Gérard Castello Lopes
Graça Pires
Sou habitante da cidade, como os pombos
que esvoaçam a esperança de lés a lés.
Sou habitante da cidade,
como todos os sobreviventes
do cansaço ritmado dos horários.
As ruas esvaziam-se.
Um som sufocado de baladas protege
os culpados das ruínas do outono.
Em vão me iludo
que esvoaçam a esperança de lés a lés.
Sou habitante da cidade,
como todos os sobreviventes
do cansaço ritmado dos horários.
As ruas esvaziam-se.
Um som sufocado de baladas protege
os culpados das ruínas do outono.
Em vão me iludo
com a claridade da cidade desperta.
Ninguém chora a noite
depois da passagem dos barcos
pelo olhar das pessoas desprevenidas.
Ninguém chora a noite
depois da passagem dos barcos
pelo olhar das pessoas desprevenidas.
Graça Pires
De Outono: lugar frágil, 1994
"...Em vão me iludo com a claridade da cidade desperta.
ResponderEliminarNinguém chora a noite..."
Esta sensibilidade que me toca o coração...
Deixo um beijo com o carinho da minha Amizade
Amiga Graça,
ResponderEliminarum poema urbano excelente! São sempre excelentes as suas partilhas. Obrigada.
Carinhoso beijo.
Abençoadas as pessoas desprevenidas. Um beijo
ResponderEliminareu gosto de olhar olhares..
ResponderEliminaramanheceres
romper do sol
um beijo amiga
Cara Graça;
ResponderEliminarBelo poema; num exercício contemplativo de grande beleza estética ao quotidiano da urbe.
Gostei bastante.
Um forte abraço.
A cidade
ResponderEliminaro tal pulmão que respira
nas tuas palavras
de sempre
Bj
depois da passagem dos barcos
ResponderEliminaré quando a cidade
sente falta de nós
que não deixem sós
os habitantes das esquinas
e do medo
Sou amante da cidade no Outono, da minha
quase tão bela como o seu poema,
que vejo impresso na mais dourada das folhas!
um beijo
manuela
Que continues sendo habitante da cidade da poesia, linda.
ResponderEliminarUm abraço grande.
Estimada e Preciosa Poetiza Amiga:
ResponderEliminarUm Habitante da cidade, feito por mãos poéticas de beleza imensa.
Parassem mágicas.
"...Sou habitante da cidade,
como todos os sobreviventes
do cansaço ritmado dos horários.
As ruas esvaziam-se..."
Linda e perfeita no seu versejar extraordinário e de fascínio.
Adorei. Fabuloso.
A poesia nasceu consigo. Sim! Tenho a certeza absoluta.
No maior encanto por este momento poético sublime.
Beijinhos amigos de parabéns.
Sempre a respeitá-la e a admirá-la.
pena
MUITO OBRIGADO pela simpática visita ao meu blogue que gostei muito.
Bem-Haja, notável poetiza de sonho.
É Fantástica!
Maravilhoso teu olhar para a cidade. E esse título - Outono Frágil - é de dar inveja.
ResponderEliminarBeijo, Graça querida.
Suave olhar sobre a cidade,neste outono frágil. Adorei.
ResponderEliminarUm grande bejinho
Nem sempre se dá conta de que o tempo passa...
ResponderEliminarE não se chora na noite apenas porque o dia acabou....
Envelhecemos com a cidade....
Brilhante...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Sempre uma intensidade em suas palavras que me comove, fica uma balbúrdia dentro de mim.
ResponderEliminarBeijo, grande moça!
Gostei,como sempre, Graça.
ResponderEliminarGraça,
ResponderEliminarSuas palavras sempre compõem intensidade pura.
Beijo imenso, menina linda.
Rebeca
-
Graça
ResponderEliminarHoje ao ler os comentários no meu blog tinha um muito real que dizia...
... isto não era poesia
assinava uma amiga mas...anónima.
Claro que anónimo para mim é cobardia por isso arrisco a deixar um poema que eu gosto particularmente...
Um beijinho GRANDE
INFINITO
Longe muito longe...
Tentei ir, cheia de dor...
Para te esquecer...
E fui contemplar-te a ti, mar...
Mar, que tudo levas e tudo trazes...
E olhei-te com dor...
Com muita dor...
E pensei dar-te o que mais me doía...
E serenamente...
Olhei, pensei e doei...
Doei-te tudo o que tinha...
E baixinho pedi-te que me levasses...
Todos os sentimentos...
Que estavam a mais...
E senti...
A sensação de ser livre...
Senti que estava mais eu...
Mas vim e foi mentira...
Os sentimentos não se deitam ao mar...
Nem se atiram às ondas...
Estavam à porta de casa...
À minha espera...
Porque... quando são verdadeiros...
São eternos!...
LILI LARANJO
Somos todos sobreviventes de alguma cidade...
ResponderEliminarBelíssimo, o poema...
Um beijo
Graça, obrigado pela sua visita...
ResponderEliminarVou seguir o seu conselho...
Quanto a este seu poema...pessoalmente gosto imenso!
Cheio de imagens fílmicas.
Se o Fritz Lang o lesse...acredite que daria talvez uma curta-metragem...porque é uma sinopse impar!!!!
Algo de Metropolis...do mesmo Fritz L.
