Conhecemos a obscuridade dos quintais
onde se escuta o rumor das figueiras ardidas
quando o pólen secou sobre as flores
e a vegetação se ocultou para desvairar
os insectos agarrados à ruína dos muros.
Sem qualquer aviso extinguiu-se a precisão
das sombras na planura desolada dos prados.
Quem rasgou sobre eles a negra cicatriz
que exilou os pássaros e as árvores?
Por quem tocam os sinos a rebate
quando estremecemos voltados para a terra?
Graça Pires
De Uma vara de medir o sol, 2012
Esses quintais me fazem lembrar de vidas ceifadas, vazias, tormentosas.
ResponderEliminarGostei de vir aqui conhecer seus escritos.
Bjs Cláudia Miqueloti.
Uma imagem soberba e as palavras bem adequadas
ResponderEliminarhá imensa tristeza de ver os efeitos dos fogos...
que ano após ano se repete!!!
As árvores também sofrem e choram!!!
Bjs.
Irene Alves
E ninguém escuta o sofrimento de quem fica vazio... em desgraça...
ResponderEliminarUm poema triste...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
É uma triste realidade...Gostei do texto!
ResponderEliminarParabéns
Beijinhos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
É uma grande tristeza vermos as nossas serras. os nossos montes terem perdido a sua cor verde para se tornarem negros, muitos deles pela maldade do homem. Belo poema, Graça, sempre atual nestes dias de fogo.
ResponderEliminarPor quem tocam os sinos?
ResponderEliminarBj
Belíssima imagem para acompanhar tão belos versos...
ResponderEliminarA natureza grita todos os dias e o homem ainda não aprendeu a amar e cuidar do ambiente como deveria.
Abraços e lindo final de semana.
Márcia.
Olá Graça
ResponderEliminarÉ preciso cuidar do ambiente. Desejo um belo final de semana, bjs querida.
Nossa, Graça Pires !
ResponderEliminarQue texto projetivo sobre uma ralidade
sombria, questionando o passado.
E o sino grita...
Um carinhoso abraço, amiga, aqui do
Brasil.
Sinval.
Graça, vim conhecer o seu blog...
ResponderEliminarVersos fortes e que nos levam a refletir numa realidade lamentável...
Um bom fim de semana! Abraços
Boa noite Graça.
ResponderEliminarTriste realidade, a natureza deveria ser preservada, não destruída. Um maravilhoso final de semana amiga, com muita surpresas agradáveis. Beijos.
Quem?
ResponderEliminarGente que gosta da destruição... e que provavelmente detesta poesia.
abraço Graça
ResponderEliminarQue seu final de semana lhe permita descansar, curtir a família, celebrar com os amigos e degustar o bom da vida!
Beijos
Ani
Não é fácil encontrar palavras para descrever a devastação causada pelos incêndios que, ano após ano e a maioria das vezes por mão criminosa, ocorrem em Portugal.
ResponderEliminarMas a minha amiga encontro-as. Elas aí estão, tão profundas e actuais, tão sentidas e reais: a imagem escura em pesadelo. Um belo poema no olhar de quem vê a "... precisão das sombras na planura desolada dos prados."
Obrigado pelos votos na solidária homenagem ao meu primo.
Um beijo de estima e admiração.
Era tão bom que todos tivessem consciência que é preciso cuidar do ambiente.
ResponderEliminarIsabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
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ResponderEliminar~ Um canto pertinente de cinzas, morte, desolação...
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~ Um flagelo triste e arrepiante!
~~~ Beijinhos, Poeta.
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Boa tarde, Graça, sua postagem é bela no sentido de nos acordar para a realidade,
ResponderEliminarmesmo quase seja tarde demais. A destruição toma conta de tudo e a natureza não fica a salvo.
Triste olhar a foto, com de restos de uma árvore que um dia nos deu tudo que possuía e hoje, só carvão. Quantas florestas devastadas pela ganância? O que sobrará? Infelizmente, é um estado de consciência....
Beijos!
E o sino precisará tocar muito ainda...
ResponderEliminarPara acordar, quem sabe, a consciência de tantos destruidores
desta obra tão perfeita, que é a nossa natureza.
Uma ótima tarde Graça!
Abraços,
Mariangela
Deste flagelo parece que não nos livramos. Escrevê-lo de forma tão próxima e com a nitidez do olhar vazio, só alguém que sente e se sente.
