Para o José d'Ângelo
Passas vagarosamente sobre um areal.
A carga dos navios pesa-te nas costas.
A boca com iodo e sal
suspende a raiz de um grito.
Fatigado, ajoelhas e benzes-te
com a devoção ou a descrença
de quem pressente o desamparo
das palavras ou apenas o instante
em que há aves trémulas
voando no teu peito.
Graça Pires
De: Espaço livre com barcos, 2014
oh!, minha amiga
ResponderEliminarcomo são belas estas aves, mesmo trémulas, que no nosso peito poisam.
...e como o poema nos atinge.
(confesso que no livro o impacto foi menor - talvez aqui ele se projecte na imagem ou é a imagem que a ele nos conduz).
Um Bj. e um Abraço
Aquele momento em que tudo parece negro, sem solução...
ResponderEliminarDepois...há uma luz muito tênue, mas que começa a brilhar....
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Há coisas que nos pesam tanto na vida que, por vezes, temos de ajoelhar...
ResponderEliminarMas há que levantar.
Excelente poema, como sempre.
Querida amiga Graça, tem um bom fim de semana.
Beijo.
uma bela imagem poética do abandono, da procura de alguém... mesmo que seja uma nuvem (a parte mais visível do céu).
ResponderEliminarabraço Graça
Sempre há uma luz a nos guiar.
ResponderEliminarBelíssimo, Graça.
Beijo!
Um momento de desalento perante as agruras da vida. E o fazer da prece, talvez a desejar que tudo termine depressa. Certamente foi ensinado com a crença de que teria a recompensa na vida eterna.
ResponderEliminarFelicidades
MANUEL
Boa noite Graça,
ResponderEliminarA "carga" às vezes é exagerada para umas costas já cansadas pela longa caminhada - o desespero leva à busca duma qualquer fé que dê alento. É mesmo assim.
bj amg
ResponderEliminarInfelizmente, tem muita gente que não sabe cultivar o amor, e depois fica se lamentando das consequências. Por que será?
Desamparo - é isso mesmo que muitos de nós sentimos no país. Desamparo, angústia, um tremendo peso sobre os ombros... desespero.
ResponderEliminarPalavras por de mais bem escolhidas e bem cerzidas, Graça.
Beijinhos.
Será então fibrilhação
ResponderEliminardum cansado coração
à míngua de palavra…
porque lhe é recusada?
O bálsamo dos sons
que evolui dum perfume
aquieta o queixume
de pássaros desesperados.
Dêem-lhe uma camélia rosa
nos dias mais precisados
abram-lhe a gaiola do peito
e deixem a esperança entrar.
Olá, boa noite!
ResponderEliminarObrigado pelo comentário no meu blog.
O seu poema é o poema aos marinheiros!
E eles bem merecem ser bem tratados, como a miga os trata!
Beijinhos!
Nossa, que revelação mais poética! De tanta saudade que sinto do mar eis que me entrego a esses versos, sei lá, como espécie de catarse.
ResponderEliminarCadinho RoCo
aves trémulas que persistem no sonho de voar...
ResponderEliminarmuito belo.
beijo, minha Amiga
O presente de aniversário mais especial da minha existência. Merecer seus versos e sua amizade são dádivas inigualáveis. Abraços.
ResponderEliminara foto faz jus ao poema que fez para o seu amigo.
ResponderEliminareu sei que ele gostou, como vejo no seu comentário.
beijinho
:)
ResponderEliminarDevoção ou descrença... A face dos dias, a incerteza de passos e gestos.
Um privilégio, estas leituras!
Beijo
A palavra desampara a poesia alada que de tão profunda não chega a voar! abraços
ResponderEliminarUm poema muito belo que retrata tão bem o desespero de tanta gente, de tantas vidas.
ResponderEliminarbeijinho emocionado
Fê
Belíssimo hino para a fragilidade da vida humana...
ResponderEliminarBeijo
Boa noite Graça, a faina do mar e as suas agruras presentes neste seu excelente poema!
