À revelia de pretéritas lembranças,
um bafo de terra molhada
devolve-me enredos de fins de tarde
que me sugerem os panos coloridos
com que, em criança, fazia as saias das bonecas.
O verso e o reverso de um concêntrico imaginário.
A atmosfera impregnada do meu fascínio de viver.
E pego na fala de Zaratustra para perguntar:
O verso e o reverso de um concêntrico imaginário.
A atmosfera impregnada do meu fascínio de viver.
E pego na fala de Zaratustra para perguntar:
Que temos de comum com o botão de rosa
que verga sob o peso de uma gota de orvalho?
De que matéria somos feitos
De que matéria somos feitos
que nos torna comovidos e inocentes
perante a promessa da ternura?
Sei o difícil jogo de viver.
Os meus desejos são como as areias
Sei o difícil jogo de viver.
Os meus desejos são como as areias
que o vento levanta sem levar para longe.
Nenhuma linguagem explica o devir das paixões.
Graça Pires
De Outono: lugar frágil, 1993
Nenhuma linguagem explica o devir das paixões.
Graça Pires
De Outono: lugar frágil, 1993
Belíssimo o teu poema...gostei muito, Graça. Beijos.
ResponderEliminarDa subtileza das linguagens
ResponderEliminargostei bastante desde poema!
ResponderEliminarChega o tempo que nos é essencial revolver a areia...
ResponderEliminarBelase poética reminiscência, Graça, bem como a digressão filosófica a partir da citação de Nietzsche.
Uma excelente semana pra ti,
Lou
Ninguém explica a razão porque o que sente é pura e simplemente isso - sente-se....
ResponderEliminarInteressante o poema...
Gostei muito...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Graça,
ResponderEliminarSer voz no deserto.
asa no vento
palavra de horizonte...
Bjos
eu penso que a semelhança entre nós e as rosas é a fragilidade e a beleza, mas como elas também temos espinhos, que são os nossos defeitos, a nossa maldade... um poema muito bonito, graça. adorei ler. um grande beijinho.
ResponderEliminarTocado.
ResponderEliminarum beijinho
Estimada Amiga:
ResponderEliminarO verso e reverso da imensa beleza e fascínio deste poema, expressa-se com a ternura e o carinho do seu sentir magistral, com ou sem Zaratustra.
Parabéns! Mais um belo instante de poesia.
Beijinhos amigos.
Com imenso respeito e admiração pelo regresso maravilhoso à sua infância deliciosa feita em versos de encanto.
Adorei! Bem-Haja, amiga.
É uma poetisa fabulosa.
Maravilhado...
pena
OBRIGADO pela simpatia no meu blog que agradeço de forma sincera e sentida.
Estimada Amiga:
ResponderEliminarUm momento fascinante e lindo de poesia nos "Enredos de fim de tarde".
De sensibilidade harmoniosa em versos admiráveis que suscitam bem-estar. Um talento poético fantástico.
Perfeito.
Bem-Haja.
Com estima e deslumbrado...
Beijinhos de um imenso respeito.
p.p./Pena
OBRIGADO pela amabilidade no meu blog. Adorei.
Leio-te deliciada, amiga! A poesia é um dom que só alguns têm. Encantatório!
ResponderEliminarBeijinhos
Bem-hajas!
De que matéria você é feita? De brisa, de estrelas e de pétalas, assim como as suas palavras.
ResponderEliminare, no entanto, a paixão é uma linguagem una , múltipla...
ResponderEliminarBelo poema, num jogo de subtilezas, Graça !
beijo
_______ JRMarto
Pretéritas lembranças fazem despertar olhares adormecidos...
ResponderEliminarBoa continuação das festas Pascais!
Bjs
Fiquei fascinada com este poema "relâmpago" Graça!
ResponderEliminarCom esta "atmosfera" de paisagens visuais e olfactivas desse desejo "impregnado" de vida que é a paixão!
É lindo!
Sim, de que matéria somos feitos?
ResponderEliminarE como não enlouquecemos face à crueldade do mundo?!
Uma semana feliz, menina.
Sabe, Graça, somos feitos de poesia, essa matéria que encanta e torna cheia de encantos a vida. O poeta é a criança que ficou embrulhada em algum pedaço de papel de infância.
ResponderEliminarEsse poema eu não conhecia e nem preciso dizer que adorei, preciso?
beijo no coração
O poema está muito lindo sem duvida,adorei.
