Paul Strand
Habito a deriva dos labirintos,
com vontade de ser cativa de uma presença,
de um nome, de um aceno.
Sou um peregrino.
Recorto nos pés o caminho da terra prometida,
embora um estranho afecto
prenda os meus passos a um rumo incendiado.
Sou Ícaro rasando, imprudente, um amor proibido.
As minhas asas se fundem no absurdo de sensações
que me levam a um qualquer tormento,
abismo do meu próprio imaginário.
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
Habito a deriva dos labirintos,
com vontade de ser cativa de uma presença,
de um nome, de um aceno.
Sou um peregrino.
Recorto nos pés o caminho da terra prometida,
embora um estranho afecto
prenda os meus passos a um rumo incendiado.
Sou Ícaro rasando, imprudente, um amor proibido.
As minhas asas se fundem no absurdo de sensações
que me levam a um qualquer tormento,
abismo do meu próprio imaginário.
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
Ás vezes, andamos mesmo à deriva...
ResponderEliminarNem sempre conseguimos encontrar a saída desse labirinto, que muitas vezes, somos nós próprios quem tecemos...
Esta semana, o Com Amor tem um desafio e gostaria muito que participasse.
Basta enviar um poema sobre "beleza" e/ou "fogo". Eu publico e comento.O mail é martavinhais@gmail.com
Beijos e abraços
Marta
GRAÇA
ResponderEliminarA vida também está no meio do labirinto.Com cuidado encontramos a saída.
Um beijo
Ícaros em seus vôos rasantes jamais pensariam noutra coisa que não abandonar a companhia dos céus e voltar ao caminho da terra prometida, em busca de novos afetos, mesmo que estranhos!
ResponderEliminarMas quando é impossível descer dos céus que nos prendem, restam os abismos do nosso próprio imaginário atormentado.
Que lindo, Graça. Bom ser peregrino, não sei se à deriva de labirintos, mas quem sabe possamos nos livrar deles com asas, não as de ícaro, outras...
ResponderEliminarbjs.
Oh, Estimada, Doce e Consagrada Poetiza Amiga de sonho:
ResponderEliminarRegistei:
"...Sou um peregrino.
Recorto nos pés o caminho da terra prometida,
embora um estranho afecto
prenda os meus passos a um rumo incendiado...."
Tem uma Alma poética Gigante onde cabe o Universo de ternura e encanto peregrinos de fascinar.
De deslubre imenso, a sua poesia.
Excelente.
Parabéns.
Abraço amigo a si e ao seu talento.
Sempre a respeitá-la e a admirá-la
pena
Bem-Haja, pela pura amizade expressa no meu blogue.
Saiba, que adorei.
É linda, sabia?
Gostei muito dos seus mágicos versos.
"a um rumo incendiado."
ResponderEliminarUma beleza de poema! Beijinhos.
Somos todos peregrinos, linda. Só que alguns t~em o condão de o transmitir poeticamente...
ResponderEliminarUm abraço grande
Peregrinos somos, entre a terra e o céu, na perdição dos labirintos, na beira dos abismos.
ResponderEliminarAssim habitei o teu belo poema.
Um beijo, Graça.
Mais um poema que nos incendeia e nos leva, não para um estranho afecto mas, sim, para a admiração e gosto de ler a sua poesia.
ResponderEliminarUm abraço.
Lindo e sensual!
ResponderEliminarBeijos
os labirintos...
ResponderEliminaros caminhos...
e o teu imaginário...
beijinho Graça
POETISA Graça Pires;
ResponderEliminarNa vida, por vezes, temos que ultrapassar labirintos e percursos difíceis para conquistar um amor proibido, mas nunca utilizando as asas de Ícaro, mesmo que retendo os conselhos de Dédalo, seu pai, para que não se aproximasse demasiadamente do Sol para que a cera, utilizada na concepção das asas, não derretesse; aqui, também, o calor gerado por um amor proibido derretê-las-ia.
Em todo o caso, nunca devemos perder a ambição da conquista do amor, sustentáculo primordial da nossa existência.
Gostei imenso deste magnífico poema, com a qualidade de sempre.
Um beijo.
Abismos, labirintos o sangue e o sal das nossas vidas. Mais um poema de ressonâncias. Um beijo.
ResponderEliminarum poema onde se revê a mitologia grega, onde icaro tenta voar e assim encontrou a morte.
ResponderEliminarque dizer da posia de Graça Pires,que já não foi dito?!
eu apenas digo uma palavra e assim resumo toda : Excelente.
um beij de admiraçao!
rumo incendiado das palavras,
ResponderEliminaras suas!
Ícaro teria inveja de umas asas assim,
um beijo, Graça
manuela
Que belas imagens! E todo o conjunto fonético e rítmico das suas palavras é lindíssimo! Além de que a mensagem vem ao nosso encontro com a simplicidade e a facilidade das coisas muito bem feitas.
ResponderEliminarIgnorância minha e por isso peço desculpa, mas não conhecia os seus poemas e são tão bonitos!
Obrigada.
Ícaro e peregrino, assim somos nesta vida de labirintos, construindo caminhos e buscando amores e sonhos. um belo poema, Graça. beijo.
ResponderEliminar"Habito a deriva dos labirintos,
ResponderEliminarcom vontade de ser cativa de uma presença,
de um nome, de um aceno.
Sou um peregrino."
Subscrevo.
