Todas as palavras são adequadas
para evocar os dias
para sempre agarrados
à cal da casa onde nascemos.
Quase nada sei a meu respeito
desse tempo tão claro
em que as sombras eram apenas
a antecipação da noite.
Tento imitar aquela inocência
próxima da brancura dos lírios
e do frémito do rio
abraçando o mar.
Torna-se difícil encontrar os sinais
sobreviventes da memória:
a prata do chocolate
pacientemente alisada,
as velas dos moinhos,
as cerejas carnudas,
a roupa a corar sobre a erva,
a claridade das mãos da minha mãe
carregadas de tarefas e de presságios.
Graça Pires
De A incidência da luz, 2011
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ResponderEliminarDoces recordações nos embalam a alma...
Um belo apanhado dum tempo feliz!
Beijos de luz e o meu carinho...
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Fiquei pasmado! Até parecia que estava a viver esses momentos!
ResponderEliminarTal e qual!
Como as palavras, quando aplicadas no momento e na forma adequadas, conseguem transmitir, fielmente, imagens, sons, emoções, até sabores!...
Recordações!...
memórias tão bem escritas como só Graça sabe.
ResponderEliminargostei muito!
um beij
Consagrada e Prodigiosa Poetiza Amiga:
ResponderEliminar"...Tento imitar aquela inocência
próxima da brancura dos lírios
e do frémito do rio
abraçando o mar..."
Uma fabulosa delícia.
Parabéns pelo seu sentir gigantesco de pureza e beleza imensas que me deixa sem palavras.
Fascina, amiga.
Abraço amigo de imenso respeito e admiração constante e sempre.
Escreve tão bem.
pena
Notável.
Bem-Haja, poetiza de sonho.
Adorei.
Quando nos encontramos na poesia e nas recordações do poeta!
ResponderEliminarMinha querida
ResponderEliminarEste poema fez-me voltar às raízes adormecidas no fundo de mim...lindo e cheio de passado e emoções.
Deixo um beijinho carinhoso
Sonhadora
Quase todas as palavras para evocarmos os dias que se esconderam nos labirintos da memória, e as palavras são vida reintegrada.
ResponderEliminarLi o poema desse post no livro que me enviaste, Graça, e é lindo. Do livro retiro também este trecho de abertura de um de seus segmentos:
"São de granito cinzento as cúpulas dos templos antigos: a música profana no rebordo das pedras." Que lindo!
E que as palavras nos tragam a ferrugem das chaves, mas também a alvura dos lírios.
Muito obrigado pelo envio de teu tesouro impresso, lindamente impresso, gostei muito do layout com as fotos, tua e da capa. E muito obrigado, principalmente, pelo teu enorme carinho, tão especial para mim, minha querida amiga poeta. Alegrias e reconhecimento são o que te desejo
na jornada do novo livro. Beijos.
Ternas e saudosas recordações, querida Graça.
ResponderEliminar«Tento imitar aquela inocência
próxima da brancura dos lírios
e do frémito do rio
abraçando o mar.»
O tempo não volta para trás,nós andamos para a frente com as recordações.
Belíssimo o seu poema.
Bjito e uma flor
sei da prata do chocolate
ResponderEliminarescondida e alisada entre cada página do livro de leitura
"o Carlinhos era uma linda criança de cabelos louros e olhos azuis."
talvez fosse, nunca soube quem era o Carlinhos
e lá fora
a mãe chamava
todas as palavras são adequadas para falar de amor e da cal da casa
muito bonito, Graça!
um beijo
manuela
Lindo poema! Palavras suaves numa narrativa que envolve. Adorei!
ResponderEliminarBeijo.
lindo, memorável...
ResponderEliminarBeijinho Graça
A memória vive das palavras, dos gestos, dos sinais, ou da falta de tudo isso.
ResponderEliminarTodas as palavras são adequadas...para relembrar a ternura da infância e criar a claridade dos dias. A Graça vive das palavras e combina-as muito bem!
Um desses poemas que envolve nossa sensibilidade, como aliás você sabe escrever tão bem. Um desses poemas para guardar.
ResponderEliminarGraça, estou pensando em publicá-lo no Poema Amigo desta sexta-feira. Você concorda?
Beijos e carinho.
Oi Graça,
ResponderEliminargosto muito do aspecto intimista de seus poemas e textos literários... Sempre muito bom vir aqui. Bj.
E nas palavras mais simples evoca-se as memórias mais doces, pois quem é que nunca alisou a prata que envolvia o chocolate????
ResponderEliminarLindo
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
a claridade,o aroma tranquilo da claridade...
ResponderEliminar:)
Memórias de barcos
ResponderEliminarque nos correm as veias
Bjs amigos
GRAÇA
ResponderEliminarObrigada pela visita.
A festa é de quem caminha comigo por aqui...
beijos
Nossa Graça...
ResponderEliminarQue graça é a palavra pela sua alma dita.
Bendita lembrança
da criança que alimenta.
Com carinho e uma flor
rosa de Fátima
Graça querida...um poema maravilhoso, com toda as recordações...magia...de um tempo sem tempo!
ResponderEliminarLindo, este teu livro tem po«emas maravilhosos.
