Andy Warhol
Aprendi a dizer os números
quando era criança.
Como toda a gente.
Contava tudo: as pedras, os barcos,
os frutos, os degraus,
os pássaros, as pessoas.
Contava pelos dedos.
Do princípio ao fim.
Do fim para o princípio.
Mas, desde sempre, preferi
os números ímpares:
únicos, solitários, caprichosos.
Não, não é superstição.
Fascina-me aquela exactidão assimétrica
a corromper a ordem dupla.
Como se ficasse assim anulado
o intuito de atingir uma forma definitiva.
“Os números ímpares agradam
aos deuses”, terá dito virgílio.
Tão oculto, o valor simbólico da razão!
Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015
Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015
Lindo e também adoro os ímpares! E vi bastante 17 por aí.,adoro! bjs, linda semana! chica
ResponderEliminarÓtima semana!!!!!!!!!!! :) Beijos
ResponderEliminarEsse mês estou comemorando 11 anos de blog.
ResponderEliminarÈ tempo demais dedicado a essas pessoas lindas de Deus
que fui conhecendo ao longo dessa caminhada.
Deixei um mimo na postagem se for do seu agrado
leve ficarei feliz.
E ficarei feliz da mesma forma se ñ levar eu entendo.
Um carinhoso beijo.
Deus abençoe por tudo.
E uma semana de paz .
Evanir.
Sim.:)
ResponderEliminarAbraço Graça
Numa muito famosa e citada passagem do seu livro "O ensaiador" (1623), Galileu escreveu: "[o livro do universo] está escrito em linguagem (e em caracteres) matemáticos [...] sem os quais é impossível entender uma palavra [desse livro]; É como girar em vão num labirinto obscuro."
ResponderEliminarNeste poema do seu livro sobre linguagens poéticas, Graça Pires não se esqueceu dos números, que adquirem pela magia das palavras e o ritmo dos versos uma musicalidade divertida e encantatória.
Quem mais não poderá amar "os números ímpares: únicos, solitários, caprichosos", não ser seduzido por "aquela exactidão assimétrica a corromper a ordem dupla."?
Com Graça Pires não vamos girar em vão num labirinto obscuro, vamos sim ao encontro da claridade, talvez perplexos, porventura inquietos, "anulado o intuito de atingir uma forma definitiva." Como diz a poeta: "Tão oculto o valor simbólico da razão!"
Mais que os ímpares, agradam-me os números primos, que também são ímpares.
ResponderEliminarUm excelente poema, acerca de um tema improvável.
Boa semana, Graça.
Beijo.
E assim conto os desamores e minhas vãs solidões, dias a fio...
ResponderEliminarTive vários pensamentos com esta postagem, vim aqui pela primeira vez e gostei, abraço!
http://devaneios-irreais.blogspot.com.br/
Quando descobrimos os números, deliciamo-nos a contar da frente para trás, de trás para a frente, de dois em dois ou três em três...
ResponderEliminarAcho que qualquer nº pode ser caprichoso e abrir um Mundo...
Adorei...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Os números são mágicos cada um com sua história.
ResponderEliminarbjokas =)
Boa tarde Graça.
ResponderEliminarTanto os pares, como os impares me agradam. O numero que mais gosto é o sete, coincidência ou não sempre algo de muito bom me acontece nessa data rsrs. Uma feliz semana amiga. Beijos.
ResponderEliminarGraça! Eu tambem, tanto aprender a contar, a contar tudo e aos ímpares.
Bjs
Ímpares são mesmo números com personalidade própria, exatamente por não formarem pares, por não serem divisíveis por 2. São íntegros, portanto; Ímpares são as pessoas que se destacam por seu comportamento e por suas atitudes. Você, Graça, é absolutamente ímpar por ser a poeta que é. Parabéns por mais esta joia que nos oferece. Obrigado por tudo o que escreves.
ResponderEliminarBeijo
Excelente, amiga!
ResponderEliminarAqui entre nós , que ninguém nos ouve, ainda conto pelos dedos .
Beijinhos e boa semana.
Lindo!!
ResponderEliminarA magia dos números é maravilhosa, eu em particular gosto sempre de pares, acho que é porque não gosto de ficar sozinha.
Bjs
Tânia Camargo
Belíssima reflexão trazidas pelos números, desgarradas de contas precisas, libertadas do que nos dá conta de outros elementos.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Um encantamento assimétrico.
ResponderEliminarGosto das irregularidades e diferenças.
