Walker Evans
Do lado mais calado do tempo
podemos falar das mãos das mães,
tão frágeis, quando trazem nas costas
a febre dos filhos.
Podemos sentir o rosto perturbado
das crianças que nos mostram a boca
mordida pela fome.
Podemos querer de volta o fascínio
dos papagaios de papel e do tempo
em que não faltava ninguém
nas fotografias da família.
Graça Pires
podemos falar das mãos das mães,
tão frágeis, quando trazem nas costas
a febre dos filhos.
Podemos sentir o rosto perturbado
das crianças que nos mostram a boca
mordida pela fome.
Podemos querer de volta o fascínio
dos papagaios de papel e do tempo
em que não faltava ninguém
nas fotografias da família.
Graça Pires
De O silêncio: lugar habitado, 2009
Tão bonito, Graça!beijo
ResponderEliminarFico em silêncio de espanto e de reverência!
ResponderEliminarImagens preciosas guardadas no álbum da memória...
ResponderEliminarParedes ornadas de simplicidade... o aconchego da casa de minha avó,
de um tempo em que a família era sagrada.
Mãos cheias de quase nada
Mãos de mãe... com calosidades,
cheias de afecto, aveludadas...
Mãos de Mãe que afagam as lágrimas.
Poesia e sensibilidade que se infiltra pelos poros...de uma beleza transcendente!
Obrigada pelas palavras.BJS!
A tristeza bate com a imagem que eu vi ao ler o texto e a pergunta não se cala: como que podem ver tanta miséria e continuar com tanta guerra?
ResponderEliminaraté mais.
Jota Cê
graça, que lindo!
ResponderEliminarLindo....
ResponderEliminarNa minha foto de família, falta agora a minha Mãe....
Beijos e abraços
Marta
Das certezas nunca podemos dizer que alimentá-las não justifica nosso futuro de dor. Bjs moça.
ResponderEliminarTudo isso continua "no lugar mais calado do tempo".
ResponderEliminarMelancólico e lindo.
Um beijo, Graça.
Retratos de dor
ResponderEliminar.
e de amor!
Muito belo, tanto o poema como a foto!
Beijinhos
Tocante, muito tocante, este teu poema.
ResponderEliminarUm abraço.
Hoje quero te dizer algo que não me ocorreu te dizer antes, mas que é verdade.
ResponderEliminarTua poesia é serena, tranquila. Transmite paz e LEVEZA.
É como se as palavras reunidas dissessem aos leitores: - "Nós só existimos por causa do poema. Desse poema!"
Brilhante Poetiza Amiga:
ResponderEliminarÉ fascinante e talentosa, SEMPRE!
As mães são uma preciosidade humana que retracta de forma poética sublime e maravilhosa.
Parabéns pelo carinho como trata as pessoas.
Fantástico.
Agradeço-lhe a sua sensibilidade de encanto e ternura no que faz.
Com respeito gigante pela admirável pessoa que é.
pena
Por vezes, não consigo comentar, vamos a ver este? Apagam-no.
Adorei o seu poema. Esta foto, sem gente na fotografia, consegue através do poema, transmitir uma paz inexplicável é como se ao olhar para ela a completassemos com a nossa foto de família, onde não falta ninguém e a casa fica em hamonia completa.
ResponderEliminarÉ sempre um grande prazer visitá-la.
beijinhos
gosto muito do título deste poema, querida graça. faz-me pensar na imensa tarefa que os poetas têm pela frente. a de encontrar a voz deste tempo. como a graça faz :) um grande beijinho.
ResponderEliminarpois podemos...
ResponderEliminare ainda bem.
abraço Graça
Do lado mais calado do tempo, queremos dar voz aos nossos anseios, às subtilezas escondidas na penumbra.
ResponderEliminarGostei da leveza das palavras carregadas de significado.
Bela página sobre ele, o tempo, que nos esvazia as mãos enquanto nos torna repletos de memórias. Abraços, Graça.
ResponderEliminarPrefiro os grandes pensadores, que com seus pensamentos, suas citações, com trechos de seus livros ou músicas, conseguem me fazer viajar, conseguem traduzir o que não sei expressar, dizem por mim o que não sei falar.
ResponderEliminarWanessa Baptista
Beijos e carinhos à todos...M@ria
G.
