Repito as palavras.
Lentamente as pronuncio.
Tão límpidas que me dói dizê-las:Ela batalha em mim
e vence em mim
e eu vivo e respiro nela.
Guardo as palavras,
secretamente,
como quem esconde,
com pudor, o lado
mais sensual do corpo.
Guardo as palavras.
Assombro-me com elas.
E choro a meio da noite
com os olhos carregados
de inocência.
Como se fora uma criança.
Graça Pires
Lentamente as pronuncio.
Tão límpidas que me dói dizê-las:Ela batalha em mim
e vence em mim
e eu vivo e respiro nela.
Guardo as palavras,
secretamente,
como quem esconde,
com pudor, o lado
mais sensual do corpo.
Guardo as palavras.
Assombro-me com elas.
E choro a meio da noite
com os olhos carregados
de inocência.
Como se fora uma criança.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
Muito bonito, Graça!! Adorei! Beijos.
ResponderEliminaras tuas palavras Graça estão comigo. na sombra dos dias mais puros.
ResponderEliminarguardo-As .
todas.
e são-me também os dias.
obrigada!!!!
!beijo!
Eu também guardo todas as palavras que leio no seu espaço.
ResponderEliminarUm beijo
A criança que nos ajuda a construir.Um beijo.
ResponderEliminarÉ um poema harmonioso que dá gosto ler em voz alta.
ResponderEliminarBeijo.
EA
belíssima imagem e poema tocante...o elemento lírico da sua escrita é sublime...gosto muito de ler a sua poesia e prosa poética...
ResponderEliminarabraços
elas, que conhecem a noite
ResponderEliminare o seu corpo de assombro
elas, que se guardam e amanhecem
amanhecem
das sombras
redondas
e cheias...
um beijo, Graça, cheio!
maré
A palavra: nosso verdadeiro existir. Belo, como sempre. Abraço.
ResponderEliminarComo se fora uma criança, encanto-me sempre com a tua escrita.
ResponderEliminarUm beijo.
Imagem bonita, é um quadro(interrogação)
ResponderEliminarrepete as palavras... a sua beleza merece que sejam repetidas!
ResponderEliminarbeijo
luísa
Graça,
ResponderEliminarMande-me seu endereço eletrônico, quero te mandar uma mensagem:
gryllus57@gmail.com
Beijooo,
Chico
Muito bonitas as palavras que nos ofereces. Gostei.
ResponderEliminarUm beijo
Não há que temer a Babel; mesmo que para isso -- Será desnecessário -- se apele à inocência para evitar más interpretações e poder dizer, escrever e ler o que se desenhar coma as letras: ideias/palavras/afectos/O que for.
ResponderEliminarBjs
"Guardo as palavras.
ResponderEliminarAssombro-me com elas"
também eu.
também eu.
Palavras tão límpidas que nos assombramos com elas. E não passo a vontade de seu leitor Eduardo Aleixo, pois frequentemente leio em voz alta os seus versos, repletos de musicalidade e ainda guardando a beleza de silêncios.
ResponderEliminara pureza das crianças!
ResponderEliminarNa linguagem infantil...a imensidão do amor!!
ResponderEliminarTd lindo por aqui...como sempre!
Abraços mil!!!
Obrigada pelo carinho de sempre no meu Cotidiano.
ResponderEliminarLiberta as palavras para que elas possam cunmprir missão dos seus vôos.
ResponderEliminarCadinho RoCo
muito obrigado pela tua visita, Graça, acho que o teu blog é muito giro e o poema também com muitas semelhanças com a idea do poema de Cinaty que eu pus... parabens!
ResponderEliminar(e viva, sempre, o Zeca!)
É ternura ser corpo adulto, com coração de criança, que o sejas sempre...
ResponderEliminarBeijito
a cisão
ResponderEliminaro esconder o lado sensual do corpo
tão sensual que é quase inocência...
Lindo!!!
Um beijo, Graça.
"Guardo as palavras,
ResponderEliminarsecretamente,
como quem esconde,
com pudor, o lado
mais sensual do corpo"
Memórias de um tempo de inocência guardadas com emoção...
Beijo.
Uma dualidade em (poema)conflito...
ResponderEliminarabraços!
guardas as palavras de Dulcineia, para as libertar na bonita janela de Balthus...
ResponderEliminarabraço Graça
Quantas as palavras que se guardam, Amiga, quantas! Por pudor, por medo, por timidez, por desinteresse...quantas!
ResponderEliminarMas bendigo aquelas que se dizem e cumprem o seu destino
Beijos e bom fim de semana!
Maria Mamede
Há palavras que, por vezes, depois de proferidas já não voltam mais para nós!
ResponderEliminarO melhor será guardá-las "secretamente" mesmo que para isso "chore a meio da noite com os olhos carregados de inocência, como se fora uma criança".
Um dia elas soltar-se-ão e com elas virá a felicidade!
Belo poema para dissecar...
Beijinhos,
Seria Dom Quixote dizendo a Dulcinéia que:
ResponderEliminar"Ela batalha em mim e vence em mim e eu vivo e respiro nela"?
Cada vez mais instigantes e belas essas memórias!
Bj enorme e muito obrigada pelas visitas e opiniões em meu blog, sempre de grande valia e importância para mim.
Bárbara Carvalho.
O sonho de hoje voa no amanhã
ResponderEliminarEsta terra prende-me os pés
Um fruto maduro é repasto de pássaro
Um caminho feito de lés a lés
Taça de finos aromas
Uma súplica presa na brisa da tarde
Na morada dos teus maiores desejos
Há um coração que por ti arde
Bom domingo
Mágico beijo
Há palavras que não podem ser ditas, palavras que não nomeam...palavras que são só presenças de neve que quando se tocam já não existem, como uma ausência eterna...
ResponderEliminarum beijo
Este poema interpela-nos. E não menos a ilustração de Balthus, quase sempre inquietante e aqui aparentemente "silencioso". Também esta Dulcineia silencia, a seu modo...
ResponderEliminarUm beijo, Graça, bom fim-de-semana. E parabéns pelos dardos :)
"...Guardo as palavras,
ResponderEliminarsecretamente,
como quem esconde,
com pudor, o lado
mais sensual do corpo."
Não as guarde, Graça!
Deixe romper desse corpo as palavras guardadas, como a água cristalina e pura que rompe a montanha inacessível; deixe-as brotar, qual nascente que dá de beber à nossa sede...
Um abraço carinhoso
A palavra é a vida do poeta. E a tua vida, Graça, é tão rica, tão profunda, tão inigualável.
ResponderEliminarbeijo no coração
...belo e puro...como se fosse uma criança :))
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