As águas baixaram.
Amainada a maré vieram as gaivotas
poisar-nos na janela.
O brilho inesperado dos barcos
e das dunas doía no olhar.
De olhos fechados, ainda assim,
nos perturbava a clareira de bruma
que alastrava do mar.
As gaivotas, essas, traziam nas pupilas
um rebentar de ondas que nos ensurdecia.
Ao anoitecer jantámos em silêncio
e adormecemos com sede.
Graça Pires
De O silêncio: lugar habitado, 2009
Quando a sede deixa aberta todas as portas. Belíssimo.
ResponderEliminarsede das sedes.
ResponderEliminaramo o silencio...
beijos!!
Um rebentar de ondas que me matou a sede, a mim, que não as vejo nos olhos das gaivotas.
ResponderEliminarObrigada
Bjs
Todas as palavras no lugar certo...beijos.
ResponderEliminarPoesia inquieta, mas plena de beleza.
ResponderEliminarBeijo :)
Graça, de olhos fechados as brumas de nossos mares internos se alastram. Teu poema é para ser lido, relido e reverenciado. É muito belo.
ResponderEliminarbj
Lindo este teu voo de palavras. A tua escrita é enigmática :-)
ResponderEliminarBeijinho*
Sublime Poetiza Amiga:
ResponderEliminarO mar. As gaivotas. As ondas.
Um poema de causar delícia e pureza bela.
Parabéns.
Tem uma sensibilidade poética fabulosa que já é do conhecimento de todos.
É excelente!
Beijinhos amigos de encanto pelo que significa na imensa Blogosfera. Um valor precioso de ouro dos seus fabulosos versos.
Sempre a admirá-la
pena
Um poema divinal saído da sua ternura. Perfeito.
Bem-Haja, notável poetiza.
Adorei.
Muito bonito este texto meio prosa meio poesia. Ou talvez prosa poética.
ResponderEliminarGraça... quando minhas águas baixam, me aparecem gaivotas em tão grande número que quase acredito que o dia vai ser lindo... Mas passam as horas. Cessa o brilho das velas brancas dos barcos; o olhar cansa e se fecha automaticamente. Aí descubro que a alegria se diluiu e que, no meu caso, não é só jantar em silêncio; mas sim ter de ir dormir vazio e com sede e muita fome.
ResponderEliminarTambém gosto de gaivotas..
ResponderEliminarE quando me sinto sozinho, procuro companhia no mar...
Obrigada...
Beijos e abraços
Marta
Oi Graça,
ResponderEliminaré sempre revigorante ler o que você escreve pois aqui se encontra a poesia. Bj com carinho.
dá-me assim um frio
ResponderEliminarde gaivota poisada na janela
à espera da palavra que não chega
ao jantar
e bebemos tanta
a água do mar!
e este poema
é uma maré-baixa tão cheia de maré
que jantar em silêncio
é uma benção
para o ler em cada molécula e inventar 7 pratos e 5 sobremesas...
gostei muito, Graça!
um beijo
Manuela
GRAÇA PIRES
ResponderEliminarUm sorriso e um beijo
Volta sempre
Olá Graça
ResponderEliminarLindo este poema, nele vejo uma aguarela de palavras, repleta de luz e cor.
Gosto destes dias, destes crepúsculos...
Bjs
José
Pois você está sempre a deixar-nos com sede... de mais e mais poesia, especialmente a sua própria.
ResponderEliminarUm abraço.
Uma narração poética, onde a tônica são os sentimentos que ensurdecemos, as perdas, a falta... pensamos nos bastar o dia, mas dormimos com sede.
ResponderEliminarBelo poema, minha querida amiga. Bjos de teu amigo do Brasil.
Nem imagino como é saber ler as meninas dos olhos das aves.
ResponderEliminarBeijos de admiração!
O silencio acalma, medita, conforta... As gaivotas um simbolo da liberdade!
ResponderEliminarBeijinho de lua*.*
Sede de ler mais poesia nessa maré de sensibilidade.
ResponderEliminarBeijo imenso, menina linda.
Rebeca
-
a sede de tantas coisas.
ResponderEliminarum poema muito belo, assim como a foto escolhida.
bom final de semana!
beij
Um poema sóbrio
ResponderEliminarenxuto,
do quotidiano...
Beijocas
bonito e salgado...
ResponderEliminarabraço Graça
Sedes de quietude, de paisagens amenas, de silêncios inteiros. Lindo e inquietante poema, Graça. Obrigada.
ResponderEliminarAs gaivotas e o mar sempre no topo da inspiração!
ResponderEliminarSimples mas uma belíssima gota de orvalho poético!!!
...e de quanta sede se fala, tanta vez, ainda que se adormeça junto,e
ResponderEliminarmesmo quando as gaivotas não trazem ondas nos olhos!...
Bj.
Maria Mamede
Há silêncios que nos inquietam e deixam uma enorme sede...
ResponderEliminarLindo o poema e também a foto!
Beijo.
um haiku apenas um pouco maior do que o habitual...e belo!
ResponderEliminar:)
...aqui,
ResponderEliminarneste teu canto poético,
matam-se todas as sedes
de belas poesias.
bjs do Brasil
Graça, lindo poema, lindo o que escreves! O dia por si só, não se basta, não chega para saciar nossa sede!
ResponderEliminarTem uma bela semana.
Bjs
Sãozita
E que sede de gaivotas e de mar!
ResponderEliminarTanta, tanta, tanta...
sede de saciar as bocas...
ResponderEliminarbelíssimo.
beijos
Me encanta a simplicidade dos teus versos, a beleza acometida da singeleza, assim são teus poemas, semelhantes as gaivotas! Beijo!
ResponderEliminarBelo olhar que diz o que se vai na alma.
ResponderEliminarA sede...
Com admiração,
Cris
Postei SONHOS www.cristinasiqueira.blogspot.com
Um livro Mágico que li de um fôlego!
ResponderEliminarMuito grata pelo privilégio de me dar a ler toda a sua sensibilidade, Graça!
Um grande Abraço cheio de carinho
Poema melancolicamente belo. Com solidão e cumplicidade das gaivotas no beiral da janela. Sede de quê?, não se consegue saber, por causa do barulho do mar. E não se vê, por causa da bruma e do fechamento do olhar. Um beijo, Graça.
ResponderEliminarQuando vou embora também fico com sede das tuas palavras.
ResponderEliminarExcelente, como é teu hábito...
Beijos, querida amiga.
:) Como escreveu Torga ...é " matar a sede...com água salgada"
ResponderEliminarLindo Graça
Brisas frescas para si****
Belíssimo!
ResponderEliminarabraços de água corrente