6.11.08

Em seara alheia



DERAM-ME O NOME


Deram-me o nome
da mãe
da avó
e de outras ancestrais que não conheci

a avó fez jus ao nome
e de Andaluzia onde foi menina
trouxe a espantosa solidão
da cama desabitada
dos filhos todos
perdidos
na guerra

a mãe foi artesã
da alegria
(da minha não da sua)
e passou breve
cisne ao sol
sacrificado

e agora
eu herança
no longe dos seus olhos.

Soledade Santos
Aqui
In: Quatro Poetas na Net. Maia: Sete Sílabas, 2002

30 comentários:

  1. eu tenho um nome: o teu, que sigo.


    beijo de bom dia.


    obrigada Graça.

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  2. É sempre bom encontrar e ler os poemas da Soledade.

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  3. Um magnífico poema...beijos.

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  4. O que dizer depois de "cisne ao sol sacrificado" ou "herança no longe dos seus olhos"? Nada: apenas contemplar tamanha poesia.

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  5. Graça, este poema é especial para mim porque nele afirmo a minha identidade e pertença: sou uma mulher; e venho daquelas mulheres que a vida me arrebatou muito cedo. É contra o espaço deserto das vozes delas que escrevo boa parte do que escrevo.
    Graça, por esta e outras cumplicidades, muito obrigada. É bom estar aqui!
    Agradeço os comentários gentis dos visitantes do ortografia.

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  6. Graça, seguir os passos daqui é sempre uma grande surpresa e alegria.
    Bjo

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  7. Sublimes palavras em luminoza tela...



    Doce beijo

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  8. gosto imenso dos poemas da Sol.Este , em particular, toca-me imenso.

    Obrigada a ambas,

    mariah

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  9. o nome não é meu, é de quem me chama por ele...

    Um beijo


    enorme

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  10. Os contornos da identidade atavés do nome, da herança, do carácter.

    Bjs

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  11. Só digo que o poema me tocou muito.
    EA

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  12. legaram-me o nome

    e

    nele

    o vendaval de todas de todas as sílabas.

    ______

    lindo, Graça.
    e obrigado por me dares a conhecer a Soledade.

    um beijo, à beira ria.

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  13. E devemos mostrar orgulho! *

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  14. Gostei imenso e não conhecia a utora: obrigada.
    Feliz fim de semana, Graça.

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  15. Olá Graça, boa tarde.
    AMEI!!! Obrigada pela partilha

    Bj

    Maria Mamede

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  16. Olá, caríssima.
    Creio que foi em Poesias e Canções que li mais um excelente poema seu.
    Parabéns pela participação.

    Bjs

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  17. Obrigada às duas MULHERES que aqui nos dão caminhos.

    Bomfim de semana, Graça.

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  18. As ancestrais... como fazem falta e como, por breves e sofridas passagens terrenas, são gloriosas, purificadas, estímulos nossos para o cumprimento do bem, da justiça, da eqüidade, das mãos estendidas sempre e a quem for. Somos heranças de belíssimas mulheres, mulheres como nós: você, eu, a Soledade e todas as outras que possuem luz, porque a herança é a continuidade.
    Esteve muito bem "na seara do bem alheia".
    Beijo enorme.
    Bárbara Carvalho.

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  19. Convido para fazer uma experiência lá no meu sítio. Olhe que é muito giro!
    Respeitosos cumprimentos.

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  20. Muito belo este poema de Soledade Santos, de homenagem a sua mãe que por certo, cedo partiu!
    Grata por dar-me a cohecê-lo.
    Beijinhos.

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  21. Todos carregamos o nome da nossa história, dos nossos ancestrais.
    Somos o traço de um pouco do todo para nos tornarmos muito de nós mesmos.
    Amei o poema.
    beijo no coração

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  22. Adorei o poema, fez-me lembrar "Para Sempre" de Virgílio Ferreira...

    Um grande abraço,
    Gisela Ramos Rosa

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  23. retenho a última estrofe. belíssima. no conjunto do excelente poema...

    beijo

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  24. Uma indizível melancolia, gostei muito. Parabéns!

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  25. Maravilhosa Soledade, como gosto dela e de seus poemas!
    Beijo.

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  26. Olá gironzolavo entre os blogs e aqui estou a saudá-lo em suas férias uma!

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  27. Lindo este poema da Soledade Santos.
    Gostei muito.
    Beijo.

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  28. grato, por dar-me conhecer tão belo e sentido poema.

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  29. Gostei...bonita homenagem de quem escreveu e tua ao partilhares connosco
    ***

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