Gérard Castello Lopes
Reencontro-me com o estado primitivo
do outono e deixo-me seduzir
pelo paradoxal destino das gaivotas.
Dentro das minhas mãos ávidas de ter
Dentro das minhas mãos ávidas de ter
encalham navios vindos de todos os mares.
Depois exibo nos pulsos as marcas
de naufrágios inexplicáveis
enquanto percorro um cenário vazio
no mutismo de árvores que se despem
lentamente com o sopro magoado do poente.
Graça Pires
Graça Pires
De Outono: lugar frágil, 1993
um poema muito bom, e muito apropriado ao outono.
ResponderEliminargostei muito assim como da foto.
fica um beijo
Muito belo! Bem descrito o sentimento que me preside também no Outono! Adorei o poema. Beijos.
ResponderEliminarsimplesmente outonal...
ResponderEliminarCoincidências ou empatias?
ResponderEliminarDas suas palavras ficaram-me tantas imagens - gaivotas no mês de Setº, o mar, os naufrágios e, acima de tudo, "o sopro magoado do poente".
É curioso: nunca associei o outono ao mar... Também de alguma estranheza e da surpresa nascem encontros férteis entre o leitor e o poema.
ResponderEliminarUm beijo, desejando, como no poema, um bom reencontro com a estação que ora entra :)
Este oceano de poesia que transborda das suas mãos traz à tona belezas e tesouros inexplicáveis, Graça. Faço suas todas as estações do ano, para que as outras sejam contempladas com a mesma magia.
ResponderEliminarOs teus poemas são tão bonitos! O Outono inspirou-te. A mim, a nostalgia invade-me.
ResponderEliminarBeijinhos
É assim que as árvores fazem no outono: despem-se lentamente.
ResponderEliminarNão sei se o fazem com mágoa, mas se o vento do poente lhes conta dos naufrágios, então, sim, as árvores , embora em silêncio, olham para as marcas das tragédias nos pulsos do poema.
Abraço.
Obrigado.
EA
vou voltar...
ResponderEliminargosto
Outono...
ResponderEliminar"árvores que se despem lentamente
com o sopro magoado do poente"
Tão simples, tão real, tão belo...
Beijo.
uma das melhores surpresas dos últimos tempos
ResponderEliminaresta fotografia é fantástica e até chega a causar uma certa pequenina aguazinha nos olhos. guardo um postal igual comigo há muito tempo.
ResponderEliminartambém já tinha saudades de te ler:)
beijinho.
Como sempre!
ResponderEliminarMuito bem escrito.
Bjs
Como é bom "ler você"! Porque aqui: lemos você! Passa, com sua poesia e veia de inspiração, o estado do espírito, a aura dourada, a alvura da sua forma mais etérea! Como você é linda, minha amiga!
ResponderEliminarHá marcas de naufrágios inexplicáveis nos pulsos, mas o sangue que jorra desses ferimentos é de luz, porque a fez, em companhia de muitas outras coisas, o ser humano maravilhoso que é.
Poema que, como em todos os seus, transpira a alma feminina. Belíssimo!
Fez-me lembrar de um poema meu, intitulado: "Em Revoada", em que descrevo a trajetória das andorinhas a pedido de uma grande amiga, tendo inspirado-me também em nossa maravilhosa e enigmática alma feminina:
"(...) Tem algo de genético nessas aves que migram de região à outra; tem algo de genético em nós que migramos de lá para cá.
Andorinhas, somos, se isso não ocorrer, não sobrevivemos...
Partem em busca do alimento – espetáculo indescritível! E retornam ao cair da tarde. Atravessam a queda d’água para retornar ao ninho,como se uma fossem, como somos nós: singularmente uma!".
Beijo enorme, querida Graça!
Bárbara Carvalho.
Meu coração bebeu do outono, Graça, com o teu poema.
ResponderEliminarLindo, como todas as estações das tuas palavras.
beijo no coração.
Querida Graça,
ResponderEliminarcomo sempre, aqui há muito o que ler.
Quantidade e qualidade. Deus te abençoe por ambos. Um dia ainda hei de ficar em dia com a ortografia do olhar... e obrigada pelas visitas preciosas ao meu blog.
Um abraço.
Lindo post. Lindo Blog. Parabens,muito bom.
ResponderEliminarMaurizio
gostei desta entrada no outono!
ResponderEliminaraqui se "exibe" palavras setembrinas.....como se o outono fosse um manto. de silabas assim. gloriosas e límpidas...
ResponderEliminar_____________abraço Graça.
