O passado dói como a dureza do mundo
João Rui de Sousa
Tenho saudades da tua voz,
desse rendilhado de sílabas
a desaguar lento no alvoroço
da tarde. Tenho saudades
da tua boca, onde eu, - náufrago
de antigas visões - todas
as noites ouvia a límpida melopeia
da ilha. Tenho saudades
das tuas mãos, sem convicções
fundeadas nas mais luminosas
águas. Tenho saudades
do ritual dos peixes, do rumor
inconsolado da brisa a soar
mansa no abandono dos búzios,
do emaranhado das algas
a envolver-nos a prontidão
dos passos. Tenho saudades
de mim nesses tempos,
quando não tinha saudades.
Victor Oliveira Mateus aqui
In: A irresistível voz de Ionatos. Fafe: Labirinto, 2009
desse rendilhado de sílabas
a desaguar lento no alvoroço
da tarde. Tenho saudades
da tua boca, onde eu, - náufrago
de antigas visões - todas
as noites ouvia a límpida melopeia
da ilha. Tenho saudades
das tuas mãos, sem convicções
fundeadas nas mais luminosas
águas. Tenho saudades
do ritual dos peixes, do rumor
inconsolado da brisa a soar
mansa no abandono dos búzios,
do emaranhado das algas
a envolver-nos a prontidão
dos passos. Tenho saudades
de mim nesses tempos,
quando não tinha saudades.
Victor Oliveira Mateus aqui
In: A irresistível voz de Ionatos. Fafe: Labirinto, 2009
o tempo em que não havia saudades era o tempo de todas as descobertas
ResponderEliminarAs saudades podem tornar-se pesadas...
ResponderEliminarPoema interessante...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Tranquila escolha.
ResponderEliminarum beijinho
Que maravilha!! Vou lá ver. Muitos beijos.
ResponderEliminarSaudade, sentimento bem português.
ResponderEliminarE...quem não sente saudade...
Os meus parabéns ao autor e a si, querida Graça, por o divulgar.)
Bji amigo
excelente "seara alheia"...
ResponderEliminarabraços para ti e para o autor, Graça
As saudades só vêm depois...
ResponderEliminarBoa semana para si.
Bjs
"tenho saudades"...
ResponderEliminarda voz que vinha no sopro do vento e era caricia no meu ouvido...
não tinha forma, nem corpo...
mas deixava escamas de cristal no meu cabelo
e gotas de àgua no meu olhar
que se perdia num tempo
que eu tinha medo de acordar...
É a mão departilha e o olhar de carinho sobre os outros, que distingue as pessoas.
Poema capaz de todos os sentires e inspirações.
Obrigada, por dar a conhecer.
Abraço aos dois
Até que é bom sentir saudade, às vezes: sinal que tivemos bons momentos.
ResponderEliminarObrigada por me permitires mais uma descoberta.
ResponderEliminarVerdade, Graça, o passado doi porque sempre lhe falta alguma coisa que só percebemos no presente.
ResponderEliminarBeijo e ótima semana.
Amiga Linda:
ResponderEliminarE, eu, humildemente, sentirei sempre imensas saudades da sua pureza e beleza dos versos extraordinários e lindos que já escreveu e vai escrever...Perpetualiazá-los-ei eternamente em mim e no que sou... pela ternura poética magistral, acredite?
Beijinhos de amizade...
Com imenso respeito
pena
OBRIGADO pela simpatia no meu blog, adorei!
Tenho saudades.... de tanta coisa, amiga!
ResponderEliminarBelo poema!
Beijinhos
Bem-hajas!
Já escrevi sobre saudade... mas ainda não postei.
ResponderEliminarSaudade é um não saber, é um vazio...Saudade é não querer saber ..
Postarei em breve, inspirada por vc.
Obrigada por sua visita, sempre gosto de suas palavras!
bjs
Espantoso, o poema, de tão lindo.
ResponderEliminarEduardo
o victor oliveira mateus está de parabéns pela publicação deste livro. o poema é muito bonito. a saudade é sempre uma palavra que custa escrever. um grande beijinho para o victor e outro para si, graça.
ResponderEliminarda mais límpida saudade.
ResponderEliminarda voz cantante do Vitor.
do rigor da composição.
clara.
lume luminoso.
e o meu abraço. duplo. íssimo.
.piano.
Saudade!
ResponderEliminarEspessura inerte, onde os minutos se eternizam pelas noites... minuciosamente!
Um beijo!
Tempos esses que não nos esquecem não é? Belos tempos.
ResponderEliminarQue um anjo te ilumine
Beijos
Graça,
ResponderEliminarsou um amigo ingrato! Tenho andado tão arredado da blogosfera,
tão a arrumar (espero que definitivamente!) algumas coisas
dentro de mim que me parecem ver o
momento de, sem regresso, se estancarem, enfim, tenho andado tão
perdido que quase deixava passar este post e, sobretudo, o teu gesto
Felizmente alguém me tirou da letargia e vim aqui dizer-te obrigado e dar-te um beijo de amizade. ..
a saudade que estremece
ResponderEliminarque sulca o corpo de melancolia lunar.
é uma língua possuida de desassossego
.
às vezes uma fera rugindo dentro do silêncio.
