Alvarez Bravo
Houve noites em que sonhei
que o sol incendiava as pedras
que eu pisava.
Ou eram os meus pés
que ateavam o fogo?
À espera que as lembranças
me tranquilizem
cubro, com o véu do tempo,
o meu verdadeiro rosto.
Desfaço a bainha
dos panos que me vestem
com a farpa desta sede lenta
que se oculta na terra
sem retorno.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
que o sol incendiava as pedras
que eu pisava.
Ou eram os meus pés
que ateavam o fogo?
À espera que as lembranças
me tranquilizem
cubro, com o véu do tempo,
o meu verdadeiro rosto.
Desfaço a bainha
dos panos que me vestem
com a farpa desta sede lenta
que se oculta na terra
sem retorno.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
"Ou eram os meus pés
ResponderEliminarque ateavam o fogo?"
Desconfio que somos sempre nós que nos incendiamos.
Um lindíssimo poema que me diz bastante!
um abraço
Um lindo poema, Graça. Uma foto muito sensual. Gostei imenso. Beijos.
ResponderEliminarà tua espera
ResponderEliminarinvento em pregas surdas o meu destino...um tecido-refúgio para atravessar as incongrências da noite.
_____
Dizer que é belíssimo é tão pequeno Graça...
um beijo grande, grande
O tempo relembrando-nos de nós mesmos... sempre o tempo.
ResponderEliminarBelíssimo este poema, principalmente o final.
Um beijinho, Graça
Belíssimo, Graça.
ResponderEliminarO fogo é a essência da vida,
mesmo que o aprisionemos dentro de nós,
ele escorre por entre os dedos, ascende labaredas
que queimam nossos pés descalços...
Mais um lindíssimo poema, Graça.
Forte abraço, minha amiga.
H.F.
Há noites que ficam sempre vazias....Apesar de todos os suspiros e desejos....
ResponderEliminarLindo....Gostei muito...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Do jeito que anda o clima, bem capaz das pedras pegarem fogo mesmo.
ResponderEliminarViva Graça!
ResponderEliminarpoema encantador cheio do lirismo da vida e da saudade...alta qualidade a da sua poesia...o tempo é safado...tenho sido mais parco nas visitas. mas me sinto gratificado sempre que a visito.
beijinho,
véu de maya.
Quem ateava o fogo? Talvez a fusão de tudo...
ResponderEliminarUma feliz semana, linda!
Não, não eram as arestas rugosas das pedras que arrepiavam a pele e enchameavam o andar...
ResponderEliminarO fogo nascia dentro das veias... quando o musgo aveludado, que nelas adormecera, tocava os pés descalços... ou, quando o meu olhar se perdia, no verde do caminho, onde havia ainda o som dos meus passos abrindo as ruas da espera... e de todos os possiveis...
Abraço forte
Tão belo :) E a foto bem enquadrada no poema.
ResponderEliminarTão lindo o teu poema, Gracinha, e tão bela a foto!
ResponderEliminarGostei muuuuuiiiitttoooo!
Beijos.
EA
"o sol incendiava as pedras
ResponderEliminarque eu pisava.
Ou eram os meus pés
que ateavam o fogo?".
Lindíssimo poema, Graça Pires. Sente-se a chama em cada palavra e imagem.
Você é uma poetisa abençoada por DEUS. Possui o dom de comunicar, com beleza poética, os sentimentos.
Bravíssimo!
Maria Clara.
Lindo poema! Linda foto!
ResponderEliminarMostra a forma de como nos sentimos.. um mostrar.. querendo esconder...
bjs
Linda Amiga:
ResponderEliminarUm esbelto rosto oscultado por pés de sonho incendiados de um sentir de desejo. Um poema doce e sensível, em que a imagem condiz fielmente com o fabuloso versejar.
Lindo. Puro. Perfeito.
Beijinhos amigos de respeito e estima.