ResponderEliminarJá algum tempo que aqui passo e sempre me encanto com os belos poemas que aqui coloca, continue assim, é tão bom aqui ler.
Que um anjo te ilumine
Beijinhos de amendoas
Olá, amiga!
ResponderEliminar"Sei o difícil jogo de viver."
E sobretudo sabe-o dizer tão bem!
Beijinhoss
Os meus desejos são como as areias
ResponderEliminarque o vento levanta sem levar para longe...
Graça, sempre leio seus poemas, são belíssimos, há um fascínio nas palavras.Uma indicação perfeita do D'Angelo pessoa muito especial para mim.
... De que matéria somos feitos
que nos torna comovidos e inocentes
perante a promessa da ternura?
Gosto muito!Abraços.
A infância, a inocência, a ternura... as indeléveis areias
ResponderEliminarcom que se fazem os poemas...
e depois a paixão...esse fulgor cujo devir nenhuma linguagem consegue explicar.
É bom quando a poesia fala das forças da vida... Eu gosto!
Um beijo, Graça.
poema do imaginário, dos desejos, da infância, dos sonhos, das perguntas que nos fazemos... muito bonito.
ResponderEliminarbeijo, Graça.
Muito bonito o poema!!!!!
ResponderEliminar(...)De que matéria somos feitos
que nos torna comovidos e inocentes
perante a promessa da ternura
Beijos mil
Belíssimo poema, feito dos panos, cores e pretéritos.
ResponderEliminarEste Enredos de fim de tarde" fascina. Delicia. Encanta...
ResponderEliminarBeijinhos amigos de um incalculável respeito.
pena
Tem uma sensilidade linda. Fantástica.
...“Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada./ À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo...” Foi a partir destes versos, lá pelos meus quinze anos, que senti que faria de meus 'nadas', desta matéria impalpável do 'fugidio' que chamamos de sonhos, a minha poesia..." (Fernando Campanella)
ResponderEliminarBoa tarde, Graça, obrigado pela visita em meu blogger. Li este mais recente poema que vc postou e achei lindíssimo. Vou visitar teu blogger com mais calma. Tomei a liberdade de transcrever um trecho de uma crônica minha no ínício deste comentário. Trabalhamos com a linguagem da alma. Grande abraço.
...e sempre são belos os enredos das tardes...
ResponderEliminarbeijos
Graça,
ResponderEliminarmas há verbos que nos fazem sentir as correntes do coração.
belo!
"...A atmosfera impregnada do meu fascínio de viver..."
ResponderEliminarSim, é ese fascínio dá alma à tua poesia, tão autêntica, tão profundamente bela...
Beijo.
Lindíssimo poema Graça.
ResponderEliminarBeijos
Olá, Graça!
ResponderEliminarVim de outro blog amigo para conhecer teu espaço....Que espetáculo!!! Belíssimo recanto poético. Escreves versos sublimes!
Beijo
"Sei o difícil jogo de viver.
ResponderEliminarOs meus desejos são como as areias
que o vento levanta sem levar para longe.
Nenhuma linguagem explica o devir das paixões".
Belíssimo poema e paisagens interiores, Graça.
Cada dia mais encantada com a sua poesia.
Forte abraço :)
Hercília.
Sempre um belo poema no Ortografia do olhar. Estava saudosa daqui.
ResponderEliminarUm beijo, Graça.
"...Sei o difícil jogo de viver.
ResponderEliminarOs meus desejos são como as areias
que o vento levanta sem levar para longe.
Nenhuma linguagem explica o devir das paixões."
Subtil e envolvente como o são, igualmente, as palavras de Nietzsche.
Deixo o meu abraço carinhoso e a certeza de que volto sempre ao abraço da sua Poesia Graça!
Os sentimentos não foram feitos para serem explicados, mas para srem ssntidos, e só. Meu beijo.
ResponderEliminarDe que matéria se faz o verso e reverso da inocência no devir das paixões?!
ResponderEliminarDe que fala se re.constroi o dionisico colorido das saias da infância?!
os meus desejos são como areias...
______
nenhuma linguagem explica
como te admiro
e deixo-te um beijo apolíneo.
Nossa.. lindo poema!
ResponderEliminarbjs
poema transbordante de sentimentos e memórias.
ResponderEliminara foto belissima!
beij
sabes o difícil jogo de viver e a forma de o transportares para a beleza das palavras. encantada. sempre.
ResponderEliminarbeijos
pois não...
