Pedro Pires
Quando as espigas surgiram de repente
nos sulcos das searas, sem que o braço e a foice
afagassem o trigo, houve homens
que se amarraram à terra aguardando que o corpo
se transformasse em campo lavrado.
Houve mulheres que cegaram, em plena
madrugada, perto dos pomares.
Houve meninos que se fecharam por dentro
dos segredos que as mães guardam no sangue.
Houve pássaros que suspenderam o voo
sobre as casas desertas. Como um aviso.
Graça Pires
De Uma vara de medir o sol, 2018, p. 18
Qué bello poema!
ResponderEliminarBesos enormes y feliz día.
Um aviso que ninguém quer ouvir...
ResponderEliminarTalvez lhe chamem apenas poesia.
abraço Graça
ResponderEliminarGosto da pessoa que és.(sem interrogação, não sei como foi parar ao comentário anterior) e gosto da Poeta que és, Graça.
Um beijo meu.
Lídia Borges
Realmente um forte aviso! Profundo! Tocante! beijos, tudo de bom,linda semana! chica
ResponderEliminarMaravilhoso sem duvida:))
ResponderEliminarPeço desculpa pelo atraso mas estive uns dias de folga ;))
Hoje:-Deambulando pela natureza, sem chão
Bjos
Votos de uma óptima Segunda - Feira.
Se algo não ouve o ser humano são os avisos. Mas felizmente nada adverte tanto quanto a poesia, a grande poesia da reflexão como a sua...
ResponderEliminarGrande abraço, Graça.
Tão intensa que é a sua poesia Graça!
ResponderEliminarMensagens poderosas.
Um beijo!
Simplesmente belo!
ResponderEliminarBeijos. Dia feliz!
Pensando aqui sobre esse aviso. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça...
ResponderEliminarUm poema tocante!
Um abraço, Graça.
I think this bird doesn't do anything more.
ResponderEliminarBut nice poetic words. So nice Graça!!
Best regards,
Marco
Sempre belíssima e cheia de sentido e de dor. Muito bonito (uma vez mais e mais e mais...)
ResponderEliminarBeijinho, Poeta.
Um extraordinário, intenso e emotivo poema... que nos mostra a dureza da vida do campo... ceifando sonhos por vezes... quando tudo se perde num repente, não havendo, meios nem coragem para recomeçar!...
ResponderEliminarCombinado com a imagem certa... num todo ao mais alto nível!... Parabéns, Graça!
Beijinhos! Feliz semana!
Ana
mais um lindo poema um pouco triste mas no bom sintido gostei mt bjs
ResponderEliminarLas aves están desapareciendo de los campos de cultivos de media España
ResponderEliminarImpecável!
ResponderEliminarBoa noite Graça Pires. Bjs.
Gostei muito deste poema e das suas palavras muito intensas! Uma boa semana para si!
ResponderEliminarBom seria se surtisse efeito 'o aviso'
ResponderEliminar_quantos campos amadureceriam em verdes espigas:
_ quantas mulheres colheriam frutos nos seus pomares
e quantos meninos revelariam seus sonhos perdidos !
Triste foto Graça e belíssima poesia.
Bom voltar para te ler.
Fico admirando e desejando que nada se perca nesse aviso.
Com abraços
Noite aqui, madrugada em Portugal, querida amiga Graça, no momento que leio mais um dos seus belos poemas, este do seu livro "Uma vara de medir o sol", 2018:
ResponderEliminar"Quando as espigas surgiram de repente
nos sulcos das searas, sem que o braço e a foice"
Votos de uma boa semana, Graça.
Um beijo.
Pedro
Ás vezes, preferimos ignorar... Pensamos que será mais fácil.... não é... torna tudo mais amargo...
ResponderEliminarLindo....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Penso que se trata da recusa de ser, sempre que o homem se nega a aceitar o ritual do próprio devir, que o trabalho enobrece. Tudo se gora, portanto.
ResponderEliminarMuito bonito e tão bem encadeado, que a arquitectura poética deste poema, na sua construção sintagmática, tem o condão de tecer imagens metafóricas muito fortes e pedagogicamente esclarecedoras.
Uma boa semana, amiga Graça.
