Manuel Fazenda Lourenço
Fico à entrada do outono cativa de hábitos estivais.
A palidez do sol arde nos beijos dos adolescentes
e tem um acentuado sabor a romãs.
Apetece cantar até à extenuante cor
dos campos lavrados e nenhum calendário
mudará o clima que os meus olhos reclamam.
Sei hoje que o amor e a morte são a matéria
A palidez do sol arde nos beijos dos adolescentes
e tem um acentuado sabor a romãs.
Apetece cantar até à extenuante cor
dos campos lavrados e nenhum calendário
mudará o clima que os meus olhos reclamam.
Sei hoje que o amor e a morte são a matéria
preferida dos que pernoitam debaixo
de roseiras bravas e sabem
que tanto as garças como os papagaios de papel
voam sempre mais alto no outono.
Vou no vértice desses bandos
numa migração de risos transparentes.
Graça Pires
voam sempre mais alto no outono.
Vou no vértice desses bandos
numa migração de risos transparentes.
Graça Pires
De Outono: lugar frágil, 1993
Refractam-se as cores de outono na transparência das tuas palavras.
ResponderEliminarEste poema é delicioso!! Não só porque fala de romãs...mas porque tem todo o sabor sensual das tuas palavras! Adorei!! Muitos beijos.
ResponderEliminarsabor a romãs, que as garças transportam.
ResponderEliminaro voo transparente que os olhos reclamam...
________
deliciosamente...
de esperãnça.
um beijo, Graça.
A transparência das almas e a transparência das palavras sentidas!...
ResponderEliminarah! o dispersar dos sentires
ResponderEliminarno embalo do fluir em estações.
sabores do tempo,
sonhos em vida.
Belo! obrigado.
É lindo, Graça.
ResponderEliminarGostei mesmo. Muito.
Poema romã, com bagos, palavras tuas, doces.
Obrigado.
Abraço.
EA
Cada palavra é uma semente que se sente.
ResponderEliminarBela página..sucolenta
Voltarei para me demorar.
Bj
o êxtase do outono
ResponderEliminarJá é tempo de migrar, o sol bem que podia dar uma folga!
ResponderEliminaruma maneira sui-generis de retratar o outono.
ResponderEliminargostei de todo o poema, especialmente desta frase:
"A palidez do sol arde nos beijos dos adolescentes
e tem um acentuado sabor a romãs"
fica um beij
Migratórios o amor, a morte e as estações, tudo se entrelaça num canto que inclui delicadezas de asas, rosas e romãs. Sua poesia alcança as alturas no outono, Graça. Linda a fotografia.
ResponderEliminar"Sei hoje que o amor e a morte são a matéria
ResponderEliminarpreferida dos que pernoitam debaixo
de roseiras bravas"____________sabes a cor dos que sobrevivem.... sabes tão bem dizer....Graça.....a alma debaixo da pele.
obrigada.
abraço.
Passar pelo teu blogue é como baixar tomar un cafecinho com leite e um docinho. Um prazer.
ResponderEliminarcada palavra tua é um delicioso bago de romã.
ResponderEliminarumbeijo
luísa
O verdadeiro Outono, poderia ser aquele que se revê no dourado das folhas que tombam quase perpetuamente até que os dias frios e cheios de sol acabem e, tornando-se plúmbeos, são inexoravelmente chuvosos.
ResponderEliminarMas o Outono dos apaixonados, é aquele que vibra apenas com a queda das folhas e pretende perpetuar na memória o ouro das mesmas.
O Outono dos cultores da razão são aqueles que se lembram que amar intensamente poderá ser a partilha de um certo compeomisso com Tanatos também.
Este Outono que aqui descreves é belo e perfeitamente relatado.
Voilá!
Bjs
Tenho um prémio para lhe oferecer.
ResponderEliminarMuito bons dias.
"Sei hoje que o amor e a morte são a matéria
ResponderEliminarpreferida dos que pernoitam debaixo
de roseiras bravas e sabem
que tanto as garças como os papagaios de papel
voam sempre mais alto no outono."
Absolutamente sublime, Graça!
A tua escrita é um dos meus alimentos (quase) diários preferidos...
Beijo-te com muito carinho e desejo-te um bom fim de semana.
excelente "migração" de palavras, a tua, com sabor a romãs...
ResponderEliminarabraço Graça
Sabor a romãs é aquilo que me deixa na alma o que me toca. Como a tua poesia.
ResponderEliminarBom fim de semana.
Voo alto. Superior.