_______
e muito, muito belo Graça.
Um beijo de saudade larga
Obrigado a ti e ao Víctor
Apesar de tudo
ResponderEliminartodos os dias
construimos amanhãs
ainda nao tinha lido este poema do Vitor.
ResponderEliminartambém eu por vezes tenho saudades de não ter saudades.
fica um beij
Saudade tb é sinal k se viveu algo k valeu a pena...
ResponderEliminarBeijinho de lua*.*
belo, belo poema. obrigada.
ResponderEliminarbeijos
Saudades de as sentir.
ResponderEliminarAté da dor que me davam.
De quando sentía saudades de estar longe.
Agora tão perto não me é dado senti-las.
Houve um tempo que iniciamos uma corrida com a saudade. Ela partiu na frente e sentimos saudades do futuro ansiado que nunca chega. A alcançamos e sentimos saudades de um outro presente que não o que vivemos e a deixamos para tráz sentindo saudades do que já passou. Ai coração que nunca está presente!
ResponderEliminarBem hajas pela tua generosidade!
ResponderEliminarUm abraço grande.
Um Poeta a sério. Já o conhecia. Bom que o tenhas aqui trazido.
ResponderEliminarBeijinho, Amiga.
Saudades, quem as não tem?...
ResponderEliminarMuito lindo este poema do Victor. Parabéns!
Beijo.
Belíssima escolha, Graça!
ResponderEliminarO poema é simplesmente lindo e contém um fechamento revelador:
"Tenho saudades
de mim nesses tempos,
quando não tinha saudades".
Parabéns pela postagem, muito gostei!
Beijos,
H.F.
hmmm.... saudades de não ter saudades, mas isso é a memoria: saudade do que não aconteceu...
ResponderEliminarbom poema,
um beijo
Gosto da poesia do Víctor.
ResponderEliminarFizeste uma excelente escolha, o poema é muitíssimo bom.
Um bom resto de semana para ti.
Beijo.
Este belo poema do Victor, traz-me à lembrança uma canção de roda, da minha infância, cujo verso dizia:
ResponderEliminar"Saudades, quem as não tem?
tenho a minha alma cheinha
Agora tenho saudades
do tempo em que as não tinha."
Lembras-te Graça? Só que, nesse tempo, não tinhamos a mínima noção do peso da palavra "saudade"...
Gostei muito do poema!
Abraço
T.P.
Saudades que nos fazem presos do passado...
ResponderEliminarBjs
Também é bom ter saudades de ter saudades.
ResponderEliminarGosto muito deste poema do Victor!
ResponderEliminarUm beijinho aos dois, Gisela
Saudade,
ResponderEliminarE uma mistura de sentires que se fundem num só.
É um conjunto de memórias que guardamos cá dentro.
Saudade é difícil de vivermos com ela, mas se ela existir é porque há algo belo, que temos para recordar...
Que um anjo te proteja.
Beijo
Anjo Negro.
eu estava com saudades desse pequeno grande espaço de poesia....mais um ótimo poema.
ResponderEliminarOlá,temum selo pra você no meu blog.Abraços.
ResponderEliminarEstimada Amiga:
ResponderEliminarA sua Gigante capacidade de versejar encanta e delicia.
Fabulosa!
Parabéns sinceros e sentidos.
Excelente!
Beijinhos de imenso respeito e enorme respeito que nutro por si.
Genial.
Cordialmente
p.p./Pena
Bem-Haja, poetisa de sonho!
Saudades de mim, quantas vezes...
ResponderEliminarBela escolha, este poema do Vítor, Graça
Beijinho grande
Graça....Graça.....
ResponderEliminarlevo comigo para o sul a sua voz.
clara e límpida.
volto.
em breve.
beijos tb para o Vitor....Sempre.
a estimar-VOS.
Revirando do avesso a palavra "saudades"... sempre me pareceu da família de "saúde".
ResponderEliminarDeve ser por isso... que não vivemos sem elas... nem sem ela.
Bj.
Maldito, este poema, que fez a saudade visitar-me. Agora, que eu começava a esquecê-la...
ResponderEliminarbeijo
Por muito bom que seja o presente há sempre qualquer coisa de que sentimos saudades, quanto mais não seja "desse tempo em que não tinhamos saudades"
ResponderEliminarÉ bom reviver certas recordações.
Um abraço Graça.
o passado dói e prolonga-se no presente
ResponderEliminare a saudade
por vezes suave quase doce
mil vezes bem amarga
obrigada por dares a conhecer este belo poema de um autor que eu desconhecia.
ResponderEliminarAo longa da vida, vamos tecendo uma colcha enorme de saudades, coloridas pela lembrança. Mas, para que a lembrança exista, é preciso que se viva primeiro, e quando vivemos sem consciência do futuro, não temos mesmo saudades.
ResponderEliminarSaudade é o retalho da vida.
Adorei o poema do Victor, uma pessoa que muito admiro.
beijo no coração
Tal como Victor Mateus, também eu tenho muitas, muitas saudades e tantas coisas...
ResponderEliminarBeijos
Maria Mamede
...Gostei ...Aí de quem nunca sentiu saudades...
ResponderEliminarUm abraço***