Jean-François Millet
Inclino o corpo sobre a terra
para tocar o milho maduro.
Tenho um arado impresso nos braços.
Por isso a minha língua tem um sabor terroso.
Um vegetal aroma esboça
folhas de árvores em meus olhos,
íntimos das estações do ano.
O mais luminoso verde
invade a paisagem
e um aceno inesperado fere-me as mãos
como uma aflição ou um lamento
de raízes em volta dos punhos.
Graça Pires
De Antígona passou por aqui, 2021, p. 48
Maravilhosa tua poesia,Graça e a imagem igualmente bela!
ResponderEliminarbeijos, linda semana! chica
Lavramos a vida, semeamos as palavras, depois colhemos luz e sombra e tudo isso é natural.
ResponderEliminarBelíssimo poema o seu.
Boa semana.
Um abraço.
Imagem e poema, deslumbrantes, que muito gostei de ver e ler.
ResponderEliminar.
Saudações amigas. Semana feliz.
.
Poema: “ Lágrimas de Amor “
.
Muito bom, os meus parabéns!
ResponderEliminarBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Este poema evoca a conexão profunda entre o ser humano e a terra, revelando a íntima relação que molda e marca o corpo do trabalhador rural.
ResponderEliminarO arado impresso nos braços e o sabor terroso na língua são testemunhos de um vínculo ancestral e vital.
A presença do verde luminoso e o toque das raízes ressaltam a simbiose entre o homem e a natureza, sugerindo que a vida, em sua essência, é uma dança constante entre criação e aflição, entre o trabalho árduo e a beleza orgânica.
É uma celebração do ciclo da vida e da terra que sustenta e transforma.
Beijos carinhosos.
Boa tarde Graça,
ResponderEliminarUm poema muito belo e tão profundo!
A terra e o homem, o trabalho e a colheita, numa estreita ligação à terra e às suas raízes.
Metáforas também muito belas que me fazem admirar ainda mais o seu estilo poético, único!
Beijinhos minha amiga e Enorne Poeta.
Tenha uma boa semana.
Emília
Leio e sinto que regresso áqueles anos de criança ao ver os meus avós dedicados a essas tarefas.
ResponderEliminarBonito e sentido poema.
Forte abraço de vida
A vida e os seus ciclos....a luz, as trevas, a alegria, a solidão...
ResponderEliminarBelo
Beijos e abraços
Marta
“O aceno inesperado” sufoca sim, mesmo quando o milho colhido volta a ser pão. Comove-me tanto a beleza do seu poema! Obrigada...
ResponderEliminarBeijinho, continuação de uma boa semana
Bem hajas, Graça, por este poema, mulheres mondando o milho com «um arado impresso nos braços.»
ResponderEliminarLembrei-me da canção "Milho Verde" do Zeca Afonso, de que transcrevo:
«...
Mondadeiras do meu milho
Mondai o meu milho bem
Não olhais para o caminho
Que a merenda já lá vem»
Beijos e abraços
La naturaleza lo llena todo con su aroma, muy bello.
ResponderEliminarAbrazo
E não somos todos trigo, milho, centeio de ceifar? Ceifamos e somos ceifados.
ResponderEliminarBoa semana, Graça
Olá, amiga Graça
ResponderEliminarPoema realista, onde se realça o árduo trabalho no campo.
Gostei bastante.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Excelente , mesmo !
ResponderEliminarAi, como é duro o trabalho no campo ( a minha mãe bem o sabia ).
Abraço, Amiga, boa semana.
Boa noite de Paz, querida amiga Graça!
ResponderEliminarLindíssimo!
"O mais luminoso verde
invade a paisagem"...
E, assim, somos nós os abençoados com o fruto das mãos humanas pelos prados fecundos...
Uma intensa expressão de amor campestre.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
Um belo poema sobre uma tarefa que foi tarefa de muita gente noutros tempos. Trabalho árduo o das ceifeiras. Morei junto de uma eira, onde os homens malhavam os cereais. Depois de colhidos os grãos, a palha era usada para encher os colchões.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Belo entrelaçar entra o corpo e a terra; entre o espaço telúrico, rural e a nossa propriedade móvel, carnal e carbónica. Também sinto mesmo: profundamente ligado ao conceito da natureza, do aroma terroso do esoaço agricola. Quando era jovem, pedi ao meu pai para ir para a Escola Agrícola da Paiã. Mas era ainda longe de Queluz e acabei por ficar pelo asfalto e cimento daquela vila, que também tinha e tem anda um pequeno espaço natural (junto ao palácio de Queluz).
ResponderEliminarAs últimas metáforas utilizadas no poema: "o aceno inesperado fere-me as mãos/ como uma aflição ou um lamento/ de raízes em volta dos punhos." são muito expressivas e fortes. Leio-as da seguinte forma: o subconsciente, o lastro cultural ainda não se libertou da paisagem natural e por mais que tentemos escapar, temos ainda essas raízes vegetais, toldando-nos qualquer tipo de existência que tente riscar absolutamente o espaço rural, o Countryside na formulação britânica.
Boa semana, minha amiga
Luís P.Gomes
Olá, amiga Graça, meus aplausos para esse
ResponderEliminarsingular poema que gostei muito de ler,
como sempre acontece com seus poemas.
Uma ótima semana, minha amiga Graça.
Um beijo, paz e saúde.
Una vez más vocé pinta con versos y colorea con sosnoros trazos su poema... Un lujo leerla como siempre. Amo además la poética de Millet. MUchas gracias inspiradora Poeta!!
