Magdalena Russocka
Um punhal certeiro como um aviso
atinge o dia tombado
sobre o melindre das folhas no outono.
Na duração das noites, há árvores estéreis
que naufragam com a chuva
e deixam um alagado eco sobre a terra.
A água escorre entre o alinhamento regular
das oliveiras que aguardam o frio
nos lugares onde a paisagem
é um campo sem lavoura,
sem searas, sem celeiros.
Lugares onde se recolhem as formigas
e a nostalgia das sementes.
Lugares onde os beirais ficam vazios
e, na cintura das mulheres,
se quebram as lanças da paixão.
Sinto em mim a ressonância calada da terra.
Capto os sons do vento abraçando
as árvores como um queixume.
Graça Pires
De Antígona passou por aqui, 2021, p. 46
Uma lindíssima descrição do Outono, através de um desfilar de brilhantes metáforas!
ResponderEliminarMais um poema notável, Graça! Adorei ler!
Um beijinho grande! Votos de uma feliz semana, com saúde, para si e todos os seus!
Ana
Belo, como sempre, de grande valia literária.
ResponderEliminarUm abraço.
Tão linda, tão profunda e intensa tua poesia,Graça!
ResponderEliminarAdoro te ler e fico embasbacada ao comentar,rs...
beijos, linda semana! chica
Esplêndido poema, este seu "No Outono", Graça!
ResponderEliminarEstoicamente, como as oliveiras, aguardo o "punhal certeiro" dos grandes frios.
Um beijo!
Um excelente poema que que gostei.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Um poema soberbo.
ResponderEliminarOnde a excelência da palavras é dominante.
Boa semana, amiga Graça.
Um beijo.
Olá, amiga Graça,
ResponderEliminarPoema sublime, onde a inquietude se manifesta com veemência, em cada palavra escrita.
Gostei muito.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
E o Outono chega...rico em cores quentes, mas já com a brisa fria a insinuar-se...
ResponderEliminarLindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Que linda descrição do outono! Beijinhos
ResponderEliminarComo escreve a poeta, por vezes no Outono também:
ResponderEliminar«Sinto em mim a ressonância calada da terra. [e]
Capto os sons do vento abraçando
as árvores como um queixume.»
Mas a mim e aos seus outros leitores, tenho a certeza, não «se quebram as lanças da paixão» ao ler a sua poesia tão plena de sensibilidade e emoção.
Adorei a imagem que acompanha o poema.
Beijos
Poema lindo que muito gostei de ler.
ResponderEliminar.
Uma semana feliz … cumprimentos poéticos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Cn un gran sentimiento por el Otoño, que se hae metáforas de aliento de mujer, de deseos, de colores. Un abrazo. Carlos
ResponderEliminarBoa tarde Graça,
ResponderEliminarQue poema tão belo e intenso sobre o outono, que transmite toda a beleza, mas também toda a nostalgia e dificuldades que esta estação (que nem sempre é dourada) encerra.
Antígona passou por aqui um Livro que deve merecer a atenção dos seguidores, pois é uma excelente obra de POESIA!
Beijinhos minha Amiga e Enorme Poeta, desejando-lhe uma semana com muita saúde.
Ailime
Viva, minha Amiga.
ResponderEliminarQue o OUtono te seja agradável e o vivas com alegria.
Beijinhos :)
Gosto tanto dos poemas de Antígona passou por aqui. E este Outono sardento é tão bonito também na foto.
ResponderEliminarNo outono da vida somos todos sardentos:)
Boa semana, Graça. E um abraço às mulheres em cuja cintura se quebram as lanças da paixão. Que as lanças deviam ser todas de quebrar.
Boa tarde minha querida amiga Graça. Texto maravilhoso sobre outono. Por enquanto nossa primavera ainda não chegou com força aqui no Rio de Janeiro.
ResponderEliminarMagnífico poema otoñal, sensibles depurados versos, amiga... lo que en usted es natural.
ResponderEliminarAbrazo grande con el placer de leerla siempre.
Olá Graça!
ResponderEliminarQue lindo e intenso poema e uma bela foto!
Viva o outono com suas belas cores e folhas esvoaçantes!
Tenha uma linda semana e um feliz outono.
