7.8.08

Se viesse do mar

Maicar Förlag
Se viesse do mar o silêncio
transparente desta mágoa,
eu podia desenhar
um barco para fugir,
ou esperar que a maré
levasse a água
que outras sedes me trouxeram.


Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008

32 comentários:

  1. que outras sedes me trouxeram.
    -------------
    Por vezes a sede está connosco. Noutros momentos não temos 'sede' de nada. É aí que impera o silêncio, a solidão.
    Fica bem.
    E a felicidade por aí.
    Manuel

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  2. Mastigando a infinita sede.

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  3. ...o silêncio
    transparente desta mágoa...



    Beijo,

    mariah

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  4. Prezada poeta Graça Pires, depois de muito ter reflectido nos comentá
    rios anónimos do maluco (ou será da maluca?) , que disse mal da sua poesia, decidi corrigir-lhe este poema tornando-o SEMANTICA
    MENTE mais rico (lá me esqueci do
    raio do acento circunflexo!), assim, e peço-lhe que me desculpe,
    tirei as referências ao mar, ao silêncio, à mágoa, etc., pois, segundo a pessoa em questão, isso
    empobrece um poema, portanto, e de acordo com essa teórica, o seu poema sairia enriquecido se ficasse, por
    exemplo, assim:

    "Se viesse do meltenério o estrema
    controlécito desta induração,
    eu poderia concatenar
    uma barcagem para esbagoar
    ou esborcinar a maré, etc., etc."

    Veja, cara poeta, como o poema ficou logo semanticamente (quem me
    teria roubado a tecla do acento
    circunflexo?) mais rico. Isto sim
    é que é poesia! Depois poderia aindar temperar com um ou outro palavrão... Formalmente, e como a/o maluca/o sustentaria, a minha cara poderia também trocar as minúsculas pelas maiúsculas, as vírgulas pelos pontos, etc.
    Isso sim, é que era um poema formal
    mente rico... Olhe, e porque não um
    poema com as letras de pernas para
    o ar? Isso é que era enriquecimento
    formal...Eu vou assinar este comen-
    tário, para que me possa responder...
    (eheheheh!)

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  5. G.



    que belo!



    ______________que prazer!






    obrigada.



    beijos.

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  6. É lindo.
    Vou passar por aqui mais vezes.
    Eduardo

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  7. O mar vem sempre e traz o silêncio, o barco, a vida...

    Beijinhos

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  8. "Se viesse do mar o silêncio"

    as ondas seriam segredos
    os corais, seus desejos...
    e o desafio de inventar um mundo
    perto do jeito que preciso
    como um paraiso
    cria o sonho de ser mais alguém
    um dia mudo, uma musica no mute
    que acorda a inocência
    desta vontade de me molhar
    "que outras sedes me trouxeram."
    mas só uma veio pra ficar...

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  9. De fato, há mágoas que, de tão fortes, nos calam, deixam-nos perplexos. O silêncio, de etéreo que é, contundente na alma a ponto de servir qualquer embarcação imaginária, insegura, traçada a lápis, para a fuga.
    Para a fuga do barulho imenso que faz o silêncio dentro de cada qual, porque cada qual tem suas mágoas e os seus silêncios conseqüentes.
    Que a maré carregue as águas (turvas ou claras) que outros rompantes meus me-as fizeram beber.
    Fuga do silêncio que causa a mágoa...
    Fuga ou o olvidar do que se bebe quando a garganta seca e só se bebe quando ela está árida...

    Perdoe-me o devaneio. Mas que a sua poesia (de tão rara) me precipita o pensamento.

    Cá virei mais vezes colher da sua estética, da sua arte.

    E não me furtarei, com o perdão da ousadia, de comentar que o Sr. Victor aí logo abaixo é nada menos apaixonante.

    Quem sabe (nem sei do que comentam em verdade) com as pernas para o ar o poema fique formalmente mais rico (rsrsrs). Que espirituoso esse sr. Que brilho ele tem!

    Abraço e fique com Deus.

    Uma sua admiradora brasileira,

    Bárbara Carvalho.

