21.1.09

Da chuva

Edouard Boubat

No contorno das pedras, se imagina
a impaciência das águas no inverno,
quando a terra se encharca
do lamento dos ventos.
Carrego, comigo, um pavor de relâmpagos,
incendiados na rama das oliveiras.
E ando descalça, no ribeiro,
a procurar indícios da infância.


Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005

54 comentários:

  1. "Impaciência das águas do inverno", "lamento dos ventos": quão belos são os caminhos dos seus pés num chão mágico que germina textos assim. Mais uma página de encanto para nosso deleite, minha querida Graça.

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  2. e levei um pouco deste "olhar"....



    por completar e muito o que hoje não soube dizer....



    beijo. muito grato.

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  3. Da infância escorre um olhar líquido sobre o tempo. Belíssimo. Graça. E que fotografia!

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  4. Fantásticas as palavras, fantástica a imagem!! Um post perfeito! Gostei imenso. Muitos beijinhos.

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  5. Doce Amiga:
    Uma pessoalidade assumida no frio do Inverno de forma admirável. Linda!
    Perfeita poesia de sonho.
    Excelente.

    Beijinhos

    Peter Pan

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  6. E da infância chegam murmúrios do tempo...
    Beijo, Graça.

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  7. descobrir a arma.


    gostei muito!

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  8. o tempo arredio das águas impacientes, é linda a imagem que nos provoca com o poema.A infância é um longo andar quando incendeia.

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  9. ...uma busca sob fogo!


    Absolutamente belo!

    Abraço
    ___________ JRMARTO

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  10. É o que todos procuramos a vida inteira.Faz bem em lembrar-nos.
    um beijinho

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  11. Os medos da infância acompanham-nos a vida inteira.

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  12. Belíssimo!

    Voltar à infância, taí um bom motivo pra viver.

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  13. carregado de brumas. e de infância.

    cegam de beleza as tuas palavras. como "temíveis" relâmpagos.

    beijos

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  14. Mesmo que não goste de chuva... gosto. E muito!

    abraços!

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  15. formalmente é lindo.

    mas, mais importante ainda é que toca cá dentro: também procuro por todo o lado indícios da infância. por vezes a fadiga parece querer levar a melhor. mas vou encontrando...


    um beijo muito grande

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  16. O medo passa quando se contempla os relâmpagos com os olho bem abertos. Mas depois, fica um vazio!

    Beijos

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  17. Graça, as memórias da infância estão coladas para sempre, não é?
    Abraços.

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  18. a chuva camina sempre pegada às palavras... Belo poema!
    um beijo

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  19. um belo poema onde se destaca um querer regressar por breves momentos à infãncia.

    fica um beij

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  20. ...é lindo o seu poema Graça!


    a fonte, a infância,


    "A vida brotando. Infinita e imprevisível. O primeiro raio de luz após as chuvas" José Vilhena, Aparecimentos, p. 16


    beijinhos

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  21. Todos nós Graça, todos, algum dia e algures, andamos em busca do passado, próximo ou longínquo, onde ficaram nossas raízes e nossas pegadas.
    Muito belo o poema, como sempre, mais ainda pelas reflexões a que nos pode levar.
    Beijos

    Maria Mamede

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  22. Mais um lindo poema, Graça.

    Onirismo e paisagens memorialísticas colorem o desejo do eu-lírico de reencontrar as sensações [infantis] impressas nas pedras.

    Belíssimo poema.

    Abraços,
    H.F.

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  23. Uma delícia, Graça!

    Bjs

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  24. Com este retrato e esta maneira de dizer as coisas até fico a gostar mais de chuva.

    Muitos cumprimentos.

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  25. nos dedos do acaso
    lamentosos do vento
    carrego comigo
    o lume sonâmbulo das árvores
    à procura de uma melodia
    a recomeçar nas mãos.

    _____

    BELÍSSIMO, Graça!
    um beijo imenso

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  26. Lindo...Também eu ainda agora adoro andar descalça. pelos ribeiros, pelos prados. até no cimento da cidade.
    Um beijo pela memória da infância.

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  27. (...)E ando descalça, no ribeiro,
    a procurar indícios da infância


    Muito bonito este teu poema...e a imagem que escolheste.
    Jinhos

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  28. lá fora chove
    gostava de andar lá fora
    a fazer corridas
    nas valetas dos caminhos
    cheias de água apressada
    corridas com barquinhos
    com velas de alindar
    fabricados de cascas
    de pinheiros
    de calças arregaçadas
    e saco de linhagem na cabeça
    lá fora chove
    mas não chove no meu coração
    eheheh...
    beijo

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  29. O mundo blogueiro é vasto mesmo....passei em um blog amigo e achei o seu....conteudo..poesias...noticias....
    blog q te faz voltar sempre...participar....

    parabens pelo conteudo aqui apresentado.....

    abraços

    Philip Rangel

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  30. Olá, amiga!

    Recebi um mail, penso que é seu, a dar conta do recebimento do meu livro.
    Por vezes, os nomes confundem-nos, pois há várias pessoas com o mesmo nome primeiro.