Pares que sobram.
Bela poesia!
Beijo
Olá Graça
ResponderEliminarOs números são maravilhosos. Bjs querida.
Excelente poema.Amei
ResponderEliminarBeijos de boa noite.
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Nunca tinha pensado nos números dessa forma...
ResponderEliminarIsabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Números? Matemática? Álgebra? Prefiro letras. Com elas se escreve AMOR. Os números servem para contar os dias de ausência.
ResponderEliminarUm abraço forte, Graça.
Oi Graça! Bom dia!
ResponderEliminarMuito interessante a tua postagem!
Eu também vivia contando tudo o que via pela frente...
E na brincadeira de par ou impar, sempre escolhia o impar, que sempre foi
a minha predileção.
Beijos, tudo de bom pra você!
Mariangela
ResponderEliminarfalemos de números ímpares, e já é tanto...
excelente como sempre!
beijinhos
:)
Muito lindo, bjbj Lisette.
ResponderEliminarUma boa reflexão nos seus versos!
ResponderEliminarAbraço
A exatidão nem sempre nos inspira. os questionamentos e a atração vêm das reticências. Nelas o meu sentir coloca os números ímpares. Muito belo, Graça! Bjs.
ResponderEliminarMuito obrigado a você, Graça. Grande beijo.
ResponderEliminareu conto com os meus dedos
ResponderEliminare é uma escrita solitária
aos deuses agradam as poesias ímpares, como a sua
um abraço, Graça
" ... exactidão assimétrica a corromper a ordem..."
ResponderEliminarcomo eu compreendo, minha amiga!
conto e reconto pelos dedos.
e saem-me números redondos, quase sempre! rss
Beijo, Graça
Boa noite, Graça.
ResponderEliminarSempre amei os números ímpares, têm neles magia inquestionável e misteriosa.
Intimistas, sem dúvida.
Parabéns pela poesia.
Beijos na alma e linda semana.
Gosto de números, aliás trabalho com eles todos os dias.
ResponderEliminarAdorei o poema.
Beijinhos
Maria
Oi, amiga Graça Pires !
ResponderEliminarNunca havia pensado em tamanho detalhe.
Deve haver uma explicação, sim, além da
razão...
Parabéns, pelo esmiuçar dos pensamentos
literários, e pela beleza dos versos.
Daqui, do Brasil, vai o meu carinhoso
abraço.
Sinval.
Gostei imenso, Graça, pela surpresa da poética sobre algo tão exato como o números.
ResponderEliminarMas, mesmo eles, podem ser imprevisíveis!
Bjo :)
Claramente escrito
ResponderEliminare dito soa
a encantamento.
Que magia escondem
os números
que temos à mão?
Gostei tanto da viagem
do flashback induzido:
encantamento do ímpar
neste número sem par
Bj
A mi me gusta el 17...un saludo desde Murcia..
ResponderEliminarAdorei esta reflexão sobre os números impares... terão o seu significado muito próprio... como nos diz a numerologia... mas são números fortes... com uma vontade própria... querendo sair da ordem... e procurando estabelecer a sua própria ordem...
ResponderEliminarAssim como os números primos... que apenas se dividem... neles mesmos... recusando-se a uma aleatória dispersão, talvez...
Um tema surpreendente... e contudo muitíssimo bem exposto neste poema!...
Adorei, Graça! Beijinho!
Continuação de uma boa semana!
Ana
Um gosto que partilho e não sabia definir porquê, agora sim está explicado.
ResponderEliminarBeijinho grato minha amiga
Fê
Graça,
ResponderEliminarAdorei o poema! Original
Os números ímpares são os mais dífíceis, os que dão mais dor de cabeça na matemática, os que dão mais "pica" para quem os estuda!
Beijinhos.
Sonia Lourenço
Olá Graça,
ResponderEliminarMuito boa essa sua postagem com “Os números” ; muito interessante, ainda mais com à menção feita a Virgílio: “Os números ímpares agradam
aos deuses”. Parabéns.
Abraços.
Ímpares os teus números
ResponderEliminarBj minha amiga
Graça Pires, sempre a aprender, mesmo a ler poesia. Sim um poema que, além de belo é didático.
ResponderEliminarUm poema diferente do habitual.
ResponderEliminarBjs.
Irene Alves
A nossa vida é cercada por números, os quais garantem a ordem universal. Gostei imenso deste poema e partilho contigo o gosto pelos números ímpares, mas só agora percebi porquê.
