31.10.16

Tantas vezes vida, tantas vezes morte

Agnieszka Motyka 

Neste momento dou ao meu perfil
a configuração de uma haste
que, ao primeiro sopro do vento,
adivinha um fogo posto nas palavras.
Conheço o rigor das noites
e o alarmante traço
da obsessão pelas trevas
que me cingem os braços
quando o reflexo do luar
incide nas manchas do meu rosto
e com os mais antigos olhos
posso rever o passado:
tantas vezes vida, tantas vezes morte.

Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015

49 comentários:

  1. Triste. Mas lindo! Adorei

    Beijo e uma maravilhosa semana.

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  2. ...tantas vezes tantas tão longe às vezes.
    :)
    bj

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  3. Ola´Graça
    Assim nos desvencilhamos das garras da tristeza
    e vivemos em plenitude.
    Bjs e boa semana.


    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  4. ...só a poesia pode conter a vida, toda, em palavra.

    Foi uma verdadeira graça ter descoberto este cantinho Poético

    Bjo amiga, Graça

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  5. Graça
    Mais um poema de que gosto, como gosto de todos os teus. Até o género me fascina sempre.
    Reportando-me: o titulo do meu último poema não é acaso. A poesia sempre será a liberdade mental do escritor.
    Bjs

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  6. A vida faz parte da morte e vice versa... O que temos a fazer é viver... com a clareza do tempo...
    Lindo...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  7. Oi Amiga, Graça Pires !
    Somos cercados por tantas coisas,
    até pela vida, até pela morte...
    Bela reflexão. Belo texto, querida !
    Um fraterno abraço, aqui do Brasil.
    Sinval.

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  8. O passar do tempo nos trás vida e morte.
    Belíssimo poema
    Beijinhos
    Maria

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  9. ter passado, minha amiga, o preço a pagar é recordar
    ...e aceitar.
    começamos a morrer, ao nascer
    mas, mesmo assim, vale a pena existir e ter memória.
    na noite escura e sem luar, basta a trémula e frágil luz duma vela, para afastar as trevas...
    e, onde, no equilíbrio de "tantas[...] vidas...", pesa a reflexão da razão.
    gostei muito, mas dá que pensar...
    um beijo, Graça e tenha uma boa semana.

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  10. Oi Graça, lindo poema! A mim, quando fala em lua já me comove. A lua é sempre um traço de emoção, recordações e esperanças, pois quando olho a lua sempre vem-me a mente que alguém que há distante está a contemplar a mesma coisa. Fernando Pessoa escreveu - o luar através dos altos ramos... Eu acho que isto já é poesia e num poema que fiz e escrevia que na minha Ilha de Santa Catarina, um dia eu vi Fernando; foi quando eu via a lua através dos altos ramos. Belo poema o seu amiga! Abraço cordial. Laerte.

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  11. duma realidade crua

    a vida e a morte, a dualidade perseguindo a humanidade, os sensíveis.

    Beijo

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  12. Gosto muito da música que se desprende das suas palavras, Graça!
    beijinho

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  13. Graça, o seu poema “Tantas vezes vida, tantas vezes morte” é de grande beleza. É um poema de profunda introspecção, que denuncia o seu talento de poeta.
    Há, na sua postagem, Graça, a referência, que você faz sobre “Uma claridade que cega”. Então fica a pergunta: é um livro seu, de poemas?
    Abraços.
    Pedro.

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  14. Muito bonito, e triste também.

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  15. Os mistérios da morte só alcança um patamar que não assusta quando cantada pelos poetas. Poeta sabe trazê-la junto, mas com elegância, meio inatingível, mais pra longe... fica até bonita...apesar de um pouco triste. Mas não machuca.
    Lindo poema, Graça!
    beijo

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  16. Olá querida Graça.
    O viver é estar nesta ciranda,
    e penso que o intervalo é o que nos resta e assim,
    buscar o pleno.
    Um mergulho perfeito na existência.
    Semana abençoada e maravilhosa.
    Bjs de paz amiga.

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  17. Fabuloso...
    Regina Gouveia

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  18. Lindo poema e tão cheio de verdade, este.

    Bom feriado, linda

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  19. Hola me dio tu dirección Anna de poemias sabiendo que me gustaria tu blog pasare mas veces poe el

    Besicos

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  20. Olá Graça
    Cristo nos promete vida eterna para todos os que o recebem como Salvador, e esta esperança anima a vida. Bjs querida, lindo poema.

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  21. tantas vezes a luz a dançar entre um e outro lado

    ou será a par, a vida e a morte e somos nós que imaginamos a sombra das rugas


    um abraço, Graça

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  22. Não há morte nem princípio

    Bj

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  23. Palavras que surgem como fogo-posto por criações súbitas...
    Também gosto da iluminação lunar e da intimidade das reflexões que provoca...
    Vida dos que chegaram e morte dos que partiram...