Beijinhos
Querida amiga Graça, bom final de noite com paz!
ResponderEliminarOs elementos outonais com que teceu seu poema estão lindamente colocados.
Criou um panorama bem representativo.
Que os ventos não sejam gélidos em seu viver!
Tenha dias abençoados e aconchegantes!
Beijinhos com carinho fraterno
🍂🍁😘
Olá Poema lindo e intenso . Muita sensibilidade descrita em versos. Abraços.
ResponderEliminarQue belo poema, querida Graça,
ResponderEliminare a imagem, com aquela folha seca...belíssima escolha
para emoldurar tão belo poema que nos entregas um outono
meio triste, senti. Ou já é triste por natureza.
Um beijinho, e uma feliz semana!
poema vibrante, de palavras e imagems pelas de harmaria e força!
ResponderEliminarsaydi-te, POeta. amo a tua poesia,
beijos, querida POeta
La cultura es tu camino
ResponderEliminarBello y melancólico poema. Me gusta el otoño . Te mando un beso.
ResponderEliminarLINDO poema outonal!
ResponderEliminarQuerida amiga Graça, tenho pena de não saber descodificar os teus poemas como deve ser. Não nasci com o dom poético. Mas gosto muitíssimo de palavras e a riqueza da tua linguagem poética deixa-me maravilhada. Obrigada, amiga!
Beijo, boa semana, saúde.
(A imagem, acertadíssima escolha.)
Um poema que faz imaginar e concluir grandes verdades do Outono na estação da vida!
ResponderEliminarBjs
ResponderEliminarQuerida Graça
De cada vez que leio um trecho de "Antígona passou por aqui",
parece-me tudo novo como se o estivesse a ler pela primeira vez
Há sempre uma ideia, uma dor escondida em cada linha, em cada
entrelinha e surpreendo-me sempre com o poder da sua escrita.
E essas descobertas levam-me a querer sempre mais.
Desejo-lhe boa semana, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Boa tarde Graça
ResponderEliminarUm poema a lembrar o Outono, com uma foto que enaltece o poema.
Melancólico, mas belo na sua melancolia.
Gostei bastante.
Desejo uma semana abençoada com muita saúde.
Um beijo
:)
Descrivi molto bene la malinconia dell'autunno. Una stagione che io amo moltisdimo.
ResponderEliminarBuona settimana amica Poetisa.
Um beijo
Poema intenso.. Muito bonito!! :))
ResponderEliminar-
Queria viver simplesmente na ilusão...
Beijos
Uma excelente semana!
Linda poesia.
ResponderEliminarArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
O Outono retratado de forma poética, com realismo e profundidade. As folhas das árvores pintadas de ouro em várias tonalidades, a chuva que cai formando riachos e toda a melancolia que transmitem os dias mais curtos. "Capto os sons do vento abraçando as árvores como um queixume." A foto que ilustra o poema é maravilhosa.
ResponderEliminarBeijo-
Acho que teu poema
ResponderEliminarmerecia ter por fundo
tocado sereno
em violoncelo
a obra de Vivaldi
seria belo
Um modo singular de sentir o outono expresso num poema
ResponderEliminarvigoroso adornado de belas imagens e metáforas.
Foi um prazer apreciá-lo numa expressão diferente do
Habitual surrealismo...
Beijinho, estimada Poeta.
~~~~~
Cabe ao leitor o exercício de penetrar o universo da sua poesia, minha amiga Graça, e manifestar-se ou não, a cada novo verso, a cada novo poema, como, por exemplo, neste Outono, tão poético quanto melancólico, mas nele se apreende o peso da construção dessa bela estética. Muito belo!
ResponderEliminaruma boa noite!
beijo,
Olá, amiga Graça,
ResponderEliminarum belíssimo canto para o outono que chegou,
estação triste que tanto alimenta as criações
jazzísticas nos Estados Unidos, pela tristeza
e pela proximidade do inverno.
Uma ótima semana, amiga Graça.
Beijo
Bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
A medida que iba leyendo, podía sentirme rodeada de un otoño tan bello que me quedé atrapada en todos sus versos. Sensible e inteligente poesía. Gracias por compartirlo. Ha sido un tiempo lleno de belleza. Un abrazo de paz y de esperanza.
