![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMZ1osKMhdx2yVFX2RSxksMpCkVlhs2cJYB1_LM5LiXSX0jlhBeSZUSBwDJu2zo8Nc0lMrM3llC3W9W4GD3hGILZor-Z5aEObpA7-jr17xpGxIPObXeM-V6ZlMwN8iEGRkeHih/s280/Carlos+Botelho2.jpg)
A minha rua desce para o Tejo.
Não é simbologia.
Há o rosto nítido dos barcos
na continuidade das pedras.
Em qualquer ponto se define
uma constelação entre proas.
Da janela avalio a inutilidade das âncoras.
Por isso, incluo no poema a escada irreversível
onde alieno os meus passos.
Confirmo a legibilidade da chuva,
ou da água oculta na concavidade dos olhos,
e nomeio o estremecimento das mãos
como um paradigma de amor.
Graça Pires
Não é simbologia.
Há o rosto nítido dos barcos
na continuidade das pedras.
Em qualquer ponto se define
uma constelação entre proas.
Da janela avalio a inutilidade das âncoras.
Por isso, incluo no poema a escada irreversível
onde alieno os meus passos.
Confirmo a legibilidade da chuva,
ou da água oculta na concavidade dos olhos,
e nomeio o estremecimento das mãos
como um paradigma de amor.
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
Querida Graça, como sempre você arrasa. Textos lindos... Eu ando um pouco atrasado com a leitura do seu blog. Mas aos poucos eu vou lendo tudo. Abraço infinito. Alexandre Bonafim.
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