Goya
Quero que me devolvam o meu riso.
Inocente ou perverso, pertence-me.
Ouço-o, ainda, pela infância
fora quando ecoa na remota
memória da alegria.
Ouço-o na hora
de desocultar segredos,
golpeando palavras
ou inesperados silêncios.
Ouço-o, mesmo sabendo
que já não é possível
forjar, na voz, o breve instante
que vai do espanto
à original pureza do olhar.
Graça Pires
Quero que me devolvam o meu riso.
Inocente ou perverso, pertence-me.
Ouço-o, ainda, pela infância
fora quando ecoa na remota
memória da alegria.
Ouço-o na hora
de desocultar segredos,
golpeando palavras
ou inesperados silêncios.
Ouço-o, mesmo sabendo
que já não é possível
forjar, na voz, o breve instante
que vai do espanto
à original pureza do olhar.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
Uma semana muito fixe para si.
ResponderEliminarquando a vida nos sorri
ResponderEliminarUm clamor delicado por um riso que não se perdeu, que está presente em quem acaricia palavras, golpeando sim nossos corações com átimos da mais linda poesia.
ResponderEliminarQuero que me devolvam o meu riso.
ResponderEliminar----------
Há coisas, que quando se perdem, difícilmente voltam. É o caso de se perder a vontade de sorrir. Mesmo que se volte a sorrir, já não será um sorrir.
Fica bem. E a felicidade por aí.
Manuel
Cada dia esse olhar é mais interior, aquele interior que construtivo, aquele interior que interessa. Um final soberbo.
ResponderEliminarLindo!
ResponderEliminarRemete-nos para a memória do tempo em que o sorriso indicava que o olhar tinha encontrado, aquilo que o coração procurava.
Obrigada
Um beijinho
Sim, temos direito ao riso, à alegria!
ResponderEliminarSabes que apreciei muito o filme"Os Fantasmas de Goya" e que um dos meus quadros preferidos é dele?
Feliz semana, menina.
Gosto!
ResponderEliminar...E gosto, sobretudo, da frase que "fotografa" o momento. Ei-la:
"...Ouço-o, mesmo sabendo
que já não é possível
forjar, na voz, o breve instante
que vai do espanto
à original pureza do olhar."
Belissima imagem poética! Parabéns!
vou dizer um segredo:
ResponderEliminar(olhar puro? O SEU. definitivamnete.)
______________bjjo. Graça.
está devolvido...
ResponderEliminarabraço Graça
É verdade, Graça.
ResponderEliminarÀ medida que vai avançando a nossa idade até parece que o inibidor do riso, do sorriso até, se sobrepõe, como se de uma derradeira melancolia nos fosse impossível livrar.
Excelente poema.
Bjs
Gostei de te ler, neste teu olhar. Sabes quem aprecia muito Goya? Um escritor de quem gosto. Carlos Vaz. Espreita o blogue dele: "textualino". Um bj
ResponderEliminarO riso. Que podemos devolver a nós próprios quando parece que não...muitos beijos.
ResponderEliminarRemota memória da alegria.
ResponderEliminarouves o riso. è sinal que ainda não o perdeste. que o vais visitar. que o vais recuperar. ele está vivo. apenas ficou calado para dar lugar ao que a vida nos vai trazendo: dor e mágoas. mas tudo faz parte. depois o riso vem.é com as ondas do mar. é isso o que a vida nos vai ensinando.mas,sim: que o riso venha.há lá coisa mais linda?
ResponderEliminarBj.
EA
Belo. O poema do teu sorriso.
ResponderEliminarum beijo
a lágrima e o riso...o retorno à eterna criança...esse jogo de sensações vem perfumado no seu lindo poema...
ResponderEliminarabraço
"Quero que me devolvam o meu riso", nem que seja para rir de mim mesma...
ResponderEliminarExcelente poema, como todos os que escreves.
Beijo
Que te devolvam o teu sorriso. Mais um bonito poema.
ResponderEliminarBeijinhos
O riso puro da infancia ainda chega aos meus ouvidos.Rir é bom mas há momentos em que, até nem um sorriso,a nossa boca é capaz de mostrar.