As gaivotas também cairão no outono? A melancolia, apesar de tudo, é inspiradora.
ResponderEliminarBeijinhos
Com este post tão lindo, o Outono será mais suportável.
ResponderEliminarUm beijo.
Linda Amiga:
ResponderEliminarEste "Reencontro com o Outono" é fenomenal. Indescritível de beleza e sensibilidade majistral poética.
"...Reencontro-me com o estado primitivo
do outono e deixo-me seduzir
pelo paradoxal destino das gaivotas.
Dentro das minhas mãos ávidas de ter
encalham navios vindos de todos os mares..."
Simplesmete majistral. Sublime!
Parabéns sinceros.
É muito agradável lê-la.
Beijinhos amigos de respeito que a estimam e consideram imenso.
p.pan
reencontro com o poente
ResponderEliminarda terra
onde vive o arrepio de todas as emocões.
_______
sempre a emoção, serena, a presidir à palavra.
um beijo
maré
Graça, andei à sua procura, por este mundo de silêncio e tudo o que encontrei seu me despertou o arrepio do espelho
ResponderEliminargosto das cores do teu belo poema. com que teces o Outono.
ResponderEliminarbelíssimo.
beijos
lindo...
ResponderEliminarexcelentes imagens de Outono.
abraço Graça
(luis eme)
Excelente "legenda" de uma fotografia que nem precisava de palavras.
ResponderEliminarFiquei maravilhada por este espaço.
Vou voltar para respirar o ar puro, que por vezes me falta.
Abraço
talvez proveniente de um desses “... navios vindos de todos os mares”, cheguei. em “Seara alheia”, deparei-me com um poema belíssimo de Herberto Helder, que não conhecia. isso é que foi/é um presente de boas-vindas!... mas a viagem foi longa e “Apesar da sede”, tuas palavras/versos me encaminharam “na direcção das nascentes” (quanta beleza no teu versejar!). por fim, como os anos cobram o seu tributo, senti-me em casa no teu “Reencontro com o Outuno”. valeu a viagem! grato pela partilha.
ResponderEliminardeixo um abraço fraterno.
Olá Graça, maravilhoso hino ao Outono!
ResponderEliminarAdorei a foto... Beijinhos de carinho,
Fernandinha
Prezada Graça,
ResponderEliminarConheci algo de tua obra através de Maria Carvalhosa e, por meio desta, venho até este blog deixar-te um convite para hhttp://psdecarvalho.multiply.com/photos/album/19/Das_leituras_dominicais_e_um_pedido
Será uma honra caso aceites este pedido.
Carinhosamente,
Paulo de Carvalho
ps: caso este convite saia repetido, peço que me desculpe, pois tive que enviar repetidas vezes por total desconhecimento de como se comenta por aqui.
Mais um belo poema, Graça, a mostrar que o tema ainda tem faces novas, apesar de tudo.
ResponderEliminarBeijo.
É.Sempre ficam nos pulsos as marcas dos naufrágios..
ResponderEliminarUm beijinho, Graça
Querida Graça,
ResponderEliminarO Outono parece surpreender-nos sempre, como se fosse o primeiro das nossas vidas...
Lindo poema!... Tal como o Outono, cada um dos teus poemas continua a conseguir surpreender-me,como se do primeiro se tratasse!
P.S. Desculpa, amiga, mas aproveito para te fazer mais um pedido: por favor tem em atenção o que te foi solicitado pelo Paulo de Carvalho. Trata-se de uma iniciativa humanitária verdadeiramente interessante, do ponto de vista cultural, que tende a combater a exclusão de deficientes visuais que, de outra forma, nunca poderiam ter acesso à beleza da poesia, em particular, e da escrita, em geral.
Para o caso de não estar acessível o endereço que ele aqui te deixou, passo a indicar o site: http://psdecarvalho.multiply.com/
Uma vez no site, entra, por favor, nas fotos, num post designado "Leituras dominicais e um pedido". Já agora, se lá fores, aproveita para visitar o blogue dele, que é de qualidade superior.
Muito obrigada, amiga.
Beijo terno.
alias-te à natureza no seu outono como tempo de partida, de ausência, de mágoa.
ResponderEliminarbeijos.
Fabuloso poema, Graça.
ResponderEliminarVocê é um dos poetas (meninos inclusos) que mais me espantam e encantam. Este seu outono é uma viagem a bordo da própria pele. Lindo filme.
Que suas gaivotas e minhas narcejas nos incitem a continuar voando.
Um beijo,
Chico