No meu país havia marinheiros
com braços de tempestade.
Havia um cais e um sonho
ateado em cada mastro.
E havia no vento o chamamento do mar.
Havia no meu país o voo antigo dos pássaros
para adivinhar a sina dos homens.
O mistério do sangue e do parto
e o uivo das fêmeas em noites com lua
havia também no meu país.
No meu país havia a terra e a memória
e os cantares de amigo
e a pressentida eternidade das palavras.
Graça Pires
De O silêncio: lugar habitado, 2009
a eternidade delas é sempre um pressentimento, excelente percepção, belíssimo poema. :-)
ResponderEliminarbjos,
A eternidade sempre é pressentida...por isso nunca acaba, porque nunca chega...
ResponderEliminarGosto imenso deste poema...
Um beijo
Gosto da cadência das Cantigas de Amigo...lembram-me coisas boas e pinhais... :)
ResponderEliminarum beijinho
"...No meu país havia a terra e a memória
ResponderEliminare os cantares de amigo
e a pressentida eternidade das palavras."
E a Amizade que é a união da Força com que se semeia uma boa colheita.
Grata por este momento e pela delicadeza da sua poesia, que adoro.
Bjo.
G.
ResponderEliminarfiquei sem palavras para comentar tao belo poema.
por momentos lembrei Manuel Alegre.
gostei muito.
um beij
Havia tudo isso e muito mais
ResponderEliminarmas será que ainda há país?
Um abraço grande.
Amiga Graça,
ResponderEliminarNo meu país havia...
A importância do tempo verbal usado.
Havia mesmo, o que agora nos resta é a esperança de um país renovado.
Gostei muito.
Ná
Na Casa do Rau
Esperemos que a "pressentida eternidade das palavras" possa ser conjugada tb no presente! Um beijo, Graça.
ResponderEliminarAo som dos cantares da sua amizade
ResponderEliminare com o sonho de um magnífico poema
pleno de ritmo e sensibilidade...
vivemos o presente, a lembrar o passado e com a promessa do futuro.
Parabéns, Graça!...agradeço o carinho e as palavras amigas.Bjs!
belo poema
ResponderEliminareternidade..
palavras..
beijos...
e que elas predurem pela eternidade. Belo, como todos os que conheço saídos de si.
ResponderEliminarbeijinhos
Boa memória
ResponderEliminarBjs
um país que falta cumprir-se
ResponderEliminarinteiro, como diria Pessoa
a multiplicar-se de luas
para afugentar a triste sina de velhos marinheiros na senda dos naufrágios.
___
um grande beijo querida Graça
...os cantares de amigo, e a pressentida eternidade das palavras... são versos dos mais bonitos que já vi, minha querida amiga. Já conhecia esse teu poema e não me canso de fruir a sua beleza.
ResponderEliminarBjos, fico muito feliz com tuas palavras em meu blog.
um país, uma língua...saudade do meu país que só uma palavra não cabe.lindo, Graça.
ResponderEliminarno nosso país ainda vai havendo isso tudo, que tu transformas muito bem em poesia...
ResponderEliminargraças á eternidade das palavras.
abraço Graça
A cada segundo há sempre algo que se perde e fica o vazio das coisas que estão por vir.
ResponderEliminarBeijinhos
no meu país
ResponderEliminarhá tanta tempestade
como barco atado
num cais desatinado
chão e terra presentida
que eternos somos nós
de uma ternura vencida
a do meu país
.
...cantares de amigo
ainda há, Graça!
um beijo
Manuela
GRAÇA
ResponderEliminarNo meu País...
Já é difícil usar a frase e não sentir..angústia,
Um bom fim de semana.
Aguardemos que a bola role...
Um beijo e em Apontamento deixo...
sábado vou estar ás 19 horas na feira do livro no PORTO pavilhão B/35 e B/37 para uma sessão de autógrafos dos meus ultimos 2 livros .( SPORTING EM POESIA e Pais e Mães)Perto das5 horas Já lá estarei para ter tempo para um café tranquilo...Com quem quizer estar comigo.
Pois... Mas parece que tudo parece esvair-se por um qualquer vórtex!... Passando por ele, ou tudo acaba... ou fica-se com a cabeça à roda e as ideias completamente baralhadas!... Um Adamastor?!... Talvez!... E o cheiro intenso dos cravos de água doce que navegam nas palmas de mãos estendidas!...
ResponderEliminarPois é; "No meu País havia a Terra e a Memória..."
