16.10.17

O tumulto das areias


José Pancetti

Com barcos torneando os ombros
decifro o rumo das viagens
em minhas mãos atentas ao desalinho
das cordas destecidas pelas vagas.
Sei que os mapas não assinalam
o tumulto das areias com que o vento
vai refazendo as dunas.

Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015

57 comentários:

  1. Linda tua poesia e a imagem idem e não vejo a hora de chegar nesse ambiente e cenário...bjs, INTÉ! chica

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  2. Os mapas, de facto, não se movimentam por si só, são somente um plano que orienta. Em cima dele, sobrepõe-se uma paisagem sempre em transformação, tal como o pensamento e o mote da poesia em que a Graça é exímia e de uma imaginação inesgotável.

    Beijinhos e boa semana.

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  3. Um belo poema muito bem ilustrado por uma magnifica pintura.
    Um abraço e boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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  4. Não, somos nós que o desenhamos... Seja na areia, nas montanhas, no mar....
    Porque estamos lá...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  5. Graça, Não há como confiar cegamente nestes ventos nem nestas vagas... Tal qual é a vida... Parabéns e grande beijo. Tuas poesias são, sempre, portos seguros...

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  6. Boa tarde, Graça.
    Esse desenhar de renovação ou mesmo uma destruição é semelhante ao sexto-sentido.
    Muito bom.
    Tenha uma linda semana de paz.
    Beijos na alma.

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  7. Boa tarde, Graça.
    Esse reconstruir ou mesmo destruir dos formatos da vida , assemelham-se ao sexto-sentido.
    Parabéns.
    Linda poesia,sempre.
    Abençoada semana de paz.

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  8. Gostei bastante! Parabéns

    Beijo e uma excelente semana.

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  9. Olá Graça,
    Muito bom!
    Falando em dunas, lembrei de um lugar super lindo no Estado da Bahia,aqui no Brasil. É uma vila de pescadores, o nome é "Mangue Seco" a uns 240 quilômetros de Salvador a capital, cuja a característica são as imensas dunas que com a força dos ventos, vem cobrindo ao longo dos tempos, coqueiros, casas, e até ruas...
    Beijosss.

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  10. Que lindo, viajei em seus versos.

    bjokas =)

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  11. Boa tarde Graça,
    Um poema muito belo.
    Depois da tempestade vem a bonança e a poesia acontece sempre com o seu elevado cunho poético.
    Um beijinho e boa semana.
    Ailime

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  12. Muito lindo, querida Graça, hoje pela manhã estava lendo você em "Poemas Escolhidos"...
    A obra acima, quando abri já reconheci Pancetti de imediato. Maravilha.
    Como sempre, querida amiga, você arrasou!
    Beijo, dias melhores pra Portugal, me solidarizo com nossos irmãos portugueses, nuito triste...

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  13. "O túmulo das areias" é um magnífico poema que, admito, será uma prenominação. É essa a leitura que faço nestes dias trágicos. "O refazer das dunas" constitui o sepulcro que nos há de submergir como povo? Povo que tocou o mundo inteiro nos pinheiros do Rei-Trovador. Aquele que semeou versos "Ai flores, ai flores de verde pino" onde havia dunas. E agora?
    Bj, amiga Graça Pires.

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  14. un bel viaggio attraverso questi versi... grazie per essere passata cara,
    un abbraccio ed ancora complimenti per le tue poesie molto belle

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  15. What compelling view!!!
    and Lovely poetry Grace!

    you painted so well the restlessness of sand and carnation of wind

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  16. Hello Graça,
    Nice poetic words with a wonderful picture.

    Have a nice day.
    Hugs, Marco

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  17. será que os mapas assinalam o tumulto das mãos?

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  18. Montagem e desmontagem das palavras inspiradas pela areia ou da areia inspirada pelas palavras. Lindo! www.hellowebradio.com ... você.Vem!
    Cadinho RoCo

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  19. Belissimo poema.
    Que depois do tumulto venha a tão desejada paz e serenidade.
    Beijinhos
    Maria de
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  20. Sem palavras. Ou melhor:com palavras. Suficientes, de um arenoso ofuscante.

