Seleccionar o ângulo de um rosto, sem lhe macular a luz, como se, a meia voz, pudéssemos reter os múltiplos reflexos do júbilo e das mágoas.
10.7.17
Em seara alheia
Rasga o Poeta as Vestes
Rasga o poeta as vestes. E clama seus passos
Ousando, de queda em queda, o fogo do milagre
E os caminhos de Damasco
E a Iluminação perene
Que o redima.
Não a prece, nem a tempestade. Nem o anjo.
Nem a espada - são de pedra seus passos
E inóspitos seus caminhos.
E é de areia o rosto das miragens.
E é de fel o colapso de seus dias.
E de amargura a água dos rochedos.
Ousa porém o poeta o milagre inscrito
Nas humaníssimas dores da Humanidade
E nelas lava o seu corpo místico
Como se rio fossem.
Manuel Veiga
In: Caligrafia Íntima. Braga: Poética Edições, 2017, p. 15
Deste livro de Manuel Veiga, “Caligrafia Íntima”, disse a escritora Isabel Mendes Ferreira: […] é a memória antiga a ser futuro neste presente que nos grita ao perto o grito do poeta. “verso e reverso” da sua fala que nos revisita como se uma pluma fosse e nós leitores acompanhamos o gráfico grito sossegado e intimista de quem não ousa desistir de si. […]
ResponderEliminarParabéns, Manuel Veiga!
Ousa porém o poeta o milagre inscrito
ResponderEliminarNas humaníssimas dores da Humanidade
E nelas lava o seu corpo místico
Como se rio fossem.
El pensamiento, sin las fronteras propias de la lengua, alcanza las cimas de la verdad. Yo creo que está expresado con mucha claridad en los cuatro últimos versos del poema que nos ha dedicado hoy, muchas gracias. Saludos muy afectuosos. Franziska
Olá Graça
ResponderEliminarBela postagem, bjs querida.
Gostei bastante deste poema do Manuel Veiga que não conhecia.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Poema fantástico! Adorei
ResponderEliminarBeijo e uma excelente semana.
A escrita de Manuel da Veiga ganha notoriedade pelo perfil vocabular inconfundível e pelas metáforas alicerçadas no saber clássico. Assim o entendo e tenho muito gosto em lê-lo, em prosa ou poesia.
ResponderEliminarDos paradoxos da matéria e dos sentimentos se forma a poesia. MV não enjeita o fogo da fé na inverosimilhança do caminho: "e é de areia o rosto das miragens.
Bj.
Uma linguagem elaboradamente poética que tão bem define o estilo e perfil de Manuel da Veiga.
ResponderEliminarUma lindíssima colheita na tua seara, Graça!
Beijinho **
Ousa gritar... tudo o que está por dizer, o que já foi dito e o que será dito....
ResponderEliminarObrigada pela partilha e pela visita...
Beijos e abraços
Marta
E do poeta saem palavras que , do coração, vão caindo em belo poema feito um rio de águas limpidas que " lavam a alma " de quem as lê. E assim " clama seus passos em caminhos inóspitos " onde, em meio a tantas dores, desamores e amarguras pede que " o fogo de um milagre " lhe dê alento e ilumine os seus dias; são dele as dores, são nossas...são as " dores humanissimas " de toda uma humanidade de coração de " pedra " que nos faz crer num iminente " colapso " de nossos dias. Há fel e muito, mas há também imenso mel adoçando os nossos corações e dando-nos esperanças de que um qualquer milagre aconteça e o amor entre todos apareça. Seriam assim diferente os versos do poeta...versos agradecidos, versos de cores garridas revestidos...sem amargura...
ResponderEliminarNão sabe o poeta, nem sabemos nós se essa humanidade no coração do homem será uma " miragem ", uma utopia, mas...como será o nosso caminho se não acreditarmos que um dia um " anjo " poderá desceder à terra cobrindo de paz este nosso mundo conturbado?
Também não sei o que este poeta quis transmitir com tão belas palavras e nem sequer ousaria descobrir, amiga; sei sim o que senti ao lê-las e da minha alma deixei que saisse esse sentimento; dela sai também o meu muito obrigada pelo belo momento e o desejo de que haja sempre uma luz forte iluminando o teu caminho.
Beijinhos, Graça!