Sempre a dmirar a bela poetisa que é.
pena
OBRIGADO pela simpatia no meu blog.
Bem-Haja!
Um poema cheio de fogo, do fogo que certas lembranças nos criam.
ResponderEliminarÉ sempre agradável lê-la.
Um abraço
colapsos.
ResponderEliminarbeijo
"desta sede lenta que se oculta na terra sem retorno."
ResponderEliminarpalavras em fogo
na escrita plantada no tempo.
belo, este "houve noites"!
clap clap clap
ResponderEliminarpor todas a s noites que hoje são dias . intensos. de luz. a irradiar sonoridades que se perpetuam.
beijo Graça.
imenso.
"Houve noites em que sonhei
ResponderEliminarque o sol incendiava as pedras"...
um poema muito bom, Graça Pires!
beijo, mariah
lindo...
ResponderEliminarque bela mancha de sonhos que tens, Graça.
abraço
"...desta sede lenta
ResponderEliminarque se oculta na terra
sem retorno."
Magnífico este final!
Poema que traduz um imenso sentimento e emoção...
A fotografia é belíssima, carregada de sensualidade.
Beijo.
De regresso e fazendo a ronda pelos meus blogues favoritos como gostei deste poema. Aliás voltarei para ler os que a minha ausência me impediu de usufruir. Um abraço
ResponderEliminaresta fotografia é belíssima, graça. de uma ternura e pureza comoventes. uma certeira ilustração das suas palavras, que do passado renasceram e se iluminaram. um rosto descoberto, o do poema :) um grande beijinho.
ResponderEliminarFogo que nos aquece nas noites frias de inverno.
ResponderEliminarUm beijo
Olá Graça voei até aqui e ao pousar no teu ninho, vi que tens um cantinho maravilhoso, cheio de poemas lindos com diversos temas.
ResponderEliminarGostei de aqui parar voltarei.
Que um anjo te ilumine
sim, esse incêndio começa em nós e espalha-se em volta
ResponderEliminarbelo e expressivo poema...
ResponderEliminaro fogo das noites vibrantes. que teimam na sede lenta...
beijos
Sede que só a terra sabe.
ResponderEliminarLindíssimo, Graça.
Um beijo.
Intenso. De corpo e alma. Tanta entrega...
ResponderEliminarBeijo.
Que bonito! *
ResponderEliminarLindísimo Graça e a foto xenial tamén.
ResponderEliminarUn post redondo.
Unha aperta.
:)
_________________________________
ResponderEliminarBelas imagens em seu poema, Graça!
Beijos de luz e o meu carinho...
___________________________________
A desnudar-se com a farpa duma sede lenta... Que maravilha!
ResponderEliminarMas sem retorno?
Foi sonho e não pesadelo... digo eu!
Beijos.
Cá tenho o seu belo livro.
ResponderEliminarSó que, no livro, não há imagem...
Bjs
...a beleza dos incêndios, sonhos que se propagam entre o céu e a terra ...e as pedras que se elevam quando o sol nos trespassa!
ResponderEliminarAdorei Graça, com retorno!
Um beijinho
Nunca é tarde para o fogo
ResponderEliminarTudo muito belo
o seu poema me faz viajar na imagem e quando olho pra imagem, viajo no seu poema...
ResponderEliminarpalavras e fotografia com muita sensibilidade.
adorei voltar aqui, não sei pq fico tanto tempo ser aparecer.
um beijo e ótima semana!
"desfaço a bainha dos panos que me vestem"...embora ela esteja coberta, se desnuda aos poucos, se mostra quando queima. O que arde nela???
ResponderEliminarGenial Poetisa amiga:
ResponderEliminarEste "Houve noites" prima pela pureza e beleza do seu harmonioso Ser e Estar.
Fabuloso, numa poetisa fantástica e admirável.
Parabéns sinceros e sentidos.
Sempre a admirar o seu talento poético gigantesco.