    Como vê, os Correios trabalham muito mal.
    O livro foi enviado há séculos.

    Quanto ao seu poema, uma pergunta simples:

    Tem algum livro editado. Francamente ao sei.

    Diga qualquer coisa.

    Beijinho.

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  31. Na infância tudo é mágico. Esta chuva agreste vai formando afluentes que ocupam todos os caminhos como se quizessem alcançar os rios.

    Também tenho medo da trovoada :)

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  32. Já comentei o Post doce, lindo e brilhante com que nos contemplou.
    Vim agradecer a sua imensa amabilidade, simpatia e encanto.
    Pessoas como VOCÊ já não existem.
    Uma visita que ficou guardada e registada.
    OBRIGADO sentido e sincero.
    Bem-Haja, amiga.

    Beijinhos

    Com cordial admiração pelo génio que "mora" em si.
    Possui uma dedicação e encanto que transcendem
    Adorei o precioso comentário que me fez...

    peter pan

    OBRIGADO!

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  33. um olhar húmido de sonhos de infância. a tua linguagem poética é admirável. beijos

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  34. Uma infância poética!


    Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

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  35. PS - Juro que passei a gostar de chuva..

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  36. Há grande magia poética em suas palavras, Graça.

    Chuva, ventos, relâmpagos e ribeiros para nós, que sofremos falta d'água, são imagens preciosas.

    Lindo poema, parabéns!

    Abraço,
    Maria clara.

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  37. Na minha infância também se dizia que os raios das trovoadas, os " perigos", eram chamados por certas árvores, entre as quais, a oliveira. A oliveira atraía o raio. É uma imagem da infância. Outra era adorar andar de " pata descalça ". Mas a minha mãe não me deixava: era como andar como os mendigos e os malteses. Mas eu assim que me apanhava fora da alçada dela juntava-me aos meus amigos mais pobres e andava descalço. Nas ribeiras. Na margem do Guadiana. Sobre as pedras do rio. O teu poema faz-me lembrar estas coisas. Gostei. Beijo.
    Eduardo

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  38. Um poema - e uma fotografia - para o dia de hoje, tão cheio da presença da chuva e da sua capacidade de acordar memórias e devaneios.
    Um beijo

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  39. Muito lindo o seu blog!
    Belas poesias!
    Parabéns!

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  40. Doce inverno, doce infância.
    Um beijo

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  41. como no contorno dos rostos se lê a impaciência da vida


    beijos

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  42. Encontrar a infância na rama das olveiras.
    Saudades
    Beijo

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  43. andamos quase todos...

    abraço Graça

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  44. A chuva sempre inspiradora, a entrar de mansinho nos nossos corações e a trazer as memórias de infância.
    Lindo.
    Beijinhos.

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  45. que bonito......

    e eu que adoro o inverno............
    e... a infância...

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  46. "E ando descalça, no ribeiro
    a procurar indícios da infância".

    Palavras poéticas, belíssimas, que levam o pensamento para o tempo em que tudo era inocente, mágico....
    A fotografia de Edouard Boubat é um espanto, e está mesmo adequada ao tema.

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  47. a natureza e a natureza humana.

    o sentir.

    sentir a terra e sentir-se.

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  48. Saudações, primeiramente venho agradecer a participação ao debate no Entrando Numa Fria, saiba que sua presença é muito importante por lá.

    gosto de ver a chuva pela janela...passa sentimento de calma...

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  49. Poesia é a linguagem peculiar de alguém capaz de levar os leitores a descobertas acerca de si mesmos. E o poema é lindo, Graça.

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  50. dos invernos, presentes, e dos de infância com os seus medos e a pés descalços.

    beijo, Graça.

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  51. Graça,
    O seu blog é para mim uma referência.
    Bjs

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  52. Linda a imagem 'quando a terra se encharca do lamento dos ventos' e todo o poema. Adoro a tua poesia, Graça.
    beijo no coração

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  53. Tive que vir aqui... Este teu poema é um êxtase literário... Pensamento sublime e maravilhoso...

    A estrofe final, per si manda muito bem em qualquer comparação literária com qualquer expoente da literatura.

    "Carrego, comigo, um pavor de relâmpagos,
    incendiados na rama das oliveiras.
    E ando descalça, no ribeiro,
    a procurar indícios da infância.
    "
    (Graça Pires)

    Parabéns, Graça Pires. Como diria minha amiga JChristie, 'tua inspiração é divina'.

    Beijo.

    Lustato
    Visite:
    Rede Brasil Poesias
    http://brasilpoesias.ning.com

    e o nosso Blog Oficial da Rede Brasil Poesias
    http://brasilpoesias.blogspot.com

    Vou te enviar um convite, no próximo comentário.

    bj.

    Lustato


    Espero que aceite.

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  54. ...Até pode chover...mas como diz um amigo...há sempre um coração com gurda chuva :))

    Gosto de chuva e da tua escrita que tal como a chuva fininha ....vai molhando molhando devagarinho ****

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