3.7.14

Casa

Dorothea Lange

Antes da casa havia o teu olhar 
e a rega exasperada das rosas 
a desaguar imensa em minha boca. 
Houve dias e dias em que se tornou urgente 
um ponto de fuga pela noite dentro, 
não fosse a alvorada deixar de ser
uma ave liberta em nosso peito. 
Depois, ninguém sabe de onde veio o fascínio 
que nos colou a este chão.

Graça Pires
De Caderno de significados, 2013

48 comentários:

  1. Um mistério no olhar, na casa...
    O conforto do tempo, no horizonte...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  2. Em cada casa há um ponto de fuga secreto dentro...
    Lindíssima a ligação da fotografia com o poema.
    um abraço

    ResponderEliminar
  3. Bom dia,
    um ponto de fuga pela noite dentro, ninguém sabe de onde veio o fascínio.
    É lindo e profundo o que escreveu, na verdade, não sabemos de onde surge inesperadamente o fascínio,o não saber é melhor para que mantenhamos sempre a esperança pelo mesmo.
    Fique bem
    AG
    http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  4. de janelas e portas abertas para o mistério do amor. de alicerces
    fundos, o corpo dessa casa. casa-mãe.

    ResponderEliminar
  5. Parece que as asas se quebraram...
    Lindo poema, Graça.
    Beijos!

    ResponderEliminar
  6. prisão dourada em noite calada
    e o rio gritando uma enxurrada...
    detido no sonho da pessoa amada

    belo poema

    ResponderEliminar
  7. .

    Para lê-la eu visto
    a melhor roupa. Na cara
    ameaço o melhor sorriso
    e a alma, a todo pano,
    deixo-a ir mar afora.

    Beijos, senhora das letras.




    .

    ResponderEliminar
  8. Boa tarde Graça, muito belo o seu poema!
    Há mistérios insondáveis que apenas o olhar da alma poderá desvendar!
    Um beijinho e bom fim de semana.
    Ailime

    ResponderEliminar
  9. Muito bonito. As palavras e o mistério no olhar :)

    beijinhos

    ResponderEliminar
  10. uma maneira sublime de escrever amor, cumplicidade e um toque muito subtil de sensualismo.

    gostei muito!

    :)

    ResponderEliminar
  11. Olá! Você conta uma historia toda de forma deliciosa, poética! Agradecido como sempre por acompanhar minha historinha! abraços

    ResponderEliminar
  12. É sempre necessário um ponto de fuga....

    A foto é linda, embora eu prefira as de cores.

    Abraços, Gracinha

    ResponderEliminar
  13. Belíssimo, Graça!
    A ânsia de pertencer; as coisas etéreas chamando um lugar físico.

    Beijo.

    ResponderEliminar
  14. Cada vez me rendo mais à sua poética!
    Uma poesia envolta em tanta nostalgia como esse olhar que vem de longe e vai para lugar nenhum
    Encantada!
    Beijinho meu, Graça

    ResponderEliminar
  15. Lindo! "Antes da casa..."
    Bjs, Graça.

    José

    ResponderEliminar
  16. Boa noite Graça!
    Eu diria que há um mistério insondável nesse olhar e que o poema consegue adensar de uma forma sublime. Um abraço.

    ResponderEliminar
  17. Poesia transbordante, em ecos que se aninham dentro do peito, ou da casa, onde comungam os sentimentos mais sublimes...

    Beijinho imenso...:)

    ResponderEliminar
  18. Casa que te quero casa, quem casa quer casa... Gostei do poema CASA. Meu beijo.

    ResponderEliminar
  19. teresa p.4:10 da tarde

    A "Casa" porto de abrigo, a paz da chegada ao lugar certo...
    A imagem faz parte do poema. Um "fascínio"!
    Beijo.

    ResponderEliminar
  20. assim o orvalho nas rosas - no fascínio de seu perfume...

    (sem chão que o salve...)

    beijo

    ResponderEliminar
  21. "Uma ave liberta em nosso peito"!
    Um poema de amor magnífico,obrigado.

    ResponderEliminar
  22. Seu blog é super legal!!!
    Tudo lindo e de muito bom gosto.
    Se puder dá uma passadinha no meu e segue também se gostar.

    Beijos
    Ani

    HTTP://cristalssp.blogspot.com.br

    ResponderEliminar


  23. Graça,

    Que fotografia bonita!