ResponderEliminarOxalá ainda possamos ouvir os sinos, mesmo a rebate. Sinal que a humanidade (re)toma consciência.
Bjo, Graça
Por quê tocam os sinos a rebate?
ResponderEliminarNeste poema, Graça, seca-nos as entranhas com a aridez da morte num flash crue mas real. Apesar do tormento reconhecido, voltamos, com a regularidade dos loucos obstinados, ao flagelo colectivo.
Por quê, para quê ?
Boa semana, poeta, com horizontes a azular o olhar.
Que maldição encarnou em gente
que não têm escrúpulos nem sente
É crime a purificação do fogo ardente
de quem ateia e dum povo que mente
... num flash cru...
Eliminar... não tem escrúpulos...
ResponderEliminarPor momentos, os sinos serão mudos, porque se engasgam de tanto negrume e desolação nesse quadro real em que a única sombra que teremos, será como uma garra negra que nos leva também a cor.
Boa semana para si, Graça.
Até quando o homem vai continuar a destruir o seu meio ambiente? É deprimente ver cinzas onde antes era uma paisagem verdejante, mas é a triste realidade que se repete todos os anos.
ResponderEliminarO teu poema e a foto retratam, de uma forma belissíma, este indigno flagelo.
Gostei muito, como sempre.
Beijo.
Intenso, sofrido e belo.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
Graça Pires, enquanto podemos escutar as cinzas, ainda podemos respirar poesia. Depois só ficamos com o silêncio por companhia.
ResponderEliminarBeijos
os sinos dobram por todos nós...
ResponderEliminarmas também celebram a nossa humana condição
(apesar da desolação das cinzas.)
beijo, minha Amiga
Chega a doer na alma o clamor da vegetação enquanto arde entre chiados e estalos.
ResponderEliminarUm poema gritante e eloquente à visão das cinzas. Belíssimo apesar de triste. bjs.
Crer que das cinzas renasce o bom e o belo.
ResponderEliminarE o sinos voltam a dobrar.
Linda semana Graça.
Carinhoso abraço amiga.
Beijo.
Bom dia, é a dor do vazo até ao dia do renascimento do verde e do regresso dos pássaros, poema profundo que dói.
ResponderEliminarAG
actual, intenso e sofrido.
ResponderEliminare apenas ficam as cinzas e a dor.
muito bom!
beijo
:)
Lindos versos, em sábias palavras Graça!
ResponderEliminarBeijos
http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/
Bom dia Graça, um poema muito belo sobre a realidade atroz que vai deixando a Terra vazia, sem viço, onde o Homem deposita apenas a sua própria cinza.
ResponderEliminarUm beijinho e obrigada pelo carinho.
Ailime
Belíssimo, Graça!
ResponderEliminarBeijos!
Este poema da Graça, que é um alerta sobre a forma descuidada como tratamos a natureza e a mãe Terra - "a negra cicatriz" de que fala a poeta -, fez ecoar na minha mente o título do filme comovente de John Ford, "O Vale era Verde", sobre a vida e as memórias de uma família de mineiros do País de Gales. É uma aspiração legítima, a de os vales que encantaram e deram luz às nossas vidas nunca deixem de ser verdes.
ResponderEliminarA realidade vista pelos olhos do poeta. Beijinho
ResponderEliminarHá uma réstia de mundo, tecido em harmonia, que se perde a olhos vistos... Se dói!
ResponderEliminarUm beijinho, Graça :)
Onde se esconderam os Genii da floresta? Lindo!
ResponderEliminarQuando precisamos de luz , parece que outros se regozijam com o negro dos esqueletos sem vida .
ResponderEliminarUm grito belo!
Beijinhos , G.
... e só temos uma Terra...
ResponderEliminarMuito bonito, Graça! (Como todos os outros, aliás!)
Beijinho.
Olá Graça
ResponderEliminarPassando para conferir as novidades. Agradeecer a tua presença lá no meu cantinho. Visitar os blogs que sigo e que me seguem, é uma necessidade. Interação é essencial no mundo da Blogosfera. Encantada com tudo que vi e li por aqui... Saio sempre renovada de boas energias, ideias e aprendizado!...
A luz é uma necessidade para clarear nossas vidas!
AbraçO