Bom fim de semana
Escolha entre... beijos e abraços
Lindo poema Graça ! É sempre um momento rico e prazeiroso visitar seu espaço poético. Bj.
ResponderEliminarNo seu país havia nautas e sonhos como bússolas convidando ao mar. No seu país há a sua poesia para quem ainda queira navegar.
ResponderEliminarVinha em busca de mais palavras, reli e reli...
ResponderEliminarDeixo um beijo e o desejo que passes um bom Domingo :-)
Lindíssimo. No meu país há-de haver a eternidade das palavras. Ainda o meu país.
ResponderEliminarUm grande abraço, Graça.
no teu - nosso - país havia (também)
ResponderEliminar"cantares de amigo" ,de amor ,de escárnio e maldizer......
.....amei!
.
um beijo
"...e a pressentida eternidade das palavras."
ResponderEliminarNo meu país... a beleza da tua poesia, para sempre!
Beijo.
penso que as palavras sobreviverão ao fim do mundo e flutuarão depois no universo como espíritos bons. um grande beijinho, graça.
ResponderEliminarHavia....bjs. Carlos
ResponderEliminarum dos meus poemas favoritos do livro, fala bem de Portugal...
ResponderEliminarum beijo, Graça
Belíssimo, Graça! Que consigas sempre resgatar tão belas imagens.
ResponderEliminarBeijos,
Lou
Muito bem articulado, o poema!
ResponderEliminarO que já não é novidade...
Bjs
Chegamos de viagem e venho aqui só pra dizer que esse carinho danado de bom é realmente algo que faz falta.
ResponderEliminarBeijo imenso, menina linda.
Rebeca
-
Se as palavras são eternas, então, tudo continua havendo... Basta ler e rememorar.
ResponderEliminarBelíssimo. Amei.
Beijos!
E aqui encontro sempre belíssimas palavras!
ResponderEliminarUm beijinho.
Belíssimo!
ResponderEliminarBeijos.
Havia.
ResponderEliminarhavia o sonho que agora nos quer fugir...
As palavras, essas, agora voam no vento
.
e à eternidade espera-se que cheguem ainda algumas.
Beijos
Tem selinho aqui prá todos os meus amigos.
ResponderEliminarVenha buscar os seus.....Carinho meus! M@ria
Da forma, nem vou tecer comentários. Fabuloso. Gostava de ter escrito este poema...
ResponderEliminarQuanto ao conteúdo, tens a certeza que havia isso tudo?
É que, nesse tempo imaginado, houve poetas que disseram o mesmo que tu... e, provavelmente, outros vão dizê-lo daqui a umas décadas, referindo-se aos tempos de hoje...
Os poetas às vezes exageram... Até eu, que não o sou (mas tento...).
Beijos.
Belíssimo cantar das memórias, a sugerir a questão "Que é feito do meu país?"
ResponderEliminarBjs
Tudo o que de bom havia no seu país se desvanece/eu em oposição ao que de mau havia/há no seu/nosso país!
ResponderEliminarBjs fique bem!
José
havemos de erguer de novo. o país "marinheiros com braços de tempestade"...
ResponderEliminarvibrante poema.
excelente.
beijos
Poesia que não se esgota...
ResponderEliminarGosto...
Abraço.
Lindo esse país que viaja pela pele do sonho, refazendo-se em poesia...
ResponderEliminarAbraço
É caso para se perguntar: haver havia, e agora já não há...?
ResponderEliminarHaver há, na alma de cada gente....talvez...
Muito bonito o poema que nos leva a reflectir e a deixar levar...
excelente poema, Graça. toda a identidade de um país, identidade construída nos seus momentos de glória históricos, mas acima de tudo, nas pessoas e naquilo de que eram feitas (repara: adoptei o pretérito como tu), coragem, capacidade de sonhar, trabalhar e lutar, amor pelas coisas simples, etc...
ResponderEliminardo pretérito se depreende uma oposição ao presente, mas sempre pret. imperfeito, será possível vislumbrar uma nesga de esperança?
beijo grande, Graça
bem me parecia que já tinha lido... muito bonito!
ResponderEliminarno meu país inda se ouve o grito dos teus marinheiros.
ResponderEliminarpara o bem e para o mal
as sementes deles florescem no meu país...
deixo um abraço fraterno
...pela eternidade, e mais além...
ResponderEliminarSempre bom sentir as suas palavras.
Brisas doces para a Graça***
tanto! como captaste bem a essência do nosso país que, infelizmente foi sendo gradualmente esquecida. obrigada, Graça, pela memória que este teu poema nos permite.
ResponderEliminar