3.7.09

A mais clara palavra

Manuel Fazenda Lourenço


A mais clara palavra lança a sua sombra
sobre os muros caiados de fresco.
O reflexo da cal incide em nossos olhos:
o mesmo aceno da luz, o mesmo brilho,
o mesmo pressentimento de júbilo.
Sobre o peito fatigado da terra
refazemos a casa.
Dói-nos, no olhar, a intensa floração
das árvores e podemos sentir,
no clamor das antigas oliveiras,
o vento que nos trouxe.


Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005

54 comentários:

  1. Um poema muito bonito com uma fotografia também bela! Gostei. Beijinhos e bom fim de semana para ti, Graça.

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  2. E eu que adoro o mar, olho para esta foto, leio este belissimo texto, e até apetece levar o meu mar até à entrada deste paraíso.
    Obrigado pelas tuas palavras.
    Beijinhos
    Ricardo

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  3. Esta frescura até me faz esquecer os calores que alguém apanhou...

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  4. são tão de claridade as suas palavras Graça.


    sempre um nó. doce de prazer. pela leiturA.



    p.s.


    (MUITO OBRIGADA. pela companhia. sempre)



    beijo.

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  5. o aceno da luz
    clave de todos os júbilos
    de todos os princípios que intenficam a floração no peito da terra.

    ______
    e eu a des articular as tuas palavras, atardo-me sempre mais da tua luz
    .
    um beijo, imenso minha amiga do coração.

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  6. teresa p.1:48 da tarde

    Poema pleno de claridade...
    A fotografia é linda e traz-me grande saudade...
    Beijo.

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  7. E eu gostei muito.
    Senti o perfume das flores e da terra a saltar desta escrita.
    Um beijo.

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  8. Ás vezes, doi a Primavera...mas sempre vem acompanhada de uma palavra...belo poema, como sempre.
    Um beijo

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  9. conheço bem os campos de oliveiras, um vento sempre de lembranças é quem nos trouxe...
    beijos

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  10. Graça...

    às vezes sinto-me como se á minha frente se levantasse um muro, um muro espesso, monótono, árido, de cores negras, feito de esperas, desencontros, de sonhos e desejos por realizar. Não o vejo, mas esbarro com ele a cada passo.

    Olho este teu muro, alvo na pureza do amanhecer... e sinto o meu muro ainda mais negro!

    Beijos...

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  11. Estimada Amiga:
    A casa parece falar com encanto e delícia, neste fabuloso poema.
    Lindo numa pessoa que "constrói" admiráveis poemas.
    Brilhante. Notável de sentimentos poéticos.
    Os muros caiados, a florestação sensível num jogo de poesia sensata e criativa.
    Fascinante.
    Beijinhos de apreço e amizade...

    pena

    Lindo poema.
    Bem-Haja, poetiza amiga.

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  12. As estevas entraram no poema ...e também em mim!

    Feliz fim de semana.

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  13. Por entre as palavras e a poesia uma aguarela pintando o tempo.

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  14. "Sobre o peito fatigado da terra
    refazemos a casa" com a claridade das palavras,

    Gostei muito Graça, Um grande beijinho

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  15. O vento sabe quando precisamos de clareza e a clareza de tudo está em cada uma destas palavras..
    Obrigada pela visita...
    Até já
    Beijos e abraços
    Marta

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  16. Uma luz que inundou minh'alma, Graça. Belíssima composição - imagem e poema!

    Abraços,
    Lou

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  17. O mesmo vento que nos há-de levar?...

    Um grande beijo.

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  18. Encantamento , é a palavra exacta que os eus poemas me trazem !
    beijo
    _______ JRMARTO

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  19. "refazemos a casa"...parece que ela transpira...entre a terra e o vento.lindo demais o poema.

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  20. reconfortante. o clamor das oliveiras.

    de claridade solar. o teu belíssimo poema.

    beijo

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  21. o esplendor na relva !!!!


    (LOULOU)

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  22. Mas o quadro que nos trouxe o vento...

    é idílico!

    Bjs

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  23. Viva Graça!

    A mais luminosa palavra com a frescura poética que é seu timbre...
    Sempre gratificante ler seus poemas... E as suas imagens tão
    claras no indizível da sua poesia!

    beijinho,

    Véu de Maya

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  24. Poema sensorial, a palavra como luz, a cal, o branco, o reflexo, a floração, as oliveiras, cor , aroma, o movimento dos ventos. O júbilo na renovação, os ciclos, a alegria primeira recuperada no poema: tempo de refazer a alma.
    Belo poema, querida amiga. Bjos.

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  25. eu venho com o vento das páginas que guardo comigo. As suas.
    que me prendem aos dias.





    Um beijo imenso.


    Ps. (e outro ao V.O.M.)

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  26. Procurei a palavra mais clara...
    Só encontrei a saudade!
    Um beijo.

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  27. um poema fresco como a sombra...


    um poema muito bonito.

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  28. E os cheiros? Como eram os cheiros?