A foto da Cátia ficou divinal no poema!
Beijos às duas!!!
Um dos muitos poemas belos do teu último livro!! Beijos.
ResponderEliminarMais que adequadas, as palavras vão se concretizando à medida que a leitura flui. Maravilhoso!
ResponderEliminara arqueologia
ResponderEliminardos
afectos
[precioso]
Querida Graça,
ResponderEliminarBelíssimo poema e ilustração. Todas as palavras seriam insuficientes para expressar-me, adequadamente, sobre este poema que só o coração consegue entender a profundidade.
Beijos com carinho.
muito bonito, graça!
ResponderEliminare parabéns à cátia... a foto é uma memória tão próxima que pode abraçar-se.
beijos a ambas
luísa
Cara amiga POETISA Graça;
ResponderEliminarBelo poema nostálgico, de um tempo em que se foi criança feliz, com palavras cheias de candura poética.
Gostei muito.
Um beijo.
Recordações, afloradas na saudade que de repente nos invade... Adorei, porque todas as palavras são adequadas!
ResponderEliminarBeijinho,
Ana Martins
"...a claridade das mãos da minha mãe / carregadas de tarefas e de presságios."
ResponderEliminarMemórias ternas e saudosamente vivas. Lindo!!!
Beijo
as palavras são a voz íntima do nosso horizonte, sempre nos explicam... como no teu poema, desde a beleza,
ResponderEliminarum beijo
p.d: sinto não perceberes bem o poema do meu post em catalão, acaba a dizer: sei que agora voltas ao caminho com reticência/ (não podia ser de uma outra forma)/ a deixar pegadas inexplicáveis/ nuvens de queixumes ao teu passo.
Gostei, Graça. Aliás como sempre. Um beijinho para si.
ResponderEliminarMuito lindo! Tão belo e verdadeiro que me senti transportada para 19 e cinquenta e tal...
ResponderEliminarEsse é o verdadeiro poder do poeta!
Obrigada.
Beijo
Para evocar tão belas recordações, "todas as palvras são adequadas" até porque esta tão bela pintura, repletea de imagens, de sensações, de cores... nos clareia a alma.
ResponderEliminarUm beijo Graça e bom fim de semana!
José
As memórias deixam sempre raízes. As primórdias, então, são companhia permanente. Às vezes dissimuladas, outras vezes a assomar por entre o desassossego, mas estão sempre lá. São "dias para sempre agarrados...".
ResponderEliminarBeijo :)
Adorei ler, fez-me viajar no tempo e recordar momentos de uma infancia em que tudo era bem mais lindo do que actualmente.
ResponderEliminarFantástico, os meus parabéns.
beijos
Caríssima Graça, obrigado por visitar a minha « Chuva de Diamantes » sou um poeta amador, que, ou talvez não chegue a poeta, mas sou alguem que gosta de dar forma ás palavras de expressar sentimentos em forma de poesia, gostaria de uma análise critica áquilo que escrevo. Voçê é divina naquilo que escreve. Muita felicidade e muito sucesso.
ResponderEliminarBelíssimo, Graça! Como todos os poemas deste teu livro de luz.
ResponderEliminarAbraço-te com muito carinho.
Bonito, tem mais encanto com música ao fundo...
ResponderEliminarPor mais estranho que pareça, a luz teima em incidir sempre nas raízes!
ResponderEliminarAbraços, Graça!
AL
Graça, é um belo poema de memória e partida, que milagrosamente retém o tempo.
ResponderEliminarA "minha" escritora favorita...suas palavras conseguem habitar-me
ResponderEliminarmemórias habitadas. na inocência dos lírios. e na pureza alva dos presságios maternais.
ResponderEliminarbelíssimo
beijos
A Graça só pode ter nascido e sido criada na aldeia... pelo menos os primeiros anos...
ResponderEliminarDigo isto porque neste poema soube construir a atmosfera típica de uma aldeia à beira-rio. Num local parecido com o meu...
Em qualquer caso, o seu poema é excelente. Como é habitual, de resto.
Um beijo.
"claridade das mãos da minha mãe
ResponderEliminarcarregadas de tarefas e de presságios"
mas, antes há o redemunho das lembranças com que o teu poema me massacrou.
Abraços!
Que poema maravilhoso, amiga! As palavras e a fotografia fizeram-me remontar à infância, ao campo onde passava férias, à cidade onde cresci, às memórias que tento manter para sempre.
ResponderEliminarBeijinhos
Bem-hajas!
recordações que nos enchem e aquecem a alma...
ResponderEliminarpalavras tão sentidas que quase a consegui ver menina...
Um abraço cheio de brisas doces***
As mãos maternas afagam e carregam destinos (o próprio e os gerados). Belo desfecho para um caminho de palavras pontuado por lírios, moinhos e cotidianas e tênues memórias da infância.
ResponderEliminarMinha querida Graça!
ResponderEliminarAs tuas palavras são, de fato, a incidência da tua luz sobre nós.
As palavras nunca terão suficiente significado para adjetivar a qualidade da tua poesia.
E eu sou muito feliz por estar sempre a ler-te. Minha alma não seria a mesma sem as tuas palavras.
Um grande beijo,