13.8.14

Vento

Richard Avedon


Entro no poema através do vento que no verão 
litoral deste país parece enlouquecido. 
Agora o vento já não é tão atrevido como dantes, 
quando as mulheres usavam saias rodadas. 
É que a moda ludibriou o vento. 
Trouxe calças e calções. Ajustou os vestidos. 
O vento, esse, aprendeu a brincar com os piercings 
que as meninas prendem no umbigo. 
Às vezes dança também nos meus cabelos.

Graça Pires
De Caderno de significados, 2013

34 comentários:

  1. E é tão bom sentir o Vento... A brincar, a dançar numa carícia de amor...
    Lindo...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  2. Como era interessante a fugaz visão de uma perna naturalmente bem desenhada, com que o vento nos brindava nos dias mais agitados...
    Hoje a mulher já não sabe seduzir, porque se expõe, se escâncara, em nome de uma muito controversa liberdade.
    Graça, um poema de flagrante actualidade.
    Beijinhos
    Manel

    ResponderEliminar
  3. Este vento fala. De nós. E dos laços que o tempo tece e desfaz.

    Abraço.

    ResponderEliminar
  4. Gosto de vento, mas ...

    Do poema gostei muitooooo

    Beijinhos, Graça

    ResponderEliminar
  5. Incrível, como o vento gosta de cabelo, de dançar, de brincar, de despentear rs...
    Graça, beijos!

    ResponderEliminar
  6. Boa noite Graça,
    belo poema a jogar com as nossas ocidentais litorâneas nortadas e a moda feminina. Venta, venta, venta...
    Será que nas pernas de Marilyn o malandro foi vento? ou foi o desejo de Verão?

    ResponderEliminar
  7. um vento que não quer faltar no Verão...

    e como sabe bem nos dias quentes.

    abraço Graça

    ResponderEliminar
  8. Gostava de apanhar o vento com as mãos pela janela do carro em movimento ! O vento sempre remete a uma alegria infantil, um alento!

    Um beijo.

    ResponderEliminar
  9. No final da costa oeste, nesta ponta de terra que entra pelo mar, o vento é senhor com o qual me habituei a conviver e a sentir em abraços frescos. Ao fim do dia, é presença constante.
    Um lindo poema, amiga Graça.

    ResponderEliminar
  10. Viva Graça.

    Poema mais do que adequado à época estival que se vive.

    Viemos do vento da nossa terra. Ele teima em não nos deixar , mas nós podemos deixa´-lo a ele protegidas nas nossas redomas.

    Abracinho grande.

    ( eu vivi entre as duas praças... A nova e a velha... :) )

    ResponderEliminar
  11. Um poema feito de ar
    que nos abraça ao chegar.

    É lindo este litoral
    e o poema como tal.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  12. um poema dançante, é isso que o vento faz, dança por vezes no nosso cabelo.

    obrigada Gracinha

    :)

    ResponderEliminar
  13. Donde chega a lembrança? Tem anos, vai-se a ver...
    Mas, como os barcos, sempre se retoma. Mesmo que o Verão não seja como dantes. Nesse tempo em que, sei, a poesia tinha estes (coloridos) sons...
    Abraço.

    ResponderEliminar
  14. O vento torna-se cenário nas mãos da poetisa! linda poesia, poetisa! abraços

    ResponderEliminar
  15. Boa tarde,
    cada geração avança no vento adaptado ao momento da sua juventude, pessoalmente avancei com o vento da minha geração que tanta recordação me faz sentir.
    O poema é encantador.
    AG
    http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  16. teresa p.5:44 da tarde

    O vento, e o seu bailado livre e ousado...
    A menina da foto, com os seus belos cabelos soltos ao vento, ilustra bem este poema, tão luminoso e arejado.
    Beijo

    ResponderEliminar
  17. O vento, a MULHER, musa inspiradora para o poema.
    ----------
    Que a felicidade ande por aí.
    MANUEL

    ResponderEliminar
  18. O poema é fresco e divertido, como só o vento sabe ser.
    Talvez por isso as opiniões dividem-se: o melhor amigo do homem é o verão ou é o vento?

    ResponderEliminar
  19. Bonito e bem a propósito!
    Tem feito cá umas ventanias!...
    Boas férias para si!

    ResponderEliminar
  20. Sr. Manel

    Bom Comentário! Sensual sem ser provocativo.

