Ricardo Nascimento
De súbito, um
submerso silêncio a ocidente das manhãs
entretece o cúmplice
coração das searas no estio da terra.
Adivinha-se a
quentura das águas através da brisa
que desliza pelos
cabelos das crianças, num aconchego
quase tão delicado
como o chamamento das mães.
Apetece resgatar
alegrias e dar às coisas
nomes de flores, de
anjos, de amigos.
Para lá do espaço há
uma linha inclinada que não perturba
a curva do sol no
recanto mais sensível do horizonte.
Os dias resguardam
longamente a luz, e o crepúsculo
até dói no olhar
desprevenido dos que esperam da noite
a transparência das
sombras.
Graça Pires
In: Solstícios e Equinócios: antologia. Coord. de Emanuel Lomelino. Lisboa: Edições Vieira da Silva, 2016, p. 62
Graça Pires
In: Solstícios e Equinócios: antologia. Coord. de Emanuel Lomelino. Lisboa: Edições Vieira da Silva, 2016, p. 62
Um texto maravilhoso.
ResponderEliminarVer ali o nome do Emanuel fez-me lembrar o quanto o mundo é pequeno...
ResponderEliminarAdorei o poema :)
Um poema fantástico! Amei
ResponderEliminarBeijinhos com carinho
Boa tarde, a foto do Ricardo Nascimento é maravilhosa. está em sintonia com o seu belo texto que assenta na perfeição na bela linha do horizonte.
ResponderEliminarcontinuação de boa semana,
AG
Lindo texto...
ResponderEliminarEsperar pela sombra numa noite de luar
Kis:=}
Eis um belíssimo poema.
ResponderEliminarGosto muito desse tipo de poema que retrata a beleza da natureza.
Beijinhos.
lindo...
ResponderEliminarGraça,
ResponderEliminarOutro belo poema. O que me faz pensar que o encanto da sua dicção é ser tão intensamente lírica e ao mesmo tempo tão completamente ligada aos acontecimentos exteriores. Sua voz lírica, ou filtrada pelo lirismo, à medida que encontra ressonância no sentimento do mundo, faz brotar um poema com esta força, com esta musicalidade, com este ritmo.
Beijos, minha cara amiga!
Um poema de sonho!
ResponderEliminarParabéns
Beijo
E tanto que a linha do horizonte diz....
ResponderEliminarLindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
A foto é belíssima, emociona de tão grandiosa! E teu poema, querida Graça, é como um hino à natureza, bem de acordo com a foto. Enfim, a natureza de nada precisa, se mostra por inteiro, reinando sozinha, completa, orgulhosa, e nos impõe respeito.
ResponderEliminarBeijo.
Graça, gostei muitíssimo do teu poema No estio da terra, do teu livro "Solstícios e Equinócios". Coord. de Emanuel Lomelino. Lisboa: Edições Vieira da Silva, 2016, p. 62, que tem belos versos como estes;
ResponderEliminarAdivinha-se a quentura das águas através da brisa
que desliza pelos cabelos das crianças, num aconchego
quase tão delicado como o chamamento das mães.
Um beijo. Graça.
Divino poema no verbal e no extraverbal! Provoca-nos a olhar, a cuidar, a amar a Terra e a Natureza que tanto nos dá e nós, não retornamos na mesma proporção.
ResponderEliminarAbraço.
Poema tão belo Graça. A foto é maravilhosa. Gostei imenso de ler.
ResponderEliminarContinuação de boa semana!
Abraço!
***Escrevinhados da Vida***
Oh dear!!!
ResponderEliminarIt is magical.
You stimulate my imagery through your powerful and magnificent poetry.
You are wonderful in your portrait of your delicate thoughts and display of supreme imagination
Magnifico e belo poema muito bem ilustrado por uma fotografia fantástica.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
A imagem, O sol, a luz, o verão, a transparência das palavras, que nos aconchegam tanto e tão bem.
ResponderEliminarAgradeço a sua visita e palavras, Graça. Não sei se dei a entender no meu post, que a Leninha, Helena Medeiros de Albuquerque, de seu nome próprio, blogueira e médica ginecologista, morreu no dia 10 deste mês durante uma intervenção cirúrgica, a 2ª, devido a tumor que tinha no cérebro. Contava 32 anos.
Beijos e boa semana.
A sua poética é surpreendente, Graça!!
ResponderEliminarUm caminho encantador das palavras na extensão
dos significados, na beleza poética e no
alcance do sentir daqueles que a leem...
Sempre maravilhosa a leitura aqui!
Beijo.
.
ResponderEliminarCara, que coisa linda...
Vale a pena conhecer páginas
iguais as suas.
Um beijo.
.
Pelo tempo a magia dos instantes e eo aqui te querendo sintonizando a nossa www.hellowebradio.com ... você.Vem!
ResponderEliminarCadinho RoCo
Um beijo apertado
ResponderEliminarApetece passar os dedos entre os cabelos cedidos das manhãs e deixar correr o tempo por entre translúcidas sombras.
ResponderEliminarBelo e cativante momento de poesia.
Um beijo, minha Amiga.
Bom fim de semana Graça!
ResponderEliminarOi, Mestra Poetisa, Graça Pires !
ResponderEliminarPerfeitamente lindo !
Versos que emergem das profundezas
da alma, angustiados para falar.
Parabéns, com o meu carinhoso abraço,
aqui do Brasil !
