Walker Evans
Às vezes
não sei por que motivo
afogo o olhar
em trágicos silêncios.
Para encontrar a luz
me bastava enfrentar
a noite, porque possuo
nos olhos o apelo
errante das sombras.
Pequenas traições
tatuadas na pele
são apenas pretextos
para disfarçar os medos.
Um remorso
germinando na lembrança
devolve-me o temor
de múltiplas solidões.
Graça Pires
Às vezes
não sei por que motivo
afogo o olhar
em trágicos silêncios.
Para encontrar a luz
me bastava enfrentar
a noite, porque possuo
nos olhos o apelo
errante das sombras.
Pequenas traições
tatuadas na pele
são apenas pretextos
para disfarçar os medos.
Um remorso
germinando na lembrança
devolve-me o temor
de múltiplas solidões.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
O remorso...rasga a pele e sufoca a alegria...
ResponderEliminarLindo...
Gostei muito..
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Compreendo perfeitamente...beijinhos.
ResponderEliminareu também às vezes afogo o olhar em silêncios
ResponderEliminarbelíssimo poema que não conhecia.
e no teu silêncio deposito um beijo
terno
"Para encontrar a luz
ResponderEliminarme bastava enfrentar
a noite"...
Querida Graça,
esses versos me prenderam o olhar, o coração, a alma.
Lindo poema, minha amiga.
Beijo :)
H.F.
Às vezes
ResponderEliminarvenho cá para encontrar a sua luz!
Adorei Graça, Um beijinho, Gisela
olá. blog bonito. poema íntimo. desculpa a invasao.
ResponderEliminarabrços
leandro
eu garanto que me devolves a luz Graça.
ResponderEliminar_estas palavras são tão belas, tão belas...!
cada vogal ou consoante me afoga os olhos.
___
multiplico o beijo e junto-lhe um abraço amplo.
Estimada Amiga:
ResponderEliminarUm belo poema sensível à solidão da noite.
Pretextos para sentir medo...?
É na noite cúmplice de sonhos que se conseguem inspiração para lindos poemas como este.
Excelente!
Beijinhos
pena
OBRIGADO pela sua simpatia para comigo.
Bem-Haja, poetiza admirável.
é muito isso, a vida...
ResponderEliminarabraço Graça
Gostei deste seu nocturno...Beijo
ResponderEliminarpor vezes, nem motivos há...
ResponderEliminarAbraço-te.
O olhar também fala. Afaga e afoga. Anima e entristece. Ilumina e escurece. Mostra e oculta.
ResponderEliminarO olhar é, também, motivo(s).
Beijinhos.
desta extensa mancha guardo o fulgor de quem se estende sobre os sentimentos num classicismo redentor!
ResponderEliminare sei o motivo porque o faço.
admiração G. Muita.
um beijo.
Graça, sinto que entendo bem este poema...
ResponderEliminare é tão belo na sua expressão do medo e dos «trágicos silêncios».
um beijo.
Olá Graça
ResponderEliminarUm poema intenso e inquietante!
Não podia ter feito melhor escolha com a foto.
Abraço
Ao meu querer!
ResponderEliminarDias noites, estações esquecidas
Inventei sonhos para sonhar
Lavei mágoas, dores perdidas
Uma árvore toca as águas da lagoa
O nevoeiro faz desenhos nas cumeeiras
Um Melro negro solta um pio ao acaso
A palavra quero-te diz-se de mil maneiras
Convido-te a ver a Cor da Claridade
Doce beijo
Palavras ou espelho?
ResponderEliminarDe qualquer forma, um poema!
abraços!
www.tintapermanente.com
Solidão dói, mas sempre dá poesia da boa; bebo tb nessa fonte agridoce...
ResponderEliminarComungamos os mesmos silêncios, depois vociferamos liricamente pelas noites sem luz...
Gostei imensamente,
bjo grande!
Boa noite, Graça, obrigado, querida poeta, pela visita. Estive a ler, e vou continuar aos poucos, teus escritos do início da construção do blogger. Fiquei extasiado com coisas lindas que vi. Destaco este trecho do 'Improviso de viver', do livro Conjugar afectos:
ResponderEliminarVoltaremos muitas vezes a um jardim de plátanos
com o luar engatilhado nos olhos.
Dir-te-ei nomes de estrelas ao acaso,
como um desvio da fronteira desenhada ao redor de nós.
Lado a lado, iremos rever novembro pelas ruas,
devassando vigílias, cantando em surdina
a intimidade de sermos amantes,
neste percurso de pássaros subitamente em fuga...