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  21. Decifrando os desígnios do mar... que é tão profundo, incerto, e fascinante, como a própria vida...
    Um belíssimo poema, Graça, como sempre acompanhado, com um soberbo suporte em imagem...
    Mais um post excepcional, por aqui!
    Beijinho! Continuação de uma óptima semana!
    Ana

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  22. Sua poesia deixa a gente no mar!
    Linda!

    Beijos!

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  23. Pancetti cria, inspira. E não há diferença entre o mar de Pancetii e “o tumulto das areias”. No primeiro, os pincéis dão forma e, “no tumulto”, o brotamento dos signos verbais, o trabalho metafórico do poeta dão vigor e colorido ao poema. Ambos nos levam ao encantamento.
    "O tumulto das areias com que o vento vai refazendo as dunas" se assemelha ao trabalho do poeta, costurando as palavras, refazendo "o real". Gosto dos seus poemas>

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  24. A imagem e o poema transmitem tranquilidade (=

    Bom resto de semana! Beijinhos

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  25. Olá amiga, mais uma postagem que dá gosto de ler e apreciar. Linda postagem.

    Abraços com desejos de uma noite de paz e um amanhecer feliz.

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  26. As linhas, as palavras, me fizeram viajar para longe, inspiram e são belas, Graça.
    A imagem é encantadora, com cores maravilhosas.
    Um abraço do Brasil.

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  27. Olá, Graça!
    Retiras de teu livro (Graça Pires. De Uma claridade que cega, 2015), este belíssimo poema, "O tumulto das areias". Parabéns, quminha amiga.
    Um beijo.
    Pedro

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  28. O "pinhal do rei" e as dunas que sustém
    E agora? como pergunta o Agostinho.
    Teria sido tão só incúria
    ou estaremos condenados a um deserto de ideias?

    Um belo poema, inspirado e inspirador, dos mapas que não saberemos ler.

    Um beijo, minha Amiga e uma boa semana.

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  29. Os mapas deixam de fora muita coisa...

    Beijinhos, linda, bom resto de semana

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  30. "O vento vai refazendo as dunas", mas é sempre o mesmo deserto, igual e diferente, novo e antigo, familiar e estranho, oásis embriagante, vazio e silêncio. Só não nos perdemos porque as mãos da Graça, atentas ao desalinho das palavras, nos maravilham e fazem sonhar.
    Beijo.

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  31. Lindo e precioso poetar...
    O mar e suas areias nos convidam a prosseguir...
    A vida com poemas e reflexões fica mais viva e vivificante...
    Beijinhos

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  32. Nem tudo vem nos mapas...
    Excelente poema. Como sempre, aliás.
    Continuação de boa semana, amiga Graça.
    Beijo.

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  33. A impermanência da vida pousada nas mãos da poeta,
    em palavras construídas de imensa poesia em gestos!...

    Belíssimo, Graça!
    Beijos.

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  34. Gosto de vir. Tuas palavras, viagem!

    Beijo meu.

    Lídia

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  35. Olá, estimada Graça!

    Eu sei que, embora, os "barcos" sejam, por vezes pesados, há gente, como é o seu caso, que consegue saber o sentido da "rosa-dos-ventos", mesmo que as vagas desalinhem o percurso normal dos acontecimentos.

    Pois não, minha amiga! Os mapas mostram o físico, o geográfico, mas as "tormentas", não.

    Beijos e resto de boa semana.

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  36. Bom fim de semana Graça. Beijnhos

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  37. teresa p.2:38 da tarde

    Os barcos inspiram a decifrar o "rumo das viagens", Mas os "mapas não assinalam o tumulto das areias" nem as tormentas que se deparam na rota que se escolhe. O poema e a foto são maravilhosos.
    Beijo.


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  38. Com muito trabalho das tuas mãos
    tudo se move
    Bj

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  39. 20 de outubro dia do Poeta.
    Querida Poetisa, que jesus te iluminando e que você continue nos encantando com suas lindas poesias.
    Já dizia os poetas:
    “Ser poeta é fazer de cada despedida uma saudade
    É ter nas mãos os sonhos, vivê-los de verdade
    Chorar, sorrir, sem medo de viver...”

    “Poeta para ter o dom...
    Das palavras...
    Palavras de ternura... de carinho...
    E poder encher...
    nossos coração com amor
    Escrevendo seus lindos versos e poesias”.

    Parabéns!

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  40. Minha amiga Graça

    Os mapas escondem muitas coisas...
    sentimentos... conversas... palavras...
    pessoas...

