20.9.07

O olhar vagabundo

August Sander

Tão náufrago como se fora um órfão,
fixou no vazio o olhar vagabundo.
Um estremecimento no seu pescoço,
manchado de juventude,
fez ecoar solitários ventos
sobre os ombros de um destino
ébrio de luz.


Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997

12 comentários:

  1. A personagem que o poema evoca e a que olha para nós da fotografia, ambas chamam "solitários ventos", um apelo,uma memória do que talvez nunca tenha chegado a ser, algo que nos comove fundamente. Talvez a extrema vulnerabilidade da juventude.
    Poema a revisitar!
    Um beijo, Graça, boa noite

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  2. olhar(es) vagabundo(s) que soltam tempestades. dir-se-ia...

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  3. difícil, neste caso, dissociar a fotografia do poema.
    ambos são perfeitos!
    bjo.

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  4. A sincronia entre fotografia e poema chega a doer. Ficam a bater os "olhares vagabundos".

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  5. Na Cabotagem há notícias daqui.

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  6. Lindo... até o estremecimento do pescoço...

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  7. Obrigada Magnolia pela visita e pelas palavras.Um beijo

    Soledade, sempre profunda nas análises que faz. São os "ventos" que trazem e levam a solidão... O olhar torna-se vagabundo à procura dessa " extrema vulnerabilidade da juventude". A foto é excelente, não é? Um beijo.

    Dir-se-ia, Herético que entendeu muito bem. Um abraço.

    Maria M., acho também que a fotografia ilustra muito bem o poema. Obrigada e um beijo.

    Helena, obrigada pelas palavras e pelo link da tua preferência. Um beijo.

    Obrigada Luis pelas tuas palavras. Um abraço.

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  8. A fotografia é excelente, sim. Tenho conhecido alguns fotógrafos de excepção através do seu blogue. E persigo-os no google :)

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  9. Soledade, essa dos fotógrafos de excepção não é mérito meu, como sabe. Mas é bom que os persiga. Um beijo.

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  10. Não sabia, Graça. Entendi. Digo que é bom o trabalho colaborativo :) Um beijo para si, lembranças ao Manuel.

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  11. Bem bonito... hoje o newsgroup "Amigos do LUGAR AO SUL" surpreendeu-me com alguns dos seus poemas... é um dos sítios a visitar :-))))))

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