Olga Astratova
Percorro devagar a minha sombra
para não assustar o
bando de aves
adormecidas sob os
dedos.
Vou traçar o perfil
das árvores e do vento,
respirar o sentido da
luz para contornar
os muros, até
encontrar um campo de trigo
cúmplice dos
primeiros aguaceiros de março.
Percorro devagar a
minha sombra,
eu que precisei de
cegar para sentir
o murmúrio desvairado
dos pássaros,
subitamente despertos
para um voo livre
envolto na memória
antiga de um fuga.
E sobre a minha
sombra, que percorro devagar,
sobreponho a
fragilidade do poema.
Graça Pires
In: As vozes de Isaque. Macedo de Cavaleiros: Poética, 2016, p. 20
Quantas sombras percorremos, muitas vezes sem alcançar claridade. Gostei muito desta leitura matinal. Um abraço, Graça.
ResponderEliminarQue bonito poema!
ResponderEliminarAmei :)
Beijo e uma excelente semana.
Bom dia, o campo de trigo está mesmo ali, desfrute do mesmo na linda primavera que chegou hoje, feliz primavera.
ResponderEliminarAG
Um belo poema de que gostei bastante e muitas vezes há que percorrer as sombras para alcançar a luz.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Acredito que todo mundo uma vez na vida quis pegar a sombra.
ResponderEliminarbjokas =)
Um poema que me faz lembrar que por muito que não queiramos a nossa sombra persegue-nos.
ResponderEliminarKis :=}
Que lindo e deu pra imaginar uma cena assim...Seguindo a própria sombra!Adorei!Linda primavera por aí! bjs, chica
ResponderEliminarQue poema tão bonito.
ResponderEliminarBoa semana :)
Um bonito poema! =)
ResponderEliminarQuando fechamos os olhos, parece que "ouvimos" o mundo de outra forma..
Beijinhos
Shadows are meant to read skilfully and you seem there brilliantly
ResponderEliminarThank you for sharing such fascinating piece of writing friend.
Happy March! Hugs
Boa tarde
ResponderEliminarLindo poema. Abraços.
Do meu ponto de vista precisas de te soltar para que a sombra não te persiga.
ResponderEliminarÁs vezes é preciso fechar os olhos para poder sentir verdadeiramente. "O essencial é invisível aos olhos".
ResponderEliminarLindo e profundo.
Beijinhos
As cores são mais fortes... o canto das aves mais doce e o sussurro das árvores uma carícia...
ResponderEliminarLindo....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Percorro sempre e bem devagar a minha sombra... é autoestima garantida no melhor...
ResponderEliminarAbraço.
Um percurso decerto doloroso mas precioso, como preciosa é a vida.
ResponderEliminarUm beijinho
O Toque do coração
Pela leveza do vagar eis que as palavras fazem brotar o que então nos oferece o poema.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Há sombras assim que se movem nos dedos (os teus)
ResponderEliminarSempre boas as tuas mensagens
Abraço amigo
Sombra que sempre nos acompanha. Se fechar os olhos por momentos, sinto o efeito das sombras nesta primavera que vai seca.
ResponderEliminarBoas entradas.
Bjs
O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã. Nela repousa a esperança.
ResponderEliminar~Frank Lloyd Wright
Cumprimentos
ResponderEliminarDevagarinho, as tuas palavras ganharam asas e trouxeram memórias de voos livres e desvairados.
Assim, a sombra permitiu uma maravilhosa fuga poética.
Parabéns, Graça.
Beijinho.
Olá Graça.
ResponderEliminarO gostei muitíssimo do teu belo poema, Percorro devagar a minha sombra. Na sua leitura ou releitura, como fiz, percebe-se a tua sensibilidade e vocação para a poesia. Parabéns, minha amiga.
Um beijo.
Pedro.
Belíssimo poema que não tem nada de frágil. Beijinhos...
ResponderEliminarOlá, Graça!
ResponderEliminarSombra e luz, verso e reverso.Um não sobrevive ao outro.
Fantástico poema escrito com tinta de alma.
bj.
Tão lindo o poema Graça! Me fez pensar por alguns instantes como é preciosa a vida. Estou a percorrer sempre devagar na minha sombra...
ResponderEliminarUma boa semana!
Um beijo!
E não é nada fácil enfrentar as sombras que muitas vezes nos perseguem...
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Superlativo, Graça.
ResponderEliminarDe repente um tropel!
Ouço-o claramente na vibrante feitura
de sons encantatoriamente escritos em sinfónica harmonia.
Sinto as árvores torneadas pelo vento,
sinto o perfil dos muros contornados pela luz,
sinto as vidraças embaciadas
intensas até ao louro auge
do matraquear das teclas sob os dedos.
Bj.
Para conhecer a si mesmo, é preciso saber percorrer as próprias sombras.
ResponderEliminarUm abraço
Bom dia querida Graça.
ResponderEliminarUm poema com muita sensibilidade. As vezes temos que percorrer o caminho sabendo aceitar as nossas sombras. Um feliz dia. Abraços.
sombras a que a luminosidade do poema suavemente se sobrepõe
ResponderEliminara abrir clareiras de luz nos campos de trigo
percorridos em afã de Primavera.
muito belo, Graça
beijo, minha Amia
A suposta "fragilidade do poema" , fortalecido com as chuvas de março, e pássaros em voo incandescente.
