Edouard Boubat
No contorno das pedras, se imagina
a impaciência das águas no inverno,
quando a terra se encharca
do lamento dos ventos.
Carrego, comigo, um pavor de relâmpagos,
incendiados na rama das oliveiras.
E ando descalça, no ribeiro,
a procurar indícios da infância.
Graça Pires
a impaciência das águas no inverno,
quando a terra se encharca
do lamento dos ventos.
Carrego, comigo, um pavor de relâmpagos,
incendiados na rama das oliveiras.
E ando descalça, no ribeiro,
a procurar indícios da infância.
Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005
"Impaciência das águas do inverno", "lamento dos ventos": quão belos são os caminhos dos seus pés num chão mágico que germina textos assim. Mais uma página de encanto para nosso deleite, minha querida Graça.
ResponderEliminare levei um pouco deste "olhar"....
ResponderEliminarpor completar e muito o que hoje não soube dizer....
beijo. muito grato.
Da infância escorre um olhar líquido sobre o tempo. Belíssimo. Graça. E que fotografia!
ResponderEliminarFantásticas as palavras, fantástica a imagem!! Um post perfeito! Gostei imenso. Muitos beijinhos.
ResponderEliminarDoce Amiga:
ResponderEliminarUma pessoalidade assumida no frio do Inverno de forma admirável. Linda!
Perfeita poesia de sonho.
Excelente.
Beijinhos
Peter Pan
E da infância chegam murmúrios do tempo...
ResponderEliminarBeijo, Graça.
descobrir a arma.
ResponderEliminargostei muito!
o tempo arredio das águas impacientes, é linda a imagem que nos provoca com o poema.A infância é um longo andar quando incendeia.
ResponderEliminar...uma busca sob fogo!
ResponderEliminarAbsolutamente belo!
Abraço
___________ JRMARTO
É o que todos procuramos a vida inteira.Faz bem em lembrar-nos.
ResponderEliminarum beijinho
Os medos da infância acompanham-nos a vida inteira.
ResponderEliminarBelíssimo!
ResponderEliminarVoltar à infância, taí um bom motivo pra viver.
carregado de brumas. e de infância.
ResponderEliminarcegam de beleza as tuas palavras. como "temíveis" relâmpagos.
beijos
Mesmo que não goste de chuva... gosto. E muito!
ResponderEliminarabraços!
formalmente é lindo.
ResponderEliminarmas, mais importante ainda é que toca cá dentro: também procuro por todo o lado indícios da infância. por vezes a fadiga parece querer levar a melhor. mas vou encontrando...
um beijo muito grande
O medo passa quando se contempla os relâmpagos com os olho bem abertos. Mas depois, fica um vazio!
ResponderEliminarBeijos
Graça, as memórias da infância estão coladas para sempre, não é?
ResponderEliminarAbraços.
a chuva camina sempre pegada às palavras... Belo poema!
ResponderEliminarum beijo
um belo poema onde se destaca um querer regressar por breves momentos à infãncia.
ResponderEliminarfica um beij
...é lindo o seu poema Graça!
ResponderEliminara fonte, a infância,
"A vida brotando. Infinita e imprevisível. O primeiro raio de luz após as chuvas" José Vilhena, Aparecimentos, p. 16
beijinhos
Todos nós Graça, todos, algum dia e algures, andamos em busca do passado, próximo ou longínquo, onde ficaram nossas raízes e nossas pegadas.
ResponderEliminarMuito belo o poema, como sempre, mais ainda pelas reflexões a que nos pode levar.
Beijos
Maria Mamede
Mais um lindo poema, Graça.
ResponderEliminarOnirismo e paisagens memorialísticas colorem o desejo do eu-lírico de reencontrar as sensações [infantis] impressas nas pedras.
Belíssimo poema.
Abraços,
H.F.
Uma delícia, Graça!
ResponderEliminarBjs
Com este retrato e esta maneira de dizer as coisas até fico a gostar mais de chuva.
ResponderEliminarMuitos cumprimentos.
nos dedos do acaso
ResponderEliminarlamentosos do vento
carrego comigo
o lume sonâmbulo das árvores
à procura de uma melodia
a recomeçar nas mãos.
_____
BELÍSSIMO, Graça!
um beijo imenso
Lindo...Também eu ainda agora adoro andar descalça. pelos ribeiros, pelos prados. até no cimento da cidade.
ResponderEliminarUm beijo pela memória da infância.
(...)E ando descalça, no ribeiro,
ResponderEliminara procurar indícios da infância
Muito bonito este teu poema...e a imagem que escolheste.
Jinhos
lá fora chove
ResponderEliminargostava de andar lá fora
a fazer corridas
nas valetas dos caminhos
cheias de água apressada
corridas com barquinhos
com velas de alindar
fabricados de cascas
de pinheiros
de calças arregaçadas
e saco de linhagem na cabeça
lá fora chove
mas não chove no meu coração
eheheh...
beijo
O mundo blogueiro é vasto mesmo....passei em um blog amigo e achei o seu....conteudo..poesias...noticias....
ResponderEliminarblog q te faz voltar sempre...participar....
parabens pelo conteudo aqui apresentado.....
abraços
Philip Rangel
Olá, amiga!