Atualíssimo.
Beijo
um poema que retrata bem a cidade e tudo o que a move, e a nostalgia do outono.
ResponderEliminarcom a sensibilidade impressa em cada estrofe.
admiradora da sua escrita deixo um
beij
Foi bom estar aqui e percorrer
ResponderEliminara poesia inserida.
Saudações/Irene
...nem todos os habitantes
ResponderEliminarurbanos conseguem extrair
poesia entre as pedras.
e você tão lindamente o fez aqui!
parabéns!
bj, linda!
Fica-se a pasmar...
ResponderEliminarno reboliço do fim da tarde
na cidade
fora do ritmo
desencontrado
a olhar
o amarelado
encanto
dum recanto
junto ao rio
Olhar disperso
contemplativo
alheado
Saboreio o momento
passa o tempo...
Aqui estou de novo para agradecer
ResponderEliminarseu comentário.
Bj/Irene
"como todos os sobreviventes"
ResponderEliminar:)
também sou habitante da cidade...
ResponderEliminar(muito bonito)
abraço Graça
Que lindas imagens! Que harmonia nas palavras, na fonética, na sintaxe!
ResponderEliminarSomos todos "habitantes da cidade" - ai de quem o não seja!
Uma vez mais, que lindo poema!
O amor nasce de um beijo, cresce de um sorriso, alimenta-se de um carinho e ressuscita de um perdão."
ResponderEliminarUma boa semana
Bjs com carinho
Habitante da cidade, em claridade e escuro, meu coração de breu sob o teu néon...
ResponderEliminarSim, todos choram a noite, à noite...
Meu coração de breu sob o céu de néon. Choro, sim, a noite e às noites, toda a claridade do chegar do dia...
ResponderEliminarUm sentimento que se esvazia no recolher da luz, o convite ao recolhimento introspectivo...
ResponderEliminarBelo! Como sempre, Graça.
Beijo :)
Urbano é falso e o mais verdadeiro sobre nós mesmos.
ResponderEliminar" Sou habitante da cidade, como os pombos
ResponderEliminarque esvoaçam a esperança de lés a lés.
Sou habitante da cidade,
como todos os sobreviventes
do cansaço ritmado dos horários.
As ruas esvaziam-se."
E qd elas se esvaziam o que fica a não ser o cansaço, a melancolia e quantas quantas o vazio dentro de nós!?
Poema que pincela com crueza a vida que levamos prisioneiros anos e anos na cidade...
Gostei muito, muito.
Beijo
"Sou habitante da cidade, como os pombos que esvoaçam a esperança de lés a lés."
ResponderEliminarUm começo fabuloso, num poema que, através de belíssimas imagens, nos faz sentir verdadeiros habitantes da cidade...
Beijo.
choro
ResponderEliminarquando desprevenidamente deixo zarpar os barcos na noite
quando no mar se adentram para não mais ao cais voltarem
quando as suas velas se despendem e o olhar se perde em terra
e quando tu chegas se decidi partir
um beijo, graça
sinto-me sempre desprevenida ao lê-la. como se fosse sempre novo o enlaço das suas palavras. é bom habitar este olhar. um beijinho grande, graça.
ResponderEliminar"ninguém chora a noite..."
ResponderEliminarquem da noite fará cristal aceso?
belíssimo.
beijos
a cidade como lugar de sobrevivência, de algum sufoco ao ritmo de horários determinados, de algum cansaço sob uma claridade ilusória, cansaço que mal permite o extravasar das emoções quando a noite chega. mas também lugar de esperanças, de sonhos de voos como as aves.
ResponderEliminarsempre belo como todos os teus poemas, Graça. beijo grande.
não comento a excelência
ResponderEliminar.
um beijo
habitar a cidade, a eterna ambiç~ao, gostei muito do poema, com essa temática t~ao próxima...
ResponderEliminarum beijo
A cidade-lugar. A cidade sofrida e sobreviva. A cidade que também somos.
ResponderEliminarA cidade construída no teu olhar de versos.
Sempre POESIA.
Um grande abraço, Amiga.
Seus poemas são singulares, Graça. Apresentam poesia de alto nível.
ResponderEliminarObrigada pelas visitas e pelos comentários perspicazes.
Beijos,
Lou
Graça, a saudade fez-me vir mal pude ao teu espaço, passei este amanhecer a ler-te...e como saio feliz! Como estás amiga? Um beijo de carinho grande
ResponderEliminarDesnecessário, mas util e precioso será dizer que as tuas composições tem muita qualidade. Gosto dessas embarcações..
ResponderEliminare a cidade ganha outra cor e brilho pela mão das suas palavras.
ResponderEliminarabraço
Uma outonal solidão perpassa todo o poema.
ResponderEliminarMuito belo.
Bjs. Graça
Maria Mamede
Sente-se uma solidão confusa, só as palavras dão abrigo ao habitante da cidade.
ResponderEliminarUm grande beijo
lindíssimo poema Graça.
ResponderEliminarComo os pombos é livre,
beijinho
"Ninguém chora a noite
ResponderEliminardepois da passagem dos barcos"
Excelente Graça! Não é só poesia escrita é também poesia pintada.
Bjs e boa semana!
José
e fiquei a olhar estas palavras...lindo Graça...lindo*
ResponderEliminar