Em seara alheia
Os que falam das aves são discretos.
Delas dizem a permanência branca
Acima da corrupção das vozes.
A palavra ave torna-se som.
Falam as aves, mudas, com seus gestos
Dos que falam delas e, falando, voam.
À semelhança dessas aves, voam,
Lendo os sinais do tempo que lhes cabe.
A ele sujeitos, se vão libertando
E por aí avançam como aves.
Rui Almeida
In: Temor único imenso. Fafe: Labirinto, 2014, p. 29
As aves. Nem sempre brancas. Às vezes desenhos, simulando o voo pintado fixado em sombras. Outras respirando nas mãos onde pousam. Aves. Sujeitas à queda, ou corpo alado no reflexo de outras aves. Aves que se sonham ou se demoram no chão da sede como se fossem olhos. Aves marinhas com longas pausas no mar. Aves que só elas sabem de regressos e distâncias.
ResponderEliminarEstas são palavras, expressões e ideias que Rui Almeida nos oferece no seu belo livro "Temor Único Imenso".
Parabéns, Rui.
Um beijo.
Muito obrigado, Graça!!
ResponderEliminarJá agora, o poema q aqui partilhas tem uma alusão directa a três versos de Ruy Belo, em 'Aquele grande Rio Eufrates':
«Aqui estamos nós homens sujeitos ao tempo
Que lindos corpos temos com que graça
os libertamos do inverno e vamos por aí»
Voar livres no vento...
ResponderEliminarEncontrar caminhos para regressar...Ao mar, à terra...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Graça Pires
ResponderEliminarNem sempre as aves são brancas, nem sempre puras, como as de rapina, que obedecem a lei da sobrevivência.
E as aves passarões?
Obrigado graça por passares no espaço.
Abraço
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarPoemas e palavras muito belas!
Muito obrigada por me dar a conhecer mais este genial poeta!
São assim os verdadeiros poetas que entendem o voo das aves e o partilham!
Beijinhos,
Ailime
No chão dos barcos
ResponderEliminaraté as aves voam
Bj
Assim será, para sermos.
ResponderEliminarBeijo
ResponderEliminarAs aves enchem-se de simbolismo e voam sobre a consistência das metáforas iluminadas.
Gostei muito do poema.
Obrigada!
Um beijo
Lídia
ResponderEliminarGraça,
Obrigada pela visita.
Bjs
As palavras são aves, por vezes belas e mansas outras vezes aves de rapina, águias, abutres.
ResponderEliminarGostei mt.
E como é bom sobrevoar entre as palavras que tocam tão profundamente os nossos olhos! abração
ResponderEliminarLindas e livres aves as que voam nas palavras de Rui.
ResponderEliminarAbraço a ambos :)
Um poema de que gostei muito.
ResponderEliminarAves são algo que muito gosto
de admirar.
Desejo que esteja bem.
Um bj.
Irene Alves
Boa tarde,
ResponderEliminarAo pensarmos nas aves devíamos mudar dos dias rotineiros, para os dias em liberdade.
Dia feliz
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/
Olá, Graça
ResponderEliminarAinda bem que resolveste fazer uma incursão em "seara alheia" :)
Assim fiquei a conhecer este poeta (que não conhecia) e que, pela amostra, me parece muito bom.
As aves são lindas! E só quem, como elas voa, entende a sua fala...
Beijinhos
Aves, associo sempre a liberdade e esperança.
ResponderEliminarUm poema livre e belo como as aves.
beijinho
Fê
Tudo que mais me encanta nas aves
ResponderEliminarsão seus voou para a liberdade.
E pensar que mãos maldosas as prende sem nunca pecar.
Feliz fim de semana doce amiga.
Beijos Evanir.
As aves são navegantes sem bússola que voam com seu misterioso compasso genético obedecendo à polaridade magnética que as comanda. São batalhões organizados que nos coreografam o olhar pela leveza e precisão do voo. Para muitos escritores e poetas, são sinónimo de liberdade, o que não é uma permissa totalmente correcta.
ResponderEliminarO poema do Rui Almeida é belíssimo. Adorei ler.
Parabéns aos dois.
Beijos.
http://acontarvindodoceu.blogspot .pt
e assim se faz o (os) voo do poeta.
ResponderEliminargostei muito!
:)
por vezes as aves são apenas o voo no desfiladeiro da(s) palavra(s)...
ResponderEliminargostei muito do poema
um poeta que não conhecia - grato por dares a conhecer.
beijo
Uma boa escolha poética.
ResponderEliminarGostei de ler este poema do Rui.
Querida amiga Graça, tem um bom fim de semana.
Beijo.
"A palavra ave torna-se som,..."
ResponderEliminarUm belo poema que fala de vôos, sonhos e liberdade.
Obrigada Graça por o partilhares e parabéns ao poeta Rui Almeida.
Beijo.
Aves que traduzem a liberdade, o voo em pleno transportando poesia.
ResponderEliminarbeijo
Bom seria possuir asas como as aves...
ResponderEliminarGraça, um beijo!
Amigos (as)guardo no fundo do coração.
ResponderEliminarNum cantinho bem especial.Nesse dia do amigo.
Sinta - se abraçado (da)por mim.
Eu ainda não consegui decifrar..
Porque pessoas que amamos vão embora
sem ser possível dete-las.
E também não conseguimos
do nosso coração.
Meu abraço nesse dia e por todos os outros dias
da minha vida.
Fique com Deus.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
Amigos Para Sempre.
Evanir.
Eu às voltas com as asas de uma menina ou com uma menina olhos de amêndoa que queria asas... e elas vêm ter comigo num elegante voo de Rui Almeida.
ResponderEliminarNão conhecia. Obrigado, Graça Pires,pela divulgação generosa do poeta.
Para Rui, a Graça de Sophia:
ResponderEliminarÉ vista quando há vento e grande vaga
Ela faz um ninho no rolar da fúria e voa firme e certa como bala
As suas asas empresta à tempestade
Quando os leões do mar rugem nas grutas,
Sobre os abismos, passa e vai em frente
Ela não busca a rocha, o cabo, o cais
Mas faz da insegurança a sua força e do risco de morrer, seu alimento
Por isso me parece imagem justa
Para quem vive e canta no mau tempo
Abraço.
Um Poema muito bonito de um Poeta que eu não conhecia ! Obrigada pela partilha !
ResponderEliminarMetáforas em voo discreto mas profundo.
ResponderEliminarGosto da poesia do Rui Almeida, que "conheci" no FB.
Grata por partilhar este poema que gostei muito, Graça.
Um abraço a ambos.
Está muito interessante, sim...
ResponderEliminarBeijo amigo
A palavra ave torna-se som.
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A palavra, uma força prodígiosa. Pela palavra se ama, pela palavra se odeia!
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Que a felicidade ande por aí.
Manuel
Lindo poema.
ResponderEliminarUm poema com asas, cujas palavras singram o céu com o azul mais nítido da poesia.
Excelente escolha!