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  29. existe sempre essa sombra. mas os opostos dão-nos o conceito

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  30. Graça
    Que te hei-de dizer sobre a cal, o sol, as oliveiras, a luz intensa, o arder do olhar, eu, que sou do sul, que nasci no sol, que sei da miscelanea da tragéia da luz e das sombras, a reconstrução das casas nas estevas dos cansaços, dos ares parados de Julho e de Agosto, o ar tórrido tremeluzindo, tremendo, imperceptivelmente sobre a pele, as miragens como se fosse no deserto, a espera das brisas, do amor, já me perdi, não importa, o teu poema já disse tudo, a vida e a morte que há nos reflexos da cal, a gente vence a luz intensa, a gente fica sem ver por causa da luz, mas levanta-se, recomeça, reconstroi, e está pronto no outro dia para o pó os caminhos.
    Um beijo de vento suão. Um beijo terno de grande admiração por ti.

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  31. Mas os golfinhos continuam felizes
    A cavalgar ondas de madrepérola
    A Lua sorri tristemente e pensa
    Haverá alguém mais perverso do que ela?
    Haverá?! Há sempre uma deusa perdida
    Nos labirintos da contradição
    Há sempre alguém que usa a palavra amor
    Soprando doce veneno ao coração

    Boa semana


    Doce beijo

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  32. leio e sinto essa imensa claridade sobre a terra, as árvores, deixo-me ir com o vento...

    beijo grande!

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  33. Palavra claríssima, a tua.

    Tocante.

    Beijo.

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  34. Excelente texto ilustrado por bela foto.
    Assim é querida Graça , ao olhar-mos as árvores, faz-nos doer.Como elas, florescemos e secamos.
    Mas este poema...tem a frescura da palavra.
    Adorei a simplicidade da comparação de duas naturezas.
    Bji amigo

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  35. Porque a árvore é palavra.

    Abraço.

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  36. como nos vai habituando, uma poesia limpa e pura.

    gostei muito mesmo desta estrofe:

    "Sobre o peito fatigado da terra
    refazemos a casa"

    deixo um beij

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  37. Admiro a tua capacidade de síntese poética. Para além de outras particularidades dos teus excelentes poemas.
    Este, em particular, respira felicidade. E isso, sabe bem a quem lê a tua poesia.
    Bom fim de semana querida amiga.
    Beijo.

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  38. Incrustado como uma jóia, o enigma da procedência. Lirismo e natureza, imersão em fundas águas, lavoura do abismo - que somos. Amei. :)

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  39. é aqui que fatigada de sede venho recolher-me sempre. na mais magnifica serenidade de quem pesa e mede a claridade da sabedoria.



    o meu beijo G.



    imf.

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  40. luz naa tuas palavras. luz a rodos neste poema. belíssimo.
    beijo

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  41. Amiguinha:
    Um poema sublime perante o seu sentir da natureza e que a "habita" com ternura.
    Bela oliveira que encerra mistérios por abordar...
    Que lindo é isto tudo aqui.
    Majestoso perante a beleza de pureza e encanto.
    VOCÊ fascina, delicia e deslumbra.
    Beijinhos de majestoso respeito por tudo o que faz.
    Excelente instante poético!
    Com amizade e sempre a admirá-la

    pena

    OBRIGADO pela sua amizade de sonho.


    Linda...

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  42. neste terreno o vento traz-nos sempre coisa boas.

    gostei!
    um beijo
    luísa

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  43. Um poema quase "impressionista".
    Parabéns!

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  44. Vamos a um brinde para molhar a palavra?

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  45. Olá Graça

    Um poema muito belo em que ressaltam as sensações e estão presentes os sentidos.

    Conseguimos "ver", "sentir", "cheirar", "ouvir"... quanto ao "sabor", se prestarmos atenção também aí o encontraremos...

    Beijinhos.

    PS: amiga, há um prémio no Farol, o "Premio Llacolén", que se destina a premiar grande mulheres como tu. Vai recolhê-lo, pois ficarei feliz de o ver aqui no teu blog.

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  46. Há sempre uma sombra na claridade

    mas o vento

    tem ciclos de marés

    e entra pela casa da poesia

    para repôr tudo na ordem

    Boa memória

    Bjs

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  47. Deixo um beijo de admiração... como se pode comentar o que admiramos sem reservas?


    Beijo e boa semana :-)

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  48. é bom saber que as palavras que outrora semeamos ainda dão flor, graça. um grande beijinho para si.

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  49. O poema e a imagem, levou-me à minha infância. Comovida, fogem-me as palavras para um comentário à altura. Limito-me à palavra mais humilde que conheço: Obrigada querida Graça.
    Bji amigo

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  50. Levei-o comigo para aqui...http://aguasdoverso.hi5.com/friend/group/4297126--17525641--Roteiro%2BPo%25C3%25A9tico...--A--topic-html
    Grata pela partilha.

    Beijinho e bom fim de semana

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  51. e vou daqui com os olhos cheios de luz :)
    Um abraço ****

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