De costas para o meu rosto
as papoilas devassam as sombras
e assinalam o destino de um grito.
Um grito alucinado que evoca, em todos os tronos,
a perenidade dos gestos sem mágoa.
Aqui, nesta cidade sem voz,
pouco me importa a miscelânea de pretextos
desatada nos meus pés.
A rosa dos ventos altera o norte das interdições
e denuncia os destroços da casa desmoronada
que reconheço nas palavras cruéis.
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
as papoilas devassam as sombras
e assinalam o destino de um grito.
Um grito alucinado que evoca, em todos os tronos,
a perenidade dos gestos sem mágoa.
Aqui, nesta cidade sem voz,
pouco me importa a miscelânea de pretextos
desatada nos meus pés.
A rosa dos ventos altera o norte das interdições
e denuncia os destroços da casa desmoronada
que reconheço nas palavras cruéis.
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
Estava com saudades de ler tuas pérolas.
ResponderEliminarAbraços, minha cara!
(...)Um grito alucinado que evoca, em todos os tronos,
ResponderEliminara perenidade dos gestos sem mágoa.
Aqui, nesta cidade sem voz,
pouco me importa a miscelânea de pretextos
desatada nos meus pés.
Lindo como sempre Graça! Um beijo de carinho com cheiro de maresia
nesta cidade sem voz
ResponderEliminartenho retido os ecos,
por vezes
o esvoaçar do polen
das papoilas
que existem e sempre
no outro local
que recordo e que ainda
resiste ao tempo.
belo poema G.
um beij
A epifania urbana vencida, enfiam. A sua brisa desmorona muralhas!
ResponderEliminarAbraços!
Talvez a luz também seja devassada pela papoilas, mas a beleza destes poemas será para sempre!
ResponderEliminarUm beijo com amizade...
Graça: eu não sou poeta, como sabe. Mas. ao longo da vida fiz unas vinte e pouco textos que podem considera-se poemas. Creio que já conhecerá este.(está no bartco de flores em secção coisas minhas) Mas as suas papoilas fizeram-me recordar as minhas que ilistrei com les coquelicots (Monet)
ResponderEliminarE de novo a sensação do mole e indefinido
Vago rumor que envolve as coisas e a solidão nocturna
Ecos longínquos trazem-me a distância
Algo agita o vento e levanta a areia
O deserto é mais vasto e o mar
É proa erguida do navio austero
Em que navega há séculos a sombra - e a miragem
PAPOILAS GRITO ABERTO NA MANHÃ DO ESPANTO
(Amélia Pais)
Um abraço pelas suas...
Estimada e Brilhante Poetiza Amiga:
ResponderEliminarUm grito lancinante do ser e sentir as papoilas e as suas sombras carregadas de mistérios e delícias.
Fantástica.
A sua sensibilidade poética fascina de beleza imensa.
"...De costas para o meu rosto
as papoilas devassam as sombras
e assinalam o destino de um grito.
Um grito alucinado que evoca, em todos os tronos,
a perenidade dos gestos sem mágoa..."
Profundo poema encantado.
Significativo e uma ternura de imagens metafóricas excelentes.
Bem-Haja, amiga de sonho.
Abraço de amizade e respeito.
É sensacional.
Sempre a admirá-la com fascínio pelo que é e escreve.
pena
MUITO OBRIGADO pela sua amabilidade e simpatia.
:)
ResponderEliminarum beijinho.
Graça,
ResponderEliminarDevassar as sombras e assinalar o destino de um grito, talvez seja esse o sublime designio das papoilas!
Beijo!
AL
Palavras crueis sempre desmoronam.
ResponderEliminarBeijo imenso, menina linda.
Rebeca
-
Um eloquente poema, um manifesto de grande beleza.
ResponderEliminarBeijo, Graça.
ao ler-te, e ver que o poema é de 1997, pensei no que sentirias, em relação à perenidade (ou não) das tuas palavras...
ResponderEliminarabraço Graça
A sua poesia entrou no meu coração como uma papoila, bela e misteriosa de modo sublime e profundo...Obrigada pelas palavras e pelas papoilas que são tão fascinantes nos campos!Bjs
ResponderEliminarAdoro papoilas...da tua poesia gosto sempre.
ResponderEliminarNoite de sonhos leves para ti.
teu poema/grito. na lucidez da palavra certa...
ResponderEliminar... rosa dos ventos erguendo-se nos destroços da cidade.
gostei muito. mesmo muito.
beijo
um último grito das papoilas desmente o eterno sono da terra
ResponderEliminare se do silêncio construo a lucidez rubra para figir ao desnorte das ruinas, que me importa a voz sem cor que me indicou as sombras?
um grande beijo querida Graça
" Um grito alucinado que evoca, em todos os tronos,
ResponderEliminara perenidade dos gestos sem mágoa."
