Alfredo Cunha
De Conjugar afectos, 1997
Talvez não valha a pena
amarfanhar palavras
para fugir do medo.
A vida não é um jogo.
É uma espécie de nudez,
onde se perde o pé,
irremediavelmente.
Graça Pires
amarfanhar palavras
para fugir do medo.
A vida não é um jogo.
É uma espécie de nudez,
onde se perde o pé,
irremediavelmente.
Graça Pires
principalmente a vida é algo complicado que se vive diariamente. pelo menos assim a vejo
ResponderEliminarsinto medo de dizer. não te conheço! como posso falar-te se nunca te conheci. é o medo que me ocupa os dedos. que me rouba palavras e frases. é o medo que me impede de ser eu. porque não sei se és tu. porque não sei o que és! como posso dizer-te se ou que te amo? já o fiz, sem medo! não voltarei a fazê-lo. muito menos quando o medo se agarra a todas as minhas palavras. em mais nenhum rio perderei o pé!
ResponderEliminarum beijo, graça
Poucas, belas e precisas palavras dizendo tanto. Talvez onde estejamos no caminho defina o desnudar, o que será o objeto do despojamento: se tristezas ou sonhos.
ResponderEliminarirremediavelmente
ResponderEliminardesnudam
e são
seio
voo
clarão
______
amo a geografia da tua palavra.
um beijo,líquido...
maré
Ai! ai! que esse eu poético diz perder a voz, perder o pé, mas, engraçado, acho que ele achou, na verdade mesmo, tudo em dobro, triplicado, quadriplicado ou mais! A sua voz poética sempre elevada à potência infinita. Seus pés atêem-se ao chão ou deles se libertam para os vôos dos sonhos... Não perdeu nada, somou, multiplicou... e o faz no exercício diário da vida! Beijo no seu triplicado coração. Bárbara Carvalho.
ResponderEliminartenho vindo aqui, em silêncio. mas não pude resistir á beleza deste poema.
ResponderEliminardeixo um beijo. e vou linkar seu blog nos meus, certo?
Um poema breve, condensado. Gosto dele, desta nudez também do discurso, a encenar quanto diz nas poucas palavras de que precisa para dizer que a vida não dá cartas duas vezes. Apreciei o modo como o título, com o verso de remate, encerra todo o poema nesta afirmação devastadora de que a vida sempre a sério, é sempre a doer.
ResponderEliminarBoa semana, Graça
Bj
Lindo,o poema.Grande a verdade!
ResponderEliminarÉ sempre um prazer passar por aqui !!!
bjs
A inevitabilidade de sermos meros peões, neste tabuleiro da vida, onde as jogadas não são decididas por nós.
ResponderEliminarBeijos.
Querida Graça,
ResponderEliminarPois é, amiga, já estamos em Novembro... esse mês sombrio que se segue ao doce Outubro.
Não precisas de me agradecer seja o que for. Sabes, pelo contrário, que constitui para mim um enorme prazer e um privilégio o facto de poder divulgar-te.
Agora um pedido: por favor, não sejas cerimoniosa comigo. Penso que costumavas tratar-me pot tu, como eu a ti... estranhei hoje o tom, que senti algo "distante", nas tuas palavras deixadas no meu blogue.
Já agora, perdoa utilizar este meio mas... podes confirmar-me se recebeste os acessos, via mail, para o outro espaço?
Obrigada por tudo.
Beijos.
Fugir do medo. Mais do que fugir: olhá-lo. Vagarosamente. Então... veremos a nudez do medo, sem importância, títere com sorriso alvar. E veremos a nossa nudez, mas essa: plena, forte, sublime. Com palavras nuas. Belas.
ResponderEliminarBeijo.
Eduardo
Às vezes, é bom perder o pé;ir á deriva, é perigoso, bem sei, mas tem horas em que é muito bom...
ResponderEliminarno entanto, há outras, muitas, em que o "perigo" pode custar a "vida" !...
Bj
Maria Mamede
Quando o redemoinho da vida nos absorve e perdemos o pé IRRE
ResponderEliminarMEDIAVELMENTE, partimos para o outro lado e já não há regresso.
Um grande abraço e boa semana.
A concisão de quem irremediavelmente interroga.
ResponderEliminarImpossível viver sem arriscar...
ResponderEliminarGrandioso este pequeno poema.
beijo.
não lhe chamava nudez, mas que perdemos o pé, invariavelmente, perdemos, Graça.
