Não vislumbro
qualquer sinal de enleio
nos meus ombros.
Ao longe envelhecem,
em mim, as planícies
cobertas de giestas.
E lembro os dias
em que ouvia falar
de um homem:
quase um peregrino,
quase um nómada,
quase um louco.
Um homem deambulando
no rumo dos animais bravios
que povoavam sua mente.
Uma vasta mancha de sonhos
me perturbou para sempre.
Graça Pires
qualquer sinal de enleio
nos meus ombros.
Ao longe envelhecem,
em mim, as planícies
cobertas de giestas.
E lembro os dias
em que ouvia falar
de um homem:
quase um peregrino,
quase um nómada,
quase um louco.
Um homem deambulando
no rumo dos animais bravios
que povoavam sua mente.
Uma vasta mancha de sonhos
me perturbou para sempre.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
Adorei este poema! Os sonhos que nos perturbam para sempre...beijos.
ResponderEliminarBelíssimo poema!!!!!!!!!!!!!! Nós nos perdemos na errância dessa personagem, para fazer de nosso destino viva poesia. Saudades.
ResponderEliminarPerturbação que me (nos) deu um belo livro.
ResponderEliminarBeijinho, Graça.
Deste lado do oceano, Drummond dizia "aprendi novas palavras/ e tornei outras mais belas". Você vivencia isso a cada frase, Graça. Digo com o coração que a sua poesia tocou-me para sempre.
ResponderEliminarOlá Graça
ResponderEliminarSão essas figuras desassombradas que acalentam os dias vindouros e desatam sonhos.
Mesmo que o contacto com elas afinal não corresponda ao imaginado, quem descansa enquanto ele não se der?
Bj
Os sonhos também perturbam.Mas deixar de sonhar é morrer.
ResponderEliminarBelo poema!
Beijinhos
ao longe,
ResponderEliminarhá sempre uma vasta mancha de sonhos...
muitas vezes perturbantes...
abraço Graça
MUITO BONITO
ResponderEliminarEstou de acordo com d'angelo, leio, volto e releio e encho-me com todas as palavras que doem ou que sao
ResponderEliminarbalsamos...vejo tudo...
talvez dai a ortografia do olhar, magnifico titulo.
Beijinho e Paris Graça, lindo este poema.
merci,
LM
Sensacional Amiga:
ResponderEliminarVive de encanto e ternura os seus lindos versos encantados e muito ternos.
"...E lembro os dias
em que ouvia falar
de um homem:
quase um peregrino,
quase um nómada,
quase um louco.
Um homem deambulando
no rumo dos animais bravios
que povoavam sua mente..."
Um sonhador sem regras ou leis.
Espanta-me de beleza e ternura.
Às vezes, vivemos o sonho deles um pouco.
Sempre a admirar o seu génio poético incomparável.
Com respeito e poderosa estima.
Adorei.
Beijinhos
pena
É preciso sonhar
ResponderEliminarEstas memórias da Dulcineia... têm muito que se lhes diga! Eu não digo, fico embevecida a ler essas memórias, que tu escreves, por interposta personagem. Lindas, como tudo o que escreves, querida Graça.
ResponderEliminarBeijos afectuosos.
Adoro esse poema, Graça! 'Esta vasta mancha de sonhos' que nos acompanha a vida inteira.
ResponderEliminarBeijo grande.
Nómada, peregrino, louco, animais bravios...E o quase... dando o contorno da incerteza à personagem, que cresce em mistério. Que ficou dentro de ti. Que fica dentro de nós. Quem pode esqecer? E tudo isso nas tuas palavras poéticas, firmes e mágicas. Que bom poema, amiga. Adorei.
ResponderEliminarBeijinho.
Eduardo
vim. matar a saudade.
ResponderEliminarque bom o reencontro.
beijo G. sempre.
Desalento e melancolia nestas memórias de Dulcineia... mas, também, "uma vasta mancha de sonhos" que não deixam morrer a magia.
ResponderEliminarMuito linda e adequada a pintura do Salvador Dalí.
Beijo.
mas ler-te é e será sempre sonhar.
ResponderEliminaro meu abraço apertado. estou sempre cá.
Graça.
ResponderEliminarVolto só para te dizer que o comentário anonymous é da minha autoria. Só por engano não o assinei.
Beijo.
Foi hoje a minha rentrée!
ResponderEliminarBeijinhos.
Um lindo imaginário bem trazido á poesia...encantado.
ResponderEliminarboa noite
a sedução da Utopia... que não "moinhos de vento".
ResponderEliminaradorei.
beijos
Olá Dulcineia.Viver também é sofrer.talvez para podermos escrever poemas bonitos, como este
ResponderEliminarNunca me tinha detido a reflectir no ponto de vista da Dulcineia. Gosto especialmente da caracterização do "homem", uma imagem misteriosa, ternamente filtrada pela memória e pelos sonhos da mulher. Recriar a história por este prisma é muito interessante.
ResponderEliminarA qualidade de sempre!
ResponderEliminarBjs
Quem não tem um pouco de Dom Quixote?
ResponderEliminarBelo poema.
Bj. gde.
Bárbara Carvalho.
Não vislumbro a preocupação do sempre....
ResponderEliminarPoema muito... mas muito belo!
Voltarei!
Beijinhos
Lindo poema. Entre linhas, sentimos a personagem que...sempre nos acompanha e enquanto os sonhos nos vão perturbando...alimentam a inspiração. Este seu poema... é a prova.
ResponderEliminarAmei!
Bji
muito bonita a tua canção a um belo cavaleiro errante.
ResponderEliminarbeijo
luísa
Lindo poema, pleno de emoções sentidas!
ResponderEliminarAs giestas sempre florescem na Primavera dos nossos sonhos nas planícies renovadas pelas chuvas caídas, dos Invernos passados.
Um beijinho “enleado” em esperança!
Todos nós temos a nossa Dulcineia e todos nós temos um pouco de D. Quixote. Um abraço
ResponderEliminarsempre admirei o D. Quixote tal como Sócrates (filósofo), Galileu ou Cristo porque sempre se debateram por aquilo em que acreditavam
ResponderEliminar...que seria de nós sem essa capacidade de sonhar !
ResponderEliminarUm bom fim de semana****
tenho gostado muito desta série «Memórias de Dulcineia».
ResponderEliminarUm beijo, Graça!
Uma vasta mancha de sonhos... no sonhar vasto dos homens peregrinos. O teu trabalho é grande Graça, Parabens.
ResponderEliminarTodos envelhecemos nas planícies da vida e é aí que desfrutamos da paz dos dias. essa imagem da mancha de sonhos é poderosa. Gostei!.
ResponderEliminarAbraço