4.8.08

Em seara alheia


Franz von Suppe:
Poeta e Camponês

A jovem camponesa que faz versos.
Não os passa ao papel porque não sabe escrever,
mas diz que os preserva em cada árvore que vê,
e na chuva que cai,
e no sol que se põe.
Uma pequena erva pode ser um poema,
ou a água que corre no leito de um ribeiro
onde uma luz se esconde ou uma sombra vibra.

Como cuidar da imperfeição
senão sofrendo pelo que é perfeito?

Às vezes – diz ela -, passa-me pela cabeça
uma onda de música que não tem lugar
e eu sei pertencer a um mistério sem nome
que dói no coração muito devagar.

Amadeu Baptista
In: O bosque cintilante, Maia: Cosmorama, 2008

23 comentários:

  1. Tão bonito!! Obrigada pelas tuas palavras no meu romãs. Mas eu estou em várias frentes...muitos beijos.

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  2. Olá

    Obrigada pela visita e pelo teu comentário. Gosto muito do teu espaço também, quer quando lavras em seara alheia, quer quando lavras na tua.

    Beijinhos

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Gostei imenso, imenso, do poema.
    Será que este Amadeu Baptista é aquele que conheço desde o Liceu?...
    Feliz semana, Graça!

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  5. Antes de a poesia ser transcrita para o papel ela perteceu primeiro ao olhar e quando não o é por alguma razão, vai ficar guardada
    na efemeridade do momento, mas dentro do coração.
    beijos de além-mar

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  6. Duma maneira geral gosto muito da poesia de Amadeu Baptista; este, que não conhecia, é duma pura simplicidade poética, a mais bela e os seus 4 versos finais são doridamente sublimes.

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  7. Olá Graça

    Belíssimo poema.
    Bj

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  8. Tudo é poesia quando se tem alma de poeta...
    Lindo!

    Beijo.

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  9. A poesia sente-se no rio que corre, no vento que sopra, na onda que rebenta na praia, no verde do campo, nas flores que o pintam...

    Belíssimo poema!

    Beijinhos

    Bem hajas!

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  10. Belíssimo poema, como os seus!!!
    A poesia está mais no sentir que nas letras. Podemos, sem saber escrever ou mesmo sem escrever tão bem, ser poetas no sentir e no pensar.
    Aceites um bj em seu belíssimo coração (que sente tão bem quão bem escreves) desta tua humilde admiradora brasileira.
    Bárbara Carvalho.
    http://cinzasdecarvalho.zip.net.

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  11. Linda Amiga:
    Um belo poema em tom campestre.
    As palavras parecem bailar ao ritmo da natureza.
    MUITO LINDO!
    Fascina quando diz, admiravelmente:

    "...A jovem camponesa que faz versos.
    Não os passa ao papel porque não sabe escrever,
    mas diz que os preserva em cada árvore que vê,
    e na chuva que cai,
    e no sol que se põe..."

    Excelente momento de poesia.
    Bj amigos de grande estima e respeito.
    Sempre a lê-la com delícia

    pena

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  12. Querida G.


    é um renascimento a fingir....
    :(


    ________________mas foi tão bom vê-la....:)


    em piano nunca alheio....e nesta sera especial....


    abraço.


    imf

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  13. A poesia não precisa realmente de ser escrita!

    Muito obrigada pelas visitas e sobretudo pela paciência...

    Um abraço

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  14. Ai quem me dera agitar o tempo
    Atirar a mágoa à voragem da noite
    Arrancar as raízes ao pensamento
    Sentir a paz que uma lagoa acolhe


    Boa férias


    Mágico beijo

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  15. A Poesia de Amadeu Baptista que me diz também tanto.

    Espero que não se importe que tenha postado o seu poema (que me dedicou pelos meus anos) e que o dedique a um "velho" Amigo meu.

    Um abraço carinhoso e grata pela partilha ;)

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  16. Graça,

    ontem deixei aqui um comentário
    que desapareceu... mistério?! Eu
    dizia lá: que era interessante a coincidência, pois tinha acabado de
    comprar este livro do Amadeu Baptista. E terminava dizendo que
    havias feito uma boa escolha. Sucede que o comentário desapareceu
    E encontrei uma alusão ao "teu seara alheia" num blogue (pouco
    claro) chamado "Revista". Podes
    entrar no dito pelo meu blogue pois eu tenho um link. Eu estou-me
    completamente borrifando para qualquer tipo de brincadeira... e se alguém quiser saber algo sobre mim (ou nós?) pouparia tempo per-
    guntando directamente. O blogue "Revista" só tem dois links: nós!
    Fala da Susana Ventura (?), do
    budismo (?)... É de uma Maria da Graça que "trabalha em jóias"...
    Vai ver! Será que sabes de quem é?
    Assina: Hércule Poirot

    P.S. se precisares de um relatório
    clínico em como não sofro de comportamentos maníacos ligados a
    "manias da perseguição" também posso arranjer (eheheheh!)

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  17. Belo poeta. E agora... ARTE DO REGRESSO.

    Beijnho, Graça.

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  18. A observación primeiro e a elaboración despois conleva certa espera tanto na propia seara como na allea...

    Apertas muitas.
    :)

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  19. Olá, amiga!
    Passei para ler as novidades e deixar beijoca.

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  20. Assim se faz poesia com os olhos puros de uma camponesa
    beijos

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  21. Lindo este poema.
    Completamente para reflectir...
    Agradeço ter dado a conhecer este autor!
    No entanto, fico na expectativa de mais um poema sobre "Dulcinea"!

    PS. Bem-haja pela visita ao meu cantinho. Retribuo o beijo.

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  22. Gosto da simplicidade na poesia.
    Por isso, adorei.
    Eduardo

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