Em seara alheia
AS DOBRAS DO TEMPO
Escuto os sons da casa,
murmúrios
retidos nas dobras do tempo.
Já a voz não ilumina
as sombras que se deitam nas paredes.
Paira um vestígio ténue
dos aromas vibrantes de outrora,
talvez esteja em mim
guardado.
Sou eu mais que um sacrário
de lembranças
que se consome passo a passo
na senda de duvidosa redenção?
Alice Duarte
In: Um pássaro antigo nos olhos. Modocromia Edições, 2016, p. 40
No prefácio ao livro “Um pássaro antigo nos olhos” de Alice Duarte, escreveu Manuel Veiga […] “desejo destacar que a autora sabe muito bem da luta corpo a corpo com o mundo, em que a verdadeira poesia se joga. Diria até que sabe com o próprio corpo e com a carne do poema, e que das suas próprias dores, que mais não são que o reflexo das dores da Humanidade, recolhe a matéria do “fingimento” poético0, de que se alimenta. […]”
ResponderEliminarParabéns, Alice Duarte!
E com o passar do tempo vai ficando o nosso coração pleno de recordações.
ResponderEliminarLinda escolha, um poema maravilhoso.
Boa semana
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Obrigado pelo carinho amigaa .... bjus boa semana ...
ResponderEliminarnão há" verdadeira poesia"
ResponderEliminarBjs para as duas´
As recordações que se escrevem numa casa cheia de memórias, ou nos trazem a melancolia, ou a melancolia nos transporta para o mundo das recordações!
ResponderEliminarLindo poema e belissima escolha, Graça
beijinho
Tão lindo esse texto Graça. O livro da autora deve ser muito bom.
ResponderEliminarUma boa semana!
Um abraço embrulhadinho num ramo de flores.
Beijos!
Mais um bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
As dobras do tempo trazem-nos recordações que por vezes estavam adormecidas.
ResponderEliminarUm belo poema.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
O poema da verdade, da condição em que fomos moldados. A todos toca, numa clareza suave e crua.
ResponderEliminarAssim parece ser
À medida da dimensão apropriada
de cada um
no mais profundo recato
na delicadeza íntima encarnada
As emoções desfilam imparáveis
no animatógrafo da vida
de cada um
~~~~
Por entre as clareiras do dia
a esperança cresce, e eu sopro
o alento, a energia vital. Lento
sopro um raio de luz, um beijo
grato à amizade serena: a Graça.
Hello Graça,
ResponderEliminarWonderful words.
Thank you so much for your comments on my blog.
Best regards,
Marco
As recordações que se escrevem em nós... Preenchem o tempo....
ResponderEliminarLindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Olá, Graça!
ResponderEliminarBelíssimo poema de Alice Duarte, no seu canto sobre os tantos mistérios que tem as casas, nos tantos segredos guardados, nas tantas dores escondidas. Parabéns à poetisa Alice (nome de minha mãe).
Um beijo.
Pedro
adoro ouvir os barulhos da casa.
ResponderEliminare as cantigas da minha memória.
Como é bom apreciar um poema desse ! Com cheiro de lembranças de outrora, me parece um encontro com do passado com o presente e cada cômoda da casa ( antiga ) remete aquilo que o eu-lírico era e aquilo que o mesmo passou, os sonhos de criança e a realização do que és hoje, por isso é um encontro do passado com o presente como se fosse dois rios se encontrando...rios da vida e assim vivemos a nossa redenção : daquilo que éramos e do nosso eu atual . E a medida é melhorarmos.
ResponderEliminarLembranças de uma vida através do sabor da saudade
Muito Obrigado por vossa obra
Tenha uma semana de paz, luz e alegria !
Sou eu mais que um sacrário
ResponderEliminarde lembranças
que se consome passo a passo
na senda de duvidosa redenção?
Me impacta la desolación de estos versos y, hay que reconocer, que aunque el poema es breve, está lleno de emoción. Gracias por compartirlo. Un abrazo. Franziska
Gracinhamiga III
ResponderEliminarPara já fica o registo mil vezes afirmado: Ah grande Poetisa!!!
Mas aos 76 anos, saído de um pesadelo horrendo tenho de aplaudir e parabenisar a Alice Duarte e dizer que vou comprar o seu livro.
Rendido mais uma vez ao brilhantismo da tua pessoa, ajoelho e beijo-te as minha princesa
Qjs do Henrique, o Leãozão
il tempo come uno scrigno conserva i nostri "tesori", riporta alla luce emozioni sopite colorate di una dolce malinconia...grazie carissima per essere passata, un abbraccio grande e complimenti per la scelta molto bella
ResponderEliminarTudo menos a Cristas montada no seu alazão
ResponderEliminarAmiga/Poetisa, Graça Pires !
ResponderEliminarComo sempre, uma bela escolha literária,
para nos presentear.
Desta vez, Alice Duarte.
Muito agradecido !
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Sinval.
Lindo demais!
ResponderEliminarBeijos
Boa noite
Olá amiga
ResponderEliminarAmei sua postagem, como sempre é muito bom está aqui no seu cantinho lindo.Bela escolha, a poesia é em si uma lição.Sou eu mais que um sacrário de lembranças. Nossas lembranças são só nossas.
Deixo esse pensamento com desejos de que sejas sempre feliz.
“A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe”. Seja muito feliz amiga, hoje e sempre.
Abraços da amiga Lourdes Duarte
Olá, querida Graça, ah, as casas... quanto mistério há nelas! Gosto de andar pelas ruas de meu bairro e olhar as antigas casas, o formato das janelas, das portas, e fico a imaginar quantas vidas por ali passaram e deixaram seus segredos...