Sinval.
palavras delicadas
ResponderEliminarem que a memória e o presente se tocam
a ternura destilada entre palavras sentidas
a foto de suporte foi muito bem escolhida
bom final de semana.
beijinhos
:)
Olá, estimada Graça!
ResponderEliminarDeduzi que não tinha entendido o conteúdo do meu post como uma homenagem, muito discreta e "genérica", eu sei, a uma amiga, que partiu, muito cedo, daí eu ter voltado ao seu blogue.
Agradeço as suas palavras, de novo.
Beijos e bom fim de semana.
Oi, Graça!
ResponderEliminarNossa, de tirar o ar!
A vida que os elementos naturais ganham em seus versos, linda!
Beijos! =)
"No estio da terra" um poema cheio de imagens calorosas e afectivas. Um verdadeiro hino à natureza. "Apetece resgatar alegrias e dar às coisas nomes de flores, de anjos, de amigos". Uma maravilha! A foto é magnífica e tem tudo a ver com o poema.
ResponderEliminarBeijo.
Lindo! A começar pelo fantástico e significante título!
ResponderEliminarBeijo, querida Graça.
Um bela ilustração a um poema que é uma exaltação à natureza. Escreves divinamente bem Graça. Aplausos.
ResponderEliminarAbraços
Este poema da Graça – ilustrado por uma excelente foto - é uma celebração da chegada do Verão: «de súbito um submerso silêncio … adivinha-se a quentura das águas … apetece resgatar alegrias … a curva do sol no recanto mais sensível do horizonte … os dias resguardam longamente a luz».
ResponderEliminarEm dois textos de Claudio Magris, de Agosto de 2001 e Julho de 2002 , agrupados com o nome A CONJURA CONTRA O VERÃO, e incluídos numa antologia editada em Portugal pela Quetzal, o escritor italiano escreve: “quando penso na incerteza dos anos vindouros […] não me interrogo sobre o que será da minha vida, mas antes o que será dos meus Verões. É como se o Verão fosse a estação e o rosto da vida verdadeira, o clarão do seu significado …”.
O rosto da vida verdadeira, de que fala Magris, está no poema magnífico que a Graça, oferece, generosa, a todos aqueles que amam as suas palavras.
Beijo.
A poeta dá-nos um poema
ResponderEliminargenerosamente estival.
Um fio de ternura desliza al-
to no "ocidente das manhãs" da alma
até aos mais retardatários raios
de luz do horizonte
coalhado de Verão.
E fixam os olhos no deleite
na transparência da sombra.
Bj.
Uma narrativa poética que encanta.
ResponderEliminarO resultado é mais um excelente poema.
Graça, um bom fim de semana.
Beijo.
Amazing shot. Wonderful.
ResponderEliminarGreetings, Marco
ResponderEliminarUm canto à Natureza e aos seus mistérios,
os quais a ciência pretende explicar. Mas, tudo
vem embrulhado num encantamento imenso.
O dia e a noite, o Sol e a Lua. As estações
do ano. Os tons e os sons. Maravilhas a
cada passo. E aqui nos seus versos, Graça,
a expressão dessas maravilhas.
Bj
Olinda
Mais um maravilhoso trabalho... enaltecendo a paixão pela vida... em cada uma das suas palavras, Graça... plenas de força e emoção...
ResponderEliminarPara ler e reler... e destacar qualquer dia, lá no meu canto, se me permitir...
Beijinho! Bom domingo!
Ana
Graça Pires
ResponderEliminarEste poema é bem o caso, diria não só apenas um poema poema, mas uma esplêndida imagem poética. Poesia bem conseguida, vemos aqui.
Beijos
Que linda descrição do calor humano! beijos
ResponderEliminar
ResponderEliminarDe súbito...
Graça Pires
muitos parabéns
Belíssima poesia,
bem conseguida
silêncio
coração
brisa
aconchego
alegrias
horizonte
crepúsculo
Palavras básicas para a felicidade!
Obrigada pela partilha.
Boa semana. Beijinho
Boa tarde, querida Graça,
ResponderEliminaruma imagem que completa as suas palavras em um poema,
que mais parece uma prece à natureza.
Um encontro da quentura das águas com a felicidade das crianças.....
Belíssimo! Beijos!
As suas palavras transportam-nos para patamares onde tudo é possível...
ResponderEliminarMais um grande poema, Graça.
Um beijinho :)
E é tudo ouro.
ResponderEliminarBjinhos
Um poema sublime!!!
ResponderEliminarBeijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Es un poeema que auna el sentimiento con la añoranza de la noche que llega y se apodera de nuestra vida, un caminar hacia la noche clara de la esperanza y la plenitud. Me ha gustado. Muy bueno. Parabens y gracias por compartirlo. Un abrazo. Franziska
ResponderEliminarLindo trabalho e muita dedicação.
ResponderEliminarBjs
Tânia Camargo
É muito lindo, Graça!
ResponderEliminarbeijinho e boas férias
E, de súbito, o estio e o encontro no lugar mais sensível do horizonte.
ResponderEliminarFascinante, Graça.
Beijinho.
Da contemplação à expressão das mais íntimas sensações, surge um poema quente, com a qualidade literária que já conhecemos.
ResponderEliminarUm bjinho, Graça
quando as férias eram grandes e o estio,
ResponderEliminarterra, mar, areia, vinhas e sandálias de couro
um abraço, Graça
Que lindo, amiga. Chorei aqui e até senti 'dor', querendo nomear "essa linha inclinada que não perturba a curva do sol no recanto mais sensível do horizonte". Adorei mesmo.
ResponderEliminarBeijos