Alvarez Bravo
Ponho nestas memórias
a íntima clandestinidade
dos amantes.
Hei-de dizer o nome
de quantas aves se perderam
por roçarem o vazio da noite
em vagaroso voo.
Hei-de ocultar a cara
próximo de uma fonte,
para colar a boca
ao trilho das chuvas.
Hei-de cercar com águas
nocturnas o lume dos seios.
Depois, sei que vou estremecer de aflição,
quando o ranger das portas se confundir
com o chamamento da tristeza.
Graça Pires
a íntima clandestinidade
dos amantes.
Hei-de dizer o nome
de quantas aves se perderam
por roçarem o vazio da noite
em vagaroso voo.
Hei-de ocultar a cara
próximo de uma fonte,
para colar a boca
ao trilho das chuvas.
Hei-de cercar com águas
nocturnas o lume dos seios.
Depois, sei que vou estremecer de aflição,
quando o ranger das portas se confundir
com o chamamento da tristeza.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
Lindo poema.
ResponderEliminarPreferia no entanto que a intimidade das águas desaguasse na
luminosa e apoteótica festa do mar.
Com barcos buzinando.
Beijos.
Eduardo
Querida Graça, como sempre, sua palavra, repleta de lirismo, nos arrebata, nos ensina a viver com mais plenitude. Beijão, minha amiga e até.
ResponderEliminarA clandestinidade das memórias anda rente ao chamamento da tristeza. Que poema!
ResponderEliminara realidade que nos acorda
ResponderEliminarBelíssimo, Graça.
ResponderEliminarBeijo.
Fermoso poema intimista!!!.
ResponderEliminarSempre son un agasaio as túas palabras Graça.
Beijinhossssss desde Compostela.
:)
lindo poema este.
ResponderEliminarHoje não me apetece falar deste poema... citarei apenas dois grandes nomes da nossa literatura
ResponderEliminaractual: diz Urbano Tavares Rodrigues que esta poesia combina
a riqueza de toda uma imagética com
os principais temas ligados ao hu-
mano, João Rui de Sousa afirma, que
estamos perante uma poesia só aparentemente simples, pois manifesta uma maestria na tecitura
das imagens e na forma como a estrutura do poema se vai fazendo...
Também Henrique Fialho e Maria Augusta Silva, poetas e críticos que muito admiro, tomaram posição relativamente a esta escrita. Tudo isto está publicado..Existem igual
mente longos ENSAIOS sobre esta
poesia, que não tendo (ainda) aparecido em livro foram apresenta-
dos na net (o do poeta Alexandre
Bonafim) e/ou foram lidos ante assembleias, como o de uma pessoa que eu não digo. É qualquer coisa, não é?
Próximo de uma fonte a sede é sempre mais intensa...
ResponderEliminarMuito belo e intimista este poema.
Beijo.
Glosando a Inês Pedrosa, a tristeza e a melancolia também integram a instrução dos amantes, esse perene ofíco de entender.
ResponderEliminarBelíssimo poema, Graça
como eu amo este re.encontro!!!!
ResponderEliminarbeijo. Graça.
Olá Graça, boa tarde.
ResponderEliminarÉ minha menina, muita vez se confunde o ranger das portas com outras coisas, que assim nos deixam, tristes, tristes...
Belo poema.
Perdoa só agora vir agradecer o teu comentário, mas tenho andado por aí, por vezes, com portas e janelas rangendo nos gonzos...
Voltarei sempre que possível.
Beijos
Maria Mamede
lindo...
ResponderEliminarquanta beleza e sensualidade...
abraço Graça
e hei-de semear o espanto das palavras,
ResponderEliminarnas colinas da tua pele
e
desatar todos os afluentes que me levem à tua boca.
belíssimo, Graça.
obrigado
maré
Cada linha que você desenha faz o meu coração estremecer de poesia, sempre.
ResponderEliminarBeijo de além-mar.
Lindo :) Melancólico , intimista, que nos fica a bailar na retina...
ResponderEliminarDias de brisas mansas :)**
...bonito!!! Gosto do seu jeito de escrever...
ResponderEliminarBeijos de luz e o meu carinho!!!
Querida Graça,
ResponderEliminarli ontem essa maravilha por várias vezes - à tarde (no café) - li novamente por várias vezes - à noite (na hora da reflexão sobre o dia que se passou).
Voltei agora (20:35h aqui no Brasil), li por outras várias vezes e novamente perdi o fôlego...
Não há o que comentar: lindo! intimista! apaixonado! apaixonante! nada do que for dito retratará fielmente a sutileza com que cada palavra fora posta, no seu devido e único lugar, dando a sua única e possível mensagem.
Voltarei quando voltar o ar aos meus pulmões!
Beijo carinhoso.
Bárbara Carvalho.
bravíssima!!!!!!!!!
ResponderEliminarPoema belo, que reflecte um estado de alma nostálgico!
ResponderEliminarQue a esperança ajude as aves a reencontrarem seu rumo e, que jamais, "o ranger das portas" se confunda com o chamamento da tristeza!
Beijinhos de luz!
E a doce Dulcineia...nas suas memórias vivas de saudade, ternura e alento...
ResponderEliminarGrata por ela.
Mais uma pérola...
ResponderEliminarAMO a tua poesia, amiga (mas tu sabes disso, eu é que sinto necessidade de o repetir até à exaustão, por ser tão intenso o que sinto ao lê-los!)
Beijos, beijos.
Tenho o teu link, mas não me lembro de vir aqui.
ResponderEliminarE devia lembrar, já que a poesia que li é do melhor que vi nos blogues. Parabéns por tanta qualidade junta (pelo menos desta página...).