12.12.09

Memórias de Dulcineia XVII

Claire Rydell


Porque os sentidos se furtam
a qualquer ausência sei
que nunca me aconteceu
a tua morte.
Teus gestos recordo.
Teu nome confundo
com os sonhos.
Em teu exílio
construo meus caminhos.
Diz-me o que perturbou teu olhar,
o que te devorou a inocência
do sorriso, o que esvaziou
tuas mãos de tanta sedução.
Diz-me que moinho de vento
te moldou, no corpo,
essa imprevista forma de loucura.


Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008

38 comentários:

  1. Graça Pires, foi a falta do vento...A alegria do moinho está na presença no "ar em movimento"...Beijos. Carlos

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  2. Melancolicamente belo. O vento da memória que sopra sobre o corpo do poema é um beijo de saudade. Não dá respostas. Nunca dá. Por isso vai repetindo-se no tempo como velas de vento. Um beijo.

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  3. No moinho que mói a nossa vida
    onde toda a grandeza se esfarela
    há uma esperança sempre renascida
    mas o vento não parou a sua vela...


    Um beijo Graça!

    AL

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  4. Quando as palavras trazem a "imprevista" subtileza de todos os sentires. Belíssimo. Um beijo, Graça.

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  5. Maravilha, Graça!
    Muitos beijos.

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  6. G.

    entre a melancolia, e o vento ou a falta dele, aqui nos dá a partilhar um poema muito belo.

    um beijo

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  7. Poetiza Brilhante:
    Um excelente poema de crítica humana/existencial que se enraizou e ganhou contornos de significação profunda.
    Notável.
    Jorra de si, um versejar de pureza e encanto. SEMPRE!
    Uma poesia imensamente significativa e construtiva compostas de sonhos admiráveis.
    Adorei. Parabéns.
    Abraço amigo

    pena

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  8. o corpo como uma forma de loucura no exílio...que lindo poema, GRaça, embora tenha uma ponta de tristeza- a ausÊncia,a inocência devorada. Sempre uma grande passagem aqui.

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  9. Já sabe como gosto tanto da sua poesia...

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  10. Oi Graça, seus textos poéticos são sempre muito expressivos e este não foge á regra. Belos versos ! Bj e obrigada pelo carinho.

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  11. Um poema da saudade sem remédio. Tão bonito, Graça, esse sopro de lembrança, essa recusa dos sentidos diante da ausência.

    Beijo.

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  12. Os sentidos sempre nos levam à negação da ausência, mesmo quando ela é bem real. Que o digam muitos Natais...quando as cadeiras ganham pó.

    Vou estar ausente nas próximas semanas, aproveito para lhe desejar um Natal muito Feliz.

    beijinhos

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  13. Versos preciosos imantados em reminiscências, a memória fala ao ouvido/olvido. Abraço.

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  14. Há searas que nem ausência ou lâmina ceifam.
    O vento pode varrer os sonhos, as formas e a inocência. A brisa virá de mansinho trazendo de volta a lembrança e abrir as portas a uma nova manhã de luz.
    Beijo carinhoso

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  15. trazemos nas mãos um monte de vendavais. um legado penitente que se enraíza no sorriso.
    até que uma noite nos possui o corpo, o único trajecto dos sonhos.

    _____

    um beijo e abraços maior querida Graça

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  16. Também gosto do vento, de o sentir na cara...
    Ás vezes, esqueço memórias tristes e sigo-o por esses labirintos....
    Gostei muito..
    Obrigada pela visita...
    Beijos e abraços
    Marta

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  17. Do exílio dos caminhos vivem estas memórias...

    Beijo

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  18. Uma trama de indagação e nostalgia construída num tear de sutilezas. Teu nome confundo com a poesia, Graça Pires.

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  19. em mim. na minha casa. uma extensa mancha de "poesia rara".




    beijo Graça.



    sempre.

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  20. penso que a loucura é que resgata um pouco da nossa inocência, se é que me faço entender... gostei muito, graça. um beijinho grande*

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  21. e se a tua morte
    nunca me aconteceu

    não perturbarei
    jamais

    os moinhos de vento
    os meus sonhos

    e tudo o mais

    .

    para a Graça

    memória de Dulcineia

    um beijo

    Manuela

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  22. A nostalgia e o desencanto...
    Oniricamente muito belo.

    Bem haja!

    Beij*

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  23. tantas perguntas...

    num belo poema.

    abraço Graça

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  24. O moinho e o poema, não sei bem por que, me deixaram uma sensação de rio na boca. Gostei muito das imagens.

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  25. Olá Graça

    Lindíssimo, como tudo que aqui nos apresentas.

    Recordações, sonhos, exílio, loucura... e o moínho de vento do poema, da imagem e as "Memorias de Dulcineia"...

    Beijinhos amigos

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  26. "Porque os sentidos se furtam
    a qualquer ausência sei
    que nunca me aconteceu
    a tua morte..."

    são tão bonitos estes versos. em sua deslumbrante melancolia.

    adorei o poema.

    beijo

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  27. Os caminhos constroem-se por onde vamos, é no corpo que se desvendam outros...

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  28. teresa p.9:20 da tarde

    "Em teu exílio
    construo os meus caminhos..."

    São Caminhos de Coragem e de Esperança...
    Belo como sempre!
    Beijo.

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  29. memórias melancolica mente inscritas num excelente poema



    .
    um beijo

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  30. Um texto de melancólica beleza ,o que aqui nos dás.

    Grande abraço.

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  31. ...Diz-me o que perturbou teu olhar,
    o que te devorou a inocência
    do sorriso, o que esvaziou
    tuas mãos de tanta sedução.


    Sem palavras, Graça...siplesmente divinal. Jhs
    A foto de Claire Rydell, bela também...no seu P.B

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  32. As pessoas importantes permanecem vivas dentro de nós!

    E moinhos de vento no nosso olhar sempre nos apoquentam...

    Votos de um Feliz Natal!

    Bjos

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  33. Graça

    O moinho da vida?
    Gostei muito mas faz doer na saudade.

    Um abraço

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  34. Em que ventos te te deixas levar.

    Gosto muito

    Bjs

    José

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  35. "Diz-me o que perturbou teu olhar,"
    que eu te direi o que me agitou e não me deixou dormir...

    ( o complemento foi a primeira coisa que me passou pela mente ao reler esse verso que me chamou muita atenção )

    Abraço,

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  36. belo, Graça. o pressentimento da mudança no outro, da perda, dos traços de loucura. dito de forma muito bela.

    beijos.

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  37. um excelente poema onde a ausência se transforma em negação

    ( não presença )

    e onde todos os sentidos em alerta se traduzem em vivências//memórias

    belíssimo



    .
    um beijo

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