5.9.08

Nenhum tumulto

Rachel Giese
Nenhum tumulto denuncia a hesitação
das mãos colhendo os frutos.
Apenas o restolhar das folhas
no extremo do estio, chora,
em surdina, a privação do sumo
e da polpa, no bico dos pássaros.

De Quando as estevas entraram no poema, 2005

30 comentários:

  1. Lindo, Graça. Bom fim de semana.
    Bj.
    Ea

    ResponderEliminar
  2. Belíssima forma de anunciar o Outono.

    ResponderEliminar
  3. Suas, e não desses pássaros, são as asas que nos fazem voar. E isso independe da estação. O jardim do Éden não nos deu frutos tão belos quanto os seus.

    ResponderEliminar
  4. Querida Graça: POEMA LINDO!!!!!!!!!!!!!
    Beijo.

    ResponderEliminar
  5. Acho que a vida recomeça com o cair das primeiras folhas.

    Bjs e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  6. hesito perante o bico da pena
    a caneta soletrando o frágil
    caminhar - o outono dos poetas.

    um abraço
    jorge

    ResponderEliminar
  7. Linda esta forma poética de dizer adeus ao Verão.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  8. Mas existe a esperança... a Natureza se renova... tal como os sentimentos e o nosso próprio sangue...

    Beijinho, querida Poeta. Que tenha um óptimo fim de semana. ;)

    ResponderEliminar
  9. As imagens e as palavras em sintonia perfeita. Um blog que não dispenso.
    Ai a poesia! É linda, amiga!

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  10. Havíamos de fazer da colheita um acto sagrado, recordar o sentido do sacrifício. Talvez recordemos: as mãos hesitam, há tumulto contido, privação anunciada. Como em tudo na vida, quando colhemos o que semeámos, frutos inesperados. É um poema doce, a melancolia que o percorre não corta a doçura.

    Bom fim-de-semana :-)

    ResponderEliminar
  11. ...e deste verão feito outono cujo vento nos desarruma a pele e nos faz temer a rotina que se avizinha. Belo,

    ResponderEliminar
  12. um belo poema a nos anunciar o outono.

    sempre a boa poesia por aqui.

    um beij

    ResponderEliminar
  13. Olá

    Como sempre os teus poemas transportam-nos a outra dimensão: a da verdadeira alma poética.

    Bom fim de semana

    ResponderEliminar
  14. Onde acaba a terra e começa o Mar
    Há um lugar onde vive a ilusão
    Repousa na madrepérola das conchas
    Com a forma de um coração

    Onde as giestas se agarram à areia
    Onde as pedras têm diadema de algas
    Onde o Mar conta histórias longínquas
    Onde as vagas soltam distantes mágoas


    Bom fim de semana



    Mágico beijo

    ResponderEliminar
  15. A colheita dos frutos não deve ser feita de qualquer modo - daí talvez
    a hesitação das mãos -, porque o nosso sem-jeito poderá privar de sumos e polpas os bicos dos pássa-
    ros. Mas, por vezes, somos tão
    desatentos, fazemos a colheita de modo tão desajeitado.
    Um beijo, Graça.

    ResponderEliminar
  16. Graça como sempre aqui estou para deixar o meu afeto e o meu aplauso por tamanho talento com as palavras.
    Grande beijo

    ResponderEliminar
  17. Graça, é perfeito.
    e se fosse passaro e ouvisse o seu poema, nas suas maos iria dizer-lhe ao seu ouvido que nao lhe queria mal...este apanhar o fruto, tirar o suco do seu bico, ele perdoava-a, certamente.
    Beijo de Paris.
    LM

    ResponderEliminar
  18. Nunca o Outono teve tão bonita recepção, Graça!
    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  19. Cirúrgico, Victor.
    Mas há sempre a esperança da próxima colheita, em que o estio, em vez de chorar no "bico dos pássaros", dará lugar à abundância extrema e a um canto bem mais feliz.
    Bj, Graça.
    Bárbara Carvalho.
    P.S. Já havia comentado esse "post"?

    ResponderEliminar
  20. Doce Amiga: Perfeito!
    Como é agradável lê-la.
    Todo o poema brilha.
    Quando, ternamente, diz:
    "Nenhum tumulto denuncia a hesitação
    das mãos colhendo os frutos.
    Apenas o restolhar das folhas
    no extremo do estio, chora,
    em surdina, a privação do sumo
    e da polpa, no bico dos pássaros..."

    Excelente poetisa. Fantástica, onde cintila o seu encanto e beleza de imenso significado.
    Como já expressei e reforço: PERFEITO! Gostei imenso.
    Beijinhos de amizade que a respeita e estima

    pena

    ResponderEliminar
  21. Um belo poema a anunciar o Outono!
    A natureza também chora, quando apenas as folhas secas restam...mas em cada folha que cai, outra rebentará e dará novo fruto.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  22. Simples, belo, perfeito, Graça.

    Gostei

    Bj

    ResponderEliminar
  23. Tão belo, Graça!... Admiro tanto esta tua capacidade de, em poucas palavras, de uma forma contida, mas mais-que-perfeita, dizer dos sentimentos que te (me - nos) assaltam. No momento certo!
    Beijos.

    ResponderEliminar
  24. Minha querida Graça,

    Dás-me autorização para que poste, devidamente identificados como sendo de tua autoria, como é óbvio, alguns dos teus poemas num outro espaço meu que não o thornlessrose, de maior abrangência em termos de visitantes de língua portuguesa, que não necessariamente portugueses (brasileiros, sobretudo), mas que, para sua desdita, desconhecem a tua magnífica poesia?

    Sugiro que visites o meu sítio naquele lugar, antes de decidir se autorizas:

    www.mariacarvalhosa.multiply.com

    Antecipadamente grata, beijo-te com admiração e afecto.

    ResponderEliminar
  25. "Apenas um restolhar de folhas..."

    e como por encanto, tudo se transforma
    e as asas crescem, sempre que quiseremos, com o mesmo restolhar das folhas que neste equinocio calcamos.

    Beijo

    Maria Mamede

    ResponderEliminar
  26. As palavras numa cadência maravilhosa! A foto lindíssima! Beijos.

    ResponderEliminar
  27. colho teus poemas. como frutos silvestres. no bico dos pássaros. deslumbrados...

    beijo

    ResponderEliminar
  28. nostalgico....belo...

    ******

    ResponderEliminar
  29. assim como nenhum tumulto denuncia a sobriedade com que elaboras sempre os poemas mais belos.

    ResponderEliminar