Emilia
Abraço para os dois
ResponderEliminare que viva a poesia
Da poesia de Manuel Veiga só aplausos. Os seus passos levam-no longe. A sua poesia é de tempo e entrega. De viver e ir vivendo por saber que o mundo jaz lá fora e dentro dele.
ResponderEliminarUm beijo, amiga!
Bonito poema este sobre o ofício de ser poeta. :)
ResponderEliminarO talento do nosso amigo e a tua generosidade.
ResponderEliminarAbraços a ambos.
Olá Graça.
ResponderEliminarUm poema excelente de Manuel Veiga (poeta que conheço graças a ti).
Ótima semana.
Um beijo.
Pedro
Mais um bonito poema.
ResponderEliminarGraça,
ResponderEliminarImagino a dificuldade de escolher um poema diante de tantos poemas
excelentes do Manuel Veiga.
Porém, quando o poeta é excelente proporciona a segurança de oferecer
na partilha, um excelente poema, independente do poema escolhido.
Admirável poética do grande Poeta Manuel Veiga é uma oportunidade
para todos aqueles que apreciam a Poesia, mergulhar num universo
poético literário único e inesquecível.
Parabéns ao poeta Manuel Veiga e a poeta Graça Pires pela oportunidade
com seu espaço, a partilhar sempre a grande Poesia, a sua própria e
de outros poetas.
"Doirados são os reflexos a perseguir
As entranhas do vento.
Sem outra glória que não seja
A emoção alada.
E o fio tênue
Que as prende." (Trecho do poema -Sinais Furtivos e Emoções Breves-pág 46
livro: Caligrafia Íntima- Manuel Veiga)
Abraços aos dois!
Eu aprendi que poema é um fato consumado, não se discute! Apenas devemos senti-lo. E gostar. E voltar a ler.
ResponderEliminarE você, querida amiga, é muito sensível, sempre traz para sua Seara, poemas lindos e poetas de força! Muito bonito esse poema de Manuel Veiga.
Grande beijo, amiga.
Belíssimo texto, marcou bastante!!
ResponderEliminarbjss
Boa tarde, Graça, que bom que compartilhou tão rico poema de Manuel Veiga conosco,
ResponderEliminargostei muitíssimo, pois eu não o conhecia.
Poema que mexe com nossos mais íntimos sentimentos,
passa por todos os problemas que nos deixam inseguros, e nos dão
uma nova maneira de apreciá-los. Parabéns! Abraços!
ResponderEliminarGostei desta poesia de Manuel Veiga.
A amiga sendo partilhando boa poesia.
Desejando que se encontre bem.
Bjs.
Irene Alves
Que poema mais bonito, Graça!
ResponderEliminarVou compartilhar esse poema do Manuel Veiga no meu Facebook.
Beijinhos.
Graça, minha querida amiga
ResponderEliminarfico grato e comovido pela tua gentileza
e confesso que me soube muito bem este "miminho"
porque de ti vem e é ditado pela mais genuína amizade
beijo
Demasiado belo e não conhecia
ResponderEliminarKis:=}
Oi Graça
ResponderEliminarTenho lido a poética de Manuel Veiga que lindamente, 'rasga as vestes e clama'...
e nos redime/reconquista a cada verso.
Excelente escolha para sua 'seara',que só complementa no que também é mestra.
Parabéns e abraços aos dois.
Um belo compartilhamento, um poema rico em metáforas escrito com alma e coração, o poeta sobeja inspiração, esbanja senssibilidade. Não conhecia o poeta, gostei bastante.
ResponderEliminarAbraços!
Mal iniciei a leitura do poema, identifuquei o poeta, apesar de o ler apenas há pouco mais de um ano.
ResponderEliminarA sua idiossincrasia poética marca o leitor pela excelência literária, pelo peculiar léxico e pelo arroubo poético que deste emana. Impossível não sermos arrastados na força da sua poética!
Excelente escolha para este teu espaço!
Bj, Graça
Corrijo, identifiquei
EliminarGostei, a humanidade está bem representada nesses versos.
ResponderEliminarbjokas =)
Oi, mestra/Poetisa, Graça Pires !
ResponderEliminarQue lindo momento de inspiração,
teve o Poeta Manuel Veiga, ao escrever
tão belas letras !
Muito grato, Amiga, por compartilhar.
Um fraterno abraço, aqui do Brasil !
Sinval.
Graça querida
ResponderEliminarmuito obrigada por compartilhar
esse tesouro em forma de poesia.
É maravilhoso poder ler você
aqui.
