20.8.14

Prazer

Edouard Boubat

Agora que regressaram os meses 
em que a encosta dos medronheiros 
se encheu de frutos vamos correr 
ribanceira abaixo como quando éramos 
meninos imortais e sem recato. 
Talvez mais tarde os medronhos 
e a lascívia nos embriaguem e, 
enquanto os pólenes se vão acoitando 
nas flores, haja um inesperado mel 
a extasiar-nos os lábios.

Graça Pires
De Caderno de significados, 2013

40 comentários:

  1. Não me digam mais nada senão morro
    aqui neste lugar dentro de mim
    a terra de onde venho é onde moro
    o país de que sou é estar aqui.

    Não me digam mais nada senão falo
    e eu não posso falar eu estou de pé.
    De pé como um poeta ou um cavalo
    de pé como quem deve estar quem é.

    Aqui ninguém me diz quando me vendo
    a não ser os que eu amo os que eu entendo
    os que podem ser tanto como eu.

    Aqui ninguém me põe a pata em cima
    porque é de baixo que me vem acima
    a força do lugar que for o meu.

    José Carlos Ary dos Santos

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  2. O medronheiro
    leva a um outro mundo,
    ao mundo do prazer

    Onde tudo pode acontecer!...

    Belo e discreto no seu dizer. Gostei!

    Maria Luísa

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  3. Ritmo perfeito, dourado! abraços

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  4. Boa tarde Graça,
    Que dizer de um poema assim que me faz admirá-la tanto, tanto!
    Belíssimo!
    Obrigada!
    Um beijinho,
    Ailime

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  5. Gracitamiga

    Hoje comento sinteticamente: mais um poema belíssimo!

    No entanto, venho fazer um pedido.

    Como se sabe, vou publicar o meu livro de crónicas tiradas daquelas que venho publicando na Travessa. Ora, quando ele vier a público – tão brevemente quanto seja possível – aqui deixo uma sugestão/ORDEM!!!. Compra, no mínimo, 13 exemplares, pois penso que será uma óptima prenda para casamentos, baptizados, primeiras comunhões, crismas, velórios, divórcios, Natais, Anos Novos, carnavais, Páscoas e até homenagens.

    Também preciso que faças propaganda/publicidade da obra para ela ser conhecida – e comprada. Trabalhar para aquecer não me parece aconselhável e uns quantos €€€€€ sabem muito bem. Para tal darei conhecimento da data e local da ocorrência. Espero e desejo que estejas lá e as tuas Amigas e os teus Amigos também. Muitíssimo obrigadérrimo!


    Qjs

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  6. E nada desaparece...nesse mundo, nesse momento em que o prazer fala...
    Lindo...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  7. Muito belo, amiga.
    Gostei muito.
    Bj. e desejo que esteja bem.
    Irene Alves

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  8. Ah, Graça, como era bom viver a imortalidade na infância inocente e sem recatos.
    Como seria bom, agora, apesar de algum recato que não nos fica mal, nos pudéssemos enfim, valer-nos dalguma embriaguez às escusas dos medronhos...
    bjo amigo

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  9. Graça

    Belo poema de um tema que nunca vi abordado. No entanto os morangos se vistos de vários ângulos. Daquele talvez pouco conhecido, que o próprio fruto embriaga.
    Beijos

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  10. Soberbo!
    Gostei muito Graça.

    Faces afogueadas
    da aventura
    embriagados dos medronhos
    vermelhos
    os melros no canto
    afinam as cordas

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  11. Que post harmonioso, Graça!

    Beijinhos, muitos

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  12. Prazer.. Ler-te.

    abraço Graça

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  13. Um dia seremos de novo crianças

    Bjs tantos poeta

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  14. Lindo poema, Graça!

    Gostava de um dia conhecer um medronho!

    Beijo!

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  15. Minha querida

    Como era bom que a criança que temos dentro de nós, tivesse sempre aquele sorriso dos dias de sol que nos afagava o rosto de menina.
    Como sempre maravilhoso.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  16. Nós, abelhas, em colmeias de cimento,jamais esqueceremos esse néctar rural,imortal,de meninos
    como tal.
    O nosso mel é extraído nas memórias do sabor.
    Fica-nos este odor..., dum poema lindo, feito de cor.
    Um abraço.