Bonito e inquietante poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Um belo e impressionante poema.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Querida Graça, olhar a impressionante imagem que escolheste e ler o poderoso poema que escreveste deixou-me duplamente perturbada e emocionada.
ResponderEliminarParabéns minha amiga, por esta magnífica publicação.
Beijo, boa semana.
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema muito belo com muito para refletir.
Impressiona a forma como a Poeta descreveu o instante em que todos se sentiram privados dos trabalhos árduos a que estavam habituados.
Impressiona a belíssima imagem que ilustra este momento poético de excelência.
Um beijinho, minha Amiga e Enorme Poeta.
Votos de continuação de uma boa semana.
Ailime
o meu comentário anterior também se associa aqui a este poema,
ResponderEliminara nossa perturbação é intensa, nós e a natureza somos uma única entidade
que não tem protetores, e o nosso futuro tem muitos predadores
https://www.wilder.pt/historias/uma-em-cada-oito-aves-estao-ameacadas-de-extincao/
https://www.facebook.com/diariodoalentejo/posts/2016927211732748/
beijinho
Angela
https://poesiesenportugais.blogspot.com/
Oh!
ResponderEliminarPor vezes há deslumbramentos que afectam de tal modo que deixam um transtorno transmissível.
Muito bonito. Palavras plenas de significados.
Beijinhos.
Excelente verso Saludos
ResponderEliminarA poesia é a coisa mais bonita que se pode ler. É sempre um prazer debruçar-se a gente nesta janela.
ResponderEliminar
ResponderEliminarUma aviso carregado de significados, de perigos que nos confrangem a alma.
E é assim, por mais que façamos há um sem-número de contingências que foge
ao nosso controlo. A fome, a dor, o sofrimento, a morte. É certo que poderemos
tentar minimizá-los de modo a tornar este mundo mais habitável e isso já é de louvar.
Querida Graça, a sua escrita confronta-nos com uma realidade que teimamos em
ignorar. A forma como o faz é pura Arte.
Bjs
Olinda
Também eu penso que és uma pessoa muito especial, Graça minha amiga.
ResponderEliminarTão especial que se reflecte em toda a tua poesia:
Um mundo de sensível beleza e criatividade.
Este poema é bem disso exemplo. Lavrado na mais fina seara,
deixa-nos aquele sabor agridoce da vida.
[ “…Houve pássaros que suspenderam o voo…Como um aviso.”]
Dramática e expressiva a foto do Pedro.
Uma boa semana para ti, com um beijo amigo e...
as melhoras para essa inoportuna tosse.
O desespero e a impotência de quem vê todo o seu trabalho ser destruído por fenómenos naturais muitas vezes provocados pela incúria humana.
ResponderEliminarEste belo poema é mais que um aviso. É uma chamada de atenção para uma realidade que pertuba e angustia todos aqueles que têm consciência da fragilidade do ambiente.
A foto do Pedro é excelente para retratar o tema em questão.
Gostei muito!!!
Beijo.
teresa p.
Sabes, tens o condão de me fazeres perder- me .
ResponderEliminarAqui , seguindo e descendo pela poesia como numa calçada , vi, via , os meus campos na aldeia numa mistura de gentes que hoje já não são mais presentes , meninos , menos meninos na terra que já nem lavrada é.
Sempre tão teu !
Beijo grande minha amiga !
Boa Noite .
ResponderEliminarO tempo foi passando ainda sem recuperar
totalmente dos problemas mais com esforço
e fé poderei chegar onde eu parei.
Agradeço a Deus por ter amizade tão sincera
que tanto significa para mim .
Em algum lugar desse mundo tenho
amizade que poço contar para sempre.
Aqui deixo um afetuoso abraço.
Saudades....Evanir.
Estou levando as mesmas palavras por onde passar
é uma mensagem que estou a deixar com
cada um de vcs que tenho no coração bem guardados.
Sou grata minha amiga por todas as visitas
que fizestes .È por isso que respeito tanta amizade e carinho.
Olá, querida Graça, uma foto muito triste e um belo poema que mexe muito com a gente. E essas coisas se acumulam e parece que nada se faz, que a humanidade não está nem aí para tais avisos...
ResponderEliminarAplausos, amiga, bela essa postagem.
Beijo/carinho
Gracias por tu visita y aportacion.
