4.1.14

A tremenda voz de um país calado

Magno Torres

Ouves? Não é um tumulto. É a tremenda voz de um país calado.
Não, não é um choro.São inúteis as lágrimas nos tempos da revolta.
Também não é uma reza. Há muito que os deuses não passam por aqui.
Podiam ser canções para enganar a mágoa,mas quem quer cantar agora?
Ouves? É o silêncio feroz dos que resistem.
Ignoremos, então, a exacta trama que nos deforma o pranto.
Cortemos o arame farpado que enlouquece as aves e os homens.
Quebremos os vidros que roubam a entrada livre do ar na planície do peito.
Passo a passo, a alvorada será a revelação do alento 
que, desesperadamente, imploramos. 

Graça Pires, 2014

28 comentários:

  1. Sentidamente atual.
    Beijinho, Graça

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  2. Vivemos tempos difíceis. Tempos de tribalismo político, de intolerância e de indiferença ou desalento. Mas como este belo poema de rebeldia e de indignação nos aponta «Cortemos o arame farpado que enlouquece as aves e os homens (e)Quebremos os vidros que roubam a entrada livre do ar na planície do peito.»
    Beijos.

    Manuel FL

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  3. Como dizia o poeta, somos um povo, pacificamente revoltados. Até um dia, até um dia...

    Beijinho

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  4. A contenção da dor de um país à beira do imenso desastre. Só uma Poeta como tu, Graça, o sabe dizer.

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  5. Muito bom. Gostei e voltarei mais vezes. Bom ano novo. Beijinho

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  6. Parabéns pelo post.

    A foto é um espanto e o teu poema não desmerece nada, antes pelo contrário.

    Abraço

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  7. Graça bonita, vamos em frente neste 2014. Obrigado por tudo.

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  8. Só mesmo alvorada para restituir o alento de que precisa este povo para romper tanto silêncio... Lindo poema!

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  9. Muito bom Graça, beijinho e BOM Ano 2014.

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  10. E voamos nas palavras...
    Brilhante...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  11. Bom regresso ao meu mar

    Bjs tantos

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  12. Palavras que faltam.
    É bom saber que não estamos sós!...

    Um beijo

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  13. Venho agradecer sua visita a um
    dos meus blogues e seu comentário.
    Tentei registar-me no seu, mas neste momento não é possível.Tentarei de novo.
    Tenho um outro blogue
    http://sinfoniaesol.wordpress.com
    onde insiro poesia que me é cedida.
    Tinha muito gosto em inserir um
    poema seu com os devidos créditos.
    Se me quiser enviar um meu email
    é iriste@portugalmail.pt
    Bj.
    Irene Alves

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  14. teresa p.8:26 da tarde

    Magnífico! retrata bem a angústia e o desânimo de um país que sofre. As palavras são fortes e traduzem profunda sensibilidade poética.
    Muito lindo!!!
    Bj.

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  15. Não a conhecia, mas hoje a encontrei nos 7degraus e aqui estou...a quis conhecer...
    e adorei a forma sentida e pungente como escreve e se refere a este País que não fala e tudo aceita e é fácilmente enganado.

    Somos uns revoltados calados
    e uns pacificos revoltados...

    Linda a forma como o diz!

    Maria Luísa

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  16. Muito bom!
    Gostei em particular do título. Vivemos, sim, no país calado e espero que o nosso silêncio seja feroz.
    Obrigada por acompanhar o meu blog. Recomecei a publicar há pouco e já ninguém se lembra de lá ir e por isso fiquei mesmo feliz por saber que o acompanha. Beijinhos

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  17. Graça,
    É urgente partilhar esse silêncio feroz, como uma enorme e indestrutível corrente...

    Um abraço

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  18. A imagem completa o excelente poema.
    Muito bom Mãe, Parabéns!Beijinhos

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  19. Ana Pires8:12 da tarde

    Uma Linda imagem,para um excelente poema. Muito bom Mãe, Parabéns! Beijinhos.

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  20. actual e pertinente.

    realidade de um momento.

    :)

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  21. "...o silêncio feroz dos que resistem"...
    Radical. Belo.
    Ainda bem que há disto no mundo, num tempo assim...

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  22. é como uma nascente de água,

    irrompe, um dia, com força

    um abraço

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  23. Desejo ardentemente essa alvorada.
    Um beijinho.
    Ailime

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  24. Sem surpresa, aqui encontro sempre a boa poesia!
    Saudações poéticas!

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  25. Gostei imenso desta sua poesia.
    Muito mesmo.
    Bj. amiga.
    Irene Alves

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