16.7.14

Em seara alheia



Os que falam das aves são discretos.
Delas dizem a permanência branca
Acima da corrupção das vozes.

A palavra ave torna-se som.

Falam as aves, mudas, com seus gestos
Dos que falam delas e, falando, voam.

À semelhança dessas aves, voam,
Lendo os sinais do tempo que lhes cabe.
A ele sujeitos, se vão libertando
E por aí avançam como aves.

Rui Almeida
In: Temor único imenso. Fafe: Labirinto, 2014, p. 29

32 comentários:

  1. As aves. Nem sempre brancas. Às vezes desenhos, simulando o voo pintado fixado em sombras. Outras respirando nas mãos onde pousam. Aves. Sujeitas à queda, ou corpo alado no reflexo de outras aves. Aves que se sonham ou se demoram no chão da sede como se fossem olhos. Aves marinhas com longas pausas no mar. Aves que só elas sabem de regressos e distâncias.
    Estas são palavras, expressões e ideias que Rui Almeida nos oferece no seu belo livro "Temor Único Imenso".
    Parabéns, Rui.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  2. Muito obrigado, Graça!!
    Já agora, o poema q aqui partilhas tem uma alusão directa a três versos de Ruy Belo, em 'Aquele grande Rio Eufrates':
    «Aqui estamos nós homens sujeitos ao tempo
    Que lindos corpos temos com que graça
    os libertamos do inverno e vamos por aí»

    ResponderEliminar
  3. Voar livres no vento...
    Encontrar caminhos para regressar...Ao mar, à terra...
    Lindo...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  4. Graça Pires

    Nem sempre as aves são brancas, nem sempre puras, como as de rapina, que obedecem a lei da sobrevivência.
    E as aves passarões?
    Obrigado graça por passares no espaço.
    Abraço

    ResponderEliminar
  5. Boa tarde Graça,
    Poemas e palavras muito belas!
    Muito obrigada por me dar a conhecer mais este genial poeta!
    São assim os verdadeiros poetas que entendem o voo das aves e o partilham!
    Beijinhos,
    Ailime

    ResponderEliminar
  6. No chão dos barcos

    até as aves voam

    Bj

    ResponderEliminar
  7. Assim será, para sermos.

    Beijo

    ResponderEliminar

  8. As aves enchem-se de simbolismo e voam sobre a consistência das metáforas iluminadas.

    Gostei muito do poema.

    Obrigada!

    Um beijo

    Lídia

    ResponderEliminar


  9. Graça,

    Obrigada pela visita.

    Bjs

    ResponderEliminar
  10. As palavras são aves, por vezes belas e mansas outras vezes aves de rapina, águias, abutres.
    Gostei mt.

    ResponderEliminar
  11. E como é bom sobrevoar entre as palavras que tocam tão profundamente os nossos olhos! abração

    ResponderEliminar
  12. Lindas e livres aves as que voam nas palavras de Rui.

    Abraço a ambos :)

    ResponderEliminar
  13. Um poema de que gostei muito.
    Aves são algo que muito gosto
    de admirar.
    Desejo que esteja bem.
    Um bj.
    Irene Alves

    ResponderEliminar
  14. Boa tarde,
    Ao pensarmos nas aves devíamos mudar dos dias rotineiros, para os dias em liberdade.
    Dia feliz

    http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  15. Olá, Graça
    Ainda bem que resolveste fazer uma incursão em "seara alheia" :)
    Assim fiquei a conhecer este poeta (que não conhecia) e que, pela amostra, me parece muito bom.

    As aves são lindas! E só quem, como elas voa, entende a sua fala...

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  16. Aves, associo sempre a liberdade e esperança.
    Um poema livre e belo como as aves.


    beijinho

    ResponderEliminar
  17. Tudo que mais me encanta nas aves
    são seus voou para a liberdade.
    E pensar que mãos maldosas as prende sem nunca pecar.
    Feliz fim de semana doce amiga.
    Beijos Evanir.

    ResponderEliminar
  18. As aves são navegantes sem bússola que voam com seu misterioso compasso genético obedecendo à polaridade magnética que as comanda. São batalhões organizados que nos coreografam o olhar pela leveza e precisão do voo. Para muitos escritores e poetas, são sinónimo de liberdade, o que não é uma permissa totalmente correcta.
    O poema do Rui Almeida é belíssimo. Adorei ler.
    Parabéns aos dois.
    Beijos.

    http://acontarvindodoceu.blogspot .pt

    ResponderEliminar
  19. e assim se faz o (os) voo do poeta.

    gostei muito!

    :)

    ResponderEliminar
  20. por vezes as aves são apenas o voo no desfiladeiro da(s) palavra(s)...

    gostei muito do poema

    um poeta que não conhecia - grato por dares a conhecer.

    beijo

    ResponderEliminar
  21. Uma boa escolha poética.
    Gostei de ler este poema do Rui.
    Querida amiga Graça, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  22. teresa p.6:53 da tarde

    "A palavra ave torna-se som,..."
    Um belo poema que fala de vôos, sonhos e liberdade.
    Obrigada Graça por o partilhares e parabéns ao poeta Rui Almeida.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  23. Aves que traduzem a liberdade, o voo em pleno transportando poesia.

    beijo

    ResponderEliminar
  24. Bom seria possuir asas como as aves...
    Graça, um beijo!

    ResponderEliminar
  25. Amigos (as)guardo no fundo do coração.
    Num cantinho bem especial.Nesse dia do amigo.
    Sinta - se abraçado (da)por mim.
    Eu ainda não consegui decifrar..
    Porque pessoas que amamos vão embora
    sem ser possível dete-las.
    E também não conseguimos
    do nosso coração.
    Meu abraço nesse dia e por todos os outros dias
    da minha vida.
    Fique com Deus.
    A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
    duram uma eternidade.
    Amigos Para Sempre.
    Evanir.

    ResponderEliminar
  26. Eu às voltas com as asas de uma menina ou com uma menina olhos de amêndoa que queria asas... e elas vêm ter comigo num elegante voo de Rui Almeida.
    Não conhecia. Obrigado, Graça Pires,pela divulgação generosa do poeta.

    ResponderEliminar
  27. Para Rui, a Graça de Sophia:


    É vista quando há vento e grande vaga
    Ela faz um ninho no rolar da fúria e voa firme e certa como bala
    As suas asas empresta à tempestade
    Quando os leões do mar rugem nas grutas,
    Sobre os abismos, passa e vai em frente
    Ela não busca a rocha, o cabo, o cais
    Mas faz da insegurança a sua força e do risco de morrer, seu alimento
    Por isso me parece imagem justa
    Para quem vive e canta no mau tempo

    Abraço.

    ResponderEliminar
  28. Um Poema muito bonito de um Poeta que eu não conhecia ! Obrigada pela partilha !

    ResponderEliminar
  29. Metáforas em voo discreto mas profundo.

    Gosto da poesia do Rui Almeida, que "conheci" no FB.

    Grata por partilhar este poema que gostei muito, Graça.

    Um abraço a ambos.

    ResponderEliminar
  30. Está muito interessante, sim...

    Beijo amigo

    ResponderEliminar
  31. A palavra ave torna-se som.
    -----------
    A palavra, uma força prodígiosa. Pela palavra se ama, pela palavra se odeia!
    ------
    Que a felicidade ande por aí.
    Manuel

    ResponderEliminar
  32. Lindo poema.
    Um poema com asas, cujas palavras singram o céu com o azul mais nítido da poesia.
    Excelente escolha!

    ResponderEliminar