27.10.10

A velha nespereira

Ana Pires


Em contraluz, a velha nespereira
tem um perfil de vigília.
Quem dela se aproxima pode ver os múltiplos
ângulos do dia explodindo na ramagem
dando à terra um rosto iluminado.
Ao fundo da noite haverá sempre um luar
marginal com que ilustrarei o poema.

Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005

42 comentários:

  1. Graça, eu também tenho uma nespereira. O luar também se esconde entre as folhas.
    Gostei particularmente, deste poema.

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  2. sim, e é tão bom quando a terra parece um rosto iluminado...

    beijinho Graça

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  3. Os dons da natureza definidos no seu próprio olhar.

    De apreciar, pela singularidade.

    Abraço

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  4. Antes de mais, quero agradecer a tua visita ao meu espaço.
    Eu também tenho uma velha nespereira: exibe as marcas da minha traquinice quando era criança, mas agora é alvo da minha contemplação quando o sol se põe por entre os seus ramos nos lindos finais de dia de verão.

    Um beijo.

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  5. Continuo gostando da tua poesia, sim.
    Um abraço, linda

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  6. Olá Graça,
    Aqui estou eu de novo a ler-te com imenso prazer.
    Sou igualmente um amante da natureza. Camponês de fim-de-semana.
    Obrigado pelo incentivo no meu blogue.
    Beijos

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  7. É esse luar ao fundo da noite que nos ilustra o poema, a vida.

    Muito obrigada pelo teu talento.
    Beijo.

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  8. Nascido na ruralidade, sempre convivi com as nespereiras que o meu avô plantara, nos cantos dos poios. Muitas delas serviam de baloiço nas tardes quentes de Verão, enquanto os mais velhos ceifavam o trigo. Em Março os suculentos frutos saciavam o apetite, quando ela se vestia de ouro.
    No Natal alguns ramos eram sacrificados para embelezar a lapinha.

    Do teu poema guardo a recordação desses tempos na memória dourada da infância.
    Obrigado por ter passado no cronicando.

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  9. Gosto mesmo das suas imagens! São luminosas!
    Bem haja por no-las mostrar!

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  10. ...e eu me encanto com teu
    canto e com todos que por
    aqui cantam!!

    bjbjbj, querida!

    obrigada sempre!

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  11. "Ao fundo da noite haverá sempre um luar
    marginal..."
    Quando tinha dezoito anos gostava de dizer que marginal também queria dizer ao lado do mar...
    um beijinho
    :)

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  12. consegue sentir-se o aroma, querida graça. um grande beijinho*

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  13. O teu olhar de poeta, por entre os ramos de uma nespereira... Lindo!


    Beijos
    AL

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  14. o que uma arvore pode desencadear...a inspiraçao, de palavras ternas e bonitas.

    gosto muito da sua poesia.

    um beij

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  15. E um sorriso rasgado...
    Lindo....
    Adorei...
    Obrigada mais uma vez por me deixares publicar o teu poema...
    Beijos e abraços
    Marta

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  16. em contraluz
    vigiamos

    gulosos de nêsperas

    ouvindo os poemas vindos das estevas!

    um beijo

    manuela

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  17. Vc que ilustrou a paisagem com seu poema!

    Beijo.

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  18. Uma imagem para viveres no seu coração sempre...
    Um beijo

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  19. Poética elevada ao mais alto grau de beleza. Que lindo poema, Graça, maravilha, gostaria de escrever assim. O texto cria imagens belíssimas. Um beijo amigo, minha querida poeta.

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  20. Na marginalidade das palavras se encontra a poesia. Belíssimo!

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  21. Bela imagem. Gostava de me lá sentar a ler um livro!

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  22. Encantador perfil tem este poema!

    Beijos

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  23. Minha querida POETISA Graça Pires;
    Belo quadro poético, este seu poema, onde as palavras sãos magnificentes cores que pintam o nosso imaginário quotidiano.
    Gostei imenso.
    Um beijo.

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  24. Oi, Graça!

    Delicado como um hai kai...

    Chamou-me atenção o detalhe:
    "... Quem dela se aproxima pode ver os múltiplos ângulos..."

    Às vezes, perdemos tanto quando não nos aproximamos...

    Um beijo! Estava com saudades!

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  25. Conheço bem a tua "velha nespereira" à sombra da qual nos sentávamos algumas vezes a conversar e, até, a fazer belas sestas, em dias quentes de Verão.
    A foto da Ana captou bem uma imagem do poema, onde dizes que ela dá "à terra um rosto iluminado".
    Beijo.

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  26. Magestosa, ilumina tudo em seu redor,visível para todos os que têm a alma desperta para os dons da natureza.
    Muitas e felizes memórias da minha infância.
    Um Excelente fim de semana.

    Beijinhos

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  27. Poesia, tal como a entendo, é assim: esse toque que torna a realidade irresistível, e que está presente em todos os poemas seus que já li.

    Beijos, Graça.

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  28. As árvores dormem em pé...

    Beijo

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  29. Adorei estes ângulos do dia que explodem pela ramagem: um poema-imagem que se auto-ilustra.

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  30. Há quanto tempo, Graça!

    O trabalho e a luta contra os senhores do feudo não me deixam tempo nem pachorra para estas visitas. Mas uns dias de férias... e cá estou.

    Conheci duas nespereiras como a tua. Mágicas! Davam frutos carnudos e saborosos como os da tua. belos.

    Continua a cantar.

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  31. Simples e luminoso, o teu poema. Como a nespereira, irradia luz.
    Como a terra, nós ficamos agradecidos pelo calor recebido dos ramos.
    Com essa luz, escreveste o teu poema.
    Bonito.
    Beijo grande.

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  32. tantas histórias moram ao pé de cada ángulo de sombra... belas palavras, Graça

    Um beijo

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  33. O poeta, uma árvore, um olhar...
    Depois, bem desenhadas, as palavras insinuam-se, e a árvore quase adquire alma...

    beijo :)

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  34. Estimada Poetiza:
    "...dando à terra um rosto iluminado.
    Ao fundo da noite haverá sempre um luar
    marginal com que ilustrarei o poema..."

    Que "coisa" mais linda, perfeita e sublime de beleza imensa.
    Parabéns.
    Abraço amigo de respeito e sempre a admirá-la

    pena

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  35. A minha nespereira
    deixou as vigílias...
    morreu...
    E agora
    sinto mais o luar,
    porque era ela
    que o comia...
    Belo poema. Gostei.
    Beijos.

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  36. Belas imagens, caríssima!

    Abraços,
    Lou

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  37. Em contraluz as formas são mais perceptíveis devido à luz que ilumina os rostos...

    bj Graça

    José

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  38. não que mais admirar - se o belo poema se a "transparência" da fotografia.

    excelente composição.

    beijos

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  39. Lindo Amiga, o poema e a foto.Jhs

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  40. Nespereira faz-me lembrar infância...foi árvore de ao pé da porta a guardar memórias e açafate de amarelos (quase ocres) em meio ao verde.
    Obrigada Graça, principalmente pela recordação que o poema me trouxe.
    Bjs.
    M.M.

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  41. doce Graça...que continue haver sempre luar nas suas palavras******

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  42. Belíssimo como a luz descrevendo raios se palavras que lhe saem dos dedos...
    um abraço

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