    Um poema subjetivo, de enorme beleza!
    ~~~ Beijinhos, querida Poeta amiga ~~~

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  24. O passado é o preço a pagar por nos encontrarmos vivos...
    Pode conter episódios, e momentos menos bons... mas terá sido o que nos trouxe até ao presente... ainda que haja alturas em que nos possamos sentir a morrer por dentro... quem adivinha se a vida, não nos reserva ainda algo de agradável, um pouco mais à frente?...
    Como sempre, palavras de grande reflexão, beleza e profundidade, Graça!
    Lindíssimo poema!
    Beijinhos! Continuação de uma feliz e inspirada semana!
    Ana

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  25. Na regressão aos "mais antigos olhos" a Poeta (e todos nós) experimenta a tensão que a vida gera: o confronto ou alternância da luz e da sombra. E fa-lo com a sua habitual mestria, jogando com a sonoridade das palavras e metáforas de sentido e intenção certeiros.

    Grato, eu, por tudo.
    Bj.

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  26. Um poema com a sua excelência na profundidade existencial e na
    beleza da sua imagética (sempre uma claridade da sua assinatura poética...).

    Minha amiga Graça, há "tantas vezes vida, tantas vezes morte" em
    cada minuto revertido no passado...

    Apreciei também, muito a imagem escolhida para o poema, num todo
    único de arte!

    Beijos.

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  27. Um poema de grande profunidade.
    Gostei muito.
    Bjs.
    Irene Alves

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  28. Amiga Graça,
    Nestes dias, em que morte está presente, mais essa haste se curva e mais os braços se cingem.

    Um beijinho comovido

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  29. BOA NOITE GRAÇA
    Não há morte

    Depois que partiram do círculo carnal aqueles a quem amas, tens a impressão de que a vida perdeu a sua finalidade.UM BJ PARA VC

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  30. Boa noite Graça,
    Magnífico poema!
    A nossa vida tantas vezes luz, tantas vezes trevas, com a saudade a corroer-nos por dentro e que a sua genial poesia sublimemente evidencia.
    Uma Claridade que Cega que nos faz reflectir, que nos faz enxergar e revisitar "com os mais antigos olhos" os nossos sentimentos, vivências, presentes e passadas.
    Um beijinho minha Amiga e Enorme Poeta.
    Ailime
    (Tenho estado com muita dificuldade em comentar aqui;))!

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  31. Nascemos e morremos tantas vidas que a própria vida se encarna, vivendo e morrendo em nós.
    Bjk, Graça!

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  32. Hola.
    Me ha gustado mucho tu blog
    Me dio tu dirección Anna de poemias.
    Es realmente un acierto
    Besos

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  33. tantas vezes luz
    outras tantas trevas

    e assim se fazem os ciclos da vida

    e a morte irreversível, paira mesmo onde ainda há vida

    muito bom o poema, aliás como sempre

    um beijo

    :)

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  34. Muito bonito. Porque a morte se transforma em vida ;)

    Beijinhos

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  35. teresa p.7:10 da tarde

    Um poema de grande profundidade que contém as palavras certas sobre a vida e os sentimentos. Toca-me de modo especial a parte final, quando a poeta escreve:
    "com os mais antigos olhos / posso rever o passado / tantas vezes vida, tantas vezes morte".
    A imagem foi muito bem escolhida para o poema.
    Beijo

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  36. As vezes que se revisitam o passado... gostei muito.

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  37. Por vezes, não é possível "tocar" no poema. Por exemplo, quando ele se explana ocupando toda o esplendor da palavra poética. Quando assim é, comentar pode estragar.

    Um beijo

    Lídia

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  38. Essa mistura que a gente nao esquece :(

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  39. A morte faz parte da vida...
    Excelente poema, como sempre.
    Querida amiga Graça, tenha um bom fim de semana.
    Beijo.

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  40. Bom dia, sem vida não existe a morte, é o ciclo da vida, o poema é perfeito.
    Feliz fim de semana,
    AG

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  41. os opostos que dap o espectro completo. Gostei bastante

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  42. «[...] o passado: tantas vezes vida, tantas vezes morte», evoca e ilumina a nossa passagem pelo reino maravilhoso, reino de luzes e sombras, privilégio que deve ser sempre celebrado. Instante fugaz, instante infinito.

    A fotografia é espantosa, inquietante.

    Beijo, Graça.

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  43. Uma e outra a moldarem-nos os dias.

    Beijinho

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  44. A tua escrita deixa sempre rastilho. Gosto.
    Beijinho, Graça.

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  45. Graça, o fogo sempre posto em tuas palavras, nos faz retornar á tuas páginas. Sempre aquecidas,
    como a poesia. A verdadeira poesia. A tua poesia.
    Beijo

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  46. Graça, mais um poema denso, intenso e bonito!
    Um abraço nesta 3a feira...
    Mais e mais inspirações e publicações...

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  47. Graça, minha querida!
    Saudade desse refúgio poético.
    Esse poema tão lindo é tantas e quantas vezes poesia: pura, límpida, líquida e transparente.
    Um beijo

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  48. Mais do que falar do conteúdo, sublinho a arte poética como transpões, em poema, a vivência humana.
    BJ, amiga

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