    Com este período:

    < Como era interessante a fugaz visão de uma perna naturalmente bem desenhada, com que o vento nos brindava nos dias mais agitados... >

    Até parece que o Sr. o meu mesmo pensar!

    O senhor tem a sorte de viver onde vive. Nesta terra onde vivo; a Liberdade Feminina (que não está errado) atingiu o zénite. O Sr. Manel, seria tachado de Machista e discriminante com as Mulheres.

    Continue na mesma Onda.

    O meu abraço cá de longe!

    Jc

    ResponderEliminar
  21. Eu adoro vir
    te ler sempre!
    Belo domingo.
    Bjins
    CatiahoAlc./ReflexodAlma

    ResponderEliminar
  22. Pois é, meu caro Fernando (Jc), não havendo interdito não há pecado, não havendo pecado não há sal, não havendo sal não há sabor.

    Obrigado pela gentileza do seu comentário.

    ResponderEliminar
  23. Sempre tão necessário... o vento...

    Beijo.

    ResponderEliminar
  24. Dança nos teus cabelos e bem que dança a dança bela da tua poesia.
    Beijo, amiga.

    ResponderEliminar
  25. Só a escolha apurada da imagem já seria um belo «post»!
    E as palavras são o rumor necessário...

    bjs

    ResponderEliminar
  26. Que possamos sempre dar a mão ao vento e lhe conceder uma dança.
    Lindo poema!

    Beijos!

    ResponderEliminar
  27. porventura uma aragem suave e quente desalinhar teus cabelos...

    ou talvez o murmúrio das ondas como eco...

    beijo

    ResponderEliminar
  28. Querida amiga boa noite hoje vim só para lhe desejar uma linda semana para você!
    abraço amigo!
    Maria Alice

    ResponderEliminar

  29. Tão lindo Graça!
    De facto há tantas entradas para os poemas como olhares sobre a vida.
    O vento, os ventos, hão de arranjar sempre um modo de entrar nos poemas que é o mesmo que dizer, de entrar nas nossas vidas, ora mansos, ora plenos de vendavais, de ciclones...
    Saibamos trocar-lhe as voltas. Por vezes... uns calções, um vestido justo!

    Beijo

    Lídia

    ResponderEliminar
  30. Oi Graça querida

    O vento as vezes não bagunça só os nosso cabelos, também leva nosso pensamentos pra longe...


    Beijos
    Ani

    ResponderEliminar
  31. Com meu carinho de sempre venho agradecer
    as palavras reconfortantes deixadas no meu blog.
    Tudo isso me leva pra frente dizendo
    continue ainda existe quem te quer bem do outro lado da telinha.
    Ando protelando meu afastamento por
    conta de pessoas tão importantes para mim como você é ,
    a um longo tempo caminhando comigo.
    Eu sou humilde demais , eu amo demais ,
    eu me envolvo demais , eu luto demais ,
    talvez seja essa garra que deixa
    gente brava outras feliz e tão contente.
    Hoje venho te pedir uma gentileza.
    Apesar dos meu quase 10 anos de blog
    por algumas vezes termino entrando
    em alguma coisa , que me deixa feliz em participar
    a mais de 5 anos deixei de participar de tudo nos blogs
    por perder o encanto por muita coisa.
    Veio o convite eu fui tentar ser poeta por um dia
    hoje peço seu voto
    se achar que meu poema vale seu voto.
    Nome do meu poema?
    "Você é minha Poesia"..
    Endereço para votar.
    http://ostra-da-poesia-as-perolas.blogspot.com.br/
    È complicado pra mim pedir voto,
    pois sempre achei que merece ganhar sempre
    todos os pemas.
    È lindo mesmo que seja um único pensamento.
    Caso for votar é votar e confirmar seu voto
    é complicado ,
    mais acredito no seu potencial de
    votar e de escolher.
    Um abraço cheio de carinho.
    Evanir.
    PS.Quando terminar farei uma
    postagem como o nome de todos amigos
    que confiaram em mim seu voto.

    ResponderEliminar
  32. Olá Graça, absolutamente fabuloso o seu poema!
    O vento sempre inspirador!Adorei a abordagem tão actual: " Agora o vento já não é tão atrevido como dantes, quando as mulheres usavam saias rodadas."
    Excelente!
    Um beijinho,
    Ailime

    ResponderEliminar
  33. Ai o vento, esse maroto...

    ResponderEliminar
  34. Amei essa relação com a moda. Não adianta queremos escapar ao efeito dos ventos, ainda que ele até perca em atrevimento.

    ResponderEliminar