7.7.08

Um rio nasce perto dos lábios

Edouard Boubat


Um rio nasce perto dos lábios
de quem improvisa a sede,
ou sabe usar as mãos para colher
as primeiras amoras do verão.
Às vezes, os frutos derretem-se
na boca, queimando a língua de prazer.
É assim que os amantes se redimem
de consentidos silêncios.


Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005

23 comentários:

  1. A redenção é sempre um bálsamo, não é?
    Boa semana.

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  2. Como a guerra,o amor exige a sábia estratégia. As primeiras amoras de cada verão parecem sempre as mais doces :)

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  3. cOMO DISSE UM DIA

    do ventre até à foz

    bjs

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  4. Os frutos rutilantes desse amor são intensa poesia a latejar nossa emoção. Beijo do seu sempre amigo e grande admirador de sua escrita, Alexandre.

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  5. pois nasce...

    e as amoras silvstres?

    às vezes é assim...

    abraço Graça

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  6. Dos silêncios que falam.

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  7. A cumplicidade erótica traz a beleza na língua e no corpo...um rio que onde apetece beber...e saciar a alma.
    Mais um lindo poema...com belíssima ilustração.

    beijinho

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  8. Os rios que nascem perto dos frutos, das raízes, das sombras líquidas...

    Que bom é deixar os braços nesse leito de águas perfumadas!

    Bjs

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  9. E os teus poemas são um deleite para a alma. Vir ao teu encontro é ter a certeza de degustar bela poesia.

    Mil beijinhos

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  10. Mais um belo poema com imagens plenas de significado.
    A fotografia é um complemento admirável.
    Beijo.

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  11. Os meus olhos 'improvisam sede', quando leio teus poemas.
    Abraços de além-mar!

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  12. Graça,

    desta vez fiz uma outra leitura
    deste poema... o que só prova a extrema riqueza da tua escrita.
    Ou seja: hoje li este texto como
    um poema marcado pelo erotismo (para mim erotismo tem ainda a conotação grega: de Eros, o deus
    do amor...). Creio que é uma abordagem possível....
    Bj.

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  13. bela redenção. pelos frutos... queimando a língua,

    excelente.

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  14. se eu tivesse talento para comentar esta poética....


    não tenho.

    o rio da sossegada e íntima admiração deixa-me assim: liricamente sem palavras...



    obrigada G.

    (bom conhecer...bom vir aqui...)

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  15. este poema lembrou-me um dos poucos que conheço do josé luís peixoto que diz assim: "os teus lábios a aproximarem-se dos meus lábios, a aproximarem-se dos meus lábios, os teus lábios, os meus lábios...", e isto só acontece graças ao rio fértil do poema. um grande beijinho, graça.

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  16. a atravessar a neblina.

    um compasso aberto a chegar de um ângulo azul.

    ou uma dança. na planície de um beijo.

    beijo, Graça

    maré

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  17. um belissimo poema de amor e mistério.

    bem ao teu estilo!

    beij

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  18. A função poética da palavra em seu esplendor!
    Beijinhos

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  19. a sensualidade quente num poema de verão.

    bjos.

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  20. Graça onde poderei encontrar o seu livro "Não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos" à venda? Fiz uma pesquisa em livrarias virtuais mas nem na webboom que costuma ter quase tudo encontrei.. Abraço, gosto de a ler.

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  21. Gosto muito do que você escreve, Graça.

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  22. Simplesmente, sublime...

    Bjs

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