Aguardo sua visita lá
no Espelhando, viu?
Bjins
CatiahoAlc.
Poema com Alma _ com ...sentido da Alma!
ResponderEliminarGrato
Beijo
Bom dia, lindo poema do Manuel Veiga, não conhecia o mesmo.
ResponderEliminarAG
Acompanho Manuel Veiga desde há anos e este é um dos seus mais belos poemas.
ResponderEliminarParabéns a ti e a ele.
Beijinhos
Passando para lhe desejar uma boa tarde.
ResponderEliminarBjs
Tânia Camargo
A poesia sempre descobrindo inúmeras formas, e desdobrando-se numa infinidade de sentires... para chegar à sua foz... os leitores...
ResponderEliminarBelíssimas palavras do Manuel Veiga, que adorei descobrir por aqui...
Como sempre, uma partilha notável, por aqui, Graça!
Beijos e abraços para ambos!
Ana
Incertos e cativantes os caminhos do pensamento ,sem linha , sem fronteiras!
ResponderEliminarProfundo e lindo!
Isis
Boa noite querida!
ResponderEliminarA minha visita hoje é para lhe parabenizar pela linda poesia e desejar-lhe uma noite de paz e um amanhecer feliz.
Abraços, Profª Lourdes Duarte.
https://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com.br/
http://professoralourdesduarte.blogspot.com.br/
Oi, Graça!
ResponderEliminarDelícia de poema! Ótima escolha!
Reli várias vezes!...
Beijos! =)
Gosto da poesia do Manuel Veiga.
ResponderEliminarE este poema não foge à regra, é magnífico.
Graça, um bom fim de semana.
Beijo.
Bom fim de semana!
ResponderEliminarGostei do banho do poeta nas águas místicas...
ResponderEliminarMmmmm! Muito bom!
abraço
Lola
Hola, paso para saludarte y desearte feliz verano..un saludo desde Murcia....
ResponderEliminarGraça
ResponderEliminaruma boa escolha deste poema de Manuel Veiga, que tem sempre uma poesia ímpar e cheia de metáforas que por vezes nos deixam a pensar
parabéns aos dois ...
bom final de semana.
beijinhos
:)
Excelente escolha, lindo poema.
ResponderEliminarBom fim de semana
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
beautiful poem!!!
ResponderEliminarplausible effort by great poet indeed
Graça
ResponderEliminarParabéns pela escolha esta belíssima poesia de Manuel Veiga, o que demonstra seu cuidado em reproduzir aqui sempre os mais lindos versos... Muito bonita a poesia.
RANGEL
Graça Pires
ResponderEliminarNa verdade o poeta, por muito rabiscar, sempre acaba por ousar. Como o poema que li, há uma ousadia mental. É isso que se pode notar, interpretando a beleza do poema.
Bjs
ResponderEliminarO Poeta veste as mágoas da Humanidade, identificando-se com ela.
Com ela sofre e lança o seu grito de dor e de revolta.
Um belo poema de um poeta que não conhecia. Mas, já fui à procura
dele e da sua biografia. Gostei muito do que vi e li. E vou
continuar na sua senda.
Obrigada, Graça.
Bj
Olinda
Será que alguma dor redime a Humanidade?
ResponderEliminarBeijo querida.
Um poema rasgante... Rasgar a alma com versos traz efeitos maravilhosos!
ResponderEliminarBj
Bien que le traducteur GOOGLE reste trop imprécis à mon goût, il me permet d'approcher l'âme de ce poème et de l'apprécier.
ResponderEliminarMerci pour ce bel envoi.
En toute amitié.
Roger.
São assim os nossos tempos, de onde o poeta ousa emergir.
ResponderEliminarBeijinhos
Oi Amiga, Graça Pires !
ResponderEliminarLindos passos poéticos de Manuel Veiga,
compartilhados em tua "Seara Alheia",
querida Mestra. Muito agradecido, com
um carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Sinval.
Bela escolha, como sempre!
ResponderEliminarAdorei o poema.
Beijinhos
Quase não preciso de ler o nome do autor. Só o confirmo. Manuel Veiga é um autor multifacetado, mas tem um traço único. Tem marca de qualidade. Derrama estética, cultura e profundidade. Possuo o seu último livro “Caligrafia Íntima” e gosto de o ter perto.
ResponderEliminarBeijinhos, Graças Pires e Manuel Veiga.