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  10. De fato, há mágoas que, de tão fortes, nos calam, deixam-nos perplexos. O silêncio, de etéreo que é, contundente na alma a ponto de servir qualquer embarcação imaginária, insegura, traçada a lápis, para a fuga.
    Para a fuga do barulho imenso que faz o silêncio dentro de cada qual, porque cada qual tem suas mágoas e os seus silêncios conseqüentes.
    Que a maré carregue as águas (turvas ou claras) que outros rompantes meus me-as fizeram beber.
    Fuga do silêncio que causa a mágoa...
    Fuga ou o olvidar do que se bebe quando a garganta seca e só se bebe quando ela está árida...

    Perdoe-me o devaneio. Mas que a sua poesia (de tão rara) me precipita o pensamento.

    Cá virei mais vezes colher da sua estética, da sua arte.

    E não me furtarei, com o perdão da ousadia, de comentar que o Sr. Victor aí logo abaixo é nada menos apaixonante.

    Quem sabe (nem sei do que comentam em verdade) com as pernas para o ar o poema fique formalmente mais rico (rsrsrs). Que espirituoso esse sr. Que brilho ele tem!

    Abraço e fique com Deus.

    Uma sua admiradora brasileira,

    Bárbara Carvalho.

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  11. sempre o mar como inspiraçao!

    também eu me inspiro nele.

    gosto sempre dos poemas que vás tecendo com palavras belas e singelas.

    um beijo de carinho

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  12. Desenhar o mar no silêncio e deixar que as ondas nos apagassem, o medo.
    gostei muito, esse mar é profundo e como sempre, me faz sufocar...
    abraço de paris.
    LM

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  13. "...o silêncio transparente desta mágoa..."
    É um poema belíssimo que toca fundo na alma.
    Beijo

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  14. Quão bela é a simplicidade!
    Feliz final de semana, zogia.

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  15. Se nossas mágoas pudessem ser literalmente afogadas pelo mar, por outras águas, mataríamos a sede das dores da alma.
    É sempre muito bom estar por aqui.
    beijo no coração

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  16. Olá Graça

    O silêncio e a mágoa e as alternativas para os resolver.

    Belíssimo texto

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  17. "Se viesse do mar o silêncio
    transparente desta mágoa,"
    Este seu belo poema deixa-me sem palavras!
    Vou continuar a ler!
    Um forte abraço!

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  18. Um poema lindíssimo, amiga. O mar, eterno tema dos poetas, deixa-me sempre um gostinho especial.
    Continuo de férias, pouco ligada à net, mas venho desejar-te um bom fim de semana. Do meu mar e da minha serra envio-te beijinhos e um abraço amigo.

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  19. Pois.

    Mas o silêncio não vem do mar

    Temos que procurar outras paragens

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  20. pois podias, Graça...


    abraço

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  21. O Verão tem destas coisas...

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  22. Esse mar de mágoa, de sede, devora-nos e alimenta-nos.

    Beijo, Graça.

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  23. comparo um pouco o silêncio à transparência... nunca os temos a 100%. e andamos todos de algo sequiosos

    abraço, graça

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  24. Com um bocadinho de tempo livre para divagar, vim aqui ler a poesia de que gosto e esta especialmente deu-me paz e sossego.
    Obrigada Graça.
    Um bom começo de semana.

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  25. Prezados Graça e Victor: Diante de visitas tão ilustres, só tenho a agradecer e dizer que, apesar da imensidão do mar que nos separa, tenho pelos dois grande simpatia e admiração e os fiz amigos do coração. Retornem sempre que quiserem a este humilde lar. Fiquem sempre com Deus! Beijo enorme.
    Bárbara.

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  26. Belo poema que veio do mar...

    ***

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  27. Diante deste oceano de poesia que vem de dentro de você, resta a nós somente o sonho do naufrágio.

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  28. Belíssimo, claro!!!
    Tudo o que escreves tem a marca da tua imensa e profunda sensibilidade poética... e eu fico quase eufórica, tonta de prazer as ler teus versos!
    Beijos sentidos.

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