ResponderEliminarRecebi um mail, penso que é seu, a dar conta do recebimento do meu livro.
Por vezes, os nomes confundem-nos, pois há várias pessoas com o mesmo nome primeiro.
Como vê, os Correios trabalham muito mal.
O livro foi enviado há séculos.
Quanto ao seu poema, uma pergunta simples:
Tem algum livro editado. Francamente ao sei.
Diga qualquer coisa.
Beijinho.
Na infância tudo é mágico. Esta chuva agreste vai formando afluentes que ocupam todos os caminhos como se quizessem alcançar os rios.
ResponderEliminarTambém tenho medo da trovoada :)
Já comentei o Post doce, lindo e brilhante com que nos contemplou.
ResponderEliminarVim agradecer a sua imensa amabilidade, simpatia e encanto.
Pessoas como VOCÊ já não existem.
Uma visita que ficou guardada e registada.
OBRIGADO sentido e sincero.
Bem-Haja, amiga.
Beijinhos
Com cordial admiração pelo génio que "mora" em si.
Possui uma dedicação e encanto que transcendem
Adorei o precioso comentário que me fez...
peter pan
OBRIGADO!
um olhar húmido de sonhos de infância. a tua linguagem poética é admirável. beijos
ResponderEliminarUma infância poética!
ResponderEliminarAbraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO
PS - Juro que passei a gostar de chuva..
ResponderEliminarHá grande magia poética em suas palavras, Graça.
ResponderEliminarChuva, ventos, relâmpagos e ribeiros para nós, que sofremos falta d'água, são imagens preciosas.
Lindo poema, parabéns!
Abraço,
Maria clara.
Na minha infância também se dizia que os raios das trovoadas, os " perigos", eram chamados por certas árvores, entre as quais, a oliveira. A oliveira atraía o raio. É uma imagem da infância. Outra era adorar andar de " pata descalça ". Mas a minha mãe não me deixava: era como andar como os mendigos e os malteses. Mas eu assim que me apanhava fora da alçada dela juntava-me aos meus amigos mais pobres e andava descalço. Nas ribeiras. Na margem do Guadiana. Sobre as pedras do rio. O teu poema faz-me lembrar estas coisas. Gostei. Beijo.
ResponderEliminarEduardo
Um poema - e uma fotografia - para o dia de hoje, tão cheio da presença da chuva e da sua capacidade de acordar memórias e devaneios.
ResponderEliminarUm beijo
Muito lindo o seu blog!
ResponderEliminarBelas poesias!
Parabéns!
Doce inverno, doce infância.
ResponderEliminarUm beijo
como no contorno dos rostos se lê a impaciência da vida
ResponderEliminarbeijos
Encontrar a infância na rama das olveiras.
ResponderEliminarSaudades
Beijo
andamos quase todos...
ResponderEliminarabraço Graça
A chuva sempre inspiradora, a entrar de mansinho nos nossos corações e a trazer as memórias de infância.
ResponderEliminarLindo.
Beijinhos.
que bonito......
ResponderEliminare eu que adoro o inverno............
e... a infância...
"E ando descalça, no ribeiro
ResponderEliminara procurar indícios da infância".
Palavras poéticas, belíssimas, que levam o pensamento para o tempo em que tudo era inocente, mágico....
A fotografia de Edouard Boubat é um espanto, e está mesmo adequada ao tema.
a natureza e a natureza humana.
ResponderEliminaro sentir.
sentir a terra e sentir-se.
Saudações, primeiramente venho agradecer a participação ao debate no Entrando Numa Fria, saiba que sua presença é muito importante por lá.
ResponderEliminargosto de ver a chuva pela janela...passa sentimento de calma...
Poesia é a linguagem peculiar de alguém capaz de levar os leitores a descobertas acerca de si mesmos. E o poema é lindo, Graça.
ResponderEliminardos invernos, presentes, e dos de infância com os seus medos e a pés descalços.
ResponderEliminarbeijo, Graça.
Graça,
ResponderEliminarO seu blog é para mim uma referência.
Bjs
Linda a imagem 'quando a terra se encharca do lamento dos ventos' e todo o poema. Adoro a tua poesia, Graça.
ResponderEliminarbeijo no coração
Tive que vir aqui... Este teu poema é um êxtase literário... Pensamento sublime e maravilhoso...
ResponderEliminarA estrofe final, per si manda muito bem em qualquer comparação literária com qualquer expoente da literatura.
"Carrego, comigo, um pavor de relâmpagos,
incendiados na rama das oliveiras.
E ando descalça, no ribeiro,
a procurar indícios da infância."
(Graça Pires)
Parabéns, Graça Pires. Como diria minha amiga JChristie, 'tua inspiração é divina'.
Beijo.
Lustato
Visite:
Rede Brasil Poesias
http://brasilpoesias.ning.com
e o nosso Blog Oficial da Rede Brasil Poesias
http://brasilpoesias.blogspot.com
Vou te enviar um convite, no próximo comentário.
bj.
Lustato
Espero que aceite.
...Até pode chover...mas como diz um amigo...há sempre um coração com gurda chuva :))
ResponderEliminarGosto de chuva e da tua escrita que tal como a chuva fininha ....vai molhando molhando devagarinho ****