Tb sou sorvido pelos interstícios qúe me acenam às fontes do mistério.
Lindo o que escreveste.
Poema que me diz muito.
Beijo terno.
Esse absurdo de sensações inunda o afago cheio de espiritualidade.
ResponderEliminarBeijo imenso, menina linda.
Rebeca
-
"Sou Ícaro rasando, imprudente, um amor proibido" Forte...a poesia por brotar da paixão pela vida rasga as proibições...Lindo.
ResponderEliminarbeijinho,
Véu de Maya
Estranhos e difíceis são os caminhos dos afectos...
ResponderEliminarÉ muito belo e profundo tudo o que escreves!
A fotografia condiz na perfeição.
Beijo.
...às vezes nos sentimos
ResponderEliminarà deriva, e daí vem os amigos
nos resgatar com amor.
obrigada pelo carinho das
palavras lá em meu canto.
um beijo, querida!
A procura, a constante procura de algo que nos surpreenda, que nos toque, que nos marque...
ResponderEliminarGraça, e que bela forma de o dizer!
beijo :)
É sempre o imaginário a nos desencaminhar rumo a labirintos e tormento. E nesse rumo somos todos peregrinos. Um belíssimo poema, cheio da verdade mais profunda.
ResponderEliminarBeijo, Graça.
quanto mais abismal. mais poético. um beijinho muito grande, querida graça*
ResponderEliminarDesses abismos é que vivemos, não é?
ResponderEliminarUm abraço.
Olá Graça,
ResponderEliminarLi hoje um poema seu no blogue do Manu(Toca a escrever) segui o link, e gostei muito do que já li!
Voltarei com mais tempo para a conhecer melhor.
Até lá...Bjs dos Alpes
o ofício das mãos é também espalhar versos, semear magia... tuas mãos, a espargir - seja na maré baixa, seja na maré alta, seja nos labirintos, seja do alto do monte -, pura magia de incontáveis versos!
ResponderEliminargrato, de coração.
labirintos e fios perdidos de ariadnas acontecem na escrita de um poema, que abra saídas novas e labirintos novos,
ResponderEliminarmuito belo, graça!
um beijo
Nem sei bem há quanto tempo não passava aqui.... Foi bom voltar.
ResponderEliminarabraço
A deriva não me angustia.
ResponderEliminarO que me angustia é não ter barco, nem asas de Ícaro.
O que me faz sofrer é não ter sol para derreter as máscaras e sentir o abraço da presença errante do meu destino, no labirinto do tempo.
Profundo e metafísico este poema.
Graça:
ResponderEliminarEsta visão fascinante dos labirintos este eterno andar à deriva deixa-nos espaço para meditação... e profunda!
Gostei demais!
óptimo reler a sua poesia
ResponderEliminarsempre deliciosa
um abraço
"habito a deriva dos labirintos, com vontade de ser cativa de uma presença..."
ResponderEliminarFez-me lembrar o Pincipezinho e o "cativar", essa palavra esquecida que significa "criar laços".
Adore o seu poema.
beijinhos
Há sempre um chão peregrino, como peregrinos os passos que o percorrem.
ResponderEliminarHá sempre caminhos de recomeço,
apesar dos silvados!
Bjs.
Maria Mamede
Habito na paisagem
ResponderEliminarda voz à deriva,(sem rumo)
não deixo na terra
uma só vagem de vida,
talvez porque a minha margem
seja a da silva agressiva
que transporto na bagagem
do imaginário desarrumo...
Joel Matos...(10/2010)
"Sou Ícaro rasando, imprudente, um amor proibido."
ResponderEliminarExcelente, querida amiga Graça.
Beijos.
belos os "rumos incendiados" que teimam no voo. ainda que as asas tombem. e queimem...
ResponderEliminarpara se erguerem (de novo) do abismo!...
grandioso. teu poema
beijos
Ser peregrina nos labirintos: que maneira tão inteligente de escrever a vida (às vezes).´
ResponderEliminarUm poema de uma coerência, de uma estrutura absolutamente magníficas.
Sou fã (como sempre)...
São palavras as tuas que expressam muito do que vai dentro de mim. Na verdade estamos, todos, a deriva desses labirintos que o viver nos ensina. E a poesia, para quem escreve, para quem lê, é a terra prometida de que falas, ah, a utopia necessária.
ResponderEliminarUm beijo amigo.
Existe muita inteligência em teus versos, Graça, e tudo isso colado com muita sensibilidade em versos poderosos!
ResponderEliminarGostei de viajar nesta noite pelo mundo virtual, gostei mais de ter aportado aqui!
Abraços, estejas bem!
gilberto (nel mezzo del cammim)
POEMA MAIOR...o teu Graça...
ResponderEliminardeliciosamente labiríntico...
Obrigado por tuas palavras sempre tão simpáticas...
não mereço tanto...
Um abraço amigo
Vivemos em labirintos, somos cativos de outros e de nós mesmos. Somos imprudentes qual Ícaro que voou rente ao sol, deixando-se levar na sensação e na liberdade de voar...
ResponderEliminarbelo poema Graça! Prendou-nos com a mitologia grega.
Bjs
José
peregrina dos seus poemas...confesso...
ResponderEliminarlindo Graça*
maravilhoso poema, Graça!
ResponderEliminarEm relação ao amor somos assim, esquecemos que as asas podem ser de cera, Ícaros imprudentes, ardentes de desejo pela vida.
eu adoro teus versos
um beijo