    Que a poesia lhe acompanhe sempre...

    Aluísio Cavalcante Jr.

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  41. Boa tarde, Graça,
    imagem e poema maravilhosos.As dunas agem como se tivessem vida, pois
    mudam-se quando querem, neste desmanchar-se e refazer-se igualam -se conosco que caímos e nos refazemos para acertar na vida, há tantas leituras a serem feitas através deste poema lindo.
    Li sua poesia no blog da Tais, "A Cidade". Gostei muitíssimo. Vi que a sua obra Poemas Escolhidos está esgotada, ou não consegui acessar.
    Aproveito para mandar uma oração à população de Portugal que passa por momentos de grande tristeza.
    Grande abraço!

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  42. Devíamos estar atentos aos sinais...
    Quem estará?
    Nem mapas, agora só o GPS para nos indicar os rumos,
    e tanto que se perde.

    Bom fim-de-semana, amiga!

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  43. Poesia é vaga, desalinho, tumulto e viagem que acaricia a pele.

    ADOREI, amiga Graça.

    Beijinho

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  44. Boa noite, Graça

    Traçam-se rumos muitas vezes fora do
    nosso controlo mas, pé-ante-pé,
    procuraremos a inefável linha condutora
    dos nossos destinos.

    Bj

    Olinda

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  45. Um mar agitado de palavras com pétalas de rosas ao vento.
    Bjs

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  46. Manuel Veiga4:53 da tarde

    sabe-se lá qual percurso dos barcos?
    apenas os nomes escritos na areia!

    Belíssimo, Graça.

    beijo, minha amiga

    anuncio-te que reabri os comentários
    - espero continuar a merecer a tua presença amiga!

    grato

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  47. Curto, forte e muito belo...como aprecio!

    Beijinho

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  48. Quando os barcos nos torneiam os ombros (expressão lindíssima) nada mais nos resta que tentar navegar, rumar a qualquer lugar. É esse o nosso destino.
    Mais um belo poema, Graça.

    Um abraço :)

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  49. Oi, querida Mestra Poetisa, Graça Pires !
    O texto é tão belamente descrito, que
    enxerguei a corda "destecida" pela água.
    Parabéns, desejando uma ótima semana, com
    o meu fraterno abraço, aqui do Brasil.
    Sinval.

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  50. Já não usamos " bibe ", já não brincamos junto ao mar construindo castelos, já não gargalhamos quando uma onda mais forte tenta apanharmos, já não mergulhamos naquelas águas geladassentind-as quentes no nosso corpinho de criança. Tudo mudou em nós, mas o mar continua lá sempre à nossa espera, ora manso ora raivoso, assim como a vida. Contemplamo-lo tantas vezes com a alma triste, esperando que numa qualquer onda ele nos dê respostas para tanta inquietude, mas... em vão, ele continua calado como sempre ; não é a ele que compete dar-nos explicações, mas, sim, a nós mesmos; somos nós que, no emaranhado dos riscos, sinais e nomes, temos de encontrar neste nosso mapa da vida o melhor caminho a seguir ; quantas vezes não nos perdemos, quantas vezes não seguimos o errado, mas...há que continuar, pois voltar para trás continua a ser proibido. A vida também tem marés e por isso, procuremos a baixa para melhor desfrutarmos da serenidade das águas. E com este belo poema, amiga desfrutei de um lindo momento. Beijinhos e obrigada
    Emilia

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  51. Querida amiga, gosto muito dos poemas desse livro, como o nome já diz, são de uma claridade que chegam a cegar.
    O vocabulário é de quem já sabe de tudo, "decifro", "atentas", "sei"...
    Beijo e ótima semana.

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  52. Boa tarde, lindo e objectivo é a imagem e o poema, o vento forma as boas dunas e as má também, o vento que passa nunca é igual ao anterior.
    Feliz semana,
    AG

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  53. Uma lonjura no tempo na lonjura da viagem na incógnita das vagas.
    "Longos" os teus poemas, Graça!
    Abraço!

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  54. Magistral forma de dar corpo ao "desalinho" de tudo o foi e é vida e do rumo que se lhe dá.
    Bjo, poeta!

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  55. Belíssimas metáforas.
    beijinho

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  56. Lindíssima poesia. Relida num dia muito especial para mim.

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