ResponderEliminarabraço
A tropeçar
ResponderEliminartambém se voa
Um poema em que as palavras concisas são de uma evidência enorme!
ResponderEliminar"Irremediavelmente" a vida vai-se-nos escapando numa celeridade atroz!
Muito belo, de tão verdadeiro que é!
Um beijo.
É simplesmente o maior tesouro de cada um de nós.
ResponderEliminara vida é perder o pé quando te leio. depois encontro-me. quando te revejo.
ResponderEliminarassim.
profética e imensa.
bom dia Graça.
________________beijo-te.
nas dúvidas da certeza,
ResponderEliminarno expressar do viver.
na procura do reencontro
E eu acrescentaria que inevitavelmente...gostei de ter. Beijos.
ResponderEliminaraqui ganho vida e com asas
ResponderEliminarum beijo
é este jogo de sentidos irremediáveis.
ResponderEliminarabraço!
Sim, a vida é um oceano onde perdemos o pé...e , por vezes, tudo.
ResponderEliminarAbraço-te.
A quem o dizes, amiga! E com tão poucas palavras, dizes tanto. É a força da poesia.
ResponderEliminarBeijinhos
Há alturas de menor apaziguamento que, de facto, esse sentimento é inexorável.
ResponderEliminarAté dói!
Cada iniciativa parece ser pior sucedida que a anterior.
Bjs
Sucinto e profundo. É sempre muito difícil dizer tanto com tão poucas palavras.
ResponderEliminarNem preciso dizer que ler-te é um raro prazer.
beijo no coração
hoje mais nua de cepticismo....
ResponderEliminarabraço as tuas palavras.
.
bom dia Graça.
não, não vele a pena. perseguir-nos-á enquanto não o chamarmos pelo nome.
ResponderEliminarA vida não é um jogo é uma fatalidade______nua
"With each step you fall forward slightly. And then catch yourself from falling. Over and over, you're falling.
And this is how you can be walking and falling at the same time"
L.Anderson
Um beijo
enorme
Se aceitares, flores te aguardam lá em casa, Graça.
ResponderEliminarUm beijo.
Não vale a pena, de facto.
ResponderEliminarEste poema é pequeno no tamanho, mas grande na qualidade.
Beijinhos.
Linda e Sensível Amiga:
ResponderEliminarUm poema profundo. Bem significativo.
Uma sensibilidade poética linda e " alucinante" de encanto e verdade.
"...A vida não é um jogo.
É uma espécie de nudez,
onde se perde o pé,
irremediavelmente."
Sim! Não há que a temer. A vida. A nossa existência como a concebemos e somos.
Existe sempre algo que nos faz "perder o pé"...!
Seja em que circunstâncias for.
Pressente-se uma verdadeira intencionalidade bela. Pura. Majistral. A sua, Amiga Gigante!
Parabéns sentidos.
Perfeito e lindo!
Adorei!
Beijinhos de amizade.
Sempre a estimá-la e a considerá-la.
Imenso. Pela incrível e deslumbrante criatividade poética.
p.pan
MUITO OBRIGADO, por existir, amiga!
Um poema muito bonito!
ResponderEliminarSim, não vale a pena fugir do medo...O melhor é encarar os seus olhos de uma vez por todas!
Beijos de luz e o meu carinho...
tão assertivo e tão belo!, Graça!
ResponderEliminarbeijo grande!
Querida Graça,
ResponderEliminarmais uma vez, saio daqui comovida com o que escreveste.
Um abraço.
Belo e conciso poema, Graça; restrito como a calha do pequeno ribeiro que percorremos nus ao longo do viver, mas com a amplidão daqueles medos de quando esticamos a visão para horizontes alheios a nossa compreensão.
ResponderEliminarPoema belo e profundo, quase um precipício.
Chico
Mesmo sem pé filme, entremos pela vida adentro, até ao mais profundo das palavras e do medo.
ResponderEliminarBeijo grande
um poema curto, real e tão sábio.
ResponderEliminarnao será demais dizer que escreves muito bem.
beij
Perde-se o pé, talvez seja assim a vida, num poema que diz tudo e que deixa tanto para continuar.
ResponderEliminarParabéns. Um abraço.
às vezes o medo é tanto que os pés de nada servem.
ResponderEliminarquanto às palavras, tuas, propiciam voos.
deixo um abraço fraterno.
Gostei :)
ResponderEliminarÁs vezes não é assim tão mau...perder o pé...
****
Mas é boa qd e flutua..
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