos de viver a vida que temos.
E para quem sabe escrever, escrever como a amiga escreve.
Bjs
Escapar do calendário dos profetas e ganhar asas. Voar, voar, voar no infinito imenso.
ResponderEliminarBeijinhos
Um fio de água emoldura
ResponderEliminara sombra de Ícaro
Graça Pires
grava-se em pedra a queda do poema
o esboço de um sentido
para a lágrima
com que se tece
a memória de ícaro
Xavier Zarco
«Tão súbito um estribilho de aves no meu riso.»
ResponderEliminartão belo!
um beijo, Graça.
Perplexidade poética, são as palavras que me cabem nesse momento. Belíssimo.
ResponderEliminargrande beijo