ResponderEliminarMuito belo!
Beijnho, Graça
Graça Pires
ResponderEliminarPara mim o poema deu recordação, de que não ficaram saudades, porém o poema, de certo modo de tão belo provocou, nostalgia, perante o facto. Só tem uma coisa: a saga da cega, daqueles finais dos anos cinquenta, era sol a sol e jornadeando, não dava tempo do observar os pássaros.
Bjs
Encontrei o campo de trigo e estou em busca de tua sombra. Teu poema encontrei e ele é lindo, muito lindo. Nunca me canso desta procura. Desta espera! Beijo...
ResponderEliminarBoa comemoração do Dia da Poesia !
ResponderEliminarBeijnho
Que bom que a seara, hoje, é tua!
ResponderEliminarBelíssimo o poema!
Beijinho
Perfeito para esta primavera que está a chegar (=
ResponderEliminarBeijinhos
As asas das aves adormecidos sob is dedos
ResponderEliminare subitamente tão despertas e desvairados,
contribuíram para a singularidade do poema
que, tal como as searas, fortalece e
embeleza com as águas de Março...
~ Beijinhos ~
Um poema e sua semente
ResponderEliminarSuave
pleno
belo...
Beijinho
A fragilidade das palavras, pathos da arte poética, é procura de sentido, de absoluto, urgência de uma vida plena. Exige ou impõe ao poeta um preço e uma recompensa, «cegar para sentir o murmúrio desvairado dos pássaros, subitamente despertos para um voo livre.»
ResponderEliminarA magnífica ilustração escolhida pela autora interpela o poema. Ignoramos, nunca saberemos, se as folhas que esvoaçam procuram um livro para se abrigarem ou se soltaram dele para definitivamente serem livres.
Beijo, Graça.
"Percorro devagar a minha sombra" é um poema muito belo e profundo. As árvores, o vento, "respirar o sentido da luz para contornar os muros, até encontrar um campo de trigo..." é o modo poético de falar da Primavera e da liberdade com que a natureza nos desperta para a vida. Gostei muito!
ResponderEliminarBeijo.
Frágil como a pena, o poema.
ResponderEliminarE na arquitectura da sombra
Interpõe-se o deslizar do corpo
A sentir...
E a pena se faz voo.
Mto belo, Graça.
Um beijo, minha Amiga
Belo poema!
ResponderEliminarBjs
Tânia Camargo
Com o caminhar, com o tempo, trouxe minha sombra para ser minha amiga.
ResponderEliminarHoje estamos caminhando de mãos dadas... acho que da sombra, deu-se apenas um contorno, bem delineado.
Beijo, querida amiga!
Você é especial.
O que fica debaixo das sombras e que nos revelam cada verso.
ResponderEliminarUma beleza de inspiração no desvestir do poema.
Muito lindo Graça.
Meu terno abraço de feliz fim de ano e uma Primavera florida.
Bjs de paz poetisa amiga.
Belíssimo uma vez mais.
ResponderEliminarQue as aves se soltem livres, para que a poesia nasça em cada momento, em todas as sombras que nos acompanham a vida...
ResponderEliminarMuito belo Graça. Beijinho e bom fim de semana.
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema majestoso que se sobrepõe às sombras, que libertas, deixam que o brilho da poesia brilhe.
Um beijinho, minha Amiga, e bom fim de semana.
Ailime
Olá Graça
ResponderEliminarSeu poema ilustra nossa fragilidade entreleçada com a a fragilidade
do ambiente em que o personagem vive.
Bjs e bfs
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Não sei que mais dizer, a não ser: maravilhoso!
ResponderEliminarParabéns, Graça, muito cá do fundo!
Um beijinho :)
E ao percorrer lentamente a sua sombra ganhou a força interior e a liberdade plena de viver.
ResponderEliminarBelíssimo poema
Beijinhos
Maria
O poema só é frágil na proporção da fragilidade do poeta aquando da sua criação. Depois, fortalece-se a cada leitura. E eu, na minha, leio o talento de colocar em verso a sensiblidade e a emoção de que o eu poético se reveste quando as coisas lhe falam. Mas também a poeta diz muito através das coisas. A cegueira é apenas aparente.
ResponderEliminarBjinho, Graça 👏
adormecem as aves,
ResponderEliminarà sombra das palavras, bonitas
um beijo, Graça
Quantas vezes a vida não nos obriga a recriarmo-nos...
ResponderEliminarÉ nessa recriação que nos elevamos, e distinguimos, das nossas sombras... e que nos vamos descobrindo a nós mesmos, também um pouco mais...
Belo, e profundo trabalho, Graça... como sempre!
Beijinho! Boa semana!
Ana
Fenomenal! Sob as sombras a zéfiro das luzes. beijos
ResponderEliminarEscreve tão bem Graça!
ResponderEliminarAs aves voam e nossas fugas também.
ResponderEliminarCadinho RoCo
A Graça sabe que a admiro imenso por escrever tão bem!!!
ResponderEliminarDivino este poema!
beijinhos