ResponderEliminarBeijo.
quase dá para experimentar no ecra... beijos
ResponderEliminarEscutamos as das palavras doces, figurando-nos um outono sem melancolia, o sol guardado nas romãs. Que assim seja :)
ResponderEliminarBom fim-de-semana, Graça
E um beijo
há. um bando de palavras que sempre se adivinharam na tua voz pura.
ResponderEliminarhá a serena cumplicidade.
dos silêncios reconhecíveis.
há.
o meu agradecimento.
(por tanto).
G R A ç A....!!!!
Obrigado pela visita ao meu cantinho :))
ResponderEliminarUsurpei-te mais um poema... devidamente identificado!
Beijinhos
Da migração dos risos!
ResponderEliminarAdorei tuas palavras.
ResponderEliminarElas me motivam a esculpir melhor as minhas...
É um poema muito sensitivo...muito bom...
ResponderEliminarGostava de te apresentar um blogue de um amigo meu que cada dia olha para Portugal. É muito interessante e lindo:
http://lunaenelsur.blogspot.com/
Um beijo.
Querida Graça,
ResponderEliminarcomi uma roma hà três dias...
é tao bom, tem para mim,
o sabor de um tempo da infância.
Aqui chama-se grenade.
A perséphone roubou a roma
e foi seis meses viver
para debaixo da terra,
raptada por vulcan,
n'est-ce pas?
O outono poe a natureza adormecida...
o seu poema tem imagens
tao lindas!
é sublime a sua escrita
e parece tocar ao de leve
sobre os làbios e o assopro
faz-se mais doce,
guloso da nova roma.
Acordar com a natureza, rendre Perséphone à sa mère Démeter...
bjos Garça,
Paris vous embrasse,
LM
Lindo o teu poema que recebe a estação que se avizinha com risos transparentes. Gostei.
ResponderEliminarBeijinho
Hábitos estivais, também sofro deles e por isso a entrada no Outono torna-se difícil.
ResponderEliminarSempre bonitas as tuas palavras.
Bj
"migração" maravilhosa é aquela a que nos levam palavras assim...
ResponderEliminarBeijo
no vértice desses bandos. até o olhar doer. num vertigem de outono.
ResponderEliminarbelíssimo.
beijo
"A-dorada" estación de cautivadora luz...
ResponderEliminarBeijosss Graça
;)
Olá, Graça
ResponderEliminarVá ao meu blogue que tem lá um prémio para si.
Abraço.
Eduardo
Linda Amiga:
ResponderEliminarToda a minha gratidão.
Um belo e sensível Post de encantar.
"...Sei hoje que o amor e a morte são a matéria
preferida dos que pernoitam debaixo
de roseiras bravas e sabem
que tanto as garças como os papagaios de papel
voam sempre mais alto no outono.
Vou no vértice desses bandos
numa migração de risos transparentes..."
Admirável. Lindo.
Hoje venho "vestido" de PENA.
(MEMÓRIAS VIVAS E REAIS)
Beijinhos de respeito, sensacional amiga.
OBRIGADO.
PENA
O sol raiou hoje brilhante e depois dos meus afazeres matinais apeteceu-me, no silêncio da manhã, saborear estas palavras como quem saboreia uma romã madura e doce...
ResponderEliminarMomentos que acalentam a alma e fazem perfeita uma manhã de sol de Outono.
Grata por este momento.
Um abraço carinhoso e mil felicidades!
Um sabor a romãs nas belas palavras deste poema. A fotografia é, também, muito linda.
ResponderEliminarBeijo.
o elemento lírico-telúrico da tua poesia que sempre me encanta e dá prazer ler...
ResponderEliminarabraços
Belíssimo, como sempre. Abraço.
ResponderEliminarUm belo poema de outono, que deixou-me o coração com um sabor metafórico de romãs.
ResponderEliminarLer-te é o maior dos presentes outonais.
saudades, querida
beijo no coração
Ciclo, amiga? acho que não era um ciclo duradouro, mas girava em torno da própria redundância que sou! (rs) Obrigada pela visita! A romã! ligada à fertilidade feminina. Que loucura, Graça! Depois de postar em meu blog (com uma ilustração de Dalí que gira em torno de uma romã!), deparo-me aqui com outra. A de Dalí (pintada) e a sua (cantada em versos) são da mesma magnitude!
ResponderEliminarBj no seu coração.
Bárbara Carvalho.
que bonito este outono com sabor a romãs...
ResponderEliminare daqui se vai nas asas das garças...
acima de tudo,
ResponderEliminarsaudade de tuas palavras.
..
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