ResponderEliminarO milharal ondulou
ResponderEliminarnão por força do vento
mas pela corrente
do teu poema
e até os pássaros se calaram
certamente para escutarem
esse lamento de raízes
em volta dos teus punhos.
Beijo
ResponderEliminarTerra e homem (ser humano) aqui neste poema
em completa sintonia. Nada se esvai nesta
entrega e tudo se conjuga nesse mundo rural
que Jean-François Millet tão bem interpreta
e de que o seu belo poema nos dá conta.
Ou vice-versa. :)
Gostei muito, querida Graça.
Boa semana.
Olinda
Bello y profundo poema. Te mando un beso
ResponderEliminarHello Graça,
ResponderEliminarNice words in this small story. Working in the fields is hard.
Wonderful image.
Many greetings,
Marco
Lindíssimas palavras.
ResponderEliminarSenti-me aí nesse ambiente verde, a rasgar os braços nas folhas ásperas do milho...
Beijinhos e boa semana!
Belíssimo poema!
ResponderEliminarJá o conhecia (do livro), li e reli.
Um beijo
Fala-se em Graça Pires e eu quero tudo. A Ortografia do Olhar" é uma seara madura de perfumes e promessa de pão.
ResponderEliminarGrata por mais esta colheita.
A primeira abordagem deixa-me abraçada à vida.
Beijos, minha amiga Graça.
Boa tarde Graça
ResponderEliminarUm poema que interpretei como uma homenagem às ceifeiras, cuja profissão era árdua e dura.
Muito bem escrita, com uma imagem a condizer.
Gostei muito, como já é habitual.
Boa semana com saúde.
Um beijo
:)
Boa tarde de terça-feira minha querida amiga Graça. Obrigado pelo maravilhoso poema. Grande abraço carioca.
ResponderEliminarSim , Antígona passou pelos trigais em plena colheita...
ResponderEliminarAs mãos eram ásperas e as bocas sequiosas...
Excelente poema. E pertinente.
Um beijo.
Maravilhoso poema, querida amiga,
ResponderEliminaraqui no meu Estado, essa foto me é muito querida,
somos um dos Estados, entre tantas outras coisas,
considerado, também, um dos celeiros do país.
Uma feliz semana, querida amiga.
Beijinho, paz e saúde.
Lindo demais
ResponderEliminarQuerida Graça, é belíssimo este poema, justa homenagem à mulher ceifeira no seu trabalho árduo e penoso.
ResponderEliminarGostei de o reler. E de voltar a Catarina Eufémia, a ceifeira sem medo.
Beijo. Fica bem minha amiga.
Amiga Graça,
ResponderEliminarA Terra (planeta) é a nossa casa, sem fronteiras, idiomas ou bandeiras. A terra (que plantamos), nos dá os alimentos. Nascemos e vivemos da terra e um dia para ela voltaremos.
Um beijo e tenha dias felizes!!!
Peço desculpa pela observação que vou fazer: o tempo do milho maduro é no outono, como bem ilustra o quadro apresentado, em que o verde não impera na paisagem.
ResponderEliminarNa minha infância, havia uma cópia desse quadro no patamar de uma escadaria.
Abraço de amizade, Graça.
Juvenal Nunes
Lindo homenaje a todos los trabajadores del campo. Y bendita tierra que nos alimenta a todos.
ResponderEliminarBuen fin de semana Graça.
Un abrazo.
Olá, amiga Graça
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este belo poema que muito gostei, e desejar os meus votos de um feliz fim de semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Me encanta la metáfora de esa mujer hecha de sensaciones vegetales. Un abrazo. Carlos
ResponderEliminar'fere-me as mãos e também os olhos,Graça
ResponderEliminarcom a beleza da fotografia que diz tudo que seu poema transcreve.
Belíssimo !
Ainda arranjo jeito de ler 'Antígona passou por aqui '...
Um abraço ,amiga e bom fim de semana
Este seu poema é sublime Amiga Graça!...
ResponderEliminarColhi o poema, abracei o milho maduro e senti a ancestral, indomável e eterna ligação entre o ser humano e a terra. Senti os aromas há muito se vão dissipando e repousei o olhar no luminoso verde que invade a paisagem. Antígona passou por aqui!
Um abraço e bom fim de semana minha Amiga Graça.
Um beijo.
O poema é de grande profundidade e beleza. O homem e a terra à qual pertence e o trabalho duro de que retira o seu sustento. A foto das mulheres na colheita do milho é excelente e das diversas metáfora do poema destaco a seguinte: "e um aceno inesperado fere-me as mãos / como uma aflição ou um lamento / de raízes em volta dos punhos".
ResponderEliminarBeijo.
Boa noite, amiga Graça
ResponderEliminarPassando por aqui, para desejar uma feliz semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Eram tempos difíceis onde tudo era feito à mão.
ResponderEliminarFelizmente que hoje há máquinas, embora a paisagem não seja nada poética...
Excelente poema, como sempre.
Boa semana minha amiga Graça.
Um beijo.
Maravilhas-me com as cenas poéticas que me levam longe, pra tão longe!
ResponderEliminarAs tuas metáforas são a melodia descritiva de uma música que tanto está no sorriso como nas memórias que cada vez mais se acentuam no tempo que já não vejo.
E tudo és neste poema porque tudo sentes de tal forma , que é um todo indissociável.
Parabéns, muitos!
Abração
Mais um belo momento.
ResponderEliminarTempos em que tudo era feito com a força dos braços.
O poema é belo e profundo
Abraço e brisas doces ***