Muito lindo. Vou repassar aos meus amigos amantes da boa poesia no orkut, ok? Bjos, minha maravilhosa poeta. A propósito, amo a lírica portuguesa, e vc a leva adiante com a maior beleza. Bjos.
"...Um remorso
ResponderEliminargerminando na lembrança
devolve-me o temor
de múltiplas solidões."
Íntimo e inquietante...
Muito belo!
beijo
por vezes esses silêncios envolvem-nos nos medos das lembranças
ResponderEliminarUm temor deveras vivo este.
ResponderEliminarSempre fortes tuas linhas, Graça, querida.
Mil beijos.
Silêncios, remorsos, solidões...
ResponderEliminarmas a luz sempre espreita por entre as sombras.
Bjs
Traições tatuadas na pele são apenas pretextos, são, sim, enquanto esses teus olhos não vencerem, com tanto brilho que têm, o engodo das sombras, que vai sugando a alegria do poema.
ResponderEliminarQue maravilha de poema...li, reli e adorei!!!
ResponderEliminarJinhos mil
quem do remorso não colhe os silêncios? e a solidão...
ResponderEliminarpoema de sentimentos. autênticos...
admirável...
cumprimentos.
beijo
Por isso... escreves com o teu olhar!
ResponderEliminarPara quê mais se te revelas?
Beijo.
Lindo, o seu poema.
ResponderEliminarPara mim afogar o olhar em trágicos silêncios, é uma espécie de "carregamento da bateria da vida".
Quem não tem pequenas traições tatuadas na pele ?!
um grande beijo
Só a mulher da foto pode ser a voz do belíssimo poema. Estranho, mas sinto-o como uma evidência.
ResponderEliminarBeijo, Graça.
é na solidão que me encontro.
ResponderEliminarQuando li .. "afogo o olhar em trágicos silêncios", e acabei em ..."múltiplas solidões", achei que escolheste bem a foto com que ilustras este poema.
ResponderEliminarGostei do teu sentir humanistico aqui mostrado.
Um abraço, Graça e, boa semana.
A realidade é trágica e bela...
ResponderEliminarBjnho
fiquei sem palavras... porque me revi nas tuas.
ResponderEliminargostei imenso!
um beijo
luísa
Olá Graça muito lindo o seu poema!
ResponderEliminarBeijos josé Silva
Dentro de mim
Dentro de mim
uma pequena luz,
indizível penetra o meu olhar.
Olhar vazio!..
De múltipla duplicidade
Olhar conivente!..
Olhar etéreo, sumo de gente.
De gente que sente
o fogo e a verdade,
de tão dura realidade,
o presente, ausente
José M. Silva
Difícil elencar um poema dentre tantos maravilhosos, mas esse é singular, Graça! Belo e profundo!
ResponderEliminarBeijos
beijo.
ResponderEliminarmas sei o motivo: a minha admiração. respeiosa.
piano.
O silêncio será porventura a arma que desarma todas as trevas, estimada Graça.
ResponderEliminarNo silêncio e do silêncio se elevam os maiores incómodos para os que às palavras fazem "ouvidos moucos" ...
Belíssimo o que nos oferece! Belíssimo.
Saudações com estima
*__bonecadetrapos___*
PS: Fica-me o "remorso" de não saber gerir o tempo e não vir mais vezes....
"(...) o apelo errante das sombras (...)" nas esquinas da existência.
ResponderEliminarquantas vezes?
bjs
:))))
ResponderEliminarbom dia tatuagem. eterna!
.
São os nomes do silêncio...
ResponderEliminarum poema muito belo.
Um beijo
Graça...
ResponderEliminarSão assim os Poetas!
Quanta verdade nas palavras e tanta coragem para as dizer!...
Um beijo!
AL
"possuo nos olhos o apelo errante das sombras". Eu sinto isso, mas dsecrito nessa forma admirável?...
ResponderEliminarÀs vezes, minha querida Graça, é preciso isso, isso exactamente...
ResponderEliminare serve de passaporte para voltarmos ao começo!
Beijo
Maria Mamede
por vezes os silencios são ensurdecedores.
ResponderEliminarbelo como sempre!
um beij
"Pequenas traições tatuadas na pele".
ResponderEliminarNão será este um cenário comum, hoje em dia?
Gostei muito do jogo de palavras.
Cumprimentos
Olá, amiga!
ResponderEliminarPassei para ler (ou reler)
a sua bela poesia
e a que, também, nos traz de outros.
Deixo um beijinho
“possuo
ResponderEliminarnos olhos o apelo
errante das sombras”
Uma imagem fascinante de um poema, verso a verso, edificado ao silêncio do olhar…
Muito belo!
Beijo