Fábula da Fábula
Era uma vez
Uma fábula famosa,
Alimentícia
E moralizadora,
Que, em verso e prosa,
Toda a gente
Inteligente
Prudente
E sabedora
Repetia
Aos filhos,
Aos netos
E aos bisnetos.
À base duns insectos
De que não vale a pena fixar o nome,
A fábula garantia
Que quem cantava
Morria
De fome.
E, realmente…
Simplesmente,
Enquanto a fábula contava,
Um demónio secreto segredava
Ao ouvido secreto
De cada criatura
Que quem não cantava
Morria de fartura.
Miguel Torga
In: Diário VIII, 1956
Gosto muito deste poema do Torga. Beijos.
ResponderEliminarMiguel Torga
ResponderEliminarsabia do que falava
Boa memória
Bjs
Adoro Miguel Torga!!!
ResponderEliminarUm poema cheio de ritmo e com muita criatividade!
Que bom trazeres o Torga. Abraço
ResponderEliminarMiguel Torga, intemporal.
ResponderEliminarBj
(Quantas cigarras e formigas andam por aí...)
Como planta de montes agrestes
ResponderEliminarde vinho generoso
de frio invernoso
compreendia a fala dos bichos e a hipocrisia dos homens
Eu por mim, sempre gostei das cigarras!
Um abraço
Manuela Baptista
muito bonito o poema...é a fábula da cigarra e formiga...ela passa a vida a cantar...são pontos de vista diferentes, mas é o mesmo q dizer q "quem faz poesia morre de fome"...rsrsr
ResponderEliminarEstimada Amiga Poetiza Brilhante:
ResponderEliminarMiguel Torga está sepultado aqui a 10km de minha casa. Nasceu lá.
Por isso tenho um "fraquinho" gigante por ele.
Bela escolha.
Sempre a admirá-la.
Fabuloso versejar.
Abraço amigo
pena
OBRIGADO pela escolha. Sempre de bom gosto e requinte apurado.
Bem-Haja!
"Gritos...?" Ou não leu ou imaginou, desculpe.
Conhece-mo-nos há tanto tempo.
Torga é Torga!
ResponderEliminarUm poema com vida!
Excelente, a volta que se dá à fábula! Grato pela escolha.
ResponderEliminaruma fábula que recebeu uma lição de um poema...
ResponderEliminarTorga sabia que algures, haveriam de existir "cigarras" a viverem à grande, graças ao canto...
e também sabia que nem seria necessário muito talento, qualquer tony, sem ser Silva, poderia sonhar com o ferrari amarelo...
abraço Graça
uma bela escolha.
ResponderEliminarum beij
Muito bom.
ResponderEliminarAssim é muitas vezes. A avareza mata de fartura sem dar felicidade a ninguém.
ResponderEliminarBjins
Grande memória de um enorme poeta!
ResponderEliminarParabéns, Graça!
Um excelente final de semana para ti.
E as fábulas continuam...
ResponderEliminarGosto muito de torga não fosse ele da minha terra ou melhor eu da terra dele...
beijos
eu desconheço tanto de Torga...
ResponderEliminarlembro de um poema que ouvi à minha mãe, eu ainda pequenina. Falava de um passarinho, de um menino e de um ninho. Isto porque a minha mãe reprendia os meus irmãos que andavam sempre com fisgas nos bolsos e a espreitar os ninhos dos melros que eram fartos no quintal.
Este é de certeza um dos seus poemas que " trazem " mais do que o que se lê à superfície.
_______
para ti, eu deixo um abraço e beijo muito sentidos , minha querida amiga
Realmente ele tinha razão pois, quem não canta morre de tédio.
ResponderEliminarUm abraço, Graça.
A mestria na construção dobrada da fábula, o nosso Torga! Um beijinho Graça.
ResponderEliminarToda a lucidez de Miguel Torga...
ResponderEliminarFoi muito bom reler este poema!
Beijo.
canto
ResponderEliminarmesmo sem voz.
Ao fim de muito tempo, cá estou Amiga!
ResponderEliminarA mordacidade extraordináriamente lúcida de Torga, que me enche a alma e alarga o meu sorriso.
Obrigada por lembrar, por partilhar e pelas palavras lá em casa.
Beijos
Maria Mamede
Excelente a partilha...Torga e a foto.
ResponderEliminarJinhos muitos
engraçada fabula, graça, fez-me sorrir...
ResponderEliminarum beijo
bom ler Torga; curiosa esta fábula.
ResponderEliminarobrigada, Graça.
Ouve-se a música das rimas...
ResponderEliminarBeijinhos
no en.canto de re.cantar, lembrando, Torga.
ResponderEliminarna seara, qual cigarra, a poesia que nos alimenta a alma
e
nos motiva
para que não deixemos caídos
os braços em torno de opulenta barriga. olhar em redor e ver. ver para além do visto. na raiz do verso.
belíssima, Graça, a sua "Ortografia de olhar".
Saudações com estima
*__bonecadetrapos___*
Maravilhosa e Linda Poetiza Amiga:
ResponderEliminarUm Miguel Torga deslumbrante.
Sabe, admiro-a muito...pelo talento, pela magia notável de fazer versos, pelo carácter e beleza ímpares de sonho.
Haverá poesia mais bela e doce na sua escolha...?
Creio, convicto, que não.
Fabulosa.
Beijinhos amigos de imenso respeito.
Sempre a estimá-la e ao seu valor mágico e perfeito.
pena
MUITO OBRIGADO, é uma honra lê-la.
Bem-Haja, admirável amiga.
o "meu" Torga.
ResponderEliminarum beijo
da terra. do que não mente. da força. que é sempre.
ResponderEliminardo talento.
que fica.e nos acresenta.
o meu beijo. sempre rendido.
Gostei da tua escolha.
ResponderEliminarMiguel Torga não é lá muito comentável...
Obrigado pela tua partilha.
Beijos.
morrer de fartura deve ser horrível...
ResponderEliminarexcelente.
beijo
A velha fábula renovada pelo olhar apurado do poeta. Adorei!
ResponderEliminarEstás bem?
ResponderEliminarAbraços.
Muito bom, o poema de Miguel Torga. Refabulando.....
ResponderEliminargraça:
ResponderEliminaro miguel torga é excelente.
romério
Torga sempre... porque sim, porque gosto de lhe sentir os... sentidos nas palavras... da terra.
ResponderEliminarBeijinhos para ti Graça
Obrigada pela partilha nestes teus trabalhos.