18.9.08

Apesar da sede

Picasso
Tudo podia ser mais simples.
Mas a infância fica tão longe
e os espelhos começaram
a gritar-me uma inocência
que deixou de ser minha
para sempre.
O que quero dizer
acompanha, devagar,
o movimento do sol.
E são cada vez mais lentos
os passos que me levam
na direcção das nascentes.
Apesar da sede.


Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008

33 comentários:

  1. tens razão, Graça,

    tudo podia ser mais simples...

    abraço

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  2. Essa sede infinita faz brilhar o sol; os passos, como as palavras, são precisos, têm o encanto da exatidão. E esse espelho, diante de você, Graça, reflete a mais bela poesia.

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  3. Reconhecer a incência perdida é te-la...
    .
    .
    .
    precorrer as estações da vida
    voltar à fonte

    bjo
    gostei
    muito

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  4. Graça, seus poemas têm aquele traço peculiar de autor que todo poeta deseja imprimir no que escreve. São como rostos de uma mesma família. Um beijo.

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  5. Talvez tenha que ser assim. E quem sabe, no fim( princípio) uma surpresa?!!!

    Beijo

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  6. o caminho nunca acaba e perde-se a inocência num instante

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  7. Afastamo-nos do nosso princípio, desse ponto em que fomos brilhantes de novidade e de possibilidades. E à medida que o périplo prossegue, mais difícil se torna refazer o caminho para a nascente. A linha fractura-se, a vida despossa-nos de nós-mesmos. Sim, tudo havia de ser mais simples...
    Graça, gostei muito deste poema!
    Um beijo, um bom fim-de-semana

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  8. Uma outra infância sábia de acompanhar "devagar,
    o movimento do sol".

    Beijo.

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  9. Mas o sol poente também é maravilhoso...sobretudo se evoca o longíquo da infância...criança sempre eterna dentro de nós...o poema dá vida a estas belas emoções...no seu estilo tão personalizado.

    abraço

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  10. Um espectáculo! Um espectáculo!

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  11. Brilhante, Graça. Simplesmente divinal.
    Beijos (muitos).

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  12. Quando os acontecimentos, as atitudes, os afazeres se tornam simples, a vida perde a graça.

    Mas é como diz o Livro: após a tempestade, a bonança.

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  13. ... "na direcção das nascentes" -que Belo!


    Beijo

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  14. A pequena que levamos dentro non debemos de esquecela e darlle cabida, pq fortalece á adulta na que finalmente nos convertimos...

    Unha aperta.
    :)

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  15. "tudo podia ser mais simples"
    .
    .
    .
    então, eu guardaria a parte maior do silêncio quando o sol anuncia o meio-dia
    e uma garça solitária sobrevoa a ria...

    "Apesar da sede"

    Bj, Graça.

    maré

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  16. A lentura da vida, nos distancia das nossas nascentes e isso não significa que a sede tenha abrandado com o excesso de vivência.
    Lindo, adoro esse poema!

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  17. Linda Amiga:
    Possui uma sensibilidade poética invulgar e maravilhosa. Muito doce e terna.
    "...O que quero dizer
    acompanha, devagar,
    o movimento do sol.
    E são cada vez mais lentos
    os passos que me levam
    na direcção das nascentes.
    Apesar da sede..."

    Uma saudade expressa com beleza e encanto.
    Perfeito, o seu versejar lindo. Puro.
    Lindo numa pessoa linda.
    Beijinhos de respeito, consideração e amizade.
    Excelente!


    p.pan

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  18. Tudo tem um começo e um fim, só que pos vezes já é tarde quando nos apercebemos
    bjs

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  19. são cada vez mais lentos
    os passos que me levam
    na direcção das nascentes.
    Apesar da sede."
    É a inocência que dá lugar à maturidade, à lucidez...
    Lindo!
    Beijo

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  20. Graça

    Sede.
    Nascente.
    Regresso.
    Urgente.
    Mesmo com passo
    lento..

    Abraço.

    EA

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  21. Tão coincidentes! só que o não seria dizer de uma forma tão poeticamente sublime.

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  22. Muito real, autêntico, muito bem construído o seu poema!
    Nunca é tarde demais para ir de novo beber às fontes da infância, o alento apetecido.
    Beijinhos e votos de um bom domingo.

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  23. Um lento retorno à fonte.
    Muito belo, Graça.
    Um beijo.

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  24. Poeta, que bom seria se tudo fosse mais simples. até a sede que se sente a uns passos da nascente...

    tão longe que ficou a infância. distendo o olhar para a sentir dentro de mim...

    como é bom lê-la, são sentires de encanto a sua poesia

    obrigada pelo que partilha, querida Poeta Graça Pires

    um abraço meu, onde a ternura existe

    beijinhos

    lena

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  25. Apesar da infância estar longe há sempre um pouquinho de inocência que não desaparece.

    Com um abraço amigo.

    Seja Feliz!

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  26. porque és mais mulher, Graça, porque és mais mulher. Um bj

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  27. pois é, tudo, podia ser mais simples, e por vezes somos nós que tudo complicamos.

    um bom poema, como sempre.

    fica um beij

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  28. O caminho faz-se caminhando e este teu roteiro é belíssimo, Graça
    Bjs

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  29. É, querida amiga, o passar do tempo, o dar-se a conhecer, a perceber, a captar fazem com que caminhemos a passos mais lentos, pois da inocência já despidos, sabemos o que virá, ao menos, intuímos ou deduzimos. Como sempre, belíssimo poema. Bj gde. Carinho. Bárbara Carvalho.

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  30. ...os passos até podem ser mais lentos...mas o que importa mesmo é caminhar....para chegar...

    *****

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  31. a perda da infância, da inocência, é irreversível. outros caminhos nos aponta o sol.
    gostei muito do poema.

    bjos.

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  32. Maravilhoso poema!
    Um grande abraço, Gisela Ramos Rosa

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