ResponderEliminaras beautiful as autumn itself dear Grace :)
ResponderEliminaryour expressions are outstanding my friend as i can feel the pain of the earth aching in the heart of poet's soul as well .autumn is crazy blend of joy and sorrow indeed
hugs and blessings!
extraordinário poema.
ResponderEliminarpara o poeta aprendiz é um espanto catalisador da catarse poética.
Amei
Um poema em que o outono nos atinge em radiações de beleza e sentir.
ResponderEliminarNão me surpreende que "Antígona passou por aqui" conste da lista de finalistas dos Prémios PEN 2022. Regozijei-me. Parabéns, minha querida poetisa e amiga Graça Pires.
Um abraço imenso.
Um poema belo e nostálgico, tal como o Outono.
ResponderEliminarBeijinhos
Pois eu não sei como te nascem essas ressonâncias! Dizes "da terra" mas elas vibram como ventos sonoros mas que não são silvos...talvez ondas sonoras de sereias como que um feitiço que faz nosrodopiar em todo o teu poema.
Como gostava de captar esses sons!
Não é por acaso, POETA, que "A Antígona passou por aqui" esteja na lista de finalista dos Prémios PEN 2022
Que orgulho
Quanta ALEGRIA!
Muitos e muitos PARABÉNS, querida Graça!
Abraço
Gostei de reler este excelente poema.
ResponderEliminarContinuação de boa semana, amiga Graça.
Beijo.
Gostei muito do poema. O outono é uma despedida que prenuncia a morte. Mas a magia da natureza, no equinócio seguinte, tudo faz reviver e tudo transforma num até já.
ResponderEliminarAbraço de poética amizade.
Juvenal Nunes
Sempre há uma estação aguardando a outra, tanto na natureza, como no ser humano. Eu gosto muito de ler e de escrever sobre o tema. Você é mestra no assunto, Graça, porque sente a natureza, como eu. Como escreveria "Sinto em mim a ressonância calada da terra./Capto os sons do vento abraçando/as árvores como um queixume", se não sentisse? Não é escrito por um simples sujeito lírico. Seus livros são obras-primas. Este, principalmente, merece muitos prêmios.
ResponderEliminarUm beijo, amiga
Bom dia, Graça
ResponderEliminarLindo poema, um forte abraço.
Boa tarde, amiga Graça,
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Lindos versos para este otoño que nos llega. Me gusta ver como la tierra va cambiando sus colores para renovarse de nuevo.
ResponderEliminarBuen fin de semana Graça.
Un abrazo.
Muito belo! Os sons e tons do Outono, assim nas árvores, assim em nós.
ResponderEliminarBeijinhos. Bom fim-de-semana!
Great blog
ResponderEliminarSabes que aprecio profundamente a tua poesia! E digo isto do ponto de vista pessoal e profissional.
ResponderEliminarAdemais, vivo num lugar desses...Belo poema!
Beijo
No outono as árvores se despem das suas folhas que vão caindo, conforme a velocidade do vento; caem, secam e morrem, mas as árvores mantêm-se firmes e não choram; sabem que é só esperar um pouco que logo elas voltam a adornar os seus galhos de um verde lindo; tudo vota ao normal nas suas copas que irão acolher os pássaros na construção dos seus ninhos. É uma estação de beleza nostálgica, pois nela há uma sensação de perda que nos leva a pensar na nossa vida, também ela feita de fases, de estações Por mais que tentemos não fazer qualquer comparação, lá vem o momento em que pensamos no nosso próprio outono que se vai despindo da frescura das folhinhas verdes, com a certeza de que, depois de cairem todas, não voltarão à nossa árvore da vida. É uma certeza a que temos de nos habituar, Amiga Graça. Parabéns por seres essa poetisa de grande talento que merece ser premiada sempre. Um beijinho e que a vida te abençoe com saúde, a ti e aos teus, claro,
ResponderEliminar👏 👏 🙏
Emilia
Eu gosto do Outono e das suas palavras doce Graça.
ResponderEliminarSão melodia para o Outono que chegou em nós.
Abraço e brisas doces ***