ResponderEliminarA imagem é genial!
Beijo.
Boa noite Graça,
ResponderEliminarQue poema lindo, diria original!
Os números na sua aparente frieza (também acho que os ímpares são solitários) tansportam em si uma carga emocional que conduz a genialidade desta poesia.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Também querida (inspirada) Poeta,
ResponderEliminarAprecio os números ímpares:
"Únicos, solitários e caprichosos."
Beijo.
Bom dia, Graça!
ResponderEliminarTambém sempre gostei mais dos ímpares rsrs. Vejo neles uma força, são "decididos" rsrs.
Belas palavras!
Abração e lindo dia.
aprendi a contar pelos poucos frutos que resistiam a chegar a maduros nas árvores da minha serra...
ResponderEliminarabrazo
Querida Graça, sou meia sistemática, gosto de enumerar as coisas, medir, dar proporções, também sou meio contraditória, apesar dessa minha mania de exatidão, não gosto de definições exatas, adoro aquelas suposições absurdas, hipóteses infundadas, não sei não, adoro os números, mais amo mesmo as letras... Adorei seu texto, beijo doce e uma ótima semana.
ResponderEliminar~~~
ResponderEliminar~ Também me sinto atraída pelos ímpares,
com exceção para o 6 e 16, porém, é o 17
que prefiro...
~ Este fascínio quererá sifignicar algo?
~ Um poema original, interessante e algo
jocoso sobre um tema surpreendentemente
comum...
~~~~~~ Beijinhos amigos, Poeta. ~~~~~~
Que lindo amiga. Gostei muito.
ResponderEliminarUm grande beijinho,
Gabriela
Bonita Poesia ! Gostei muito !
ResponderEliminarAssim por mera coincidência o meu número favorito é o 13.
ResponderEliminarAssim é, Graça, "Tão oculto, o valor simbólico da razão!"
ResponderEliminarbeijo
Sempre que posso uso o sete e o nove, números místicos.
ResponderEliminarBeijo, Graça!
Voltei a pensar encontrar outros números...
ResponderEliminarAlguns dos meus: 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, etc., etc.
Estes números fascinam-me, dado que só são divisíveis por 1 e por eles próprios. São os números primos...
E há fenómenos na natureza que são marcados por estes números (caso das cigarras, que ficam enterradas um número de anos primo, que varia, para deste modo escaparem a uma eventual catástrofe que as fizesse desaparecer).
Bom fim de semana, Graça.
Beijo.
Seres únicos, eis o que nos faz mover. Será?
ResponderEliminarMais um grande poema, Graça.
Um beijinho :)
Genial!!! Adorei voltar lá na infância e relembrar que também contava tudo o que via pela frente. Mas confesso, jamais parei para pensar nos números, não assim, dessa forma encantadora que trouxestes para nós no seu belíssimo poema. Mas há um número ao qual sempre me relaciono é o número onze, (do dia do meu aniversário, também ímpar) esse sempre teve um brilho, um sei lá o que que me deixa em alerta, aliás agora depois do seu poema, comecei a analisá-lo e o estou achando super elegante em seu valor absoluto.
ResponderEliminarLindo te ler. Obrigada pelas visitas, quero pedir desculpas pela demora nas minhas próprias visitas, estou com problema na visão, em breve farei cirurgia de catarata. Estou diminuindo o meu tempo no computador. Um grande abraço. Fiquei muito feliz e honrada com seu comentário. bjs.
,
シ
ResponderEliminarCada número tem seu encanto, sua graça e sua poesia... especialmente os números primos!...
Sempre um mistério a ser desvendado!...
Bom domingo! Boa semana!
Beijinhos.
✿゚ه° ·.
Engraçado, nunca vi a beleza os números. Gostava de matemática, fria, de cálculo exacto. Este meu lado tão racional. Na faculdade os números venceram-me, e foi difícil fazer aquela matemática toda. Quando os números tornam-se loucos.
ResponderEliminarBeijos.
Que linda inspiração ancorada nas lembranças boas da infância.
ResponderEliminarOS Números que tanto encanto nos proporcionam e quantificam nossas emoções.
Ai me lembro do menino sentado na serra, contando os vagões que levam seu minério,para onde que ele nem sabia, mas sabia quantos vagões deslizavam naquelas duas linhas paralelas.
Aplausos amiga.
Meu terno abraço
Beijo da paz.
Li esta beleza num blog da Chica postado hoje.