    Depois de ler seu texto poetico, lembrei de uma casa abandonada que me chamava muita atenção quando eu era criança. Costumava pensar nos misterios.

    bjs

    ResponderEliminar
  24. E o poema nos faz olhar para a foto!

    E gostei do que escreveu, mas ficou acorrentada à casa!

    Não partiram mais nas asas do vento
    e lamento!

    Ficou a beleza do que escreve!E é muito!

    Maria Luísa

    ResponderEliminar
  25. A foto é linda, e o olhar parece envolver o mistério da casa que não existia.
    O fascínio surgiu não se sabe donde, mas é real.
    Poema cheio de lirismo e beleza.

    Bom fim de semana
    Beijinhos

    PS – Obrigada pela colaboração no “desafio” na minha «CASA».
    Respondi lá mesmo. Gostava que visse…

    ResponderEliminar
  26. Muito belo, mesmo!
    Talvez por ecoar fundo dentro de mim...fascina-me.

    Beijo

    ResponderEliminar
  27. O amor sempre procura um ninho para ficar. Lindo e mágico o seu poema.

    beijinho

    ResponderEliminar
  28. Olá.

    Sábado de sol. Tardes de entretenimento.
    Meus desejos de um tempo de paz e Saúde.
    Abraços.

    ResponderEliminar
  29. Este poema, tal como a fotografia, é de uma beleza que quase dói. Ave liberta, desaguar imenso, alvorada, olhar, boca, rega exasperada, fuga pela noite dentro.

    Graça Pires declina todos os tempos do verbo amar, para nos conduzir à casa, o chão a que o fascínio colou os amantes e onde todos os dias “amar é durar”, como escreveu Rilke.

    ResponderEliminar

  30. As casas, lugares cheios de raízes que transformam os homens em árvores.

    Lindo!...


    Um beijo

    ResponderEliminar
  31. OI GRAÇA!
    VERSOS BELOS COM A INTENSIDADE E BELEZA QUE TE É PECULIAR.
    ABRÇS

    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

    ResponderEliminar
  32. Obrigada, Graça. E diria também que bom ter voltado a esta casa - da poesia.

    ResponderEliminar
  33. Bonito Rosto, assim como o Chapéu que o enfeita!

    Do seu Perfil Completo. Só se sabe que Mora em Portugal.

    Curioso

    ResponderEliminar
  34. Teus poemas, são encantamentos poéticos

    ResponderEliminar
  35. Boa tarde,
    Desculpe a minha curiosidade, "para quando uma novo e belo poema?"
    Abraço
    AG

    http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  36. Como sempre, fiquei impressionado com este poema.
    Excelente.
    Tem uma boa semana, querida amiga Graça.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  37. Descreveste algo que eu sinto bem lá no fundo~! Adorei voltar a apanhar-te no teu canto! Bjs
    Lyra

    ResponderEliminar
  38. Coisas que sinto e tu verbalizas tão, tão bem!!! Obrigada pela partilha!
    Lyra

    ResponderEliminar
  39. que linda imagem "a alvorada deixar de ser uma ave liberta em nosso peito"... sinto o renascimento ao nascer do sol! No entanto, o fascínio que nos devolve ao chão é a irrevogabilidade da morte.
    penso a poesia enquanto um ponto de pausa e esperança em hálito de rosas.
    Beijo Imenso.

    ResponderEliminar
  40. Sabe-se lá de onde vem, minha amiga... mas eu sei uma coisa: adoro a tua poesia.
    Deixo um beijinho

    ResponderEliminar
  41. quem saberá

    dos fascínios que nos prendem e das asas que nos libertam

    um abraço, Graça

    ResponderEliminar
  42. As casas, o fascínio das casas, feitas abrigos no peito de quem parte. Magnifica poética que tanto admiro.

    Um beijo no coração querida amiga Graça - entre nós: TUdo.

    Olívia Santos

    ResponderEliminar
  43. Um olhar como ponto de fuga e uma rega que se pede.

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  44. Depois de algum tempo uma tentativa de voltar
    para agradecer seu carinho e comentário.
    Quero muito ficar bem e voltar a ser aquilo que sempre fui
    com minhas amizades.
    Minha luta tem sido grande ,
    mais tenho certeza não estou sozinha.
    Um beijo meu carinho e minha saudade.
    Sua amizade me faz feliz..
    Evanir.

    ResponderEliminar
  45. As rosas brotam ao crepúsculo
    no albergue do amor:nesta ortografia do olhar um POEMA fundacional.

    ResponderEliminar