Beijinhos de pasmo pela sua pureza, estima, respeito e agradibilidade que maravilha e deslumbra pelo que "faz"...
pena
Bem-Haja, amiga inconfundível.
Uma noite... tantas noites... que a tua magnifica poesia me acompanha.
ResponderEliminarExcelente este momento... conjugação de imagem com o poema...
lindo!
Um grande beijo
A palavra é semente
ResponderEliminarQue floresce na luz de cada alma e enternece
Às vezes é doce veneno
Às vezes taça de cidra que o peito aquece
Ser Poeta é tanto, tão pouco
É transformar em crentes os ateus
É domar todas as tempestades da alma
É estar mais perto de Deus
Mágico beijo
Versos flamejantes, Graça!
ResponderEliminarTem um “mimo” para você no Nudez Poética.
Abraços,
Lou
Sublime!
ResponderEliminarTodos os versos se desencadeiam no incêndio do sonho.
Não há uma única palavra a mais.
Perfeito.
Beijo
há palavras capazes de iluminar as ruas do encontro...
ResponderEliminargostei muito deste poema,
um beijo
de noites em chama. e dessa sede que nos toma. dito com a beleza de sempre. beijos
ResponderEliminarAmiga Graça Pires!
ResponderEliminarQuando teus pés
ateavam fogo,
não sonhavas!
Eras tu o sol
das noites brancas
sem luz!
Agora, a memória é lume
subindo um íngreme monte
sem cume!...
Um abraço!
Não há retorno,
ResponderEliminarhá o regresso esfarrapado,
intranquilo,
há um famélico
e debruado esqueleto,
que se veste da bainha
debruada a nada.
Entrecorta-se o suor,
há um fogo que traz lembranças
de um véu de um templo que rasgou.
E Alguém,
passos entrelaçados,
firmes,
na pedra angular,
sorriu:
"Eis-me aqui."
Há noites assim...
ResponderEliminarMas há poesia que as descrevem com mestria. Como a tua neste poema.
Escolheste a foto perfeita para o poema.
Bom fim de semana,
Beijo.
E como é bom sonhar!!! Quantas vezes nos vale o sonho para alimentarmos a nossa alma...
ResponderEliminarVim conhecer o teu canto e gostei;)
Beijinho de lua*.*
Sonhando vamo-nos mantendo acordados.
ResponderEliminarA um ano descobrí o português num poema seu que encontrei casualmente.
ResponderEliminarAgora fico em portugal para aprender bem a lingua que a inspira.
Obrigada por descubrir-me o seu mundo.
Una abraçada mediterranea.
Ìgneo, totalmente !
ResponderEliminarbeijo
_________ JRMARTO
um poema perfeito.
ResponderEliminaruma foto erotica.
beij
de um desejo encoberto, lindíssimo, Graça!
ResponderEliminarum beijo.
Adorei!
ResponderEliminarHá muito que não te visitava. Pior para mim. Mas cá estou, hoje, dia de vento, que fazem os lençóis esvoaçar, para ver o teu verdadeiro rosto. Sempre sem mácula. Mas sempre sem esperança? Ou prenhe dela?
ResponderEliminarUm beijo.
Que maneira magnifica de falar sobre o tempo. É um poema lindo e difícil. Gostei muito da sede da terra como moto da poesia e...
ResponderEliminarabraço
Meu Deus!!! Lindo! Bj,Gra!!!
ResponderEliminarNem tudo o que 'pensamos' que vemos é o que é de fato. Nossos olhos muito nos enganam, por isso creio que teus pés ateavam fogo nas pedras, assim como nas palavras que incandescem de poesia nossos corações.
ResponderEliminarEu sei, sou suspeita para falar...rs...
beijo no coração
Creio terem sido os pés a atearem o fogo...
ResponderEliminarBj
Maria Mamede
Obrigada pela visita ao meu cantinho.
ResponderEliminarGostei deste espaço...