Sem palavras para comentar a sensibilidade solta " nas papoilas"
das palavras.
Lindo
Beijos amigos
Dramático e belo.
ResponderEliminarEste grito dói.Tem coro1
Com carinho,
Cris
Papoilas vermelhas
ResponderEliminarcom asas de vento
semeiam as tuam palavras
que recordo
com um bj
as palavras são caricias e punhais que da forma como são usadas podem ferir ou curar, até matar.
ResponderEliminar"...as papoilas devassam as sombras
ResponderEliminare assinalam o destino de um grito."
Lindo e profundo!
Beijo.
Graça
ResponderEliminartantas são as vezes
aqui e ali
nas cidades sem voz
que a rosa dos ventos altera o norte e o sul e até o vento leste!
belas as papoilas devassantes das sombras
e belo o poema destroçante da casa desmoronada!
um beijo
Manuela
O prazer sempre renovado de lê-la!
ResponderEliminarObrigada.
Um beijo, Graça.
as palavras cruéis são casas destroçadas...gostei da metáfora....sua poesia é forte!
ResponderEliminarAs palavras estão cansadas e gritam de dor....
ResponderEliminarEssa dor que se enraiza e se perde e nós...
Uma beleza...
Beijos e abraços
Marta
Oi, Graça!
ResponderEliminarCores devassam sombras e gritam - ainda que nas sombras e sem voz...
E, ainda que se voz, são mais eloquentes e fortes que palavras cruéis.
Viva as cores das papoilas!
Os destroços dos sonhos desmoronados, dos ideais ruídos...nas palavras experimentamos o êxtase e a dor.
ResponderEliminarBjos,minha querida amiga.
Aqui, nesta cidade sem voz,
ResponderEliminarpouco me importa a miscelânea de pretextos
desatada nos meus pés.
uma cidade sem voz não se pode habitar, nem na solidão, pois também a solidão é questão de palavras...
belo poema, beijos
a crueldade do olhar rasga pela boca. por vezes mata!
ResponderEliminargostei muito, graça
um abraço
luísa
Suas palavras: um ponto cardeal na poesia. Você é a rosa dos ventos, Graça.
ResponderEliminarOlá Graça,
ResponderEliminarUm prazer imenso ler-te.
Beijos e bom fim-de-semana.
semeie flores... colherá o perfume. semeie carinho... colhera amizade. semeie sorrisos... colhera a alegria. semeie a verdade... colhera a confiança. semeie a vida... colhera milagres. semeie a fé... colhera certezas. semeie o amor... colhera a felicidade !
ResponderEliminarBeijos perfumados e com muita poesia...M@ria
e eu deixo-lhe, em palavras doces, um beijinho de boa noite, graça.
ResponderEliminarO grito redentor dos imortais gestos que, sem magoa e sem voz se alteram e se desmoronam, na crueldade das palavras...
ResponderEliminarBjs Graça e bom fim de semana!
José
Esses são desenhos de crianças, onde o professor koreano Yeonddo Jung, clicou tentando reproduzir todos os detalhes. O cara conserva, até mesmo, as proporções das pernas e cabeças dos personagens.
ResponderEliminarAdorei, achei super criativo, espero que goste:
http://www.yeondoojung.com/artworks_view_wonderland.php?no=88
Maravilhoso final de semana, menina linda.
Rebeca
-
Belo,
ResponderEliminarcomo sempre!
Beijinho
A rosa os ventos altera o norte, Graça e, altera todo o regime de respeito pelo próximo.
ResponderEliminarMetaforicamente falando, o seu poema diz muito. Bem actual.
¸¸♥*•♪♫•*♥•♪♫•*¨*•.¸¸♥E apesar de tudo isso, a rosa dos ventos insiste em indicar um caminho(principalmente em dias sem vento). Mesmo que não seja o nosso.
ResponderEliminarUm beijo¸¸♥*•♪♫•*♥•♪♫•*¨*•.¸¸♥
Excelente, como sempre.
ResponderEliminarJá escrevias tão bem quando eras pequenina... eeheheh...
Desculpa, mas não resisti à provocação do 1997... mas a culpa é minha, que estou bem disposto...
Querida amiga, boa semana.
Beijo.
Prometo ante o silêncio do inverno,
ResponderEliminarnutrir minhas ilusões fazendo dos nossos "nós" a oração da espera.
(Conceição Bentes)
Beijos & Flores...M@ria
"A rosa dos ventos altera o norte das interdições"
ResponderEliminarQue beleza!
um grito face ao vazio citadino, à casa arruinada em palavras sem afecto. intenso o teu poema, Graça, muito bom.
ResponderEliminarum beijo.
Grito que se gostaria perene, como as suas palavras!
ResponderEliminarMeu beijo rendida à beleza