Picasso
Tudo podia ser mais simples.
Mas a infância fica tão longe
e os espelhos começaram
a gritar-me uma inocência
que deixou de ser minha
para sempre.
O que quero dizer
acompanha, devagar,
o movimento do sol.
E são cada vez mais lentos
os passos que me levam
na direcção das nascentes.
Apesar da sede.
Graça Pires
Mas a infância fica tão longe
e os espelhos começaram
a gritar-me uma inocência
que deixou de ser minha
para sempre.
O que quero dizer
acompanha, devagar,
o movimento do sol.
E são cada vez mais lentos
os passos que me levam
na direcção das nascentes.
Apesar da sede.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
tens razão, Graça,
ResponderEliminartudo podia ser mais simples...
abraço
Essa sede infinita faz brilhar o sol; os passos, como as palavras, são precisos, têm o encanto da exatidão. E esse espelho, diante de você, Graça, reflete a mais bela poesia.
ResponderEliminarReconhecer a incência perdida é te-la...
ResponderEliminar.
.
.
precorrer as estações da vida
voltar à fonte
bjo
gostei
muito
Graça, seus poemas têm aquele traço peculiar de autor que todo poeta deseja imprimir no que escreve. São como rostos de uma mesma família. Um beijo.
ResponderEliminarTalvez tenha que ser assim. E quem sabe, no fim( princípio) uma surpresa?!!!
ResponderEliminarBeijo
o caminho nunca acaba e perde-se a inocência num instante
ResponderEliminarAfastamo-nos do nosso princípio, desse ponto em que fomos brilhantes de novidade e de possibilidades. E à medida que o périplo prossegue, mais difícil se torna refazer o caminho para a nascente. A linha fractura-se, a vida despossa-nos de nós-mesmos. Sim, tudo havia de ser mais simples...
ResponderEliminarGraça, gostei muito deste poema!
Um beijo, um bom fim-de-semana
Uma outra infância sábia de acompanhar "devagar,
ResponderEliminaro movimento do sol".
Beijo.
Mas o sol poente também é maravilhoso...sobretudo se evoca o longíquo da infância...criança sempre eterna dentro de nós...o poema dá vida a estas belas emoções...no seu estilo tão personalizado.
ResponderEliminarabraço
Um espectáculo! Um espectáculo!
ResponderEliminarBrilhante, Graça. Simplesmente divinal.
ResponderEliminarBeijos (muitos).
Quando os acontecimentos, as atitudes, os afazeres se tornam simples, a vida perde a graça.
ResponderEliminarMas é como diz o Livro: após a tempestade, a bonança.
... "na direcção das nascentes" -que Belo!
ResponderEliminarBeijo
A pequena que levamos dentro non debemos de esquecela e darlle cabida, pq fortalece á adulta na que finalmente nos convertimos...
ResponderEliminarUnha aperta.
:)
"tudo podia ser mais simples"
ResponderEliminar.
.
.
então, eu guardaria a parte maior do silêncio quando o sol anuncia o meio-dia
e uma garça solitária sobrevoa a ria...
"Apesar da sede"
Bj, Graça.
maré
A lentura da vida, nos distancia das nossas nascentes e isso não significa que a sede tenha abrandado com o excesso de vivência.
ResponderEliminarLindo, adoro esse poema!
Linda Amiga:
ResponderEliminarPossui uma sensibilidade poética invulgar e maravilhosa. Muito doce e terna.
"...O que quero dizer
acompanha, devagar,
o movimento do sol.
E são cada vez mais lentos
os passos que me levam
na direcção das nascentes.
Apesar da sede..."
Uma saudade expressa com beleza e encanto.
Perfeito, o seu versejar lindo. Puro.
Lindo numa pessoa linda.
Beijinhos de respeito, consideração e amizade.
Excelente!
p.pan
Tudo tem um começo e um fim, só que pos vezes já é tarde quando nos apercebemos
ResponderEliminarbjs
são cada vez mais lentos
ResponderEliminaros passos que me levam
na direcção das nascentes.
Apesar da sede."
É a inocência que dá lugar à maturidade, à lucidez...
Lindo!
Beijo
Graça
ResponderEliminarSede.
Nascente.
Regresso.
Urgente.
Mesmo com passo
lento..
Abraço.
EA
Tão coincidentes! só que o não seria dizer de uma forma tão poeticamente sublime.
ResponderEliminarMuito real, autêntico, muito bem construído o seu poema!
ResponderEliminarNunca é tarde demais para ir de novo beber às fontes da infância, o alento apetecido.
Beijinhos e votos de um bom domingo.
raínha....
ResponderEliminar-----------.....
Um lento retorno à fonte.
ResponderEliminarMuito belo, Graça.
Um beijo.
Poeta, que bom seria se tudo fosse mais simples. até a sede que se sente a uns passos da nascente...
ResponderEliminartão longe que ficou a infância. distendo o olhar para a sentir dentro de mim...
como é bom lê-la, são sentires de encanto a sua poesia
obrigada pelo que partilha, querida Poeta Graça Pires
um abraço meu, onde a ternura existe
beijinhos
lena
Apesar da infância estar longe há sempre um pouquinho de inocência que não desaparece.
ResponderEliminarCom um abraço amigo.
Seja Feliz!
porque és mais mulher, Graça, porque és mais mulher. Um bj
ResponderEliminarpois é, tudo, podia ser mais simples, e por vezes somos nós que tudo complicamos.
ResponderEliminarum bom poema, como sempre.
fica um beij
O caminho faz-se caminhando e este teu roteiro é belíssimo, Graça
ResponderEliminarBjs
É, querida amiga, o passar do tempo, o dar-se a conhecer, a perceber, a captar fazem com que caminhemos a passos mais lentos, pois da inocência já despidos, sabemos o que virá, ao menos, intuímos ou deduzimos. Como sempre, belíssimo poema. Bj gde. Carinho. Bárbara Carvalho.
ResponderEliminar...os passos até podem ser mais lentos...mas o que importa mesmo é caminhar....para chegar...
ResponderEliminar*****
a perda da infância, da inocência, é irreversível. outros caminhos nos aponta o sol.
ResponderEliminargostei muito do poema.
bjos.
Maravilhoso poema!
ResponderEliminarUm grande abraço, Gisela Ramos Rosa