20.12.06

Para lá do tempo

Paul Strand


Para lá do tempo, as mulheres medem,
caladas, o incessante decorrer dos dias,
ao longo do rosto.
Uma certa demência na ponta dos dedos,
coalha o leite, nas velhas panelas,
onde fabricam o queijo fresco,
enquanto, pelos telhados, perpassam
as lembranças de paixões antigas.

De Quando as estevas entraram no poema, 2005

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