ResponderEliminarUm poema lindo, de muitas interpretações e de visões nostálgicas da poeta Alice Duarte.
Um beijo às duas!
Past ....a secret cozy corner where i peek and take deep breath to reinvent my soul!
ResponderEliminarincredibly beautiful dear grace!
Acabamos por nos render a graça das lembranças, que se renovam! beijos
ResponderEliminarComo este poema, de Alice Duarte, me ilumina a memória e me envolve nos "aromas vibrantes de outrora"!
ResponderEliminarMuito grata pela partilha, querida Graça.
Beijinhos.
Sempre excelentes as suas escolhas, minha Amiga!
ResponderEliminarSempre uma leitura especial e enriquecedora aqui...
Parabéns para a Poeta Alice Duarte, um belíssimo poema
com a profundidade analítica existencial.
Muito bela esta construção poética:
"Escuto os sons da casa,
murmúrios
retidos nas dobras do tempo."
Uma semana feliz e inspiradora, minha querida!
Beijos.
ResponderEliminarLinda escolha, Graça!
Muito obrigada pela partilha deste poema maravilhoso,
que desconhecia e através de si posso ter o gosto de o ler.
Quero também agradecer a sua visita ao meu blogue:
http://pensamentosimagens.blogspot.pt/
e, o comentário que deixou.
Neste momento é o único dos 4 blogues que tem um post actualizado
Tenho andado por fora e, não posso estar em 2 lugares ao mesmo tempo.
Preciso de fugir de quando em vez e procurar refúgio na Natureza!
Veremos se esta semana consigo pôr em dia, pelo menos um blogue.
Sobre o poema...
no meu caso eu diria que escuto mais o silêncio da minha casa,
e, nada há antes de mim, pois eu vim para esta casa
quando ela estava nova ainda
Não há sombras de ninguém...
nem vozes de alguém
apenas EU e as minhas coisas, que tanto amo.
Beijinho. Boa semana.
OI GRAÇA!
ResponderEliminarNOSSA, LENDO OS COMETÁRIOS, COISA QUE GOSTO DE FAZER, AO LER O DA "TAÍS" QUE ALIÁS, É MINHA CONTERRÂNEA, VEJO QUE ELA TEM UM GOSTO IGUAL AO MEU, CAMINHAR E OBSERVAR AS CASAS IMAGINANDO QUEM ALI MOROU, QUE HISTÓRIAS VIVERAM E ASSIM VAI.
UM POEMA BELÍSSIMO ESCOLHESTE PARA NÓS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Graça,
ResponderEliminargostei muito da tua escolha
a Alice Duarte é uma poetisa sensível e talentosa
que escreve com verdade e autenticidade.
Poesia genuína, escorada na vida e nas "dores" do Mundo
e que, portanto, nada a ver com "clichés poéticos", muito "esvoaçantes"
e "delicodoces" que por aí correm inflamados.
sinto-me muito honrado com a sua amizade
e foi um privilégio para mim escrever umas palavras de apresentação do seu livro "Um Pássaro Antigo nos Olhos", coo tu de resto fazes notar. o que agradeço
beijo, minha Amiga
Muito grata por esta divulgação dum poema meu neste espaço em que a tua poesia é, por direito próprio, o encanto de quem por aqui passa. Grata também pelos comentários aqui deixados.
ResponderEliminarUm abraço de gratidão, Graça!
Alice Duarte
Gosto da poesia da Alice.
ResponderEliminarE este poema, que não conhecia, foi uma boa escolha.
Continuação de boa semana, amiga Graça.
Beijo.
Gostei de conhecer
ResponderEliminarAbraço grande, amiga
memória em memória
ResponderEliminarno retrocesso do tempo
num espaço só nosso
até...ao esquecimento.
sem memórias, sem emoções.
um belo poema, que faz reflectir...
e uma partilha/divulgação muito interessante.
grato e parabéns, minha Amiga, Graça, extensível à Alice Duarte, por esta sua obra.
Lindo, maravilhosamente profundo!
ResponderEliminarDesconhecia esta autora.
ResponderEliminar
ResponderEliminarAs lembranças que nos têm...
Lindo!Preciso de ler mais, por aqui. Mas o tempo, o tempo...
Há autores que merecem muita atenção.
Beijo
Lídia
Boa noite querida Graça.
ResponderEliminarLindo poema de Alice Duarte. Uma boa escolha sua para nós compartilhar. Tantos segredos que tem as casas, guarda tantos amores e desamores. Um lindo fds amiga. Grande abraço
A solidão e a nostalgia... no sentir de cada palavra... expressas de uma forma muito bela e profunda!
ResponderEliminarMais uma partilha de excepcional qualidade, que adorei descobrir por aqui...
Beijinho, Graça! Bom fim de semana!
Ana
A profundidade da poesia saída de dentro como quem retira o "sagrado" mais íntimo da vida memorizada.
ResponderEliminarUma partilha de poesia profunda.
Um beijo para si,Graça.
un saluto per te carissima e buon fine settimana
ResponderEliminarBoa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema magnífico de uma autora que não conhecia.
Lembranças que ficam gravadas para sempre e que a poesia revela de forma sublime.
Um beijinho, minha Amiga, e bom fim de semana.
Ailime
Abençoado final de semana!!!!!! Beijokas
ResponderEliminarMais uma excelente partilha, evidenciada por este belíssimo poema. Que a todos nos diz e fala...
ResponderEliminarParabéns à Alice Duarte.
Bjinho, Graça
Mais uma vez gostei da escolha...
ResponderEliminarbeijinho