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  17. Com que delicadeza sua poesia adocica o declamar dos nossos lábios. Muito bom!
    Cadinho RoCo

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  18. Sempre bem! Beijinhos, Graça.

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  19. Graça,

    raramente leio algo tão bonito, fácil de visualizar na imaginação e delicioso de ler a cada instante.

    Bjs

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  20. O prazer sem defesas... só de viver e sentir. Adorei!

    Um beijo,
    Cris

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  21. é bom voltar à infância.

    a minha mãe avisava-nos para não comermos os medronhos pois podiam nos fazer mal, e nós na nossa inocência e rebeldia até verdes os comíamos.

    sabedoria de mãe.

    traquinices de crianças.

    beijo grande

    :)

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  22. Não sei porque será
    o medronheiro de cá
    dá flores dá
    mas frutos ainda não
    tantos anos
    porque será?

    Bj

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  23. teresa p.6:35 da tarde

    Que feliz recordação!
    Medronhos, os frutos vermelhos e doces que saboreava com avidez e alegria.
    Poema mágico, que nos transpota à infância, tal como a foto onde a amizade e ternura estão patentes.
    Beijo.

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  24. Ah, Graça, como seria bom o belo quadro do teu poema! Lindo.

    Bj

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  25. Um poema que eu vivi. Ainda tenho medronhos e o amor também mas não corremos encosta abaixo.

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  26. Olá, Graça Pires, boa noite.

    Mesmo com esta correria do tempo, encontrei tempo, para passar aqui e desejar-te, uma noite maravilhosa de Sexta Feira.
    Se quisermos, tudo pode-se, realizar
    Abraços

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  27. OI GRAÇA!
    LINDO!
    CORRER COMO EM CRIANÇA, IMORTAIS E SEM RECATO.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  28. bom dia, o poema é maravilhoso pela sua beleza, e pelo que me fez recordar nos meus tempos de miúdo, quando corria pela serra do caldeirão no meu Algarve que amo.
    AG


    http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

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  29. Nossa, amiga Graça Pires !
    Que forma sutil de me transportar
    ao meu sagrado mundo de criança...
    Muito agradecido por esta "carona",
    querida !
    Um carinhoso abraço, aqui do Brasil !
    Sinval.

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  30. Tempo de apetites de verão e de desejos mornos.

    beijos

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  31. Magnifico, saluda del Belgica.

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  32. Que garoto sortudo, esse da Ilustração. No meu tempo de escola, não havia dessas coisas. Não! Ainda que houvessem medronheiros!

    Jc

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  33. A fotografia dos dois miúdos é um encanto, um milagre de ternura e cumplicidade, atrevimento inocente, pura magia, que o poema partilha, ou sublinha, quando nos faz regressar ao tempo em que “éramos imortais e sem recato”. Este poema toca no mais fundo de nós, quando o tempo se suspendia porque nos sentíamos eternos, livres e sem máculas postiças.
    Como sempre Graça Pires incita-nos a não desistir da vida verdadeira, quando nos anuncia que “talvez haja um inesperado mel a extasiar-nos os lábios”.
    E se ela o diz com tanta beleza, só nos resta agradecer e acreditar, porque a beleza não se questiona, aceita-se como uma dádiva.

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  34. Tomara exista sempre esse mel.
    Graça, beijo!

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  35. Tão bom o regresso aos meninos imortais e correndo sem recato pelas ribanceiras abaixo....
    Beijo, amiga.

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  36. Muito belo, como sempre!
    Saudações poéticas!

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  37. Haja essa liberdade cheia de imortalidade. Onde somos o que somos, mente livre que tem de renascer.

    Belo!

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  38. São estes meses que nos preparam para o Inverno (se a cidade nos permitir).
    O mel extasia-nos sempre, embriaga-nos na doçura que nos recorda tempos indefinidos.
    Bom Outono.

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