ResponderEliminarUm grande abraço.
"o breve instante /que vai do espanto
ResponderEliminar/à original pureza do olhar"
Tão bonito, Graça! Lembrei-me de um poema de Char, um daqueles aforismos incríveis, acerca de "rir maravilhosamente". É algo que só a extrema inocência ou a entrega total consentem.
Um beijo, uma boa noite
Nunca deveríamos perder o riso, a alegria, a luz da vida. São nossos pertences de jornada.
ResponderEliminarLindo poema, lindas palavras.
beijo no coração
com o tempo possível hei de ser "o olhar"....
ResponderEliminar:)
Obrigada G. Muito.
"o breve instante que vai do espanto à original pureza do olhar"
ResponderEliminar- é assim que tem de ser dito. E foste tu que o disseste.
Um grande abraço.
maravilhoso blog, parabens muito bom.
ResponderEliminarMaurizio
cativante sorriso o que permanece no eco...
ResponderEliminarbeijos
Muito belo, intenso, este poema!
ResponderEliminarO sorriso, esse estará sempre presente, mesmo "quando ecoa na remota memória da alegria"
Simplesmente, lindo...
Beijinhos.
tocante.
ResponderEliminarBeijo,
mariah
Se não te devolverem o teu sorriso, toma-o de volta. Se não for possível tomá-lo de volta, cria outro, inocente ou perverso, ou com qualquer outro adjetivo.
ResponderEliminarAs "memórias de Dulcineia" são muito interessantes. Adoro lê-las.
Beijo grande.
Ah! Te falei que tenho material belíssimo aqui? Que recebi de presente livros especiais? de autoria de alguém muito especial? (riso - o meu, não perverso, mas tomado de volta ou recriado).
Outro beijo.
Bárbara Carvalho.
Contigo a cultura é ar que se respira...
ResponderEliminarDoce beijo
...Eu acredito na força...na magia de um sorriso...
ResponderEliminarNão quero sequer pensar que algum dia possa deixar de sorrir...
Que tambem tu continues a sorrir***
E no sorriso
ResponderEliminarse descreve
a doçura do teu
sentir...
Um abraço carinhoso e continuação de boa semana ;)
e inesperados silêncios
ResponderEliminarmargens de mar
dedos de sal
vindos do longe...
beijo, Graça
maré
Já publiquei no Multiply, Graça. Agora, já sabes, aproveitei a tua autorização, que entendo sem limite temporal e, como já lá tens um público fiel... há que alimentá-lo!
ResponderEliminarBeijos, querida amiga.
lamento pela perda (ou distância)do riso (ou da inocência) da infância. muito bomito.
ResponderEliminarum beijo, Graça.
nada é como no início. tudo evolui!
ResponderEliminartudo se desfaz na ausência dos ventos.
daí as lágrimas em papel,
os traços incertos em suspiros.
fica o ensejo de recriar o ser,
do reflexo tangível de outrora.
Obrigado.
tenta, nunca se sabe quando a garagalhada dispara no maior dos sorrisos.
ResponderEliminarum beijo
Sempre que não tenho palavras é porque amo-las...é um poema que senti muito perto de mim. Chegou devagar, para ficar sempre, com delicadeza...
ResponderEliminarum encontro belo com a tua poesia...
um beijo
Não aconselho a "cinzas de carvalho" o uso da "burka", pois com o clima tropical do Brasil,seria uma tortura.
ResponderEliminarLi o poema e é óbvio que a sua simbologia escatológica, como alguém muito bem disse, nada tem da politiqueirice, compêndio de História ou jornalismo que a sua leitura redutora lhe quis imprimir.
"A Torre" ou "Casa de Deus" é uma carta (um arcano maior) do baralho de Tarot. ARCANO se intitula o poema, onde também ressoa duma maneira engenhosa o mito de Babel.
Aliás, o livro, que conheço, de onde é extraído o poema, tem muitos outros, de desapego e desconstrução do conceito de manhã. Daí o seu título que nada tem a ver com leituras políticas simplistas e apressadas.
lindo de tão triste. abraço Graça.
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