ResponderEliminarsão assim os enredos poéticos de fim de tarde...
abraço Graça
bom dia senhora das areias. de ouro!
ResponderEliminar.
/piano/
Os meus desejos são como as areias
ResponderEliminar------------
Os desejos são desejos. Alguns, nunca concretizados.
Fica bem.
E a felicidade por aí.
Manuel
"Sei o difícil jogo de viver.
ResponderEliminarOs meus desejos são como as areias
que o vento levanta sem levar para longe.
Nenhuma linguagem explica o devir das paixões".
Seu poema é um ensinamento, uma lição afetiva.
Belíssimo, Graça. Parabéns!
Maria Clara.
Cada vez que te leio, fico encantada.
ResponderEliminarTenho a certeza que já o disse muitas vezes, mas não importa.
Parabéns sempre!
Um beijo
Maria Mamede
"meus desejos são como areias"...
ResponderEliminardir-se-ia plenas de sabedoria. e semente de ternuras insuspeitas.
gostei tanto... tanto.
beijos
Enredos de fim de tarde? São mais preciosidades que vergam à magnitude da sua pena! Belíssima escrita. Triunfante poema. Saudades de tua amiga,
ResponderEliminarBárbara Carvalho.
O fim da tarde vem sempre de braço dado com o ínicio da noite que tanto me tranquiliza.
ResponderEliminarNenhuma linguagem explica este difícil jogo. Mas tentamos, tentamos sempre.
ResponderEliminarUm beijo.
Pois não, as paixões são como o voo da borboleta. Aparentemente imprevisível...
ResponderEliminarGostei do teu enredo poético, num excelente poema (mais um...).
Bom fim de semana.
Um abraço.
De facto
ResponderEliminarenredos
minha amiga
nemhuma linguagem pode explicar o inexplicável.
ResponderEliminarBom fim de semana.
ResponderEliminarOtimo mesmo o seu poema...sempre temos....q viver um dia apos o outro...
ResponderEliminarabraçao
Finalmente voltei aqui.è bom regressar e ler a tua paixão pela vida, pela poesia.Beijos
ResponderEliminarGenial Amiga Poetisa:
ResponderEliminarUm Poema fantástico. Fascinante.
Um nome a reter pela sensação de deslumbre e maravilha: GRAÇA PIRES!
Delicia o olhar. Os sentidos todos.
Sinceramente, só vejo beleza e pureza lindas e doces em si e no que faz.
Alguém verá...? Como tudo o que aqui faz...Oh, talentosa amiga...
Beijinhos cordiais de respeito e de enorme amizade
p.p./Pena
Fabuloso, amiguinha!
Palavras e ideias trocam-se e cruzam-se como os ténues fios de uma teia de aranha. Onde começam as nossas e acabam as dos outros?
ResponderEliminarTal como as paixões, não importa explicar. Mas havê-las. E deixá-las ir, «como se não fossem nossas».
Um beijo.
Um abraço, Graça, por mais este lindo poema.Paixões que não se explicam e que tornam, na realidade, toda a vida num fascínio.
ResponderEliminara delicadesa das palavras somadas a sensível escolha da imagem... teu blog é um respiro!
ResponderEliminarbeijos
É ao fim da tarde, quando as cores se adoçam e as formas se arredondam, que os sonhos redopiam com as sombras do passado.
ResponderEliminarNessa hora a ternura é em nós uma pétala de flor ou uma gota de orvalho, inocente e pura em que nos desfazemos...
(embora seja subjectiva a importância dos selos e prémios, deixei no meu blog um selo)
Abraço terno e grato
...Enredos de fim de tarde....mágica
ResponderEliminar****
Maravilhosos poemas, uma poesia que nos envolve, fascina.
ResponderEliminarSerão as "finas areias, berço de sereias..." ou as "douradas estrelas que enfeitam o mar..." as inspiradoras de tão belo versejar?
Agora que te descobri, passarei mais vezes para me deleitar.
Abraços.
“Que temos de comum com o botão de rosa
ResponderEliminarque verga sob o peso de uma gota de orvalho?”
talvez a linguagem poética que, alguns, têm a capacidade de tão bem emitir…
excelente poesia que se lê aqui!
beijo
é aqui que me sinto em casa!!!!!!!
ResponderEliminarGostei imenso :))
ResponderEliminaracho que vou "roubar" (com a devida referência à autora :)) )
que maravilha de poema. Li e de repente reli com o coração em África, existe algo nele que me transportou
ResponderEliminargostei muito deste seu espaço