ResponderEliminaro poema fez-me lembrar, algumas fotos de família (que por vezes mentem).
fico silenciosa a ler devagar a qualidade da sua poesia que diz tanto em tao poucas palavras.
um beij de admiraçao
sussura o lado mais calado
ResponderEliminaraquele
que ainda tem tempo
para pintar as pálidas faces dos meninos não crescidos
e contemplar as frágeis mãos
de fortes mães
para quem as angústias
dos filhos serão eternamente febres tão altas!
muito bonito, Graça!
quase tão bonito como um papagaio de papel...
um beijo
Manuela
Bjs de novo e tantos
ResponderEliminarTem razão, Graça.Por muitas razões tudo poderia voltar novamente.
ResponderEliminarExiste a saudade para que o tempo não tenha nenhum lado calado. Um bom fim de semana.
Lembrei-de de tempos com todos e tantos, doutros tempos em que na TV as imagens de desgraça eram mais pudicas.
ResponderEliminarVoltei atrás, é certo.
... há dias em que nos fazem muita falta - as mãos das mães.E não há nada a fazer: carregaremos sempre essa nostalgia de nos terem roubado as raízes.
ResponderEliminarUm beijo de amizade, Graça.
Oi Graça, simplesmente belo, profundo, comovente... Sua escrita encanta. Bjs.
ResponderEliminarpodemos falar, sentir e querer, sim, Graça, a nossa infância sempre perfumada.
ResponderEliminarbeijos, amiga
a conjunção entre palavra e imagem é óptima, também a sugestão que desprendem...
ResponderEliminarMuito belo, Graça,
beijos
belíssimo o seu poema Graça, as mãos das mães...a textura mais macia que conhecemos....um beijo amigo Graça
ResponderEliminardo tempo que se calou
ResponderEliminarrecordo as mãos
como um rio
no leito desesperado da fome
o gemido das suas águas
e um galope acidentado até à foz.
que ternura nos sobra nas suas margens?
_____
um beijo e abraço imensos querida Graça.
A saudade melancólica das mães, estas existem mesmo antes dos filhos. Muito bonito.
ResponderEliminarUm poema sentido, de profunda simplicidade, e que muito nos toca, Graça. Muito belo. E a fotografia de Walker Evans é uma obra de arte. Linda postagem. Bjos, minha querida amiga.
ResponderEliminarhá um sabor ( doce ) a sépia neste álbum de família
ResponderEliminarbelíssimo poema
.
um beijo
Que ternura! Mãe é sempre mãe...
ResponderEliminarVive no coração e na memória.
Adorei.
Um bjinho amigo
sua poesia é forte e, ave, tão verdadeira como as mães, graça. um prazer ler e estar aqui.
ResponderEliminarum beijo.
Muito belo...às vezes, a existência das fotografias é assim. Comovente...
ResponderEliminarUm beijo
E tempo continua calado, surdo e cego... o amor, a alegria de viver, até mesmo aquela liberdade cativa que nos fazia sorrir se desvaneceu aos olhos do tempo, agora consumido e sempre sem tempo...
ResponderEliminarAdorei lêr, relêr... este livro.
Bjs Graça, fique bem1
José
deslumbrante Poema.
ResponderEliminarenorme.
saudo-te com admiração.
beijos
Há tantos silêncios por desvendar... poesia abençoada.
ResponderEliminarAbraço à poetisa Graça Pires.
A CONJUNTURA OBRIGA E AQUI ESTOU EU.
ResponderEliminarATENTA E OBRIGADA.
Suponho que existe mesmo esse "lado calado", onde as nossas fragilidades se consomem... Muito lindo...
ResponderEliminarBeijinho
As mãos da Mãe, tão belas...
ResponderEliminarcom as marcas da coragem que sempre nos transmitia e da ternura que sempre nos dava.
Comovente o poema e linda a foto!
Beijo
Também pode ser do lado mais feliz do tempo...
ResponderEliminarBom feriado
do tempo do ser.
ResponderEliminarbeijo
Dos mais belos,dos que li nos penultimos dias, lerei outros mais, com a certeza desta mesma beleza. Beijo fraterno!
ResponderEliminarlindo!
ResponderEliminare misto de dor e amor.
sempre o amor da família, das mães aos seus filhos, suas dores, sua fome. retrato(s) de família(s) -
grande abraço, Graça :)
... e como podemos Amiga, como podemos!
ResponderEliminarE há sempre um mundo, tanta vez conturbado, à nossa espera nas recordações!
Bjs.
Maria Mamede