ResponderEliminarO mar que tanto oferece, mas que tanto arranca também!
Palavras belas as suas que me emocionaram! A foto em perfeita sintonia!
Beijinhos,
Ailime
Mesmo curvado pelo cansaço, os sonhos que no peito moram, farão o voo...
ResponderEliminarTocante e belo poema.
Bjo, Graça :9
Sim, tem vezes que voam aves trémulas no peito.
ResponderEliminarBelo como sempre.
beijinhos
Muito intenso e comovente.
ResponderEliminarBj.
Irene Aves
O desamparo de um, o desamparo de tantos...
ResponderEliminarQuando a poesia se insurge com certas realidades...
Muito bem, Graça!
Um beijo :)
O desânimo não derruba quem tem fé e acredita no seu sonho...
ResponderEliminarO poema é intenso e profundo e a foto está em perfeita sintonia com as palavras.
Lindo!
Há momentos assim, de descrença. onde o coração parece abandonado, mas há que acreditar.
ResponderEliminarTem-se de acreditar, sempre.
Beijinhos
Tocante, Graça, este teu poema...
ResponderEliminarAbraço enorme, amiga
Boa tarde, quando a força se esgota caímos de joelho, fragilizados acreditamos em tudo como solução, será com devoção? fico com duvidas porque esta nada nos trás.
ResponderEliminarAG
Que belo pensamento poético, numa bela construção.
ResponderEliminarUma verdadeira imagem de devoção, no todo, Graça.
Abraços
- A boca com iodo e sal
ResponderEliminarMar Salgado
Mar que Nos Elevou
Mar Salgado
Sepultura
Da Minha Raça
Jc
Muito bem versejado... beijo.
ResponderEliminarOi, querida amiga, Graças Pires !
ResponderEliminarPensamentos nobres, que se transformam
em joias literárias, por tuas mãos
mágicas de poetisa...
PARABÉNS, e um fraterno abraço, aqui
do Brasil.
Sinval.
OI GRAÇA!
ResponderEliminarMESMO NOS MOMENTOS DE DESESPERO, NÃO PERDER A FÉ, NUNCA.
MUITO LINDO GRAÇA, TENS O DOM DOS VERSOS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Devoção, descrença, desamparo.
ResponderEliminarAreal onde enterramos os passos, costas vergadas pela carga dos navios.
Grito suspenso.
Poema intensamente metafórico, a que a subtileza da autora confere uma graça única, o instante em que as palavras, aves trémulas à solta no nosso peito, nos comovem e nos libertam.
Reli com igual encanto o teu excelente poema.
ResponderEliminarTem um bom fim de semana, querida amiga Graça.
Beijo.
gosto. tanto. tanto.
ResponderEliminar.
assim de joelhos. prostrada.
imf
Mesmo bonito este poema Mae. Gosto muito. beijinhos
ResponderEliminarNem sempre os ombros suportam a carga.
ResponderEliminarMas enquanto o peito pulsar,é sempre possível ouvir os cânticos das aves...
A beleza da poesia, numa escrita que atordoa a alma.
Beijo meu Graça
tanta maresia no olhar
ResponderEliminarLer este poema é sentir a dor do Universo acumulada no nosso âmago.
ResponderEliminarComovente e ao mesmo tempo sofrido.
"...
Fatigado, ajoelhas e benzes-te com a devoção ou a descrença de quem pressente o desamparo das palavras ou apenas o instante em que há aves trémulas voando no teu peito. "
Que a Esperança renasça no voar livre de todas das aves.
Um abraço de carinho.
As aves... Também ando a viajar por essas imagens poéticas das aves, voando, voando...
ResponderEliminarAdoro este poema!
Uma bela homenagem, minha querida!
ResponderEliminarMais do que merecida!
D'Angelo é um poeta de rara sensibilidade, cujos versos sempre refletem a poesia de sua solidão.
E, tu, soubeste refleti-lo da forma mais sublime.
Um beijo,