EliminarHola guapa me han editado un libro de posias si deseas comprarlo puedes hacerlo por este enlace.
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POWERFUL expressions dear Grace!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!111
ResponderEliminarmade me sad though ,your words draw darker side of life before my eyes so clearly and sometimes my optimism look with curious eyes
hugs!
Oi Graça!
ResponderEliminarPoéticamente lindo mas, há que ser percebido.
Abrçs
desde o início dos tempos, Sibila (s) deixam tombar sobre os mortais seus prenúncios!
ResponderEliminarcolho este belíssimo poema como uma alegoria sobre a nossa época, que teima na cegueira e no desastre.
abraço-te, Poeta visionária.
enorme teu talento e minha admiração
beijo, minha amiga Graça
que bonito, Graça!
ResponderEliminarAvisos que por vezes ignoramos .
ResponderEliminarPorque é melhor.
Para não sair-mos da nossa zona de conforto.
Um poema intenso.
Está de parabéns o Pedro pela excelente foto que faz suporte ao poema.
Beijnhos
:)
Sempre tivemos avisos, mas quase nunca compreendidos...
ResponderEliminarExcelente poema, gostei imenso.
Graça, um bom fim de semana.
Beijo.
Bom dia, o poema é poderoso, tem o poder de chamar atenção de quem brinca ou não leva a natureza a serio, enquanto o poder financeiro comandar tudo e todos, caminhamos para um sem recuo.
ResponderEliminarAG
Um poema sublime!!!
ResponderEliminarBom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Avisos sempre nos foram dados mas nem sempre compreendidos e ou levados a sério minha amiga
ResponderEliminarBeijinhos e bom final de semana
Nem sempre estamos atentos aso "avisos" que nos chegam,ou talvez, não se quer perceber o que está ao redor.
ResponderEliminarTriste imagem, mas que representa bem o seu poema.
Um abraço,
Sônia
Querida Mestra, Graça Pires !
ResponderEliminarOs sinais dos tempos se misturam a presságios
e místicas, assustando povos atuais e primitivos.
Alguns com fundamento e outros por medo ou
imaginação até com resquício religioso...
Um belo texto, Amiga, como sempre !
Uma feliz semana e um fraternal abraço, aqui
do Brasil.
Sinval.
"Vemos ouvimos e lemos
ResponderEliminarnão podemos ignorar"!
cantou Sophia. E o coro engrossou nas praias que se povoaram para ouvir.
O Homem avisado está, desde tempos ancestrais, da febre e do vento que corrompem as mentes mortais.
Daí a imprescindibilidade da Poesia. Por isso a Poeta crepitando, sem desfalecimentos, proclama e afixa, nos muros perenes das casas pautadas, a verdade em versos de palavras.
Grato e agradado pelo sentimento desperto, querida amiga Graça Pires.
Beijo.
Ah não...
ResponderEliminarIsso é assombroso.
Quando o enigma bate à sua porta, é preciso estar atento e forte. Nada podemos ignorar. E não basta lembrar-se de Os Pássaros, de Hitchcock. No poema, como no filme, não há como não se deliciar com a beleza da linguagem. Polissêmicos, resta ao leitor e ao cinéfilo indagar-se.
ResponderEliminarEstive ausente por alguns dias!
Um beijo, Graça!
Fantástico, diria mesmo esmagador Poema, para uma imagem esmagadora em si mesma!
ResponderEliminarUma pequena ave silvestre morta sobre os asfalto, não é desde há muito, para mim, uma mera pequena ave silvestre morta sobre o asfalto; é também e acima de tudo sinónimo de como a minha própria humanidade atropela e trucida, também, indiferentemente, tudo o que é vida natural, na sua múltipla e interdependente diversidade _ que quando sou eu mesmo a fazê-lo, custa-me muito perdoar-mo!
Beijo
VB
Em teu voo suspenso
ResponderEliminarsempre me acolherei.
E saudades eu já tinha.
Beijos.
A imagem complementa bem o poema. As tragédias que devemos evitar fazem-se anunciar, mas ignoramos os avisos. Que será da Vida?
ResponderEliminarpremonição de um pássaro, ainda alado
ResponderEliminarum beijo, Graça
Graça, amiga, sou fascinada pela sua narrativa dramática. Como esse poema. Um beijo
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